Esquenta dos mercados: Bolsas no exterior tentam uma recuperação, com representantes do Fed no radar; Ibovespa acompanha ata do Copom e vendas no varejo
Os investidores locais ainda aguardam a divulgação do IPCA de abril para recalibrarem suas apostas para os juros no final do ciclo de aperto monetário

A busca por um norte que ajude a guiar os investidores em meio às incertezas de todos os lados não deve acontecer nem mesmo com a divulgação da última ata do Copom nesta terça-feira (10). A bolsa local permanece atenta à inflação desenfreada e o medo de recessão com as sucessivas altas de juros por parte do Banco Central.
No comunicado após a decisão de juros que elevou a taxa Selic para os 12,75% no encontro da última quarta-feira (04), o Comitê declarou que deve reduzir a magnitude do aperto monetário nas próximas reuniões.
Entretanto, esse é um espaço muito amplo para os investidores caminharem e ajustarem suas carteiras. A ata será divulgada às 8h de hoje, de acordo com o calendário do BC.
Além disso, os servidores da autoridade monetária se reunirão na tarde de hoje para deliberar sobre a continuidade da greve. A exigência dos funcionários é de reajuste acima dos 5% proposto pelo governo e a criação de um plano de carreira para a categoria.
Enquanto o cenário doméstico permanece caótico, o Ibovespa se agarra aos índices internacionais para operar nos últimos pregões. A queda na sessão de ontem (09) foi de 1,79%, fazendo a bolsa local se juntar ao ranking dos índices no vermelho em 2022, aos 103.250 pontos.
Do mesmo modo, o dólar à vista fechou no patamar de R$ 5,1565 após um fraco desempenho do petróleo, que culminou em um arrefecimento dos juros e da moeda norte-americana. A queda foi de 1,60% na sessão.
Leia Também
Confira o que movimenta a bolsa, o dólar e o Ibovespa nesta terça-feira:
Ibovespa acompanha ata do Copom
A mediana das projeções dos analistas já aponta para uma Selic a 13,25% no final do ciclo de aperto monetário — um aumento em relação às previsões anteriores de 12,75%, atual patamar da taxa de juros.
Isso significa que o BC deve usar as próximas reuniões do ano para subir a Selic 50 pontos-base, mas o mercado não espera que a autoridade monetária faça isso a “conta gotas” — ou seja, suba os juros em 0,25 pontos percentuais em reuniões diferentes.
Antes da inflação
Ainda vale ressaltar que nesta semana será divulgado o IPCA de abril, que deve registrar um novo avanço da inflação por aqui. Em outras palavras, o BC deve superar as projeções e finalizar o ciclo acima do patamar esperado se o índice vier além do esperado.
E as projeções não são das melhores. É verdade que o dólar perdeu força em abril — ainda que tenha voltado com força em maio —, mas o petróleo segue em alta e a bandeira tarifária da conta de luz também pode pesar contra o índice.
E o diesel sobe de novo
Por falar no petróleo, a Petrobras (PETR4) anunciou ontem (09) um novo aumento de 40 centavos (ou 8,9%) no preço do diesel. Com isso, o preço médio de venda para as distribuidoras passará de R$ 4,51 para R$ 4,91 o litro.
O governo ainda anunciou um reajuste do frete, uma das exigências da categoria, visando aliviar as tensões com os caminhoneiros, que já haviam tentado uma greve no início do mandato do presidente Jair Bolsonaro.
Orçamento apertado e os problemas disso
Enquanto o governo federal busca aprovar um pacote de bondades e abrir mão de uma parcela da arrecadação, o ministro da Economia, Paulo Guedes, e sua equipe econômica permanecem em guerra com as contas públicas.
Sem a perspectiva de aprovação da reforma tributária — paralisada no Congresso desde o ano passado —, o ministro busca uma alternativa que ele mesmo chama de “minireforma”.
A proposta inclui a taxação de lucros e dividendos em 10% (abaixo do que a reforma original, que previa a cobrança de 15%), queda na alíquota da cobrança de Imposto de Renda para a Pessoa Jurídica (IRPJ) e na Contribuição Social de Lucro Líquido (CSLL) dos bancos de 34% para 30%.
E mais agenda
Por último, no panorama doméstico, o IBGE divulga os dados das vendas no varejo nesta terça-feira. De acordo com a mediana dos especialistas ouvidos pelo Broadcast, o varejo ampliado deve subir 0,1% em março em relação a abril, mês em que o setor teve alta de 2,0%.
Com isso, nos últimos 12 meses, o varejo deve avançar 3,2% e acumular alta de 0,8% em 2022.
Bolsas no exterior: uma tentativa de recuperação
Se o cenário doméstico já tem seus pormenores para injetar cautela nos investidores, lá fora o problema também é grande.
Mesmo com a tentativa de recuperação das bolsas por lá, os medos do mercado permanecem vivos e claros. A aversão ao risco limita o avanço dos índices hoje.
As bolsas da Ásia e Pacífico fecharam sem direção definida no pregão desta terça-feira, com as preocupações envolvendo o Fed pesando no sentimento do investidor. Na Europa, as bolsas tentam uma recuperação e sobem após as fortes perdas de abril.
Já os futuros de Nova York também operam em alta, na tentativa de reverter as fortes quedas dos últimos pregões, mas o dia deve ser de volatilidade mais uma vez.
Um Fed no radar
O Banco Central americano anunciou que os juros voltarão a subir nas próximas reuniões e esse aperto monetário deve tirar recursos de bolsas e outros investimentos de risco.
Mas, assim como o nosso Banco Central, o Federal Reserve não deixou claro os próximos passos de elevação dos juros — e incerteza é uma palavra que os investidores definitivamente não gostam.
Por isso, as falas de dirigentes do Fed em eventos separados ao longo do dia permanecem no radar do investidor. A partir das 8h40 até às 20h, o mercado permanecerá atento a quaisquer novos sinais sobre a continuidade do aperto monetário nos Estados Unidos.
Agenda do dia
- Brasil: FGV divulga a primeira prévia do IGP-M de maio (8h)
- Brasil: Divulgação da ata da última reunião do Copom (8h)
- Brasil: IBGE divulga as vendas do varejo em março (9h)
- Servidores do Banco Central realizam assembleia para deliberar sobre a continuidade da greve
- China: CPI e PPI de abril (22h30)
Balanços do dia
Confira o calendário completo de balanços desta semana aqui.
Nubank dispara 9% em NY após entregar rentabilidade maior que a do Itaú no 2T25 — mas recomendação é neutra, por quê?
Analistas veem limitações na capacidade de valorização dos papéis diante de algumas barreiras de crescimento para o banco digital
TRXF11 renova apetite por aquisições: FII adiciona mais imóveis no portfólio por R$ 98 milhões — e leva junto um inquilino de peso
Com a transação, o fundo imobiliário passa a ter 72 imóveis e um valor total investido de mais de R$ 3,9 bilhões em ativos
Banco do Brasil (BBAS3): Lucro de quase R$ 4 bilhões é pouco ou o mercado reclama de barriga cheia?
Resultado do segundo trimestre de 2025 veio muito abaixo do esperado; entenda por que um lucro bilionário não é o bastante para uma instituição como o Banco do Brasil (BBAS3)
FII anuncia venda de imóveis por R$ 90 milhões e mira na redução de dívidas; cotas sobem forte na bolsa
Após acumular queda de mais de 67% desde o início das operações na B3, o fundo imobiliário vem apostando na alienação de ativos do portfólio para reduzir passivos
“Basta garimpar”: A maré virou para as small caps, mas este gestor ainda vê oportunidade em 20 ações de ‘pequenas notáveis’
Em meio à volatilidade crescente no mercado local, Werner Roger, gestor da Trígono Capital, revelou ao Seu Dinheiro onde estão as principais apostas da gestora em ações na B3
Dólar sobe a R$ 5,4018 e Ibovespa cai 0,89% com anúncio de pacote do governo para conter tarifaço. Por que o mercado torceu o nariz?
O plano de apoio às empresas afetadas prevê uma série de medidas construídas junto aos setores produtivos, exportadores, agronegócio e empresas brasileiras e norte-americanas
Outra rival para a B3: CSD BR recebe R$ 100 milhões do Citi, Morgan Stanley e UBS para criar nova bolsa no Brasil
Investimento das gigantes financeiras é mais um passo para a empresa, que já tem licenças de operação do Banco Central e da CVM
HSML11 amplia aposta no SuperShopping Osasco e passa a deter mais de 66% do ativo
Com a aquisição, o fundo imobiliário concluiu a aquisição adicional do shopping pretendida com os recursos da 5ª emissão de cotas
Bolsas no topo e dólar na base: estas são as estratégias de investimento que o Itaú (ITUB4) está recomendando para os clientes agora
Estrategistas do banco veem um redirecionamento global de recursos que pode chegar ao Brasil, mas existem algumas condições pelo caminho
A Selic vai cair? Surpresa em dado de inflação devolve apetite ao risco — Ibovespa sobe 1,69% e dólar cai a R$ 5,3870
Lá fora os investidores também se animaram com dados de inflação divulgados nesta terça-feira (12) e refizeram projeções sobre o corte de juros pelo Fed
Patria Investimentos anuncia mais uma mudança na casa — e dessa vez não inclui compra de FIIs; veja o que está em jogo
A movimentação está sendo monitorada de perto por especialistas do setor imobiliário
Stuhlberger está comprando ações na B3… você também deveria? O que o lendário fundo Verde vê na bolsa brasileira hoje
A Verde Asset, que hoje administra mais de R$ 16 bilhões em ativos, aumentou a exposição comprada em ações brasileiras no mês passado; entenda a estratégia
FII dá desconto em aluguéis para a Americanas (AMER3) e cotas apanham na bolsa
O fundo imobiliário informou que a iniciativa de renegociação busca evitar a rescisão dos contratos pela varejista
FII RBVA11 anuncia venda de imóvel e movimenta mais de R$ 225 milhões com nova estratégia
Com a venda de mais um ativo, localizado em São Paulo, o fundo imobiliário amplia um feito inédito
DEVA11 vai dar mais dores de cabeça aos cotistas? Fundo imobiliário despenca mais de 7% após queda nos dividendos
Os problemas do FII começaram em 2023, quando passou a sofrer com a inadimplência de CRIs lastreados por ativos do Grupo Gramado Parks
Tarifaço de Trump e alta dos juros abrem oportunidade para comprar o FII favorito para agosto com desconto; confira o ranking dos analistas
Antes mesmo de subir no pódio, o fundo imobiliário já vinha chamando a atenção dos investidores com uma série de aquisições
Trump anuncia tarifa de 100% sobre chips e dispara rali das big techs; Apple, AMD e TSMC sobem, mas nem todas escapam ilesas
Empresas que fabricam em solo americano escapam das novas tarifas e impulsionam otimismo em Wall Street, mas Intel não conseguiu surfar a onda
Ações baratas e dividendos gordos: entenda a estratégia deste gestor para multiplicar retornos com a queda dos juros
Com foco em papéis descontados e empresas alavancadas, a AF Invest aposta em retomada da bolsa e distribuição robusta de proventos com a virada de ciclo da Selic
10 small caps para chamar de suas em agosto; confira a lista
Levantamento do Money Times aponta aponta as ações de capitalização menor que são as queridinhas dos analistas
Lula finalmente diz se vai retaliar os EUA; mercado reage de imediato
Em entrevista exclusiva para a Reuters no dia em que as tarifas contra o Brasil entrararam em vigor, o petista revela qual é o foco do governo neste momento