Um dos maiores gestores de fundos imobiliários do mercado avisa: os shoppings estão baratos e o investidor ainda não percebeu
CEO da HSI, que tem R$ 11 bilhões sob gestão, diz que os shoppings estão começando a apresentar resultados como os de antes da pandemia e vê demanda de residencial alto padrão ainda forte
Os shopping centers estão entre os segmentos da economia mais afetados pela crise provocada pela pandemia de covid-19. Mas os empreendimentos já começam a retomar as atividades e gerar resultados, o que representa uma oportunidade de investimento em fundos imobiliários na área — e com preços convidativos.
A avaliação é de Maximo Lima, CEO da Hemisfério Sul Investimentos (HSI), uma das gestoras mais importantes do setor e responsável por administrar R$ 11 bilhões.
Além de fundos imobiliários (FIIs) listados em bolsa, a HSI opera com fundos de participações (private equity) dedicados ao setor. A gestora está inclusive levantando um novo fundo de até US$ 600 milhões (R$ 3,3 bilhões) — voltado a investidores de grande porte, como fundos de pensão, seguradoras e companhias de previdência.
A busca por recursos para novos investimentos acontece apesar de a gestora não estar otimista com o ambiente macroeconômico, diante da alta da taxa básica de juros (Selic), da instabilidade política e da desaceleração do crescimento global.
"No curto prazo, não estou animado", disse Lima em entrevista ao Seu Dinheiro. "Mas a vantagem é que o Brasil não é como a Europa, que tem taxa de juros negativa e a economia não cresce. As nossas soluções estão dadas, a questão é querer fazer."
Antes de continuar, nós apresentamos para você resumidamente essa oportunidade pelo nosso Instagram, com uma análise do porquê o fundo em questão pode pagar dois dígitos de dividendos.
Leia Também
Confira abaixo e aproveite para nos seguir no Instagram (basta clicar aqui). Lá entregamos aos leitores análises de investimentos, notícias relevantes para o seu patrimônio, oportunidades de compra na bolsa, insights sobre carreira e empreendedorismo e muito mais.
Voltando ao assunto... o que esperar dos fundos imobiliários?
A HSI, que atua com fundos imobiliários listados e detém participação em 11 shoppings, fala em um momento de reprecificação dos ativos em consequência da alta da taxa básica de juros. “Se tenho CDI a 9%, não vou comprar um prédio a menos de 9%”, diz o CEO da gestora.
O momento de fato não é dos melhores para os fundos imobiliários. O IFIX, principal índice do setor, segue abaixo dos níveis pré-pandemia e acumula uma desvalorização da ordem 4% neste ano.
O desempenho das diferentes classes de fundos imobiliários foi bem desigual. Enquanto aqueles que investem em shoppings tiveram a rentabilidade bastante afetada pelas restrições de abertura para conter a pandemia, os FIIs que investem em galpões se mantiveram aquecidos — ao mesmo tempo em que a oferta também avançou consideravelmente.
Lima defende que ainda há segmentos "interessantes" entre os fundos imobiliários. "Continuo achando a demanda por residencial, padrão mais alto, boa — é o que a gente faz. Não falo de apartamentos grandes necessariamente, mas localizados em bairros de grande valor: Itaim, Jardins, Vila Madalena [todos em São Paulo]."
Segundo o CEO da HSI, a demanda do residencial alto padrão continua forte e vai ser menos impactada pela alta da taxa de juros, porque "o sistema de financiamento imobiliário no Brasil é um troço meio paralelo".
"Se a Selic subir muito, a taxa do financiamento vai subir, mas vai sair de TR [Taxa Referencial] mais 7% para TR mais 8%. Não vai ser nada radical. Além disso, os prazos para esse comprador mais qualificado ficam muito dilatados".
Maximo Lima, CEO da Hemisfério Sul Investimentos (HSI)
A dificuldade hoje do segmento está em comprar terrenos, que ficaram caros, e de lidar com a inflação de obra, já que o custo subiu cerca de 50%.
Shoppings — a bola da vez
O CEO da HSI também cita uma recuperação "robusta" entre os shoppings que a gestora acompanha. "A gente voltou para 2019 e tenho uma expectativa de que a gente passe o ano já rodando acima de 2019 e com 2022 com uma cara boa", afirma.
Para Lima, essa é a classe relativamente mais barata entre os fundos imobiliários. Para ele, o investidor vai acabar entendendo isso à medida que a distribuição de resultados começar a chegar no bolso.
No cenário incerto atual, o setor tem uma capacidade de valorização razoável nos próximos seis meses, apesar da reprecificação em curso no mercado, segundo o executivo.
"Os bons shoppings começaram a distribuir resultados como era antes da pandemia meio que agora. O investidor pequeno não entendeu isso ainda".
O segmento de fundos imobiliários de logística é outro que agrada a HSI, mas a gestora vê ao mesmo tempo grande demanda e muita oferta. O CEO da gestora cita Cajamar, cidade de São Paulo conhecida por abrigar galpões logísticas e que hoje tem "sete milhões em metros quadrados comprados e três milhões aprovados para construção.
"Falar que vai ter pressão de preço e crescimento de aluguel em termos reais eu acho muito difícil", diz o executivo. "É preciso ser muito seletivo e evitar regiões com muita oferta."
No caso de hotelaria, Lima vê espaço para crescimento, com a demanda reprimida de viagem de negócios, e espera que o segmento vá "relativamente bem" nos próximos meses.
"Se você está entrando em um segmento que não tem crescimento grande de receita e com a taxa de juros subindo, precisa prestar muita atenção no preço de entrada - se não, você pode tomar pancada".
Dinheiro para quê?
O dinheiro captado pela HSI teve dois destinos emblemáticos nos últimos anos: o desenvolvimento do complexo Parque da Cidade e do Faria Lima Plaza.
O primeiro foi comprado pela gestora em 2018, quando o complexo ainda estava sendo desenvolvido pela OR, incorporadora do grupo Odebrecht, por cerca de R$ 500 milhões. A HSI ergueu o complexo com torres corporativas, vendendo posteriormente 100% de uma torre e 30% de outra para a BR Properties por R$ 766 milhões.
Já o Faria Lima Plaza foi concebido com base na ideia de ter um lugar com acesso intermodal de transporte: o espaço está localizado no Largo da Batata, região de São Paulo onde fica uma estação de metrô e ciclovias, além de ser próximo de um terminal de ônibus.

"Como o grande locador de São Paulo hoje é a empresa de tecnologia, concluí que precisava de um local que atendesse o jovem que busca uma tech para trabalhar, não tem carro, quer ir de bicicleta ou metrô para o trabalho, e morar na Vila Madalena", diz Lima.
O espaço está 25% locado para a chinesa Shopee e em conversa avançada para a locação de 50% para a norte-americana Amazon. A XP comprou a parte da HSI no negócio, correspondente a 40% do prédio, avaliando o empreendimento em R$ 1,2 bilhão.
"A gente não desenvolve para ficar segurando 200 anos o prédio. De vez em quando aparece um comprador pelo caminho. Se alguém chegar no nosso preço, a gente vende", diz o executivo da gestora, que já desenvolveu mais de 1,7 milhão de metros quadrados e adquiriu mais de 2,4 milhões de metros quadrados em 15 anos de atuação.
Não é só a Liberdade? Outro bairro de São Paulo é eleito um dos melhores do mundo para se visitar em 2026
Rico, em cultura, gastronomia, história e lazer, bairro de São Paulo entrou no ranking da Time Out como um dos melhores do mundo para visitar em 2026
Acordo sobre terras raras, crítica ao Fed, investimentos bilionários: como está a visita de Trump à Ásia
Depois da Malásia, Trump chegou ao Japão, onde firmou acordos sobre terras raras e anunciou investimentos bilionários do Japão nos EUA; agora, parte para a Coreia do Sul
Maracanã à venda? Por que os deputados do Rio de Janeiro querem privatizar um dos maiores palcos do futebol mundial
Governo do Rio de Janeiro planeja privatizar o Maracanã para reduzir a dívida estadual de mais de R$ 190 bilhões com a União
Alta dos preços de imóveis comerciais começa a esfriar e desacelera em setembro, mostra FipeZAP
Entre as 10 localidades monitoradas, Curitiba e Salvador lideraram as altas nos preços de venda de imóveis
Lotofácil vacila e Dupla Sena rouba a cena na primeira noite de sorteios da semana nas loterias da Caixa
Enquanto a Dupla Sena brilhou sozinha na segunda-feira (27), hoje uma loteria promete prêmio mais de 10 vezes maior que o da Mega-Sena
Caixa paga Bolsa Família a beneficiários com NIS final 7
Valor mínimo é de R$ 600, mas adicionais do Bolsa Família elevam o benefício médio para R$ 683,42
O município brasileiro com maior número de etnias indígenas é uma selva… de pedra
Censo 2022 do IBGE revela qual é a cidade com a maior diversidade de povos indígenas em todo o Brasil
Do tarifaço ao feliz aniversário: como um breve encontro entre Lula e Trump desviou Brasil de rota de colisão com os EUA
Em julho, a Casa Branca aplicou um tarifaço de até 50% e elevou a tensão ao rotular o processo contra Bolsonaro de “caça às bruxas”. Três meses depois, um cumprimento relâmpago, e um “parabéns”, abriu uma fresta para um acerto comercial
Como saber se você teve sua senha do Gmail vazada em ataque a mais de 183 milhões de contas — e o que fazer
Um dos maiores vazamentos de dados da história expôs mais de 183 milhões de contas de e-mail, incluindo endereços do Gmail; veja como saber se a sua senha foi comprometida e o que fazer.
Depois de conversa entre Lula e Trump, tarifaço se mantém, e negociações entre Brasil e EUA ainda podem levar semanas
Presidentes do Brasil e dos EUA saíram otimistas de encontro no domingo, mas tarifaço foi mantido, e acordo deve demorar semanas para sair
Decisões de juros dominam a agenda econômica em semana de balanços e de Pnad no Brasil
Os bancos centrais dos EUA, Japão e da Zona do Euro vão decidir sobre a política monetária nos países. Além disso, bancos, big techs norte-americanas e a Vale são destaques da temporada de balanços nesta semana
É dia de pagamento: Caixa libera Bolsa Família de outubro para NIS final 6
Programa do governo federal alcança 18,9 milhões de famílias em outubro, com desembolso de R$ 12,88 bilhões
Embraer (EMBR3) sente o peso do tarifaço de Trump e vê riscos de atrasos e cancelamentos entrarem no radar
O CEO da fabricante de aeronaves afirmou que nenhum cancelamento ocorreu até o momento, mas, no atual cenário, pode ocorrer no médio prazo
Empresa de saída da B3, Tesouro IPCA+ com taxa de 8% e Oi (OIBR3) de cara com a falência: veja o que bombou no Seu Dinheiro esta semana
Entenda as matérias de maior audiência de segunda-feira passada (20) para cá e fique por dentro dos principais assuntos da semana
Fim do tarifaço contra o Brasil? Lula se reúne com Trump, que fala em ‘negociação rápida’; equipes econômicas vão debater soluções ainda hoje
Além do tarifaço, Lula também discutiu sobre crise na Venezuela e sanções contra autoridades brasileiras
João Fonseca na final do ATP 500 da Basileia: veja o horário e onde assistir
João Fonseca derrotou o espanhol Jaume Munar neste sábado (25) na semifinal do ATP 500 da Basileia e agora enfrenta Alejandro Davidovich Fokina na disputa pelo título
Menos é mais: Ganhador da Mega-Sena 2932 embolsa prêmio de mais de R$ 96 milhões com aposta simples
Não foi só a Mega-Sena que contou com ganhadores na categoria principal: a Lotofácil teve três vencedores, mas nenhum deles ficou milionário
Vai fazer a prova do docente? Veja tudo o que precisa saber antes de fazer a prova
Avaliação será aplicada neste domingo (26), em todo o país; entenda a estrutura da prova e quem pode participar
Bet da Caixa ameaçada? Lula cobra explicações do presidente do banco
Com o incômodo de Lula, o andamento da nova plataforma de apostas online do banco pode ser cancelado
Trump confirma encontro com Lula e diz que avalia reduzir tarifas ao Brasil “sob certas circunstâncias”
O republicano também lembrou da breve conversa com o presidente brasileiro nos bastidores da ONU, em Nova York
