🔴TRÊS ROBÔS CRIADOS A PARTIR DE IA “TRABALHANDO” EM BUSCA DE GANHOS DIÁRIOS – ENTENDA AQUI

Empresas de dono ou com capital pulverizado: qual a melhor opção para investir na bolsa?

Capital pulverizado e gestão profissional são considerados boas práticas de governança, mas para o acionista, ações de companhias com controle definido podem trazer retornos formidáveis

16 de dezembro de 2022
6:00 - atualizado às 8:18
Fachada da loja Renner do Shopping Morumbi, zona sul da capital paulista.
Lojas Renner: mesmo sem controlador, ações da varejista viram valorizações gigantescas na década passada. - Imagem: Estadão Conteúdo/Fernando Pereira

"Investir em ações é para o longo prazo." Você já deve ter ouvido essa frase umas cinquenta mil vezes, pelo menos. Basta ler alguns livros sobre os melhores investidores de todos os tempos para que esse "mantra" fique ecoando para sempre na sua cabeça.

CONTINUA DEPOIS DA PUBLICIDADE
CONTINUA DEPOIS DA PUBLICIDADE

O problema é que, depois de analisar e entender as perspectivas do setor e de chegar à conclusão de que aquele será um investimento para o longo prazo, você acaba comprando ações de uma companhia cujo CEO está pensando apenas no bônus do próximo ano, bem diferente de você.

Mas como esse desalinhamento pode te prejudicar?

Um bônus pela irresponsabilidade

Isso já aconteceu muitas e muitas vezes no mercado financeiro, especialmente nos anos de bull market: CEOs cujos bônus são definidos pelo preço das ações no final do ano fazem de tudo para tentar inflar o preço delas antes de a data de corte chegar.

Por exemplo, eles podem tomar uma dívida gigantesca para adquirir a maior concorrente e prometer sinergias impossíveis de serem capturadas.

CONTINUA DEPOIS DA PUBLICIDADE
CONTINUA DEPOIS DA PUBLICIDADE

Isso fará a ação disparar no curto prazo, e provavelmente renderá um belo bônus para o próprio CEO no fim do ano.
E quando ele tiver deixado o comando da companhia alegando "motivos pessoais", já curtindo um ano sabático no Caribe, as ações estarão desmoronando como um castelo de cartas. Ou seja, quem mais deveria ser punido acabou se tornando o maior beneficiário da manobra irresponsável.

Leia Também

Desalinhamento de interesses

Apesar de parecer um caso exagerado, ele já aconteceu inúmeras vezes. Mas problemas ocasionados pelo desalinhamento de interesses acontecem até mesmo sem haver má-fé por parte do gestor.

Por exemplo, muitas vezes o tal CEO até tem boas intenções, mas não tem parte relevante do seu patrimônio investido na empresa. Isso normalmente faz com que as decisões sejam menos responsáveis do que deveriam, já que se tudo der errado ele "somente" perderá o emprego.

Será que se esse CEO, na verdade, fosse o fundador da empresa e tivesse quase todo o seu patrimônio investido nela, as decisões seriam diferentes? Será que o impacto dessas decisões seriam melhores ou piores para os preços das ações?

CONTINUA DEPOIS DA PUBLICIDADE
CONTINUA DEPOIS DA PUBLICIDADE

Para tentar responder essa pergunta, a Bain & Company fez uma pesquisa bastante interessante.

Fundadores são a alma do negócio

O gráfico abaixo mostra o retorno de empresas do S&P 500 lideradas pelo fundador, pela família fundadora ou que contavam com membros fundadores no Conselho de Administração (linha azul) comparado com os retornos das outras empresas que não se encaixavam nessa categoria (linha cinza). O retorno das "founder-led companies" foi 3,1 vezes superior no período destacado.

Por que isso acontece? O que melhora quando os fundadores estão presentes no dia a dia? Entre os motivos, alguns se destacam.

A obsessão pela empresa e seus clientes, o fato de praticamente todo o patrimônio estar investido no negócio, a mentalidade de dono, a alocação de capital mais responsável (fundadores prezam mais pelo caixa e menos por aquisições mirabolantes), a necessidade de receber dividendos e a inspiração para os funcionários se refletem em resultados melhores. Além disso, nunca é demais lembrar que, para um CEO contratado, o cargo normalmente é apenas mais um trabalho, enquanto para um fundador trata-se da vida dele.

CONTINUA DEPOIS DA PUBLICIDADE
CONTINUA DEPOIS DA PUBLICIDADE

O Brasil não é para amadores

Muito bonitos os resultados do estudo lá fora, mas aqui no Brasil as coisas costumavam ser bem diferentes num passado não muito distante.

Para começar, tornou-se frequente que herdeiros sem muita capacidade e disciplina assumissem as empresas de família. Em outros casos, a falta de regras de governança permitiu que famílias fundadoras/controladoras fizessem muita sacanagem com acionistas minoritários em décadas passadas – o empréstimo da Gerdau ao haras da família controladora é um bom exemplo, mas não é o único.

Felizmente, as coisas têm melhorado por aqui. Várias dessas companhias até embarcaram em um modelo mais evoluído, com uma gestão (CEO) profissionalizada acompanhada de perto pelos membros da família fundadora no Conselho. A capacidade técnica de um combinada com o melhor interesse no longo prazo do outro.

A própria Gerdau embarcou nesse modelo, depois de passar por uma crise financeira há alguns anos, e hoje colhe excelentes frutos dessa mudança, como a venda de ativos ruins, boa rentabilidade, baixo endividamento e ótimos dividendos – a GGBR4 está no Vacas Leiteiras, inclusive.

CONTINUA DEPOIS DA PUBLICIDADE
CONTINUA DEPOIS DA PUBLICIDADE

Não existe regra, mas normalmente ajuda

Como vimos, o fato de a família fundadora/controladora estar próxima nem sempre ajudou os acionistas minoritários.
Além disso, o fato de não ter um controlador não impediu empresas como a Lojas Renner de apresentar valorizações gigantescas na década passada.

No entanto, é importante lembrar que isso só aconteceu porque a Renner tinha um bom modelo de negócios e estava sob o comando de um CEO (José Galló) que era tão obsessivo pela empresa e pelos clientes quanto qualquer fundador seria.

Cada caso é um caso, e para colocar as probabilidades a seu favor você vai precisar se certificar que o negócio é bom e que o CEO é competente. Se tiver uma família controladora observando tudo de perto e defendendo os interesses de longo prazo e os dividendos dos acionistas minoritários, melhor ainda.

Duas outras empresas que se encaixam nesse estilo de gestão – família controladora no Conselho e CEO profissional – são a Intelbras (que também está no Vacas) e a Irani. Esta última fabrica e vende embalagens, um modelo de negócios pouco cíclico e que tem permitido a ela atravessar a tempestade da bolsa nos últimos dias sem grande volatilidade.

CONTINUA DEPOIS DA PUBLICIDADE
CONTINUA DEPOIS DA PUBLICIDADE

Por se tratar de uma microcap com ótimo potencial, ela inclusive faz parte do Microcap Alert. Se quiser conferir todos os outros ativos da série, deixo aqui o convite.

Um grande abraço e até a semana que vem!
Ruy

CONTINUA DEPOIS DA PUBLICIDADE
CONTINUA DEPOIS DA PUBLICIDADE

COMPARTILHAR

Whatsapp Linkedin Telegram
EXILE ON WALL STREET

Rodolfo Amstalden: Só um momento, por favor

13 de agosto de 2025 - 20:00

Qualquer aposta que fizermos na direção de um trade eleitoral deverá ser permeada e contida pela indefinição em relação ao futuro

O MELHOR DO SEU DINHEIRO

Cada um tem seu momento: Ibovespa tenta manter o bom momento em dia de pacote de Lula contra o tarifaço

13 de agosto de 2025 - 8:52

Expectativa de corte de juros nos Estados Unidos mantém aberto o apetite por risco nos mercados financeiros internacionais

O MELHOR DO SEU DINHEIRO

De olho nos preços: Ibovespa aguarda dados de inflação nos Brasil e nos EUA com impasse comercial como pano de fundo

12 de agosto de 2025 - 8:13

Projeções indicam que IPCA de julho deve acelerar em relação a junho e perder força no acumulado em 12 meses

INSIGHTS ASSIMÉTRICOS

As projeções para a inflação caem há 11 semanas; o que ainda segura o Banco Central de cortar juros?

12 de agosto de 2025 - 6:18

Dados de inflação no Brasil e nos EUA podem redefinir apostas em cortes de juros, caso o impacto tarifário seja limitado e os preços continuem cedendo

EXILE ON WALL STREET

Felipe Miranda: Parada súbita ou razões para uma Selic bem mais baixa à frente

11 de agosto de 2025 - 19:58

Uma Selic abaixo de 12% ainda seria bastante alta, mas já muito diferente dos níveis atuais. Estamos amortecidos, anestesiados pelas doses homeopáticas de sofrimento e pelo barulho da polarização política, intensificada com o tarifaço

O MELHOR DO SEU DINHEIRO

Ninguém segura: Ibovespa tenta manter bom momento em semana de balanços e dados de inflação, mas tarifaço segue no radar

11 de agosto de 2025 - 8:08

Enquanto Brasil trabalha em plano de contingência para o tarifaço, trégua entre EUA e China se aproxima do fim

VISÃO 360

O que Donald Trump e o tarifaço nos ensinam sobre negociação com pessoas difíceis?

10 de agosto de 2025 - 8:00

Somos todos negociadores. Você negocia com seu filho, com seu chefe, com o vendedor ambulante. A diferença é que alguns negociam sem preparo, enquanto outros usam estratégias. 

O MELHOR DO SEU DINHEIRO

Efeito Trumpoleta: Ibovespa repercute balanços em dia de agenda fraca; resultado da Petrobras (PETR4) é destaque

8 de agosto de 2025 - 8:22

Investidores reagem a balanços enquanto monitoram possível reunião entre Donald Trump e Vladimir Putin

SEXTOU COM O RUY

Ainda dá tempo de investir na Eletrobras (ELET3)? A resposta é sim — mas não demore muito

8 de agosto de 2025 - 7:01

Pelo histórico mais curto (como empresa privada) e um dividendo até pouco tempo escasso, a Eletrobras ainda negocia com um múltiplo de cinco vezes, mas o potencial de crescimento é significativo

O MELHOR DO SEU DINHEIRO

De olho no fluxo: Ibovespa reage a balanços em dia de alívio momentâneo com a guerra comercial e expectativa com Petrobras

7 de agosto de 2025 - 8:21

Ibovespa vem de três altas seguidas; decisão brasileira de não retaliar os EUA desfaz parte da tensão no mercado

EXILE ON WALL STREET

Rodolfo Amstalden: Como lucrar com o pegapacapá entre Hume e Descartes?

6 de agosto de 2025 - 19:59

A ocasião faz o ladrão, e também faz o filósofo. Há momentos convidativos para adotarmos uma ou outra visão de mundo e de mercado.

O MELHOR DO SEU DINHEIRO

Complicar para depois descomplicar: Ibovespa repercute balanços e início do tarifaço enquanto monitora Brasília

6 de agosto de 2025 - 8:22

Ibovespa vem de duas leves altas consecutivas; balança comercial de julho é destaque entre indicadores

O MELHOR DO SEU DINHEIRO

Anjos e demônios na bolsa: Ibovespa reage a balanços, ata do Copom e possível impacto de prisão de Bolsonaro sobre tarifaço de Trump

5 de agosto de 2025 - 8:31

Investidores estão em compasso de espera quanto à reação da Trump à prisão domiciliar de Bolsonaro

INSIGHTS ASSIMÉTRICOS

O Brasil entre o impulso de confrontar e a necessidade de negociar com Trump

5 de agosto de 2025 - 6:27

Guerra comercial com os EUA se mistura com cenário pré-eleitoral no Brasil e não deixa espaço para o tédio até a disputa pelo Planalto no ano que vem

EXILE ON WALL STREET

Felipe Miranda: Em busca do heroísmo genuíno

4 de agosto de 2025 - 20:00

O “Império da Lei” e do respeito à regra, tão caro aos EUA e tão atrelado a eles desde Tocqueville e sua “Democracia na América”, vai dando lugar à necessidade de laços pessoais e lealdade individual, no que, inclusive, aproxima-os de uma caracterização tipicamente brasileira

O MELHOR DO SEU DINHEIRO

No pain, no gain: Ibovespa e outras bolsas buscam recompensa depois do sacrifício do último pregão

4 de agosto de 2025 - 8:28

Ibovespa tenta acompanhar bolsas internacionais às vésperas da entra em vigor do tarifaço de Trump contra o Brasil

TRILHAS DE CARREIRA

Gen Z stare e o silêncio que diz (muito) mais do que parece

3 de agosto de 2025 - 8:30

Fomos treinados a reconhecer atenção por gestos claros: acenos, olho no olho, perguntas bem colocadas. Essa era a gramática da interação no trabalho. Mas e se os GenZs estiverem escrevendo com outra sintaxe?

O MELHOR DO SEU DINHEIRO

Sem trégua: Tarifaço de Trump desata maré vermelha nos mercados internacionais; Ibovespa também repercute Vale

1 de agosto de 2025 - 8:34

Donald Trump assinou na noite de ontem decreto com novas tarifas para mais de 90 países que fazem comércio com os EUA; sobretaxa de 50% ao Brasil ficou para a semana que vem

SEXTOU COM O RUY

A ação que caiu com as tarifas de Trump mas, diferente de Embraer (EMBR3), ainda não voltou — e segue barata

1 de agosto de 2025 - 6:08

Essas ações ainda estão bem abaixo dos níveis de 8 de julho, véspera do anúncio da taxação ao Brasil — o que para mim é uma oportunidade, já que negociam por apenas 4 vezes o Ebitda

O MELHOR DO SEU DINHEIRO

O amarelo, o laranja e o café: Ibovespa reage a tarifaço aguado e à temporada de balanços enquanto aguarda Vale

31 de julho de 2025 - 8:13

Rescaldo da guerra comercial e da Super Quarta competem com repercussão de balanços no Brasil e nos EUA

Menu

Usamos cookies para guardar estatísticas de visitas, personalizar anúncios e melhorar sua experiência de navegação. Ao continuar, você concorda com nossas políticas de cookies

Fechar