Com IPCA de dois dígitos, investimentos tradicionais perdem feio da inflação em 12 meses; só o bitcoin se salvou
Divulgado na última semana, IPCA acumula 10,74% nos 12 meses terminados em novembro; veja a comparação com o retorno dos investimentos nesse período
O descontrole inflacionário que marcou o ano de 2021 tornou impossível para os investimentos tradicionais vencer o dragão - ao menos, na média. Nenhuma das principais aplicações financeiras conseguiu bater o IPCA de 10,74% acumulado nos 12 meses até novembro, conforme divulgado pelo IBGE na semana passada.
O único investimento que conseguiu vencer com folga a inflação oficial no período foi o bitcoin, que acumula alta de 210,20% em reais no período.
Mas trata-se realmente de um ponto fora da curva. Dos investimentos "normais", a poupança antiga, com seu retorno de 6,17%, foi o que chegou mais perto, mas ainda assim teve retorno real negativo. O ouro e o dólar vêm em seguida. Veja a comparação na tabela a seguir:
Índice/ investimento | Desempenho em 12 meses até novembro |
Bitcoin | 210,20% |
IPCA | 10,74% |
Poupança antiga | 6,17% |
Ouro | 5,79% |
Dólar PTAX | 5,42% |
CDI | 3,77% |
IMA-B* | 3,30% |
Poupança nova | 2,60% |
IRF-M** | -1,93% |
Ibovespa | -6,41% |
IFIX*** | -8,19% |
(**) Índice Anbima que representa uma cesta de títulos públicos prefixados
(***) Índice de Fundos Imobiliários
Fontes: Broadcast, Banco Central, Anbima e Coinbase, Inc..
Como a taxa básica de juros estava muito baixa no início do ano, o CDI acumulado no ano até o fim de novembro foi de apenas 3,77%, o que fez com que investimentos atrelados a ele ou a Selic - como a poupança nova, o Tesouro Selic, os fundos DI e os CDBs - tenham falhado miseravelmente em proteger o poder de compra do investidor. Logo eles, que são as aplicações mais conservadoras do mercado, frequentemente usadas para guardar a reserva de emergência.
No caso dos índices IMA-B e IRF-M - que representam, respectivamente, os títulos públicos atrelados à inflação e os prefixados -, o desempenho exibido na tabela mostra apenas a variação dos preços de mercado, ou seja, o que teria ocorrido caso um investidor tivesse comprado aquela cesta de títulos no início do período analisado e a vendido no final.
Em outras palavras, é o desempenho em 12 meses para quem vendeu antes do vencimento, o que é sempre feito a preço de mercado. E os preços desses papéis variam de acordo com os juros futuros, isto é, as perspectivas do mercado para a taxa de juros.
Assim, não estranhe o desempenho baixo do IMA-B, por exemplo. No caso de quem comprou um Tesouro IPCA+ lá atrás e pretende levá-lo ao vencimento, o poder de compra do investimento - isto é, a proteção contra a inflação - está garantida.
Finalmente, os ativos de bolsa, que têm um risco maior que a renda fixa, não só falharam em vencer a inflação, como tiveram desempenho nominal negativo.
Tanto as ações, representadas aqui pelo Ibovespa, quanto os fundos imobiliários, representado pelo IFIX, acumulam perdas nos 12 meses terminados em novembro, muito em função da reabertura econômica mais fraca que o esperado no pós-pandemia e da alta dos juros para combater a inflação galopante.
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