Selic ao final do ajuste é mais importante do que o ritmo da alta, diz presidente do BC
Para Campos Neto, próximos dados sobre atividade e inflação vão ser importantes para definir o nível final da Selic no atual ciclo de elevação dos juros

O presidente do Banco Central, Roberto Campos Neto, disse nesta quinta-feira (30) que a instituição não acredita na necessidade de fazer nenhum ajuste no arcabouço de política monetária: "vamos continuar perseguindo a meta como tem sido feito".
Em relação ao ritmo da política monetária, Campos Neto explica que a Selic terminal é mais importante que o ritmo de altas. "E há um trade-off entre essa importância e a vantagem de se ter mais tempo para analisar informações em um ambiente volátil" respondeu, em coletiva sobre o Relatório Trimestral de Inflação (RTI).
Campos Neto explicou que o termo "significativamente contracionista" usado na ata da última reunião do Comitê de Política Monetária (Copom) diz respeito ao nível final da Selic no atual ciclo de ajuste.
"Quando mencionamos que a política monetária já estava em território contracionista, no dia do Copom, olhamos a Selic Focus de um ano contra o IPCA Focus de um ano e comparamos com a taxa neutra de 3,00% ao ano", completou.
Patamar máximo da Selic
Ele também argumentou que o box sobre desancoragem das expectativas incluindo no RTI divulgado hoje explica muito as decisões tomadas pelo Copom ao levar a Selic para 2,00% no ano passado.
"Existe sempre o hábito de olhar o que está acontecendo agora e não olhar os dados que se tinha no momento. A desancoragem que existia lá atrás era maior do que a que existe hoje. Diante daquelas informações naquele momento, adotamos a medidas que tomamos", afirmou.
Leia Também
Campos Neto alegou ainda que o início do ciclo de alta da Selic em 2021 foi considerado mais agressivo que o esperado pelo mercado. "O Copom tem sido o mais transparente possível sobre as decisões e esclarecemos ao longo do tempo que os choques se tornaram mais persistentes. Sempre deixamos claro que vamos perseguir a meta no horizonte relevante", completou.
O presidente do Banco Central disse que os próximos dados sobre atividade e inflação vão ser importantes para definir o nível final da Selic no atual ciclo de elevação dos juros. Ele evitou fala em patamar máximo para a taxa básica.
"Falamos de patamar neutro, depois falamos de terreno restritivo, e agora falamos de significativamente (contracionista). Foi um processo, e a coleta de dados e informações nos próximos meses será determinante para dizer aonde a Selic vai terminar. O que posso dizer é que a Selic vai terminar aonde tiver que terminar para consigamos atingir a nossa meta", enfatizou.
Commodities
O presidente do Banco Central afirmou que as commodities metálicas têm apresentado desaceleração em alguns países, principalmente na Ásia.
"Na China, além disso, tem um problema na construção civil que diminui ainda mais essa demanda. O tema da inflação verde também tem deslocado alguns preços. As commodities estão seguindo trajetórias diferentes. Para o Brasil ainda têm impacto de alta da inflação, mas riscos são para dois lados", disse.
Campos Neto afirmou que o BC sempre usa a proposta de orçamento para fazer suas estimativas para o gasto do governo como componente no PIB. O BC trouxe pela primeira vez as projeções da autoridade monetária para o PIB de 2022, com estimativa de alta de 2,1%.
O RTI projeta avanço de 3,0% para a agropecuária, crescimento de 1,2% para a indústria e progresso de 2,5% nos serviços.
Para o próximo ano, o BC espera alta de 2,2% no consumo das famílias e de 2,5% no consumo do governo. Já a Formação Bruta de Capital Fixo (FBCF) deve apresentar queda de 0,5%.
Trajetória fiscal
O presidente do Banco Central voltou a considerar que há melhoras no pano de fundo fiscal, com surpresa positiva. Ele reconheceu, porém, que as discussões sobre uma nova rodada do auxílio emergencial geraram alguma apreensão no mercado nas últimas semanas.
"Tem um tema dos ruídos fiscais na ponta, com mais volatilidade pelas notícias relacionadas ao auxílio emergencial e ao Bolsa Família. O BC não comenta esses aspectos fiscais, mas entendemos que isso tem gerado alguma apreensão nas últimas semanas. Quando for virada essa página, teremos caminho melhor pela frente", completou Campos Neto.
Ele acrescentou que os próprios números do Relatório Focus de mercado apontam para uma convergência fiscal melhor. "Mostramos que surpresas positivas no fiscal não ocorrem apenas pela inflação mais alta. Entendemos que há uma parte de arrecadação que é estrutural", afirmou.
Com real digital do Banco Central, bancos poderão emitir criptomoeda para evitar “corrosão” de balanços, diz Campos Neto
O presidente da CVM, João Pedro Nascimento, ainda afirmou que a comissão será rigorosa com crimes no setor: “ fraude não se regula, se pune”
O real digital vem aí: saiba quando os testes vão começar e quanto tempo vai durar
Originalmente, o laboratório do real digital estava previsto para começar no fim de março e acabar no final de julho, mas o BC decidiu suspender o cronograma devido à greve dos servidores
O ciclo de alta da Selic está perto do fim – e existe um título com o qual é difícil perder dinheiro mesmo se o juro começar a cair
Quando o juro cair, o investidor ganha porque a curva arrefeceu; se não, a inflação vai ser alta o bastante para mais do que compensar novas altas
Banco Central lança moedas em comemoração ao do bicentenário da independência; valores podem chegar a R$ 420
As moedas possuem valor de face de 2 e 5 reais, mas como são itens colecionáveis não têm equivalência com o dinheiro do dia a dia
Nubank (NUBR33) supera ‘bancões’ e tem um dos menores números de reclamações do ranking do Banco Central; C6 Bank lidera índice de queixas
O banco digital só perde para a Midway, conta digital da Riachuelo, no índice calculado pelo BC
Economia verde: União Europeia quer atingir neutralidade climática até 2050; saiba como
O BCE vai investir cerca de 30 bilhões de euros por ano; União Europeia está implementado políticas para reduzir a emissão de carbono
A escalada continua: Inflação acelera, composição da alta dos preços piora e pressiona o Banco Central a subir ainda mais os juros
O IPCA subiu 0,67% em junho na comparação com maio e 11,89% no acumulado em 12 meses, ligeiramente abaixo da mediana das projeções
Focus está de volta! Com o fim da greve dos servidores, Banco Central retoma publicações — que estavam suspensas desde abril
O Boletim Focus volta a ser publicado na próxima segunda-feira (11); as atividades do Banco Central serão retomadas a partir de amanhã
Greve do BC termina na data marcada; paralisação durou 95 dias
Os servidores do Banco Central cruzaram os braços em abril e reivindicavam reajuste salarial e reestruturação da carreira — demandas que não foram atendidas a tempo
Vai ter cartinha: Banco Central admite o óbvio e avisa que a meta de inflação para 2022 está perdida
Com uma semana de atraso, Banco Central divulgou hoje uma versão ‘enxuta’ do Relatório Trimestral da Inflação
Greve do BC já tem data pra acabar: saiba quando a segunda mais longa greve de servidores da história do Brasil chegará ao fim — e por quê
A data final da greve dos servidores do BC leva em consideração a Lei de Responsabilidade Fiscal, sem previsão de acordo para a categoria
O fim da inflação está próximo? Ainda não, mas para Campos Neto o “pior momento já passou”
O presidente do BC afirmou que a política monetária do país é capaz de frear a inflação; para ele a maior parte do processo já foi feito
O Seu Dinheiro pergunta, Roberto Campos Neto responde: Banco Central está pronto para organizar o mercado de criptomoedas no Brasil
Roberto Campos Neto também falou sobre real digital, greve dos servidores do Banco Central e, claro, política monetária
O Banco Central adverte: a escalada da taxa Selic continua; confira os recados da última ata do Copom
Selic ainda vai subir mais antes de começar a cair, mas a alta do juro pelo Banco Central está próxima do pico
A renda fixa virou ‘máquina de fazer dinheiro fácil’? Enquanto Bitcoin (BTC) sangra e bolsa apanha, descubra 12 títulos para embolsar 1% ao mês sem estresse
O cenário de juros altos aumenta a tensão nos mercados de ativos de risco, mas faz a renda fixa brilhar e trazer bons retornos ao investidor
Sem avanços e no primeiro dia de Copom, servidores do BC mantêm greve
A greve já dura 74 dias, sem previsão de volta às atividades; o presidente do BC, Roberto Campos Neto, deve comparecer à Câmara para esclarecer o impasse nas negociações com os servidores
Precisamos sobreviver a mais uma Super Quarta: entenda por que a recessão é quase uma certeza
Não espere moleza na Super Quarta pré-feriado; o mundo deve continuar a viver a tensão de uma realidade de mais inflação e juros mais altos
Greve do BC: Vai ter reunião do Copom? A resposta é sim — mesmo com as publicações atrasadas
A reunião do Copom acontece nos dias 14 e 15 de junho e os servidores apresentaram uma contraproposta de reajuste de 13,5% nos salários
Nada feito: sem proposta de reajuste em reunião com Campos Neto, servidores do BC seguem em greve
Mais uma vez, a reunião do Copom de junho se aproxima: o encontro está marcado para os dias 14 e 15 e ainda não se sabe em que grau a paralisação pode afetar a divulgação da decisão
Inflação no Brasil e nos EUA, atividade e juros na Europa; confira a agenda completa de indicadores econômicos da semana que vem
Nesta semana, o grande destaque no Brasil fica por conta do IPCA, o índice de inflação que serve de referência para a política monetária do BC