Apesar da pressão com governo de transição, Itaú Unibanco vê espaço para queda nos juros em 2023
Para Nicholas McCarthy, CIO do Itaú Unibanco, a queda do barril de petróleo deve deixar as expectativas de inflação controladas, e possibilidade de corte na Selic ainda existe

Não há como negar que o primeiro mês do governo de transição foi monopolizado pela preocupação do mercado financeiro com a trajetória das contas públicas nos próximos anos — e a temperatura subiu no mercado de juros futuros.
Desde os primeiros dias após a vitória de Luiz Inácio Lula da Silva nas urnas, o governo eleito busca espaço para acomodar parte das promessas de campanha já no orçamento de 2023 por meio de um projeto de emenda constitucional (PEC), enquanto analistas temem que a falta de uma âncora fiscal clara possa levar a um descontrole dos gastos públicos.
A deterioração na percepção fiscal ficou clara principalmente na curva de juros. Se antes os investidores já acreditavam em um corte nas taxas nos primeiros meses de 2023, nas últimas semanas as apostas passaram a ser de uma nova alta da Selic ainda no primeiro trimestre do próximo ano, elevando a taxa básica acima da casa dos 14% a.a..
Apesar do que aponta a curva de juros, Nicholas McCarthy, CIO do Itaú Unibanco, ainda enxerga espaço para que o Banco Central realize um corte na Selic em 2023 — ainda que na segunda metade do ano.
Em entrevista ao podcast Itaú Views, McCarthy aponta que a possibilidade do corte existe, ainda que a inflação projetada pelo mercado cresça da faixa dos 5% para 7% e os investidores aguardem os detalhes do comportamento das contas públicas.
Apesar da confiança, o estrategista acredita que o mais provável é que a bolsa brasileira reaja apenas quando houver uma clareza maior sobre a trajetória dos juros e a possibilidade de um corte na Selic — o que pode ocorrer entre abril e maio.
Leia Também
- Magazine Luiza (MGLU3) já era? Cara ou barata? Com uma queda de mais de 40% no ano, alguns fatores marcantes podem impactar a ação e concorrentes daqui para frente. Acesse neste link mais detalhes.
Foco no médio prazo
A visão de que existe espaço para que os juros caiam nos próximos 18 meses, por si só, já é benéfica para a bolsa brasileira — principalmente quando olhamos para empresas de crescimento, que possuem o seu valor ancorado em expectativas futuras de receita. Mas há outras razões para se acreditar em um bom 2023.
O CIO do Itaú Unibanco, ao lado de Thiago Macruz, chefe de research do Itaú BBA, apontam que a bolsa brasileira opera com um desconto de mais de 30% frente ao seu recorde histórico, o que ajuda o Ibovespa a superar a performance dos índices americanos no ano; esse fator também ajuda o Brasil a se destacar entre os emergentes no mercado internacional.
Isso porque o conflito no leste europeu tirou a atratividade da bolsa russa, o novo governo chinês não inspira muita confiança e mercados como os da Índia e Arábia Saudita operam com múltiplos altos e sem grande variedade de setores.
Apesar do crescimento em 2022, a baixa alocação de capital estrangeiro no Brasil, abaixo da média histórica, abre espaço para que o gringo siga entrando na B3 — ainda que o investidor local continue migrando para a renda fixa frente à alta dos juros.
A queda do barril de petróleo também pode ser suficiente para evitar que os juros americanos subam acima da casa dos 5%, segurando a atratividade da bolsa.
Os investidores, no entanto, devem ficar atentos: apesar do cenário construtivo, empresas muito alavancadas ou de crescimento devem continuar sendo pressionadas no curto prazo.
Varejo alimentar: um setor resiliente
Diante do cenário de incertezas e da perspectiva de inflação elevada por mais algum tempo, Macruz acredita que algumas empresas de varejo alimentar podem ser boas opções para a carteira. Isso porque elas tendem a ser menos impactadas pelo cenário inflacionário caso exista uma deterioração das condições macroeconômicas.
São os atacarejos, representados na bolsa brasileira por empresas como Atacadão (CRFB3) e Assaí (ASAI3), tradicionalmente com preços menores e mais buscados em momentos de pressão inflacionária.
Segundo o analista, essas empresas absorvem a demanda das classes mais baixas em momentos de dificuldade e possuem histórias de crescimento interessantes — com evolução na abertura de lojas, baixos múltiplos de negociação na bolsa e se beneficiando de programas de distribuição de renda.
Além de uma proteção em caso de juros e inflação mais altos, as empresas do segmento também podem se beneficiar de um eventual corte na Selic, já que elas também têm objetivos de crescimento que podem se tornar ainda mais atrativos.
Confiança em xeque: mercado de capitais brasileiro recebe nota medíocre em pesquisa da CVM e especialistas acendem alerta
Percepção de impunidade, conflitos de interesse e falhas de supervisão reforçam a desconfiança de investidores e profissionais no mercado financeiro brasileiro
Prio (PRIO3) sobe no Ibovespa após receber licença final para a instalação dos poços de Wahoo
A petroleira projeta que o início da produção na Bacia do Espírito Santo será entre março e abril de 2026
Dólar vai abaixo dos R$ 5,30 e Ibovespa renova máximas (de novo) na expectativa pela ‘tesoura mágica’ de Jerome Powell
Com um corte de juros nos EUA amplamente esperado para amanhã, o dólar fechou o dia na menor cotação desde junho de 2024, a R$ 5,2981. Já o Ibovespa teve o terceiro recorde dos últimos quatro pregões, a 144.061,64 pontos
FII BRCO11 aluga imóvel para M. Dias Branco (MDIA3) e reduz vacância
O valor da nova locação representa um aumento de 12% em relação ao contrato anterior; veja quanto vai pingar na conta dos cotistas do BRCO11
TRXF11 vai às compras mais uma vez e adiciona à carteira imóvel locado ao Assaí; confira os detalhes
Esse não é o primeiro ativo alugado à empresa que o FII adiciona à carteira; em junho, o fundo já havia abocanhado um galpão ocupado pelo Assaí
Ouro vs. bitcoin: afinal, qual dos dois ativos é a melhor reserva de valor em momentos de turbulência econômica?
Ambos vêm renovando recordes nos últimos dois anos à medida que as incertezas no cenário econômico internacional crescem e o mercado busca uma maneira de se proteger
Do Japão às small caps dos EUA: BlackRock lança 29 novos ETFs globais para investir em reais
Novos fundos dão acesso a setores, países e estratégias internacionais sem a necessidade de investir diretamente no exterior
Até onde vai o fundo do poço da Braskem (BRKM5), e o que esperar dos mercados nesta semana
Semana começa com prévia do PIB e tem Super Quarta, além de expectativa de reação dos EUA após condenação de Bolsonaro
Rio Bravo: “Momento é de entrada em fundos imobiliários de tijolo, não de saída”
Anita Scal, sócia e diretora de Investimentos Imobiliários da empresa, afirma que a perspectiva de um ciclo de queda da taxa de juros no Brasil deve levar as cotas dos fundos a se valorizarem
TRXF11 abocanha galpão locado pelo Mercado Livre (MELI34) — e quem vai ver o dinheiro cair na conta são os cotistas de um outro FII
Apesar da transação, a estimativa de distribuição de dividendos do TRXF11 até o fim do ano permanece no mesmo patamar
Ação da Cosan (CSAN3) ainda não conseguiu conquistar os tubarões da Faria Lima. O que impede os gestores de apostarem na holding de Rubens Ometto?
Levantamento da Empiricus Research revela que boa parte do mercado ainda permanece cautelosa em relação ao futuro da Cosan; entenda a visão
LinkedIn em polvorosa com Itaú, e o que esperar dos mercados nesta sexta-feira (12)
Após STF decidir condenar Bolsonaro, aumentam os temores de que Donald Trump volte a aplicar sanções contra o país
Ibovespa para uns, Tesouro IPCA+ para outros: por que a Previ vendeu R$ 7 bilhões em ações em ano de rali na bolsa
Fundo de pensão do BB trocou ações de empresas por títulos públicos em nova estratégia para reforço de caixa
TRBL11 recebe R$ 6 milhões em acordo por imóvel que é alvo de impasse com os Correios — agora o FII está de olho na disputa judicial contra a estatal
Segundo o gestor da Rio Bravo, o acordo “é apenas o começo” e, agora, o fundo imobiliário busca cobrar os Correios e voltar a ocupar o galpão com um novo inquilino
Banco do Brasil (BBAS3) supera a Vale (VALE3) em um quesito na bolsa; saiba qual
Os dados são de um levantamento mensal do DataWise+, parceria entre a B3 e a Neoway
Fundo imobiliário MFII11 mira novo projeto residencial na zona leste de São Paulo; veja os detalhes
O FII vem chamando atenção por sua estratégia focada em empreendimentos residenciais ligados ao Minha Casa, Minha Vida (MCMV)
Ibovespa renova máxima histórica e dólar vai ao menor nível desde julho de 2024 após dados de inflação nos EUA; Wall Street também festeja
Números de inflação e de emprego divulgados nesta quinta-feira (11) nos EUA consolidam a visão do mercado de que o Fed iniciará o ciclo de afrouxamento monetário na reunião da próxima semana; por aqui, há chances de queda da Selic
Fundo imobiliário do BTG quer vender cinco imóveis por mais de R$ 830 milhões — e já tem destino certo para o dinheiro
Criado especialmente para adquirir galpões da Log Commercial Properties (LOGG3), o BTLC11 comprou os ativos em 2023, e agora deseja gerar valor aos cotistas
GGRC11 ou Tellus: quem levou a melhor na disputa pelo galpão da Renault do FII VTLT11, que agora se despede da bolsa
Com a venda do único imóvel do portfólio, o fundo imobiliário será liquidado, mas cotistas vão manter a exposição ao mercado imobiliário
Fundo imobiliário (FII) aposta em projetos residenciais de alto padrão em São Paulo; veja os detalhes
Com as transações, o fundo imobiliário passa a ter, aproximadamente, 63% do capital comprometido em cinco empreendimentos na capital paulista