Fundo Verde tem ganho de 0,58% em maio e economista pede mudança no critério de vacinação
O Fundo Verde deixou o debate macroeconômico e estratégico de lado na carta de maio, optando por discutir a eficácia do programa de vacinação

O Fundo Verde, um dos mais tradicionais veículos de investimento multimercado do país — e que conta com o experiente gestor Luis Stuhlberger na linha de frente — teve um desempenho modesto em maio, com ganhos de 0,58%.
É mais que o dobro do CDI, cujo rendimento ficou em 0,27% no mês passado, é verdade. Ainda assim, chama a atenção o fato de que o saldo positivo do Verde se deve quase que exclusivamente ao alocamento em ações, com ganho de 0,83% — os books de moedas (-0,14%) e renda fixa (-0,05%) ficaram no vermelho.
"As perdas no mês vieram da posição comprada em dólar contra o real e da posição tomada em juros nos Estados Unidos", diz a Verde Asset, na carta do fundo em maio. Em termos de cenário macro, a gestora destaca as discussões a respeito do possível superaquecimento da economia global e um consequente choque inflacionário.
No entanto, nada disso foi debatido com maior profundidade no documento. As lâminas de desempenho estão todas lá, mas o destaque da carta fica com um artigo do economista-chefe da Asset, Daniel Leichsenring. O tema é, no mínimo, controverso: ele defende uma mudança nos critérios de vacinação, sem prioridade às pessoas com comorbidades.

Fundo Verde e a vacina
Usando dados do Ministério da Saúde, Leichsenring fez uma análise tipicamente econômica do programa de vacinação: comparou a quantidade de doses distribuídas aos estados com os números de aplicações.
A conclusão, em bom economês, é a de que os recursos não estão sendo alocados da maneira mais eficiente: os estoques estão aumentando desde que começou a ser dada prioridade às pessoas com comorbidades.
"Nunca tivemos uma situação tão favorável do ponto de vista da disponibilidade de vacinas (o que não significa que é boa, mas é melhor do que jamais foi). Os estoques seguem subindo", diz o economista.

Sem apresentar dados, Leichsenring diz que "praticamente não há filas em muitos postos de vacinação nas capitais" e que "todos os dias, nos postos, sobram vacinas e faltam pessoas". E, segundo o economista, a explicação para esses supostos fatos estaria no critério de comorbidades.
Para ele, trata-se de um filtro impreciso e com inúmeras variáveis, o que dificulta a delimitação do grupo a ser vacinado e pode superestimar o tamanho da população que se encaixa. E, para corrigir essas distorções, o economista propõe o retorno do critério por idade.
"No ritmo atual, o estoque equivale a 42 dias de vacinação, sem contar com nenhuma entrega adicional. As entregas seguem acontecendo, e acelerando", diz Leichsenring, argumentando que, dentro do critério de idade, pode-se definir grupos prioritários.
Vacinas e a economia
E por que a carta do Fundo Verde fala tanto de vacinas?
No curto trecho em que se dedica a discutir o cenário macroeconômico, a gestora cita que o Brasil vem mostrando um desempenho econômico superior às expectativas, mas que a retomada poderia ser ainda mais rápida caso a vacinação no país fosse acelerada.
Em março deste ano, Luis Stuhlberger disse estar decepcionado com a condução da pandemia pelo governo Bolsonaro e que, dados os impactos econômicos das decisões da administração federal, não pretendia votar novamente no atual presidente em 2022 caso uma mudança radical não fosse colocada em prática.
No entanto, a Verde Asset nunca tinha feito críticas tão nítidas ao programa de vacinação, em especial à estratégia adotada pelo governo de São Paulo, comandado por João Dória — desafeto público do presidente.
No acumulado dos cinco primeiros meses de 2021, o Fundo Verde acumula ganhos de 3,74%, ajudado pelo bom desempenho das alocações em ações (2,15%) e em renda fixa (+2,67%) — o book de moedas, por outro lado, tem perda de 0,38%. O CDI avança 0,96% no mesmo período.
Nova tesourada de Campos Neto não quer dizer que é hora de fugir da renda fixa — veja como ainda é possível ter um rendimento de dois dígitos ao ano com investimentos conservadores
O Comitê de Política Monetária do Banco Central (Copom) reduziu mais uma vez a taxa básica de juros na última quarta-feira (20), de 13,25% para 12,75% ao ano — uma queda de 0,50 ponto percentual, já amplamente esperada pelo mercado. Para o investidor pessoa física, o novo corte nos juros significa que os investimentos de renda […]
Crédito mais barato: Caixa e Banco do Brasil cortam juros para pessoas físicas e empresas após redução na Selic pelo Copom; veja as novas taxas
Para o presidente da Febraban, a redução da Selic indica um mercado de crédito menos pressionado à frente, com “menor pressão das condições financeiras e da inadimplência”
Mega-Sena oferece prêmio grandão hoje; Lotofácil e Quina também estão acumuladas
Prêmio da Mega-Sena pode chegar a R$ 35 milhões na faixa principal — isso se alguém acertar sozinho ou sozinha
Campos Neto segue o “plano de pouso”: Copom reduz Selic em 0,50 ponto percentual, para 12,75% ao ano e antecipa novos cortes “na mesma magnitude”
Ao contrário da última reunião, quando os diretores do BC se dividiram sobre o tamanho da redução da Selic, desta vez a decisão foi unânime
Campos Neto não recebeu os sinais que precisa para corte de 0,75 pp na Selic hoje – mas queda do juros ainda pode surpreender daqui para frente, enxerga economista
No mais recente episódio do podcast Touros e Ursos, nossa equipe de repórteres especiais conversou com a economista-chefe da CM Capital, Carla Argenta, para entender o que esperar da política monetária até o final deste ano. Será que existem chances de o Banco Central acelerar os cortes na Selic? A maior parte do mercado acredita que o […]
Banco central pode não conseguir ‘bancar’ cortes mais severos na Selic e aqui estão os culpados, de acordo com economista; veja
Chegamos a mais uma Super Quarta, como são apelidadas as quartas-feiras em que são anunciadas as decisões de juros no Brasil e nos Estados Unidos. Após o banco central norte-americano bater o martelo e interromper mais uma vez a alta dos juros, agora a expectativa se volta para a reunião do Comitê de Política Monetária […]
O que coloca São Paulo e Nova York na mesma faixa de risco de se transformarem em bolha imobiliária
Segundo a edição deste ano do Índice Global de Bolha Imobiliária do UBS, os desequilíbrios dos mercados imobiliários mundiais diminuíram em 2023
Em decisão unânime, Fed mantém taxa de juros no EUA no maior nível em mais de 20 anos, mas sinaliza nova alta ainda este ano
Analistas de mercado já esperavam a manutenção da taxa de juros pelo Fed, o banco central dos EUA, na faixa entre 5,25% e 5,50% ao ano
Investidores mantêm otimismo com a bolsa, mas veem Ibovespa no máximo em 130 mil pontos no fim do ano, segundo pesquisa XP
Cenário no mercado ainda exige cautela com renda variável, mas expectativas com a bolsa crescem em 98%
Selic: por que o dólar abaixo dos R$ 5 é um sinal importante para Campos Neto e no que mais o Banco Central está de olho
Convidada do mais recente episódio do podcast Touros e Ursos, a economista-chefe da CM Capital, Carla Argenta, fala sobre as pistas que podem acelerar os cortes da Selic até meados de 2024. Ela explica por que a cotação do dólar é um sinal importante para as próximas decisões. Em um vídeo publicado com exclusividade na […]
Leia Também
-
Uma aposta levou sozinha o prêmio de quase R$ 65 milhões do último sorteio da Mega Sena. Será que foi você? Confira
-
Liz Truss abre mão de parte de cortes de impostos e troca ministro das Finanças; a bolsa de Londres e a libra agradecem
-
Esquenta dos mercados: Bolsas internacionais avançam após virada de ontem; Ibovespa aguarda novas pesquisas Ipespe e Datafolha
Mais lidas
-
1
A despedida de VIIA3 na bolsa é hoje: veja qual será o novo código de negociação, ou ticker, do Grupo Casas Bahia na B3
-
2
VIIA3 dá ‘adeus’ à B3 hoje: após tombo de mais de 40% em setembro e oferta de ações descontada, Grupo Casas Bahia (ex-Via) passa por nova mudança; entenda
-
3
GetNinjas (NINJ3) vai devolver dinheiro para os acionistas após fiasco das ações na B3