Com R$ 1 bi em dívidas, Madero tenta emplacar IPO para tirar a corda do pescoço
No vermelho, o Madero — rede do empresário Junior Durski — vê no IPO uma chance para levantar capital e garantir o futuro de suas operações
A rede de restaurantes Madero já teve planos ambiciosos. Com o nada modesto lema The best burger in the world (o melhor hambúrguer do mundo, em inglês), o grupo do empresário Junior Durski chegou a ensaiar um IPO na Nasdaq — na ocasião, falava-se num valor de mercado de R$ 8 bilhões.
Esse objetivo, agora, parece um sonho distante, considerando a dura realidade do Madero em 2021: fortemente abalado pela pandemia, com graves problemas de imagem e dívidas de quase R$ 1 bilhão, a rede luta para sobreviver.
E é nesse contexto que a rede tenta uma espécie de cartada final: a abertura de capital na B3, aproveitando a onda de IPOs no Brasil em 2021. A ideia é simples: atrair investidores, colocar dinheiro no caixa e tirar a corda do pescoço.
Mas, se a abertura de capital não atrair investidores... Bem, aí a rede paranaense de restaurantes estará em maus lençóis.
Afinal, o próprio Madero alertou, em seu balanço do primeiro trimestre, que havia "dúvidas substanciais sobre a capacidade da companhia de continuar em funcionamento dentro de um ano após a data em que essas demonstrações financeiras consolidadas foram emitidas".
Não é a melhor introdução para um IPO, convenhamos.
Leia Também
E já que estamos falando em IPO, confira a opinião da Larissa Quaresma, analista da Empiricus, sobre a abertura de capital da Raízen (RAIZ4) — ela responde se vale a pena ou não entrar nessa oferta:
Madero em crise
A decisão de entrar ou não num IPO é parecida com a de comprar uma ação qualquer na bolsa. É preciso entender as perspectivas futuras da empresa, em termos operacionais e financeiros — e, com base nisso, calcular se o preço atual do papel oferece um potencial atrativo de valorização.
Dito isso, o Madero apenas protocolou a intenção de abrir seu capital. Sendo assim, ainda não foram definidas a quantidade de ações a serem vendidas ou a faixa de preço pretendida pela companhia.
No entanto, é perfeitamente possível analisar com calma as finanças do grupo — e o resultado desse estudo não inspira muita confiança. O Madero até mostrou uma expansão nas receitas ao longo dos últimos meses, mas continua dando prejuízo e com operações no vermelho.
| (R$ mi) | Receita líquida | Resultado operacional | Prejuízo líquido |
| 2018 | 729,8 | 43,2 | -109,2 |
| 2019 | 888,9 | 20,1 | -26,6 |
| 2020 | 795,8 | -87,7 | -248,9 |
| 1S21 | 468,6 | -24,8 | -90 |
Tão preocupante tanto é a gestão do endividamento: os compromissos financeiros do grupo Madero explodiram de 2020 para cá — e, considerando o desempenho operacional ainda fraco, há motivos de sobra para ficar receoso.
Ao final de junho, a empresa tinha R$ 989,7 milhões em dívidas brutas e R$ 913,5 milhões em endividamento líquido — desde o começo da pandemia, o Madero precisou contrair empréstimos bancários e acessar diversas fontes de financiamento para evitar o fechamento de muitos de seus restaurantes.

Futuro melhor para o Madero?
A situação operacional do Madero já mostra sinais de recuperação, com o primeiro semestre de 2021 sendo melhor na comparação com o mesmo período de 2020. Afinal, com uma incerteza menor em relação à pandemia, há a expectativa de que os setores mais penalizados pela Covid-19 — como viagens e restaurantes — tenham uma normalização rápida na demanda.
Nesse cenário em que tudo dá certo — a vacinação avança, não há novas ondas da doença e o consumo presencial nos restaurantes volta ao que era antes —, o Madero tem condições de sanar gradualmente seu balanço. Mas, é claro, é preciso considerar os riscos a essa premissa.
Em primeiro lugar, ainda há uma incerteza considerável na dinâmica da pandemia no Brasil. O processo de imunização ganhou tração, mas avança num ritmo relativamente lento; novas variantes do vírus, como a Delta, têm provocado novos fechamentos econômicos no exterior — e podemos ter algo semelhante por aqui.
Em segundo lugar, o setor de hamburguerias tem competição ferrenha: há cada vez mais restaurantes que utilizam ingredientes premium e que conseguem vender a preços competitivos — e que estão muito mais habituados ao sistema de delivery que o Madero.
Por mais que a rede de Durski não seja 100% dependente dos shoppings, possuindo também diversas lojas de rua, ela explora de maneira tímida as vendas por drive-thru e delivery. Tanto o Madero quanto o Burger King têm cerca de 30% do faturamento bruto vindo das vendas digitais, embora o BK seja muito mais exposto aos centros comerciais.
Crise de imagem
Um terceiro fator a ser levado em conta é a crise de imagem envolvendo o Madero: Junior Durski, CEO, porta-voz e garoto propaganda, é um ferrenho defensor do governo Bolsonaro e criticou o fechamento da economia por causa da Covid.
Em abril de 2020, ainda no início da pandemia, Durski demitiu cerca de 600 funcionários do Madero, alegando dificuldades financeiras para manter a saúde financeira da rede. Pouco tempo depois, em vídeo postado em suas redes sociais, ele deu uma declaração que pioraria ainda mais sua situação:
Não podemos parar por conta de cinco ou sete mil que vão morrer
Junior Durski, fundador e CEO do Madero
A fala causou enorme repercussão e desencadeou um movimento de boicote ao Madero — Durski virou uma espécie de símbolo da classe empresarial que despreza a pandemia e a morte dos brasileiros, uma fama que, naturalmente, respingou em seus restaurantes.
E, não custa lembrar: o Brasil já tem mais de 550 mil óbitos por causa da Covid-19.
Madero: IPO com cheiro de queimado
As próprias características do IPO são motivo de desconforto. Há uma oferta primária, quando novas ações são emitidas e o dinheiro vai para o caixa da empresa, mas também há uma oferta secundária, em que os recursos vão para o bolso dos acionistas que estão vendendo sua posição.
E, no caso, entre os vendedores está o próprio Junior Durski, que é dono de 64,8% do Madero — outros 27,6% estão com o Carlyle e 7,6% com outros acionistas.
Mesmo a parcela primária da oferta tem lá suas ressalvas. Metade dos recursos levantados servirão para o pagamento de dívidas — e a abertura de capital para a quitação de compromissos financeiros não costuma ser bem vista pelo mercado. A outra metade irá para o plano de expansão da empresa.
Como já foi dito, ainda não há detalhes quanto ao total de ações a serem vendidas, nem na parcela primária, nem na secundária. Ainda assim, estamos falando de uma empresa altamente endividada e com operações que ainda estão ensaiando uma recuperação — e cujos acionistas pretendem vender parte de sua posição.
É um combo atrativo para o Madero, mas que pode ter um gosto amargo na boca do investidor.
'Não devemos ficar em berço esplêndido, temos de fazer um esforço fiscal maior', diz Alckmin
“Nós estamos num momento importante, com 5,4% de desemprego, o menor da série histórica, e com 4,4% de inflação, caindo, isso é raro”, afirmou o vice-presidente
Mega-Sena 2949 distribui R$ 20 milhões hoje, mas Timemania rouba a cena e dispara para R$ 61 milhões; veja os prêmios das loterias da Caixa
Confira os valores oferecidos pela Mega-Sena, Timemania, +Milionária, Lotofácil e demais modalidades da Caixa nos sorteios desta terça (9) e quarta-feira (10)
A nova compra do Itaú (ITUB4), que envolve cartões de Casas Bahia (BHIA3), GPA (PCAR3) e Assaí (ASAI3)
O maior banco privado do país adquiriu as participações de três varejistas na Financeira Itaú CBD; entenda a operação
O ano dos bilionários: nunca houve tantos super-ricos quanto em 2025, e eles nunca foram tão endinheirados
Os quase 3 mil bilionários do planeta concentram fortunas de US$ 15,8 trilhões; alta é decorrente do crescimento das empresas ligadas à inteligência artificial
Loterias da Caixa: Quina sorteia R$ 7,5 milhões nesta segunda; Timemania, com R$ 61 milhões, lidera premiações da semana
Com dezembro avançando e a Mega da Virada no horizonte, prêmios se acumulam e movimentam apostadores de todo o país
Super Quarta no radar: EUA e Brasil decidem juros em semana de IPCA; confira a agenda econômica dos próximos dias
O calendário também conta com publicação de dados dos Estados Unidos de meses anteriores, já que a paralisação do governo norte-americano interrompeu a divulgação de indicadores importantes
Representante dos EUA diz que compromissos comerciais da China estão ‘indo na direção certa’
O fluxo entre os dois países já caiu cerca de 25%, afirma o representante comercial dos EUAZ. “Provavelmente precisa ser menor para que não sejamos tão dependentes uns dos outros”
Mega-Sena: Ninguém acerta as seis dezenas e prêmio vai a R$ 20 milhões
Quarenta e dois apostadores acertaram a quina e vão receber, cada um, R$ 42.694,24
Renda da população deve continuar subindo no curto prazo: isso é bom ou ruim para a economia? Veja qual o impacto na inflação e nos juros
Mesmo com desaceleração da atividade econômica, renda deve continuar em alta; no entanto, isso não preocupa tanto os economistas
XP vê início dos cortes da Selic em março, mas não descarta começo mais cedo: sinais são positivos, e um dado atrapalha
Com a desaceleração da inflação e valorização do câmbio, BC pode começar ciclo de cortes da Selic, mas gastos do governo ainda preocupam
Ao Cade, entidades se posicionam contra fusão Petz (PETZ3) e Cobasi, que criaria gigante de R$ 7 bilhões
Além disso, alegam que a fusão Petz-Cobasi eleva em 35% o risco de fechamento de pet shops de bairro
Relator de PL sobre fim da escala 6×1 apresenta novo texto, com jornada de no máximo 40 horas semanais
Prates também colocou um dispositivo que dá a possibilidade de regime de trabalho na escala 4×3, com limite máximo de 10 horas diárias
Metrô de SP testa operação 24 horas, mas só aos finais de semana e não em todas as linhas; veja os detalhes
Metrô de SP amplia operação aos fins de semana e avalia se medida tem viabilidade técnica e financeira
Salário mínimo de 2026 será menor do que o projetado; veja valor estimado
Revisão das projeções de inflação reduz o salário mínimo em R$ 3 a estimativa do piso nacional para 2026, que agora deve ficar em R$ 1.627
A nova elite mundial: em 2025, 196 bilionários surgiram sem herdar nada de ninguém — e há uma brasileira entre eles
Relatório da UBS revela que 196 bilionários construíram fortuna sem herança em 2025, incluindo uma brasileira que virou a bilionária self-made mais jovem do mundo
Banco Central desiste de criar regras para o Pix Parcelado; entenda como isso afeta quem usa a ferramenta
O Pix parcelado permite que o consumidor parcele um pagamento instantâneo, recebendo o valor integral no ato, enquanto o cliente arca com juros
FII com dividendos de 9%, gigante de shoppings e uma big tech: onde investir em dezembro para fechar o ano com o portfólio turbinado
Para te ajudar a reforçar a carteira, os analistas da Empiricus Research destrincham os melhores investimentos para este mês; confira
Quina faz um novo milionário; Lotofácil e Dia de Sorte também têm ganhadores
Enquanto a Quina, a Lotofácil e a Dia de Sorte fizeram a festa dos apostadores, a Mega-Sena e a Timemania acumularam nos sorteios da noite de quinta-feira (4).
Mercado aposta em corte da Selic em janeiro, mas sinais do Copom indicam outra direção, diz Marilia Fontes, da Nord
Para a sócia da Nord, o BC deve manter a postura cautelosa e dar sinais mais claros antes de fazer qualquer ajuste
Fundos de pensão que investiram em títulos do Banco Master entram na mira da Justiça em meio a irregularidades nos investimentos
Investigações apontam para aplicações financeiras fora dos protocolos adequados nos casos dos fundos Amazonprev, Rioprevidência e Maceió Previdência
