Weg (WEGE3) dispara, mas Ibovespa cai mais 1,6% com cenário eleitoral e big techs em apuros; dólar sobe e vai a R$ 5,38
O embate entre a campanha do candidato à reeleição Jair Bolsonaro e o Tribunal Superior Eleitoral (TSE) segue crescendo, aumentando também os temores de que exista uma contestação dos resultados, o que pesou no Ibovespa

A decisão de juros no Brasil ficou em segundo plano nesta quarta-feira (26), perdendo espaço para a cautela no cenário eleitoral e o banho de água fria com os balanços corporativos das big techs americanas.
A manutenção da taxa Selic em 13,75% ao ano pela segunda reunião consecutiva do Comitê de Política Monetária (Copom) não deve ser uma surpresa, ao contrário da forte desaceleração do crescimento das receitas e a deterioração das margens do Google e da Microsoft no terceiro trimestre.
Os números, divulgados na noite de ontem, abalaram o desempenho dos índices em Wall Street. Enquanto o mercado refazia as contas para os próximos anos e digeria a realidade de que nem mesmo as gigantes de tecnologia são imunes ao avanço da inflação, o Nasdaq recuou mais de 2% e o S&P 500 caiu 0,74%. O Dow Jones evitou a queda com um leve avanço de 0,01%, de carona com o setor de energia.
No Brasil, o drama dos índices americanos trouxe grande volatilidade ao Ibovespa — que também teve que lidar com o acirramento de ânimos no cenário político. O mercado de juros e o câmbio também refletiram maior cautela.
O embate entre a campanha do candidato à reeleição Jair Bolsonaro e o Tribunal Superior Eleitoral (TSE) segue crescendo, aumentando também os temores de que exista uma contestação dos resultados de domingo por parte do atual presidente.
Com a Petrobras (PETR4) mais uma vez ignorando a alta do petróleo e o setor financeiro respondendo mal ao balanço do Santander (SANB11), o principal índice da bolsa brasileira recuou 1,62%, aos 112.763 pontos. O dólar à vista avançou 1,22%, a R$ 5,3817.
Leia Também
Camada extra de incerteza
O cenário político às vésperas da eleição segue sendo outro ponto delicado para os mercados locais — e com novos elementos adicionados à equação.
O embate entre a campanha do candidato à reeleição Jair Bolsonaro e o Tribunal Superior Eleitoral (TSE) continua crescendo, aumentando também os temores de que exista uma contestação dos resultados de domingo por parte do atual presidente.
O time de Bolsonaro acusa rádios do Nordeste de não terem exibido todas as inserções da campanha do atual presidente — denúncia feita na última segunda-feira —, e a exoneração de um funcionário do TSE que cuidava da disponibilização das campanhas para rádios e TVs alimentou o discurso do lado bolsonarista.
Alexandre Gomes de Machado, agora ex-funcionário do Tribunal, disse ter feito denúncias sobre irregularidades, o que o TSE classificou como alegações “falsas e criminosas”. Em nota, o órgão informou que a exoneração foi motivada por assédio moral, inclusive por motivação política.
Big techs em apuros
O otimismo dos últimos dias desapareceu de Wall Street nesta quarta-feira (26) após os últimos resultados das grandes empresas de tecnologia decepcionarem o mercado.
A redução do ritmo de crescimento aliada à nítida deterioração das margens fez com que as ações da Microsoft e da Alphabet, dona do Google, puxassem para baixo todo o setor de tecnologia.
O temor dos investidores é que a Era do crescimento robusto quase ilimitado tenha ficado para trás, prejudicando as perspectivas futuras para as companhias e os principais índices de Wall Street.
Além disso, os números mostraram que nem mesmo as maiores empresas do mundo estão imunes aos solavancos do cenário macroeconômico — como a forte inflação e a queda na renda das famílias.
Confira o desempenho dos principais índices americanos:
- Nasdaq: -2,04%
- S&P 500: -0,74%
- Dow Jones: +0,01%
Sobe e desce do Ibovespa
A temporada de balanços brasileira começou a ganhar força e dominou as movimentações do Ibovespa nesta quarta-feira (26).
Na ponta positiva, a Weg (WEGE3), uma das queridinhas do mercado, mostrou que deve se manter nessa posição por mais algum tempo. O lucro líquido da companhia foi de R$ 1,1 bilhão, alta de 26,8% em relação ao segundo trimestre do ano e de 42,5% quando comparado aos R$ 812,9 milhões vistos no período entre julho e setembro de 2021.
A companhia liderou os ganhos do dia. Na sequência, o setor de mineração e siderurgia se recuperou da queda recente após o governo chinês mostrar disposição para amparar os mercados locais. Confira as maiores altas do dia:
CÓDIGO | NOME | VALOR | VAR |
WEGE3 | Weg ON | R$ 38,00 | 8,42% |
VALE3 | Vale ON | R$ 74,00 | 2,88% |
SLCE3 | SLC Agrícola | R$ 44,55 | 2,41% |
YDUQ3 | Yduqs ON | R$ 13,45 | 2,28% |
SUZB3 | Suzano ON | R$ 52,97 | 1,81% |
A pressão no mercado de juros repercutiu nas empresas mais sensíveis à movimentação. Apesar da expectativa para o Copom desta noite ser de manutenção do patamar atual da taxa Selic, a preocupação com o cenário eleitoral e macroeconômico global falou mais alto — revertendo o movimento contrário visto ontem.
Na parte da manhã, o destaque negativo ficou com as ações do Santander (SANB11), reagindo ao balanço divulgado antes da abertura do mercado. Confira também as maiores quedas do Ibovespa:
CÓDIGO | NOME | VALOR | VAR |
LWSA3 | Locaweb ON | R$ 9,37 | -9,73% |
MGLU3 | Magazine Luiza ON | R$ 3,92 | -8,62% |
POSI3 | Positivo Tecnologia ON | R$ 11,00 | -8,56% |
VIIA3 | Via ON | R$ 2,80 | -7,59% |
CVCB3 | CVC ON | R$ 6,21 | -7,17% |
Como o IFIX sobe 15% no ano e captações de fundos imobiliários continuam fortes mesmo com os juros altos
Captações totalizam R$ 31,5 bilhões até o fim de setembro, 71% do valor captado em 2024 e mais do que em 2023 inteiro; gestores usam estratégias para ampliar portfólio de fundos
De operário a milionário: Vencedor da Copa BTG Trader operava “virado”
Agora milionário, trader operava sem dormir, após chegar do turno da madrugada em seu trabalho em uma fábrica
Apesar de queda com alívio nas tensões entre EUA e China, ouro tem maior sequência de ganhos semanais desde 2008
O ouro, considerado um dos ativos mais seguros do mundo, acumulou valorização de 5,32% na semana, com maior sequência de ganhos semanais desde setembro de 2008.
Roberto Sallouti, CEO do BTG, gosta do fundamento, mas não ignora análise técnica: “o mercado te deixa humilde”
No evento Copa BTG Trader, o CEO do BTG Pactual relembrou o início da carreira como operador, defendeu a combinação entre fundamentos e análise técnica e alertou para um período prolongado de volatilidade nos mercados
Há razão para pânico com os bancos nos EUA? Saiba se o país está diante de uma crise de crédito e o que fazer com o seu dinheiro
Mesmo com alertas de bancos regionais dos EUA sobre o aumento do risco de inadimplência de suas carteiras de crédito, o risco não parece ser sistêmico, apontam especialistas
Citi vê mais instabilidade nos mercados com eleições de 2026 e tarifas e reduz risco em carteira de ações brasileiras
Futuro do Brasil está mais incerto e analistas do Citi decidiram reduzir o risco em sua carteira recomendada de ações MVP para o Brasil
Kafka em Wall Street: Por que você deveria se preocupar com uma potencial crise nos bancos dos EUA
O temor de uma infestação no setor financeiro e no mercado de crédito norte-americano faz pressão sobre as bolsas hoje
B3 se prepara para entrada de pequenas e médias empresas na Bolsa em 2026 — via ações ou renda fixa
Regime Fácil prevê simplificação de processos e diminuição de custos para que companhias de menor porte abram capital e melhorem governança
Carteira ESG: BTG passa a recomendar Copel (CPLE6) e Eletrobras (ELET3) por causa de alta no preço de energia; veja as outras escolhas do banco
Confira as dez escolhas do banco para outubro que atendem aos critérios ambientais, sociais e de governança corporativa
Bolsa em alta: oportunidade ou voo de galinha? O que você precisa saber sobre o Ibovespa e as ações brasileiras
André Lion, sócio e CIO da Ibiuna, fala sobre as perspectivas para a Bolsa, os riscos de 2026 e o impacto das eleições presidenciais no mercado
A estratégia deste novo fundo de previdência global é investir somente em ETFs — entenda como funciona o novo ativo da Investo
O produto combina gestão passiva, exposição internacional e benefícios tributários da previdência em uma carteira voltada para o longo prazo
De fundo imobiliário em crise a ‘Pacman dos FIIs’: CEO da Zagros revela estratégia do GGRC11 — e o que os investidores podem esperar daqui para frente
Prestes a se unir à lista de gigantes do mercado imobiliário, o GGRC11 aposta na compra de ativos com pagamento em cotas. Porém, o executivo alerta: a estratégia não é para qualquer um
Dólar fraco, ouro forte e bolsas em queda: combo China, EUA e Powell ditam o ritmo — Ibovespa cai junto com S&P 500 e Nasdaq
A expectativa por novos cortes de juros nos EUA e novos desdobramentos da tensão comercial entre as duas maiores economias do mundo mexeram com os negócios aqui e lá fora nesta terça-feira (14)
IPO reverso tem sido atalho das empresas para estrear na bolsa durante seca de IPOs; entenda do que se trata e quais os riscos para o investidor
Velocidade do processo é uma vantagem, mas o fato de a estreante não precisar passar pelo crivo da CVM levanta questões sobre a governança e a transparência de sua atuação
Ainda mais preciosos: ouro atinge novo recorde e prata dispara para máxima em décadas
Tensões fiscais e desconfiança em moedas fortes como o dólar levam investidores a buscar ouro e prata
Sparta mantém posição em debêntures da Braskem (BRKM5), mas fecha fundos isentos para não prejudicar retorno
Gestora de crédito privado encerra captação em fundos incentivados devido ao excesso de demanda
Bolsa ainda está barata, mas nem tanto — e gringos se animam sem pôr a ‘mão no fogo’: a visão dos gestores sobre o mercado brasileiro
Pesquisa da Empiricus mostra que o otimismo dos gestores com a bolsa brasileira segue firme, mas perdeu força — e o investidor estrangeiro ainda não vem em peso
Bitcoin (BTC) recupera os US$ 114 mil após ‘flash crash’ do mercado com Donald Trump. O que mexe com as criptomoedas hoje?
A maior criptomoeda do mundo voltou a subir nesta manhã, impulsionando a performance de outros ativos digitais; entenda a movimentação
Bolsa fecha terceira semana no vermelho, com perdas de 2,44%; veja os papéis que mais caíram e os que mais subiram
Para Bruna Sene, analista de renda variável na Rico, “a tão esperada correção do Ibovespa chegou” após uma sequência de recordes históricos
Dólar avança mais de 3% na semana e volta ao patamar de R$ 5,50, em meio a aversão ao risco
A preocupação com uma escalada populista do governo do presidente Luiz Inácio Lula da Silva fez o real apresentar de longe o pior desempenho entre divisas emergentes e de países exportadores de commodities