Economia brasileira pode crescer 6,2% esse ano, estima Rodrigo Azevedo, gestor da Ibiuna Investimentos
Em episódio do RadioCash, o ex-diretor de Política Monetária do BC fala sobre suas perspectivas para a economia global e comenta o posicionamento do principal fundo da Ibiuna: o Hedge STH
Quando a pandemia de COVID-19 abateu o mundo no início de 2020, a expectativa era um longo período de recessão. De fato, muitos negócios foram prejudicados e o começo da segunda década não foi dos mais favoráveis ‒ para dizer o mínimo. Mas a retomada econômica, impulsionada principalmente pela vacinação em larga escala, foi mais rápida do que se esperava. Para Rodrigo Azevedo, gestor da Ibiuna Investimentos e ex-diretor de Política Monetária do Banco Central, o PIB brasileiro pode crescer 6,2% em 2021.
A Ibiuna é uma gestora de recursos independente que está desde 2010 no mercado e atualmente tem R$ 21 bilhões em ativos, entre fundos multimercado macro, ações e renda fixa de crédito. O fundo mais conhecido, que inclusive está reabrindo para novos cotistas, é o Hedge STH.
Azevedo conversou com Felipe Miranda e Jojo Wachsmann no podcast RadioCash. Você pode escutar o episódio inteiro dando play abaixo ou conferir os principais destaques nos próximos parágrafos:
BCs precisam adotar medidas para evitar que os efeitos da inflação sejam permanentes
Para o gestor, as várias mazelas que afetam o Brasil, incluindo a questão fiscal e a resposta descoordenada à implementação da vacina, criaram um certo ceticismo sobre a capacidade do país crescer nos próximos anos. A expectativa inicial era de que não conseguíssemos nem mesmo recuperar os 4% de PIB perdidos no ano passado. Agora, felizmente, o gestor diz que a história já é outra, com as projeções revisando para cima. Segundo Azevedo, é possível que a economia cresça 6,2% em 2021.
Em escala global, também há uma perspectiva de crescimento acelerado, devido aos estímulos fiscais e monetários dados pelos Bancos Centrais e pelo avanço da vacinação. “Esse ano, a última estimativa do FMI era um crescimento de 6% e no ano que vem, de 4,4%. Para se ter uma ideia, quando o mundo cresce normalmente, é em torno de 3,5%”, explica Rodrigo Azevedo, projetando que o crescimento nos próximos dois anos será forte.
Para o gestor, este período favorece muito os ativos de risco, principalmente renda variável, devido à alta liquidez e aos juros baixos. No entanto, ele alerta que os bancos centrais estão começando a se preocupar com a alta da inflação. “Essa recuperação vai gerar mais inflação do que se imaginava e, portanto, há uma necessidade de começar a remover aqueles estímulos todos que foram dados nos últimos 2 anos”, comenta.
Leia Também
De hacker a bilionário: o único não herdeiro na lista de ricaços brasileiro antes dos 30 da Forbes construiu seu patrimônio do zero
Caixa abre apostas para a Mega da Virada 2025 — e não estranhe se o prêmio chegar a R$ 1 bilhão
Sobre a inflação, o gestor da Ibiuna aponta alguns elementos que têm influenciado a alta dos preços. O primeiro é o efeito estatístico. Com as injeções de liquidez no ano passado para conter os efeitos da crise, a inflação mundial foi mais baixa do que o esperado. Este ano, com a normalização, inevitavelmente os índices subirão, uma vez que o ano de 2020 foi atípico.
O segundo é o efeito das commodities, que tiveram uma alta expressiva nos últimos meses, após vários anos de preços baixos e poucos investimentos no setor. “De repente, o mundo volta com essa recuperação muito forte saindo da COVID e tem uma demanda forte por commodities. Mas na verdade a oferta não está lá, então o preço precisa subir, para isso gerar o estímulo do investimento e ampliar a oferta. Só que isso toma tempo”, aponta Azevedo.
O terceiro efeito está relacionado às empresas, que, amedrontadas pela recessão ocasionada pela pandemia, reduziram seus estoques. Só que, de acordo com ele, os empresários foram surpreendidos pela velocidade da retomada e foram “pegos com baixo estoque”. Agora, as empresas estão no momento de investir para normalizar suas cadeias de suprimento.
A natureza destes três elementos costuma ser temporária, mas é preciso que os bancos centrais ajam para evitar que eles se tornem permanentes. Em países com histórico de inflação baixa, os BCs podem difundir a interpretação de que o choque será temporário e assim, já conseguem uma ancoragem razoável dos índices.
“Existe uma diversidade de respostas dos bancos centrais, que dependem das condições específicas de cada país.” ‒ Rodrigo Azevedo, sócio e gestor da Ibiuna Investimentos
Mas em países como o Brasil, com histórico de altas inflações, o BC precisa reagir de forma muito mais rápida. “Ficar só tentando argumentar que o choque é temporário não funciona. Ele tem que de fato atuar”, diz o ex-diretor de Política Monetária.
Eleições vão demandar um prêmio de risco aos ativos brasileiros
Rodrigo Azevedo enxerga uma possibilidade de que o Brasil consiga acompanhar a trajetória de crescimento e retomada global, ao menos no curto prazo. O gestor conta que a Ibiuna fez algumas reavaliações no primeiro semestre deste ano quanto aos investimentos no país: “A gente saiu das posições defensivas de Brasil e passou a ter posições um pouco mais construtivas. Nesse sentido, é um certo alívio, é como se a gente tivesse ganho uma janela de tempo para gente poder trabalhar melhor os nossos problemas de médio prazo.”
Entre os problemas, Azevedo menciona o fato de que o Brasil cresce pouco, por ter baixa produtividade. O ex-BC reforça a necessidade de reformas de natureza microeconômica para melhorar o ambiente de negócios, além do ajuste fiscal, que também foi abordado por Mansueto Almeida, no episódio anterior do RadioCash.
As eleições de 2022 também foram tema da conversa com Miranda e Wachsmann. Para o gestor da Ibiuna, é preciso observar como as eleições vão afetar a área de investimentos para se posicionar de maneira correta. Por ser uma eleição bastante polarizada, há uma possibilidade de mudança no modelo econômico.
“Essa eleição vai demandar um prêmio de risco nos ativos do Brasil que pode ser bastante significativo.” ‒ Rodrigo Azevedo, sócio e gestor da Ibiuna Investimentos
Como está posicionado o fundo de maior destaque da Ibiuna Investimentos?
Neste contexto de retomada e novos cenários dos investimentos no Brasil, o fundo de maior renome da Ibiuna, o Ibiuna Hedge STH FIC FIM, reabrirá para captação. O fundo está disponível na plataforma da Vitreo e é parte das carteiras de FOFs (fundos de fundos) da corretora. O STH é um multimercado macro que avalia cenários de mais de 30 países para identificar oportunidades relacionadas a juros, inflação e atividade econômica.
Sobre o posicionamento do fundo, Rodrigo Azevedo comenta que tem bastante exposição aos Estados Unidos e às bolsas europeias, após reduzir posições no Japão e em países emergentes. O gestor relata que visa sempre uma perspectiva macro, não olhando exatamente para nomes individuais de empresas. No momento, ele investe em ativos de renda variável e aposta na alta de juros.
Quer conferir o papo completo de Rodrigo Azevedo com Felipe Miranda e Jojo Wachsmann? Dê play abaixo ou procure por RadioCash na sua plataforma de podcasts favorita:
Como é e quanto custa a diária na suíte do hotel de luxo a partir do qual foi executado o “roubo do século”
Usado por chefes de Estado e diplomatas, o Royal Tulip Brasília Alvorada entrou involuntariamente no radar da Operação Magna Fraus, que investiga um ataque hacker de R$ 813 milhões
Galípolo sob pressão: hora de baixar o tom ou manter a Selic nas alturas? Veja o que esperar da próxima reunião do Banco Central
Durante o podcast Touros e Ursos, Luciano Sobral, economista-chefe da Neo Investimentos, avalia quais caminhos o presidente do Banco Central deve tomar em meio à pressão do presidente Lula sobre os juros
A agonia acabou! Vai ter folga prolongada; veja os feriados de novembro
Os feriados de novembro prometem aliviar a rotina: serão três datas no calendário, mas apenas uma com chance de folga prolongada
Uma suíte de luxo perto do Palácio da Alvorada, fuga para o exterior e prisão inesperada: o que a investigação do ‘roubo do século’ revelou até agora
Quase quatro meses após o ataque hacker que raspou R$ 813 milhões de bancos e fintechs, a Polícia Federal cumpriu 42 mandados de busca e apreensão e 26 de prisão
Essa combinação de dados garante um corte da Selic em dezembro e uma taxa de 11,25% em 2026, diz David Beker, do BofA
A combinação entre desaceleração da atividade e arrefecimento da inflação cria o ambiente necessário para o início do ciclo de afrouxamento monetário ainda este ano.
O último “boa noite” de William Bonner: relembre os momentos marcantes do apresentador no Jornal Nacional
Após 29 anos na bancada, William Bonner se despede do telejornal mais tradicional do país; César Tralli assume a partir de segunda-feira (3)
O que falta para a CNH sem autoescola se tornar realidade — e quanto você pode economizar com isso
A proposta da CNH sem autoescola tem o potencial de reduzir em até 80% o custo para tirar a habilitação no Brasil e está próxima de se tornar realidade
Doces ou travessuras? O impacto do Halloween no caixa das PMEs
De origem estrangeira, a data avança cada vez mais pelo Brasil, com faturamento bilionário para comerciantes e prestadores de serviços
Bruxa à solta nas loterias da Caixa: Mega-Sena termina outubro encalhada; Lotofácil e Quina chegam acumuladas ao último sorteio do mês
A Mega-Sena agora só volta em novembro, mas a Lotofácil e a Quina têm sorteios diários e prometem prêmios milionários para a noite desta sexta-feira (31).
Caixa encerra pagamentos do Bolsa Família de outubro nesta quinta (31) para NIS final 0
Valor médio do benefício é de R$ 683,42; Auxílio Gás também é pago ao último grupo do mês
Não é só o consumidor que sofre com golpes na Black Friday; entenda o que é a autofraude e seus riscos para o varejo
Com o avanço do e-commerce e o aumento das transações durante a Black Friday, cresce também o alerta para um tipo de golpe cometido por consumidores
O que muda com a aprovação da MP do setor elétrico na Câmara? Confira os principais pontos
A Câmara dos Deputados aprovou, em votação simbólica, o texto principal da MP 1.304, que define novas diretrizes para o setor elétrico. Alguns pontos considerados mais polêmicos foram destacados e votados em separado
Mais da metade das empresas na América Latina está bastante exposta a riscos climáticos, cada vez mais extremos, diz Moody’s
Eventos extremos estão aumentando, intensificando os prejuízos, e tornam as empresas um risco crescente de crédito.; Seguros não são o suficiente para proteger as companhias
Ele começou lavando pratos e hoje é o dono da empresa mais valiosa da história
De lavador de pratos a bilionário da tecnologia, Jensen Huang levou a Nvidia a se tornar a empresa mais valiosa do mundo, ultrapassando os US$ 5 trilhões com a revolução da inteligência artificial
A Argentina vive seu momento “Plano Real”, e poucos parecem estar botando fé nisso, diz gestora
Segundo a gestora RPS Capital, a Argentina tem todos os elementos que colaboraram para o boom dos ativos brasileiros depois do Plano Real
Jogo do bicho na Netflix: como a expansão das bets abalou a maior loteria ilegal do mundo
Do Barão de Drummond ao “tigrinho”, a história do jogo que ensinou o Brasil a apostar e perdeu espaço para as bets
Trump e Xi divulgam acordos comerciais, redução de tarifas e trégua sobre terras raras
O aperto de mão mais aguardado pelo mercado finalmente aconteceu e presidentes dos EUA e da China firmaram acordos sobre compras de commodities e energia, terras raras e tarifas, mas não houve decisão sobre o TikTok
Quina acumula e pode pagar muito mais que a Mega-Sena hoje — e a Timemania mais ainda
Além da Lotofácil, da Quina e da +Milionária, a Caixa sorteou na véspera os números da Lotomania, da Dupla Sena e da Super Sete
Teimosia ou simplicidade? Lotofácil 3525 deixa dois apostadores mais perto do primeiro milhão
Com sorteios diários, a Lotofácil volta à cena na noite desta quinta-feira (30) com prêmio estimado em R$ 1,8 milhão na faixa principal do concurso 3526
Bolsa Família e Auxílio Gás: veja quem recebe nesta quinta-feira (30)
Programa do governo federal atinge 18,9 milhões de famílias em outubro, com gasto total de R$ 12,88 bilhões.
