O desempenho da economia brasileira em fevereiro surpreendeu os economistas de mercado, acelerando na comparação com janeiro, segundo o Índice de Atividade Econômica do Banco Central (IBC-Br).
O indicador da autoridade monetária, considerado uma espécie de prévia do PIB, registrou um crescimento de 1,70% em fevereiro, na comparação com janeiro, quando teve alta 1,25% (este dado foi revisado para cima).
O desempenho surpreendeu, tendo em vista que a mediana das estimativas coletadas pelo Projeções Broadcast com economistas indicava para uma desaceleração – alta de 0,90%.
Na comparação com fevereiro do ano passado, o IBC-Br registrou um crescimento de 0,98%, enquanto a mediana das projeções apontava para uma contração de 0,10%.
Em 12 meses, o índice continua no campo negativo (-4,02%), mas ele acumula em 2021 uma alta de 0,23%, considerando os resultados do primeiro bimestre.
O IBC-Br considera a trajetória das variáveis da agropecuária, indústria e serviços, além de impostos sobre produtos, e é utilizado para avaliar ao ritmo da economia ao longo dos meses. Apesar das comparações com o PIB, ele tem uma metodologia diferente, acompanhando mensalmente o setor produtivo, enquanto o PIB apresenta uma visão mais abrangente da economia, considerando também o lado da demanda.
Continua a recuperação em ‘V’
Mesmo diante dos receios de muitos economistas de que a economia perdeu força neste começo, por conta da segunda onda de contágios por covid-19, o diretor de Política Econômica do Banco Central, Fabio Kanczuk, disse no final de março que o movimento de recuperação da economia nos últimos meses não perdeu força, e continuou se comportando em forma de "V".
"O PIB nos últimos meses foi mais forte do que o BC e o próprio mercado esperavam. São números que surpreenderam para cima", destacou o diretor.
Ele citou que o setor de serviços perdeu um pouco de força, assim como o comércio varejista, cujos resultados estavam bem acima do nível pré-pandemia.