🔴 ONDE INVESTIR EM NOVEMBRO: AÇÕES, DIVIDENDOS, FIIS E CRIPTOMOEDAS – CONFIRA

Victor Aguiar

Victor Aguiar

Jornalista formado pela Faculdade Cásper Líbero e com MBA em Informações Econômico-Financeiras e Mercado de Capitais pelo Instituto Educacional BM&FBovespa. Trabalhou nas principais redações de economia do país, como Bloomberg, Agência Estado/Broadcast e Valor Econômico. Em 2020, foi eleito pela Jornalistas & Cia como um dos 10 profissionais de imprensa mais admirados no segmento de economia, negócios e finanças.

No fio da navalha

Gol (GOLL4) desaba 17% com petróleo nas alturas, mas fraqueza operacional também preocupa

A Gol (GOLL4) transportou menos passageiros e viu sua taxa de ocupação cair em fevereiro — notícias ruins numa época de pressão nos custos

Victor Aguiar
Victor Aguiar
7 de março de 2022
11:58 - atualizado às 19:13
Imagem de avião da Gol (GOLL4) voando num céu azul, com algumas nuvens brancas | Ibovespa
Gol (GOLL4) - Imagem: Divulgação

Se há um segmento da economia que vive se equilibrando no fio da navalha, ele é o setor aéreo: as empresas precisam lidar com uma série de fatores externos, como a flutuação do dólar e dos preços do petróleo, para manter as contas equilibradas; em paralelo, a pandemia ainda impacta a demanda por voos, influenciando a geração de receita — e os dados operacionais da Gol (GOLL4) em fevereiro mostram que o fluxo de passageiros ainda não se estabilizou.

CONTINUA DEPOIS DA PUBLICIDADE
CONTINUA DEPOIS DA PUBLICIDADE

Veja, por exemplo, o desempenho dos papéis GOLL4 nesta segunda-feira (7): encerraram o dia queda de 17,36%, a R$ 12,28, numa sessão marcada pela disparada do petróleo no exterior — o barril do Brent disparou quase 5%, negociado acima dos US$ 120, em meio à guerra entre Rússia e Ucrânia. Um contexto que fica ainda pior quando combinado à prévia operacional da companhia.

Analisar as informações de oferta, demanda e taxa de ocupação das aeronaves é uma tarefa difícil, considerando que as bases de comparação estão bastante distorcidas. Os números de fevereiro de 2022 são muito superiores aos do mesmo mês de 2021, mas é importante lembrar que, há um ano, ainda não havia vacinas contra a Covid-19; consequentemente, o nível de isolamento social era muito maior.

Sendo assim, é mais útil estudarmos a evolução mês a mês — e é possível notar uma desaceleração nas métricas operacionais da Gol em fevereiro ante janeiro. Foram transportados menos passageiros, a oferta e a demanda por assentos caiu e o número de decolagens diminuiu.

Veja, por exemplo, o comportamento do volume de passageiros pagantes: em fevereiro, foram 1,878 milhão de usuários transportados em aeronaves da Gol, somando voos domésticos e internacionais, número 32% menor que o verificado em janeiro. A taxa de ocupação dos aviões recuou de 82,6% para 80,8%. Veja a tabela abaixo:

CONTINUA DEPOIS DA PUBLICIDADE
CONTINUA DEPOIS DA PUBLICIDADE
MêsPassageiros transportados (milhares)Média diária (milhares)Taxa de ocupação
set/211.65455,1379,1%
out/211.87560,4884,3%
nov/211.99766,5782,1%
dez/212.52781,5281,9%
jan/222.77589,5282,6%
fev/221.87867,0780,3%
Os números consideram o sistema total da Gol, somando as malhas doméstica e internacional. Fonte: Gol (GOLL4)

É verdade que a comparação mensal também tem distorções a serem consideradas. Há, em primeiro lugar, a sazonalidade típica dos meses de dezembro e janeiro, com muitas pessoas viajando a passeio; além disso, vale lembrar que o carnaval deste ano caiu em março, o que afetou negativamente a demanda por voos em fevereiro.

Leia Também

Também há a questão do total de dias de cada mês: fevereiro tem três dias a menos que janeiro e, portanto, está em desvantagem numa comparação direta do total de passageiros transportados. Nesse sentido, a coluna "média diária" tenta corrigir esse efeito.

Feitas essas considerações, o que de fato chama a atenção é a taxa de ocupação de fevereiro, próxima aos 80% — o menor patamar desde setembro de 2021, época em que a vacinação começava a ganhar um alcance mais amplo entre a população adulta.

Esse dado é crucial para uma companhia aérea. Pense, por exemplo, num voo entre São Paulo e Rio de Janeiro: ele tem um custo mais ou menos fixo, que considera o combustível de aviação, o salário dos tripulantes, a manutenção da aeronave e outros itens. O que não é fixo é a receita gerada: tudo depende do quão cheia a aeronave decola.

CONTINUA DEPOIS DA PUBLICIDADE
CONTINUA DEPOIS DA PUBLICIDADE

Assim, para as empresas, é sempre interessante que os voos estejam com a capacidade próxima a 100%, de modo a maximizar a receita e diluir os custos — há, é claro, a questão dos preços dinâmicos de passagens, mas vamos deixar isso de lado para simplificar a analise. O ponto é: quanto maior a taxa de ocupação, mais eficiente é a companhia.

E o recuo nos índices de fevereiro mostra uma tendência preocupante, abrindo alguns caminhos de análise: ou o fluxo de passageiros caiu mais que o esperado — é importante lembrar que a variante ômicron causou um novo pico de internações e mortes por Covid-19 no começo de 2022 —, ou a Gol superdimensionou a oferta de voos no mês. Ou, mais provável, há uma combinação de ambos os fatores.

Setor aéreo: a influência dos fatores exógenos

A administração cuidadosa da malha aérea é fundamental para que empresas como Gol (GOLL4) e Azul (AZUL4) consigam maximizar sua rentabilidade e reduzir as eventuais influências negativas vindas de fatores externos às companhias — e elas costumam ser muitas.

Em primeiro lugar, há a questão do câmbio: empresas aéreas têm uma fatia relevante de sua dívida em moeda estrangeira, e qualquer valorização mais intensa do dólar tem um efeito explosivo nas métricas de endividamento. Além disso, os custos também são dependentes da moeda americana, uma vez que a manutenção das aeronaves e o combustível de aviação são dolarizados.

CONTINUA DEPOIS DA PUBLICIDADE
CONTINUA DEPOIS DA PUBLICIDADE

Nesse front, há um alívio mínimo às aéreas nos últimos meses, já que o dólar à vista saiu do patamar de R$ 5,60 e caiu para perto de R$ 5,00 neste começo de 2022. Ainda assim, não dá para dizer que a situação está tranquila — a moeda americana estava cotada em R$ 4,01 ao fim de 2019.

E, mesmo com essa queda do dólar ante o real vista em 2022, o salto do petróleo acaba neutralizando o alívio do câmbio na composição do combustível de aviação: o barril do Brent estava perto dos US$ 80 no começo desse ano e, com a guerra entre Rússia e Ucrânia, disparou ao maior patamar em uma década.

Por fim, há o próprio comportamento dos passageiros em si: as idas e vindas da Covid-19 e suas variantes acabam mexendo com a demanda por voos, e o conflito armado no leste europeu pode mexer com o setor aéreo global, dado o fechamento do espaço aéreo na Europa para empresas russas — e o impedimento de outras companhias sobrevoarem a Rússia.

Gol (GOLL4): ações e tendências

As incertezas ainda grandes a respeito do setor aéreo — ao mesmo tempo em que a Covid-19 começa a sair do radar, a guerra na Europa e o salto no barril do petróleo trazem novos riscos — fazem com que os analistas assumam uma postura cautelosa em relação às ações da Gol (GOLL4).

CONTINUA DEPOIS DA PUBLICIDADE
CONTINUA DEPOIS DA PUBLICIDADE

Segundo dados compilados pelo TradeMap, os papéis da companhia têm 12 recomendações de analistas, sendo quatro de compra, quatro neutras e quatro de venda. O preço-alvo médio para GOLL4 é de R$ 22,00, o que implica num potencial de alta de 58% em relação às cotações do momento. A projeção mais pessimista, no entanto, coloca as ações da Gol em R$ 11,20, trazendo uma queda implícita de 21%.

Nesta segunda-feira (7), tanto Gol PN (GOLL4) quanto Azul PN (AZUL4) lideram as perdas do Ibovespa, recuando mais de 10%, influenciadas negativamente pela disparada do petróleo no exterior em meio à guerra entre Rússia e Ucrânia — como dito acima, petróleo em alta implica num aumento nos custos com combustível de aviação.

Desempenho acumulado das ações PN da Gol (GOLL4) e da Azul (AZUL4) em um ano. Repare como os papéis têm uma correlação bastante elevada, andando praticamente juntos

CONTINUA DEPOIS DA PUBLICIDADE
CONTINUA DEPOIS DA PUBLICIDADE

COMPARTILHAR

Whatsapp Linkedin Telegram
FUNDOS IMOBILIÁRIOS

Os FIIs mais lucrativos do ano: shoppings e agro lideram altas que chegam a 144%

15 de novembro de 2025 - 16:23

Levantamento mostra que fundos de shoppings e do agronegócio dominaram as maiores valorizações, superando com sobra o desempenho do IFIX

ESTRATÉGIA DOS GESTORES

Gestora aposta em ações ‘esquecidas’ do Ibovespa — e faz o mesmo com empresas da Argentina

15 de novembro de 2025 - 15:30

Logos Capital acumula retorno de quase 100% no ano e está confiante com sua carteira de ações

FECHAMENTO DOS MERCADOS

Ibovespa retoma ganhos com Petrobras (PETR4) e sobe 2% na semana; dólar cai a R$ 5,2973

14 de novembro de 2025 - 18:44

Na semana, MBRF (MBRF3) liderou os ganhos do Ibovespa com alta de mais de 32%, enquanto Hapvida (HAPV3) foi a ação com pior desempenho da carteira teórica do índice, com tombo de 40%

O DIA DEPOIS DO BALANÇO

Depois do balanço devastador da Hapvida (HAPV3) no 3T25, Bradesco BBI entra ‘na onda de revisões’ e corta preço-alvo em quase 50%

14 de novembro de 2025 - 17:37

Após reduzir o preço-alvo das ações da Hapvida (HAPV3) em quase 50%, o Bradesco BBI mantém recomendação de compra, mas com viés cauteloso, diante de resultados abaixo das expectativas e pressões operacionais para o quarto trimestre

QUEM É VIVO SEMPRE APARECE. OU MELHOR: QUEM É OI

Depois de escapar da falência, Oi (OIBR3) volta a ser negociada na bolsa e chega a subir mais de 20%

14 de novembro de 2025 - 16:52

Depois de a Justiça reverter a decisão que faliu a Oi atendendo um pedido do Itaú, as ações voltaram a ser negociadas na bolsa depois de 3 pregões de fora da B3

O QUE BOMBOU NA BOLSA

Cogna (COGN3), C&A (CEAB3), Cury (CURY3): Veja as 20 empresas que mais se valorizaram no Ibovespa neste ano 

14 de novembro de 2025 - 15:02

Companhias de setores como educação, construção civil e bancos fazem parte da lista de ações que mais se valorizaram desde o começo do ano

AÇÕES QUE FICARAM PARA TRÁS

Com rentabilidade de 100% no ano, Logos reforça time de ações com ex-Itaú e Garde; veja as 3 principais apostas da gestora na bolsa

14 de novembro de 2025 - 12:02

Gestora independente fez movimentações no alto escalão e destaca teses de empresas que “ficaram para trás” na B3

GALPÕES LOGÍSTICOS

A Log (LOGG3) se empolgou demais? Possível corte de payout de dividendos acende alerta, mas analistas não são tão pessimistas

14 de novembro de 2025 - 6:07

Abrir mão de dividendos hoje para acelerar projetos amanhã faz sentido ou pode custar caro à desenvolvedora de galpões logísticos?

“REALMENTE ME ASSUSTA”

A bolha da IA pode estourar onde ninguém está olhando, alerta Daniel Goldberg: o verdadeiro perigo não está nas ações

13 de novembro de 2025 - 19:01

Em participação no Fórum de Investimentos da Bradesco Asset, o CIO da Lumina chamou atenção para segmento que está muito exposto aos riscos da IA… mas parece que ninguém está percebendo

A VOZ DOS GESTORES

A bolsa ainda está barata depois da disparada de 30%? Pesquisa revela o que pensam os “tubarões” do mercado

13 de novembro de 2025 - 14:01

Empiricus ouviu 29 gestoras de fundos de ações sobre as perspectivas para a bolsa e uma possível bolha em inteligência artificial

HORA DO “GRANDE CORTE”

De longe, a maior queda do Ibovespa: o que foi tão terrível no balanço da Hapvida (HAPV3) para ações desabarem mais de 40%?

13 de novembro de 2025 - 11:59

Os papéis HAPV3 acabaram fechando o dia com queda de 42,21%, cotados a R$ 18,89 — a menor cotação e o menor valor de mercado (R$ 9,5 bilhões) desde a entrada da companhia na B3, em 2018

REAÇÃO AO RESULTADO

A tormenta do Banco do Brasil (BBAS3): ações caem com balanço fraco, e analistas ainda não veem calmaria no horizonte

13 de novembro de 2025 - 9:35

O lucro do BB despencou no 3T25 e a rentabilidade caiu ao pior nível em décadas; analistas revelam quando o banco pode começar a sair da tempestade

SÓ NA RENDA FIXA

Seca dos IPOs na bolsa vai continuar mesmo com Regime Fácil da B3; veja riscos e vantagens do novo regulamento

13 de novembro de 2025 - 6:03

Com Regime Fácil, companhias de menor porte poderão acessar a bolsa, por meio de IPOs ou emissão dívida

EFEITO MCMV

Na onda do Minha Casa Minha Vida, Direcional (DIRR3) tem lucro 25% maior no 3T25; confira os destaques

12 de novembro de 2025 - 20:03

A rentabilidade (ROE) anualizada chegou a 35% no entre julho e setembro, mais um recorde para o indicador, de acordo com a incorporadora

APURAÇÃO SEU DINHEIRO

O possível ‘adeus’ do Patria à Smart Fit (SMFT3) anima o JP Morgan: “boa oportunidade de compra”

12 de novembro de 2025 - 13:45

Conforme publicado com exclusividade pelo Seu Dinheiro na manhã desta quarta-feira (12), o Patria está se preparando para se desfazer da posição na rede de academias, e o banco norte-americano não se surpreende, enxergando uma janela para comprar os papéis

SEGUNDA OFERTA DE AÇÕES

Forte queda no Ibovespa: Cosan (CSAN3) desaba na bolsa depois de companhia captar R$ 1,4 bi para reforçar caixa

12 de novembro de 2025 - 12:11

A capitalização visa fortalecer a estrutura de capital e melhorar liquidez, mas diluição acionária preocupa investidores

ESTÁ ARRISCADO DEMAIS?

Fundo Verde diminui exposição a ações no Brasil, apesar de recordes na bolsa de valores; é sinal de atenção?

12 de novembro de 2025 - 10:25

Fundo Verde reduz exposição a ações brasileiras, apesar de recordes na bolsa, e adota cautela diante de incertezas globais e volatilidade em ativos de risco

FIM DO TREINO?

Exclusivo: Pátria prepara saída da Smart Fit (SMFT3); leilão pode movimentar R$ 2 bilhões, dizem fontes

12 de novembro de 2025 - 8:35

Venda pode pressionar ações após alta de 53% no ano; Pátria foi investidor histórico e deve zerar participação na rede de academias.

MERCADOS

Ibovespa atinge marca histórica ao superar 158 mil pontos após ata do Copom e IPCA; dólar recua a R$ 5,26 na mínima

11 de novembro de 2025 - 12:57

Em Wall Street, as bolsas andaram de lado com o S&P 500 e o Nasdaq pressionados pela queda das big techs que, na sessão anterior, registraram fortes ganhos

NÃO TÃO VACA LEITEIRA

Ação da Isa Energia (ISAE4) está cara, e dividendos não saltam aos olhos, mas endividamento não preocupa, dizem analistas

11 de novembro de 2025 - 6:03

Mercado reconhece os fundamentos sólidos da empresa, mas resiste em pagar caro por uma ação que entrega mais prudência do que empolgação; veja as projeções

Menu

Usamos cookies para guardar estatísticas de visitas, personalizar anúncios e melhorar sua experiência de navegação. Ao continuar, você concorda com nossas políticas de cookies

Fechar