Depois de passar quase todo o dia no território dos recuos, o dólar acabou fechando a terça-feira (31) próximo da estabilidade, com oscilação de 0,02% para baixo, negociado a R$ 4,7526. O euro, por sua vez, seguiu caminho oposto e vale R$ 5,1002, desvalorização de 0,37%.
Na comparação entre dólar e euro, a moeda norte-americana perde força, ainda com investidores olhando de perto para a política monetária nas duas regiões.
No mês, a moeda norte-americana perdeu 3,85% na comparação com o real. No ano, o recuo já é de 14,77%.
O que mexe com o câmbio lá fora
Na China, o dia foi de pelo menos uma notícia positiva. É que o Índice de Gerentes de Compras (PMI) industrial surpreendeu analistas e avançou a 49,6 pontos em maio, em comparação aos 47,4 de abril. Do lado dos serviços, o índice também registrou melhora — de 41,9 em abril para 47,8 em maio.
Na Europa, a quarta-feira ficou marcada pela divulgação dos dados da inflação ao consumidor (CPI) na Zona do Euro no mês de maio. A segunda prévia do indicador atingiu nível recorde ao ficar em 8,1%. Na comparação com abril, o avanço é de 0,8%.
A alta da inflação na região ainda é um desdobramento da guerra na Ucrânia, que tem desorganizado a economia da região. Exemplo disso é que o Conselho europeu informou que deve retomar as discussões sobre um dispositivo que libera do embargo importações de petróleo russo, a medida, contudo, deve ter um caráter temporário.
Para se ter uma ideia do problema que as sanções têm causado, especialmente quando o assunto é energia, vale um olhar para a mais recente interrupção no fornecimento de gás, que dessa vez deve impactar a holanda.
A GasTerra, empresa cuja participação do governo holandês chega a 50%, se recusou a pagar pelo gás natural entregue pela Gazprom em rublos. A GasTerra alegou que cumprir os requisitos de pagamento de sua fornecedora implicaria em potenciais violações às sanções impostas.
Com isso, a Gazprom decidiu interromper o fornecimento, como já havia feito com Polônia, Bulgária e Finlândia.
Quem está de olho no movimento dos preços na Europa é o presidente do Banco da França e dirigente do BCE, François Villeroy de Galhau, que disse hoje acreditar que o CPI divulgado hoje confirma a necessidade de um processo de normalização monetária.
Segundo ele, o ambiente econômico passou por mudanças importantes desde 2021, principalmente porque a guerra acabou dando mais ímpeto para o aumento dos preços.
Nos Estados Unidos, Christopher Waller, membro do FOMC, o equivalente norte-americano do Copom, deixou os investidores ressabiados ao afirmar que se a inflação não ceder, o juro deve subir bastante e rápido. Anteriormente, a percepção era de que o Federal Reserve iria manter o ritmo das altas, mesmo que isso significasse mais tempo em um regime de juros mais altos.
Neste cenário, o DXY, índice que compara o dólar a moedas consideradas seus ‘pares’ ficou no território positivo, indicando que, mesmo timidamente, o dólar ganha força nesta terça-feira.
E por aqui
No Brasil, o dia foi de dados do mercado de trabalho. De acordo com o IBGE a taxa de desemprego por aqui ficou em 10,5% no trimestre encerrado em abril. O número ficou abaixo da mediana das projeções dos analistas consultados pelo Broadcast, que colocava o índice em 11%.
Também tivemos novidades sobre as contas públicas brasileiras, que registraram o maior resultado positivo para o mês desde o início da série histórica, em 2001. O superavit primário teria ficado em R$ 38,87 bilhões no mês, o que superou a mediana das expectativas, que era de R$ 32,6 bilhões.
Assim, a dívida pública seguiu sua trajetória de queda e encerrou o mês de abril perto dos R$ 7 trilhões.
Quem também se pronunciou hoje foi o presidente do Banco Central, Roberto Campos Neto, que atribuiu a boa performance do real entre as moedas dos países do G20 ao “trabalho pró-ativo” do Banco Central.
Durante o dia, o dólar operou no intervalo entre R$ 4,7526 e R$ 4,6985. Já o euro registrou máxima de R$ 5,1240 e mínima de R$ 5,0379.
Acompanhe a nossa cobertura completa de mercados para acompanhar o desempenho de bolsa, dólar e juros hoje. Confira também o fechamento dos principais contratos de DI:
CÓDIGO | NOME | ULT | FEC |
DI1F23 | DI jan/23 | 13,41% | 13,38% |
DI1F25 | DI Jan/25 | 12,38% | 12,25% |
DI1F26 | DI Jan/26 | 12,24% | 12,13% |
DI1F27 | DI Jan/27 | 11,30% | 12,12% |