Um novo posicionamento brasileiro: as perspectivas para a COP27
Saiba como a COP27 conversa com o momento atual do mercado internacional e brasileiro — e como você pode posicionar os seus investimentos

O mundo acompanha as tratativas sobre o clima da ONU no Egito. Conhecida como Conferência do Clima, a COP27 começou na semana passada e reúne as maiores autoridades do mundo inteiro, com um só objetivo: firmar compromissos concretos para combater os efeitos prejudiciais das mudanças climáticas.
Mais precisamente desde o Acordo de Paris, em 2015, os investidores têm acompanhado cada vez mais atentamente os desdobramentos desses encontros, que visam conter o aquecimento da terra em 1,5 grau Celsius acima dos níveis pré-industriais. Vale destacar que o progresso ainda não foi feito, apesar de muitas cúpulas e conferências.
Aliás, muito pelo contrário: aumentamos em muito a emissão de gases de efeito estufa. Abaixo, a evolução das emissões de gás carbônico e carbono equivalente ao redor do mundo. Neste ritmo, estamos muito distantes de alcançar as metas previamente estabelecidas pelos países e pelas empresas.

Tais gases, como dióxido de carbono, metano e óxido nitroso, atingiram novos recordes em 2021, enquanto o aumento das temperaturas, a perda de biodiversidade e eventos climáticos extremos, como enchentes e furacões, estão crescendo em intensidade.
Não ajuda que o mundo esteja lidando com uma crise de energia ao mesmo tempo em que o uso da fabricação de combustíveis fósseis está sendo terceirizado para nações em desenvolvimento, onde a desregulamentação das proteções ambientais tem sido usada para avançar suas economias.
Isso pode ser visto até mesmo entre os países que estão impulsionando a revolução verde (o que chamamos de inflação verde — a construção de usinas hidrelétricas, por exemplo, é emissora de gases).
Leia Também
Como a Super Quarta mexe com os seus investimentos, e o que mais move os mercados nesta quarta-feira (17)
Para qual montanha fugir, Super Quarta e o que mexe com os mercados nesta terça-feira (16)
A ideia seria a de começar a passar de negociações e promessas para uma era de implementação. Agora é a hora de pôr o dinheiro na mesa — em uma cúpula climática da ONU há 13 anos, em Copenhague, os países ricos prometeram entregar às nações em desenvolvimento US$ 100 bilhões por ano até 2020, para ajudá-las a se adaptar às mudanças climáticas, embora isso ainda não tenha se materializado (a COP26 do ano passado empurrou a meta para 2023).
COP27 e Brasil: clima diferente
As negociações, em última análise, se resumem a questões de justiça e confiança, bem como mecanismos de responsabilização e fiscalização que garantirão que o dinheiro seja gasto adequadamente.
Este ano também estão as negociações centradas em reparações climáticas, ou pagamentos de "perdas e danos", a países que não podem se defender contra os riscos climáticos.
Depois de alguns anos afastado, o Brasil volta a dialogar com essa realidade. O presidente eleito viaja para o Egito para apresentar um novo posicionamento brasileiro para o mundo, querendo recuperar a viabilidade local para a recepção de investimentos estrangeiros — deve anunciar o nome que vai ocupar a pasta do Meio Ambiente e a candidatura do Brasil para sediar a COP30 em 2025.
O governo eleito quer resgatar o ciclo positivo vivido entre 2003 e 2007, que trouxe fama e glória para alguns gestores de ações. Se o mercado sobe, a cota avança.
Como se posicionar?
Seguimos pedalando a bicicleta até que uma hora a música para de tocar, em especial para as empresas de pequena capitalização de mercado (small caps) — andam muito bem quando as coisas vão bem (elasticidade às taxas de juro e ao fluxo de recursos).
Estamos baratos e já terminamos o processo de aperto monetário. Falta o fluxo. Para atrair o capital, sobretudo estrangeiro, muitas vezes basta mudar a percepção sobre a realidade — a percepção do governo Bolsonaro lá fora é muito pior do que a real qualidade do governo Bolsonaro.
Em termos pragmáticos, a visão estereotipada afastou o capital internacional, que adora quem abraça árvores.
Ainda que possa ser uma visão errada, há pouco espaço para atuarmos.
Por isso a COP27 pode ser uma chance interessante para o Brasil atrair mais a atenção internacional. Depois de estarmos alijados do fluxo de capital internacional, voltamos a fazer parte das conversas em comitês de investimento global e voltados a mercados emergentes.
Veja, não será tão fácil reproduzir o ciclo verificado entre 2003 e 2007, como muito bem colocou Henrique Meirelles, em coluna ao Estadão. O contexto fiscal é desafiador, o ambiente político é polarizado e o apoio popular não se verifica como no passado. Ainda assim, trabalhamos com cenários e probabilidades associadas.
Há chance de dar certo, principalmente se houver recursos internacionais.
Entendo que um combo de caixa (Tesouro Selic), juro real (curto e longo, para nos aproveitarmos do estresse da transição e Bolsa brasileira) possa fazer sentido. Tudo isso, claro, feito sob o devido dimensionamento das posições, conforme seu perfil de risco, e a devida diversificação de carteira, com as respectivas proteções associadas.
Carne nova no pedaço: o sonho grande de um pequeno player no setor de proteína animal, e o que move os mercados nesta quinta (11)
Investidores acompanham mais um dia de julgamento de Bolsonaro por aqui; no exterior, Índice de Preços ao Consumidor nos EUA e definição dos juros na Europa
Rodolfo Amstalden: Cuidado com a falácia do take it for granted
A economia argentina, desde a vitória de Javier Milei, apresenta lições importantes para o contexto brasileiro na véspera das eleições presidenciais de 2026
Roupas especiais para anos incríveis, e o que esperar dos mercados nesta quarta-feira (10)
Julgamento de Bolsonaro no STF, inflação de agosto e expectativa de corte de juros nos EUA estão na mira dos investidores
Os investimentos para viver de renda, e o que move os mercados nesta terça-feira (9)
Por aqui, investidores avaliam retomada do julgamento de Bolsonaro; no exterior, ficam de olho na revisão anual dos dados do payroll nos EUA
A derrota de Milei: um tropeço local que não apaga o projeto nacional
Fora da região metropolitana de Buenos Aires, o governo de Milei pode encontrar terreno mais favorável e conquistar resultados que atenuem a derrota provincial. Ainda assim, a trajetória dos ativos argentinos permanece vinculada ao desfecho das eleições de outubro.
Felipe Miranda: Tarcisiômetro
O mercado vai monitorar cada passo dos presidenciáveis, com o termômetro no bolso, diante da possível consolidação da candidatura de Tarcísio de Freitas como o nome da centro-direita e da direita.
A tentativa de retorno do IRB, e o que move os mercados nesta segunda-feira (8)
Após quinta semana seguida de alta, Ibovespa tenta manter bom momento em meio a agenda esvaziada
Entre o diploma e a dignidade: por que jovens atingidos pelo desemprego pagam para fingir que trabalham
Em meio a uma alta taxa de desemprego em sua faixa etária, jovens adultos chineses pagam para ir a escritórios de “mentirinha” e fingir que estão trabalhando
Recorde atrás de recorde na bolsa brasileira, e o que move os mercados nesta sexta-feira (5)
Investidores aguardam dados de emprego nos EUA e continuam de olho no tarifaço de Trump
Ibovespa renova máxima histórica, segue muito barato e a próxima parada pode ser nos 200 mil pontos. Por que você não deve ficar fora dessa?
Juros e dólar baixos e a renovação de poder na eleição de 2026 podem levar a uma das maiores reprecificações da bolsa brasileira. Os riscos existem, mas pode fazer sentido migrar parte da carteira para ações de empresas brasileiras agora.
BRCR11 conquista novos locatários para edifício em São Paulo e reduz vacância; confira os detalhes da operação
As novas locações colocam o empreendimento como um dos destaques do portfólio do fundo imobiliário
O que fazer quando o rio não está para peixe, e o que esperar dos mercados hoje
Investidores estarão de olho no julgamento da legalidade das tarifas aplicadas por Donald Trump e em dados de emprego nos EUA
Rodolfo Amstalden: Se setembro der errado, pode até dar certo
Agosto acabou rendendo uma grata surpresa aos tomadores de risco. Para este mês, porém, as apostas são de retomada de algum nível de estresse
A ação do mês na gangorra do mundo dos negócios, e o que mexe com os mercados hoje
Investidores acompanham o segundo dia do julgamento de Bolsonaro no STF, além de desdobramentos da taxação dos EUA
Hoje é dia de rock, bebê! Em dia cheio de grandes acontecimentos, saiba o que esperar dos mercados
Terça-feira terá dados do PIB e início do julgamento do ex-presidente Jair Bolsonaro, além de olhos voltados para o tarifaço de Trump
Entre o rali eleitoral e o malabarismo fiscal: o que já está nos preços?
Diante de uma âncora fiscal frágil e de gastos em expansão contínua, a percepção de risco segue elevada. Ainda assim, fatores externos combinados ao rali eleitoral e às apostas de mudança de rumo em 2026, oferecem algum suporte de curto prazo aos ativos brasileiros.
Tony Volpon: Powell Pivot 3.0
Federal Reserve encara pressão do presidente dos EUA, Donald Trump, por cortes nos juros, enquanto lida com dominância fiscal sobre a política monetária norte-americana
Seu cachorrinho tem plano de saúde? A nova empreitada da Petz (PETZ3), os melhores investimentos do mês e a semana dos mercados
Entrevistamos a diretora financeira da rede de pet shops para entender a estratégia por trás da entrada no segmento de plano de saúde animal; após recorde do Ibovespa na sexta-feira (29), mercados aguardam julgamento do ex-presidente Jair Bolsonaro, que começa na terça (2)
O importante é aprender a levantar: uma seleção de fundos imobiliários (FIIs) para capturar a retomada do mercado
Com a perspectiva de queda de juros à frente, a Empiricus indica cinco FIIs para investir; confira
Uma ação que pode valorizar com a megaoperação de ontem, e o que deve mover os mercados hoje
Fortes emoções voltam a circular no mercado após o presidente Lula autorizar o uso da Lei da Reciprocidade contra os EUA