Como “falar mal” da empresa onde você trabalha em uma entrevista de emprego
Não precisamos mentir, mas direcionar o foco da entrevista de emprego para o que realmente queremos como próximo passo na nossa carreira; saiba como

Muita gente me procura para saber qual a melhor forma de tratar alguns temas tabus durante uma entrevista de emprego. Selecionei algumas para abordar aqui na coluna de hoje.
Mas antes de partir para essa lista que selecionei, é importante ressaltar que um recrutador experiente já sabe que todas as empresas têm luzes e sombras.
E, por isso, também sabe que o candidato diante dele deve ter juízos de valor bons e ruins sobre a empresa atual.
O grande pulo do gato é como o candidato traz na entrevista esses aspectos de maneira respeitosa e consistente em relação ao contexto em que ele está.
Não precisamos mentir, mas direcionar o foco da conversa para o que realmente queremos como próximo passo na nossa carreira.
Introdução feita, vamos a quatro temas comumente questionados pelas pessoas nas minhas vivências de mundo corporativo.
Leia Também
Para qual montanha fugir, Super Quarta e o que mexe com os mercados nesta terça-feira (16)
Felipe Miranda: A neoindustrialização brasileira (e algumas outras tendências)
1. “Veras, eu quero trocar de emprego porque acho que ganho muito mal.”
Remuneração é obviamente importante, mas focar demais nesse tópico durante a entrevista pode dar a impressão de que o único direcionador que importa na sua carreira é o dinheiro.
No fundo, os recrutadores querem ir além e entender os demais motivadores que te fazem querer aquela vaga e empresa.
Minha recomendação nesse caso é que você aborde os motivos que evidenciem as suas principais entregas, destaque os projetos que você superou expectativas e fale sobre os demais elementos que tornam o seu perfil único.
Essa abordagem traz informações para o recrutador, para que ele consiga avaliar o seu nível de senioridade.
Ou seja, coloque os elementos que fundamentam a sua pretensão salarial dentro da história que você vai contar.
“Mas, Veras, eu não posso falar objetivamente quanto quero ganhar?” Claro, e deve. Mas navegue na entrevista sem pressa, respondendo às perguntas de forma ampliada, sempre abordando o que é importante que o recrutador saiba sobre você.
A pergunta sobre pretensão costuma vir ao final da entrevista, e aí será mais fácil trazer seu desejo, porque os fundamentos já terão sido contados previamente.
2. “Como eu trato que quero sair de um lugar tóxico, com uma liderança péssima?”
Bem, essa avaliação já revela alguns filtros que são importantes para você sobre ambiente de trabalho e estilo de liderança.
Evite trazer o seu julgamento já no início da sua fala, sem antes contextualizar. O que é tóxico para você pode não ser na régua do recrutador, concorda? Portanto, foque sobre o ambiente e liderança ideias.
Por exemplo, se você tem um líder que faz microgestão e é muito controlador, você não precisa abordar sob a ótica de como o percebe, mas mudar o foco para o estilo de gestão que seria ideal para você. Nesse caso, poderia ser algo como “eu valorizo demais lideranças que dão autonomia e acompanham o trabalho de forma estratégica.”
Além de falar da gestão, tente trazer na conversa o contexto maior em que você está inserido. Fale sobre a cultura, a estratégia e a forma como as coisas são gerenciadas na empresa como um todo.
Isso mostra sua capacidade de analisar sistemicamente a organização, colocando a liderança dentro de uma visão sua mais ampliada.
3. “Como eu abordo o fato de que já não acredito mais na empresa atual e na estratégia que eles traçaram?”
Primeiramente, evite trazer informações e dados confidenciais sobre a empresa que você está atualmente.
Além de não ser uma postura ética com a organização onde você está, o recrutador ou gestor contratante da vaga poderiam pensar que você poderá reproduzir a mesma postura no futuro em novas entrevistas de trabalho.
E estou destacando esse ponto, porque vejo muitos candidatos na ânsia de explicar em detalhes o contexto em que estão e, nesse movimento, se perdem em dar mais informação que o necessário.
Um jeito de trazer esse ponto de insatisfação com o rumo ou estratégia da empresa atual é falar sobre a indústria e o segmento no qual você gostaria de trabalhar. Mais uma vez, é inverter a lógica de falar sobre algo ruim e mirar no mundo do trabalho ideal para você.
Por exemplo: imagine que você atua em uma empresa que não é líder de mercado em seu segmento e você está em um processo seletivo para uma corporação que é.
Diga que você enxerga o potencial disso e que gostaria de estar em um ambiente que domina boa parte do mercado, e que você acredita que esse fator provavelmente irá se refletir em um espaço de muito desenvolvimento para você.
Além disso, investigue e aprofunde com o recrutador sobre a estratégia e planos de futuro para a empresa a qual está aplicando. É fundamental que você esteja alinhado com o que está por vir e se isso se conecta aos seus desejos de carreira.
4. “Quero desafios novos e não aguento mais o que eu faço. Como falar a respeito na entrevista?”
Esteja preparado para ser chamado para posições que você já tem experiência. Afinal, recrutadores naturalmente vão em busca por profissionais com competências já comprovadas em uma determinada área.
Isso vale como regra geral, mas obviamente há outras variáveis que envolvem o candidato ideal para uma posição.
Mas por que comecei falando sobre estar preparado para o recrutamento de posições similares às que você ocupa? Para que você não feche portas às oportunidades que podem estar associadas à posição em questão.
Ou seja, quando um recrutador entra em contato para falar sobre uma vaga muito similar a sua, explore mais sobre o contexto, plano estratégico e expectativa de crescimento.
Às vezes, esse entorno pode ser mais promissor do que o atual, e aí se desenha uma porta de entrada interessante.
O cansaço e desânimo extremo com o emprego atual podem te levar a um deslize durante a entrevista. Fique atento sobre a sua própria fala.
De novo — não me chamem de prolixo, é por uma boa causa —, foque sobre o escopo ideal e sobre quais responsabilidades você gostaria de assumir.
Perceba que, mais uma vez, você deveria dar ênfase na entrevista sobre o que você quer como desafio de carreira – é uma conversa de se abrir às possibilidades e não de trazer queixas sobre o trabalho atual.
Embora eu tenha feito uma seleção enxuta com apenas quatro tabus que rodeiam as dúvidas sobre os processos seletivos, sabemos que esta é uma lista bem mais extensa.
E, por isso, queria fazer um convite para que você escreva para nós com mais sugestões e perguntas que poderíamos abordar aqui no Seu Dinheiro.
Até a próxima!
Rodolfo Amstalden: Cuidado com a falácia do take it for granted
A economia argentina, desde a vitória de Javier Milei, apresenta lições importantes para o contexto brasileiro na véspera das eleições presidenciais de 2026
Roupas especiais para anos incríveis, e o que esperar dos mercados nesta quarta-feira (10)
Julgamento de Bolsonaro no STF, inflação de agosto e expectativa de corte de juros nos EUA estão na mira dos investidores
Os investimentos para viver de renda, e o que move os mercados nesta terça-feira (9)
Por aqui, investidores avaliam retomada do julgamento de Bolsonaro; no exterior, ficam de olho na revisão anual dos dados do payroll nos EUA
A derrota de Milei: um tropeço local que não apaga o projeto nacional
Fora da região metropolitana de Buenos Aires, o governo de Milei pode encontrar terreno mais favorável e conquistar resultados que atenuem a derrota provincial. Ainda assim, a trajetória dos ativos argentinos permanece vinculada ao desfecho das eleições de outubro.
Felipe Miranda: Tarcisiômetro
O mercado vai monitorar cada passo dos presidenciáveis, com o termômetro no bolso, diante da possível consolidação da candidatura de Tarcísio de Freitas como o nome da centro-direita e da direita.
A tentativa de retorno do IRB, e o que move os mercados nesta segunda-feira (8)
Após quinta semana seguida de alta, Ibovespa tenta manter bom momento em meio a agenda esvaziada
Entre o diploma e a dignidade: por que jovens atingidos pelo desemprego pagam para fingir que trabalham
Em meio a uma alta taxa de desemprego em sua faixa etária, jovens adultos chineses pagam para ir a escritórios de “mentirinha” e fingir que estão trabalhando
Recorde atrás de recorde na bolsa brasileira, e o que move os mercados nesta sexta-feira (5)
Investidores aguardam dados de emprego nos EUA e continuam de olho no tarifaço de Trump
Ibovespa renova máxima histórica, segue muito barato e a próxima parada pode ser nos 200 mil pontos. Por que você não deve ficar fora dessa?
Juros e dólar baixos e a renovação de poder na eleição de 2026 podem levar a uma das maiores reprecificações da bolsa brasileira. Os riscos existem, mas pode fazer sentido migrar parte da carteira para ações de empresas brasileiras agora.
BRCR11 conquista novos locatários para edifício em São Paulo e reduz vacância; confira os detalhes da operação
As novas locações colocam o empreendimento como um dos destaques do portfólio do fundo imobiliário
O que fazer quando o rio não está para peixe, e o que esperar dos mercados hoje
Investidores estarão de olho no julgamento da legalidade das tarifas aplicadas por Donald Trump e em dados de emprego nos EUA
Rodolfo Amstalden: Se setembro der errado, pode até dar certo
Agosto acabou rendendo uma grata surpresa aos tomadores de risco. Para este mês, porém, as apostas são de retomada de algum nível de estresse
A ação do mês na gangorra do mundo dos negócios, e o que mexe com os mercados hoje
Investidores acompanham o segundo dia do julgamento de Bolsonaro no STF, além de desdobramentos da taxação dos EUA
Hoje é dia de rock, bebê! Em dia cheio de grandes acontecimentos, saiba o que esperar dos mercados
Terça-feira terá dados do PIB e início do julgamento do ex-presidente Jair Bolsonaro, além de olhos voltados para o tarifaço de Trump
Entre o rali eleitoral e o malabarismo fiscal: o que já está nos preços?
Diante de uma âncora fiscal frágil e de gastos em expansão contínua, a percepção de risco segue elevada. Ainda assim, fatores externos combinados ao rali eleitoral e às apostas de mudança de rumo em 2026, oferecem algum suporte de curto prazo aos ativos brasileiros.
Tony Volpon: Powell Pivot 3.0
Federal Reserve encara pressão do presidente dos EUA, Donald Trump, por cortes nos juros, enquanto lida com dominância fiscal sobre a política monetária norte-americana
Seu cachorrinho tem plano de saúde? A nova empreitada da Petz (PETZ3), os melhores investimentos do mês e a semana dos mercados
Entrevistamos a diretora financeira da rede de pet shops para entender a estratégia por trás da entrada no segmento de plano de saúde animal; após recorde do Ibovespa na sexta-feira (29), mercados aguardam julgamento do ex-presidente Jair Bolsonaro, que começa na terça (2)
O importante é aprender a levantar: uma seleção de fundos imobiliários (FIIs) para capturar a retomada do mercado
Com a perspectiva de queda de juros à frente, a Empiricus indica cinco FIIs para investir; confira
Uma ação que pode valorizar com a megaoperação de ontem, e o que deve mover os mercados hoje
Fortes emoções voltam a circular no mercado após o presidente Lula autorizar o uso da Lei da Reciprocidade contra os EUA
Operação Carbono Oculto fortalece distribuidoras — e abre espaço para uma aposta menos óbvia entre as ações
Essa empresa negocia atualmente com um desconto de holding superior a 40%, bem acima da média e do que consideramos justo