🔴 AÇÕES PARA INVESTIR EM JULHO: CONFIRA CARTEIRA COM 10 RECOMENDAÇÕES – ACESSE GRATUITAMENTE

Uma hipótese, dois ralis: entenda o que pode levar o Brasil e os mercados emergentes a subir em 2022

Enquanto algumas pessoas seguem céticas com ativos de risco brasileiros, outros são mais otimistas e vislumbram algum rali (alguns, até dois) diante do retorno do fluxo para mercados emergentes

31 de janeiro de 2022
11:37
Imagem: Shutterstock

“Previsões são sempre complicadas, especialmente sobre o futuro.” A frase é de autoria desconhecida, embora uma possível réplica — ou seria complemento? — seja conhecida por essas bandas. 

“No Brasil, até o passado é incerto”, atribuída a Pedro Malan, costuma ser lembrada em frequência diária — não precisa ir muito longe: cá estamos, hoje mesmo, discutindo a futura e antiga venda da operação móvel da Oi…

Outro clichê típico é a afirmação de que “o Brasil não é para amadores”. 

A julgar pelo fluxo de cérebros e de capitais nos últimos anos, na verdade, vinha arriscando dizer que o Brasil era só para amadores. 

Os profissionais já haviam desistido daqui há muito tempo. As coisas, porém, talvez estejam mudando. 

E é isso que nos traz a este texto: o fluxo de capital está de volta e podemos estar diante de uma inflexão importante, marcando uma nova era.

Leia Também

O passado e os fatos históricos

Acho injusta a frase de que “No Brasil, até o passado é incerto.” Não porque ela é incorreta, mas porque o passado é incerto também em outros lugares, não sendo uma exclusividade brasileira.

Na teoria psicanalítica, não podemos alterar concretamente os fatos históricos, mas podemos, sim, reinterpretá-los, dando-lhes uma visão mais arejada. 

E como sempre me pareceu mais relevante a forma como nos relacionamos com os fatos do que os fatos em si (lembrando Shakespeare: “Eu poderia viver recluso numa casca de noz e me considerar rei do espaço infinito”), isso já é muito.

Numa perspectiva histórica, sob o viés da retrospectiva, olhamos para trás e vemos o passado como um resultado concreto e determinístico, fruto de um materialismo marxista inexorável, como se não houvesse outra possibilidade além daquela que efetivamente se materializou, desconsiderando que, na verdade, aquele cenário materializado foi apenas uma ocorrência dentro de uma ampla matriz de possibilidades — se Hitler ou Stalin tivesse nascido mulher, como teria sido o século 20? A probabilidade era de 50%, não? 

O passado é muito mais sutil, frívolo e resultado de uma sucessão aleatória do que o materialismo histórico gostaria de supor.

Finanças comportamentais

As Finanças Comportamentais se debruçam bastante sobre os vieses cognitivos, que viraram também citação costumeira como demonstração de suposta erudição e inteligência. 

Existem os vieses, e existe o ruído. Enquanto muito se fala sobre os primeiros, pouca atenção é dedicada ao segundo, embora o livro mais recente de Daniel Kahneman se dedique justamente ao ruído.

O viés é uma inclinação sistemática numa direção, ligada ao erro médio. O ruído é uma variabilidade indesejada, tipicamente aleatória, no julgamento. 

Julgamento e ruído

Se você me perguntar sobre cenário político e econômico depois de uma vitória do Corinthians, possivelmente lhe darei um prognóstico mais otimista do que se o procedimento fosse repetido depois de uma derrota — obviamente, sou só um exemplo. Vale para todo mundo, nas mais variadas circunstâncias. 

Onde houver julgamento haverá ruído. Juízes dão sentenças diferentes para um mesmo caso. 

Juízes variam entre eles e, muitas vezes, discordam de si mesmos — a depender do humor da hora, acabam, obviamente sem perceber, mudando suas sentenças. 

Se você for réu em algum processo, torça para que o seu juiz esteja de barriga cheia.

Resumo da história: julgamentos, avaliações e previsões são muito mais complicados do que concebemos a priori. Seja por conta dos vieses do observador, do ruído do sistema ou da incapacidade propriamente dita de se penetrar no futuro.

Ceticismo e otimismo

Não é isso que fazemos aqui. 

Aventamos hipóteses, dissecamos em partes, traçamos cenários e matrizes de probabilidade, duvidamos de nós mesmos (e dos outros), ponderamos o que temos a perder e a ganhar a partir de cada cenário e assim recomendamos alocações de capital. 

O analista ou gestor, como qualquer outra pessoa cuja atividade envolve tomar uma decisão hoje tentando antecipar o futuro, pode muito menos do que a maioria das pessoas acha.

Feito o disclaimer, tem uma hipótese crescendo dentro desta matriz de probabilidade. 

Algumas pessoas seguem céticas com ativos de risco brasileiros, temendo a recessão, o juro alto por aqui, o aperto monetário nos EUA, as eleições e tantas outras mazelas.

Outros são mais otimistas e vislumbram algum rali diante do retorno do dinheiro para mercados emergentes. 

E se?

E se tivermos dois ralis neste ano?

Se o estouro da bolha tech e de cripto nos EUA devolver fluxo de capital para mercados emergentes, inaugurando uma nova era que duraria por anos? 

Se, na última década, só subiu tecnologia nos EUA, enquanto mercados emergentes, no geral, sofreram muito, não estaríamos diante de uma importante inflexão? 

Então o que comprar?

E o que comprar em mercados emergentes? 

A China é complexa e, diante da opção pela prosperidade comum de Xi Jinping, oferece riscos marcantes de menos crescimento e mais regulação, além de ser uma coisa bem difícil de ler pelos ocidentais. 

Rússia… bom… não precisa falar muito; é só ler as manchetes, enquanto os jornalistas ainda estão por lá pelo menos. 

A Índia está cara. Então, ressurge o “B" dos BRICs como o grande candidato a absorver esse fluxo. 

Se é para vender o que subiu nos últimos anos, um possível corolário seria comprar o que caiu. Nessa lógica, ações brasileiras poderiam ser a grande porrada do ano (com efeito, ao menos em janeiro, elas estão sendo!).

Rali com as eleições

E o segundo rali viria da percepção de que as eleições, hoje, podem representar muito mais um upside risk do que propriamente uma ruptura negativa, dado o nível de valuation dos ativos brasileiros. 

Claro que haverá muita retórica eleitoral e momentos de choro e ranger de dentes. 

Também é claro que existe o risco de novas guinadas populistas do governo atual, em movimentação típica às vésperas da eleição. 

E é ainda claro que o atual líder nas pesquisas eleitorais pode começar o governo de um jeito e mudar para uma cartilha intervencionista mais clássica. 

Possível terremoto

Porém, o grande medo de uma candidatura petista está sendo reduzido no mercado, semana após semana. 

Quando você vê Guilherme Aché no Brazil Journal e Marcelo Kayath no Valor, que poderiam servir de metonímia para essa entidade invisível e etérea chamada “mercado”, percebe que a aceitação e, surpreendentemente para alguns, até o otimismo começam a ser tangíveis. 

São duas placas tectônicas se movendo. Se a hipótese vier a se concretizar, podemos ter um verdadeiro terremoto nos investimentos, mudando por completo a dinâmica dos últimos anos. Eu estou comprando ações de valor (e apenas elas) no Brasil.

COMPARTILHAR

Whatsapp Linkedin Telegram
O MELHOR DO SEU DINHEIRO

Anatomia de um tiro no pé: Ibovespa busca reação após tarifas de Trump

11 de julho de 2025 - 8:14

Em dia de agenda fraca, investidores monitoram reação do Brasil e de outros países ao tarifaço norte-americano

SEXTOU COM O RUY

O tarifaço contra o Brasil não impediu essas duas ações de subir, e deixa claro a importância da diversificação

11 de julho de 2025 - 6:03

Enquanto muitas ações do Ibovespa derretiam com as ameaças de Donald Trump, um setor andou na direção oposta

O MELHOR DO SEU DINHEIRO

Trump na sala de aula: Ibovespa reage a tarifas de 50% impostas pelos EUA ao Brasil

10 de julho de 2025 - 8:29

Tarifas de Trump como o Brasil vieram muito mais altas do que se esperava, pressionando ações, dólar e juros

EXILE ON WALL STREET

Rodolfo Amstalden: Nem cinco minutos guardados

9 de julho de 2025 - 19:55

Se um corte justificado da Selic alimentar as chances de Lula ser reeleito, qual será o rumo da Bolsa brasileira?

O MELHOR DO SEU DINHEIRO

Quando a esmola é demais: Ibovespa busca recuperação em meio a feriado e ameaças de Trump

9 de julho de 2025 - 8:37

Investidores também monitoram negociações sobre IOF e audiência com Galípolo na Câmara

O MELHOR DO SEU DINHEIRO

Sem avalanche: Ibovespa repercute varejo e Galípolo depois de ceder à verborragia de Trump

8 de julho de 2025 - 8:11

Investidores seguem atentos a Donald Trump em meio às incertezas relacionadas à guerra comercial

Insights Assimétricos

Comércio global no escuro: o novo capítulo da novela tarifária de Trump

8 de julho de 2025 - 6:07

Estamos novamente às portas de mais um capítulo imprevisível da diplomacia de Trump, marcada por ameaças de última hora e recuos

EXILE ON WALL STREET

Felipe Miranda: Troco um Van Gogh por uma small cap

7 de julho de 2025 - 20:00

Seria capaz de apostar que seu assessor de investimentos não ligou para oferecer uma carteira de small caps brasileiras neste momento. Há algo mais fora de moda do que elas agora? Olho para algumas dessas ações e tenho a impressão de estar diante de “Pomar com ciprestes”, em 1888.

O MELHOR DO SEU DINHEIRO

Ontem, hoje, amanhã: Tensão com fim da trégua comercial dificulta busca por novos recordes no Ibovespa

7 de julho de 2025 - 8:14

Apetite por risco é desafiado pela aproximação do fim da trégua de Donald Trump em sua guerra comercial contra o mundo

O MELHOR DO SEU DINHEIRO

Talvez fique repetitivo: Ibovespa mira novos recordes, mas feriado nos EUA drena liquidez dos mercados

4 de julho de 2025 - 8:26

O Ibovespa superou ontem, pela primeira vez na história, a marca dos 141 pontos; dólar está no nível mais baixo em pouco mais de um ano

SEXTOU COM O RUY

A história não se repete, mas rima: a estratégia que deu certo no passado e tem grandes chances de trazer bons retornos — de novo

4 de julho de 2025 - 7:08

Mesmo com um endividamento controlado, a empresa em questão voltou a “passar o chapéu”, o que para nós é um sinal claro de que ela está de olho em novas aquisições. E a julgar pelo seu histórico, podemos dizer que isso tende a ser bastante positivo para os acionistas.

SEU MENTOR DE INVESTIMENTOS

Ditados, superstições e preceitos da Rua

3 de julho de 2025 - 19:55

Aqueles que têm um modus operandi e se atêm a ele são vitoriosos. Por sua vez, os indecisos que ora obedecem a um critério, ora a outro, costumam ser alijados do mercado.

O MELHOR DO SEU DINHEIRO

Feijão com arroz: Ibovespa busca recuperação em dia de payroll com Wall Street nas máximas

3 de julho de 2025 - 8:28

Wall Street fecha mais cedo hoje e nem abre amanhã, o que tende a drenar a liquidez nos mercados financeiros internacionais

EXILE ON WALL STREET

Rodolfo Amstalden: Um estranho encontro com a verdade subterrânea

2 de julho de 2025 - 20:00

Em vez de entrar em disputas metodológicas na edição de hoje, proponho um outro tipo de exercício imaginativo, mais útil para fins didáticos

O MELHOR DO SEU DINHEIRO

Mantendo a tradição: Ibovespa tenta recuperar os 140 mil pontos em dia de produção industrial e dados sobre o mercado de trabalho nos EUA

2 de julho de 2025 - 8:29

Investidores também monitoram decisão do governo de recorrer ao STF para manter aumento do IOF

O MELHOR DO SEU DINHEIRO

Os fantasmas de Nelson Rodrigues: Ibovespa começa o semestre tentando sustentar posto de melhor investimento do ano

1 de julho de 2025 - 8:13

Melhor investimento do primeiro semestre, Ibovespa reage a trégua na guerra comercial, trade eleitoral e treta do IOF

Insights Assimétricos

Rumo a 2026 com a máquina enguiçada e o cofre furado

1 de julho de 2025 - 6:03

Com a aproximação do calendário eleitoral, cresce a percepção de que o pêndulo político está prestes a mudar de direção — e, com ele, toda a correlação de forças no país — o problema é o intervalo até lá

EXILE ON WALL STREET

Tony Volpon: Mercado sobrevive a mais um susto… e as bolsas americanas batem nas máximas do ano

30 de junho de 2025 - 19:50

O “sangue frio” coletivo também é uma evidência de força dos mercados acionários em geral, que depois do cessar-fogo, atingiram novas máximas no ano e novas máximas históricas

O MELHOR DO SEU DINHEIRO

Tudo sob controle: Ibovespa precisa de uma leve alta para fechar junho no azul, mas não depende só de si

30 de junho de 2025 - 8:03

Ibovespa vem de três altas mensais consecutivas, mas as turbulências de junho colocam a sequência em risco

TRILHAS DE CARREIRA

Ser CLT virou ofensa? O que há por trás do medo da geração Z pela carteira assinada

29 de junho de 2025 - 7:59

De símbolo de estabilidade a motivo de piada nas redes sociais: o que esse movimento diz sobre o mundo do trabalho — e sobre a forma como estamos lidando com ele?

Menu

Usamos cookies para guardar estatísticas de visitas, personalizar anúncios e melhorar sua experiência de navegação. Ao continuar, você concorda com nossas políticas de cookies

Fechar