‘Economia brasileira se mantém robusta, apesar da pandemia’, diz Rogoff
Kenneth Rogoff afirmou também que o desemprego alto é um problema que depende do avanço da vacinação e do controle da doença
Apesar da pandemia do coronavírus, a economia brasileira "está surpreendentemente robusta", inclusive com o Produto Interno Bruto (PIB) voltando ao nível anterior ao registrado ao surgimento da covid-19 mas o desemprego alto é um problema que depende do avanço da vacinação e do controle da doença, diz Kenneth Rogoff, ex-economista-chefe do Fundo Monetário Internacional (FMI) e atualmente professor da Universidade Harvard, em entrevista exclusiva para o Estadão/Broadcast.
A entrevista, a seguir, foi concedida na véspera da participação de Rogoff como palestrante no evento Bradesco BBI, na 12.ª London Conference para investidores internacionais, que neste ano ocorre de forma virtual.
Como o sr. avalia as perspectivas econômicas no Brasil no curto prazo?
O Brasil está tendo muitos dos problemas que todos os outros países registraram com a pandemia. Há um grande aumento da desigualdade social, gerando agitação política etc. No entanto, a economia está surpreendentemente robusta. O País já registrou a volta do PIB para o mesmo nível anterior ao surgimento da covid-19, o que é notável. Os mercados de dívida continuam incrivelmente resilientes. O Brasil fez muitas mudanças, foi capaz de lidar muito bem com a crise e está muito melhor do que eu poderia estimar no passado recente.
Como a recuperação da economia poderá ser sustentável se o ritmo da vacinação é muito lento?
A vacinação virá, talvez com um atraso de um ano em comparação com economias avançadas. Há um temor de que, se a retomada não for longa o suficiente, poderá não ser somente um ano, mas uma década perdida na economia, como manifestam meus amigos no Brasil que estão preocupados. Porém, a trajetória até o momento sugere, particularmente, para um forte mercado emergente como o Brasil, que terá uma boa recuperação. É difícil saber. Há recuperações bem divergentes. Os países ricos estão indo muito bem, as nações com baixa renda têm uma situação terrível e os mercados emergentes estão em algum lugar na metade desses dois caminhos e poderão ir para uma direção ou a outra.
A taxa de desemprego no Brasil passou de 14%. O sr. considera que ela poderá baixar neste ano ou no próximo?
Eu penso que será difícil corrigi-la até que o programa de vacinação (avance) e o que a doença esteja sob controle.
Como o sr. avalia a tendência da inflação nos EUA?
A recuperação está ocorrendo bem mais rápida e forte do que qualquer um imaginava, em grande parte por causa das vacinas, mas também pelo enorme apoio de gastos do governo prevenindo uma longa duração dos efeitos da pandemia. Ao mesmo tempo, há uma imensa variedade de gargalos na economia global, entre eles no fornecimento de microprocessadores. Claro que a inflação vai subir neste ano. Eu tenho visto a secretária do Tesouro, Janet Yellen, dizer que pode chegar a 3% em 2021, mas é uma estimativa baixa. Os EUA crescerão acima de 7% neste ano e 4% em 2022. A verdadeira questão é se a inflação subirá muito a ponto de levar o Federal Reserve a aumentar os juros bem mais cedo do que avalia. Pelo ponto de vista dos países emergentes, como o Brasil, a preocupação é se a inflação explodirá, o que forçaria o Fed a elevar os juros por questões domésticas, o que seria muito doloroso para os mercados internacionais. Não é o cenário mais provável, mas é certamente o maior risco no momento.
“Geração Putin” está sofrendo as consequências do isolamento econômico do país com menos oportunidades de trabalho e educação
Saída em massa das multinacionais e mudanças estruturais no sistema educacional do país estreitam as perspectivas dos jovens russos
Dependendo da gorjeta: Uber, iFood e Rappi não oferecem remuneração adequada, revela pesquisa
Levantamento feito pelo projeto Fairwork Brasil, ligado à universidade de Oxford, revelou que quem depende do trabalho por meio de plataformas não encontra as melhores condições
AGORA: Em linha com exterior negativo, Ibovespa futuro abre em queda e dólar sobe hoje; bitcoin (BTC) aprofunda queda do fim de semana
Na agenda da semana, a inflação medida pelo IPCA-15 e pelo PCE, nos Estados Unidos, são o grande destaque dos próximos dias
AGORA: Ibovespa futuro abre em queda e acompanha Nova York, enquanto dólar sobe para R$ 5,44
Com agenda esvaziada, tanto por aqui quanto no exterior, investidores devem ficar de olho no último dia do Fórum Econômico Mundial, enquanto aguardam reunião do Fed, agendada para a semana que vem
AGORA: Ibovespa futuro abre em alta puxado por Nova York e dólar recua a R$ 5,46; confira
O dia é esvaziado, tanto no cenário doméstico quanto no exterior; investidores aguardam reunião do Fed semana que vem
Empregos da área de tecnologia são os mais promissores para 2022; veja a lista completa de oportunidades
Segundo a lista Empregos em alta em 2022 do LinkedIn, o setor de tecnologia e computação se destaca nas profissões mais promissoras para este ano, seguido por marketing, vendas e experiência do usuário
AGORA: Ibovespa futuro avança próximo da estabilidade e dólar cai de olho no exterior positivo e nos balanços dos bancos de hoje
As commodities permanecem em rota de valorização, com o petróleo e o minério de ferro em destaque hoje
AGORA: Ibovespa futuro abre em queda com cenário externo negativo e greve dos servidores pressiona local; dólar sobe
O balanço de grandes bancos dos EUA, como o Bank of America e o Goldman Sachs, permanece no radar do investidor internacional hoje
AGORA: Prévia do PIB vem acima do esperado, mas Ibovespa futuro abre em queda e dólar avança pela manhã
O PIB da China animou os mercados nesta segunda-feira, com resultados acima do esperado pelos analistas
AGORA: Ibovespa futuro abre em leve queda, mesmo com dados do varejo acima do esperado; dólar opera com estabilidade
O exterior opera sem direção definida pela manhã, antes dos balanços de grandes bancos nos Estados Unidos
Leia Também
-
Qual o futuro dos juros no Brasil? Campos Neto dá pistas sobre a trajetória da taxa Selic daqui para frente
-
'Yield no Brasil e ações de tecnologia nos EUA': para gestor, essa é a combinação vencedora para se ter na carteira de investimentos; entenda
-
Haddad responde aos mercados sobre ruídos provocados por meta fiscal; veja o que o ministro falou