Hoje em dia, é comum vermos a figura dos CEOs celebridade — Elon Musk, Richard Branson, Jeff Bezos e muitos outros aparecem mais nas colunas sociais que nas páginas de economia. Mas, bem antes deles, outro executivo já se destacava por suas excentricidades e polêmicas: John McAfee, o criador dos famosos antivírus que levam seu nome.
Pois McAfee, de 75 anos, foi encontrado morto nesta quarta-feira (23), numa prisão em Barcelona — ele era acusado de fraude fiscal nos Estados Unidos e estava preso preventivamente na Espanha. As causas da morte ainda não foram reveladas pelas autoridades do país.
O empresário era conhecido por duas coisas: o pioneirismo no mercado de antivírus e o estilo de vida nada regrado. Bastante ativo nas redes sociais, McAfee postava fotos suas segurando armas, esbanjando dinheiro e dando a entender que vivia como um fugitivo.

A vida conturbada de McAfee
No começo da década de 90, McAfee desenvolveu as primeiras versões do antivírus que leva seu nome — um serviço inédito até então e que foi rapidamente incorporado ao dia a dia de empresas e usuários comuns. O sucesso estrondoso da empresa atraiu a atenção da Intel, que a comprou em 2010, por US$ 7,7 bilhões.
Milionário, McAfee deu vazão às excentricidades e polêmicas. Em 2012, foi considerado suspeito pela morte de um homem — e fugiu para Belize, uma pequena ilha no Caribe.
De lá, fez uma peregrinação pelos países da América Central, sempre adotando disfarces e tingindo os cabelos; finalmente foi deportado aos EUA, onde se casou e tentou lançar uma candidatura independente à presidência do país — sem grande sucesso. Fizemos um post sobre o assunto no nosso perfil do Instagram. Confira lá e nos siga:
Em 2018, nova fuga para o Caribe: McAfee confessou ter sonegado impostos e passou a viajar de ilha em ilha, tentando escapar do governo americano — suas postagens sempre vinham com um tom conspiratório e de perseguição. Novamente tentou se candidatar à Casa Branca e, novamente, não teve sucesso na empreitada.
Junto às fugas, armas e outras bizarrices, McAfee também era nome atuante na comunidade de criptomoedas. A prisão na Espanha, inclusive, se deve à suspeita do governo americano de que o empresário teria ganho mais de US$ 10 milhões com transações não declaradas envolvendo ativos digitais.
Ele comentou as acusações no Twitter — a mensagem está fixada no topo de sua página pessoal:
"O governo americano acredita que eu tenho criptomoedas escondidas. Eu queria ter, mas tudo se desmanchou através das muitas mãos do Time McAfee (você não precisa acreditar), e os meus ativos restantes foram todos apreendidos. Meus amigos evaporaram por medo de se associarem. Eu não tenho nada, mas também não me arrependo de nada".