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Sob impacto de variante delta, enchentes e crises energética e imobiliária, PIB da China cresce menos que o esperado no 3º trimestre

bandeira da China

Uma “tempestade perfeita” parece ter atingido a China no terceiro trimestre de 2021. Depois de largar na frente na recuperação pós-pandemia, a China colocou o pé no freio e agora está às voltas com um problema que muitos países gostariam de ter: uma taxa de crescimento da economia rondando a casa dos 5% mantém as autoridades locais atentas ao desafios de uma recuperação econômica desigual, mas otimistas quanto às metas estabelecidas pelo governo para o ano.

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O Produto Interno Bruto (PIB) da China cresceu menos do que o esperado no terceiro trimestre de 2021, impactado principalmente por um surto de casos de variante delta do novo coronavírus, por enchentes, pela ação do governo para conter a dívida no setor imobiliário e pelos cortes de energia ordenados pelas autoridades locais para fazer frente às mudanças climáticas.

A agência oficial de estatísticas da China informou que o PIB nacional avançou 4,9% na comparação com o terceiro trimestre de 2020, abaixo das expectativas dos analistas, que oscilavam entre 5,1% e 5,2%. Trata-se do ritmo mais lento de expansão econômica chinesa em um ano. No terceiro trimestre do ano passado, o PIB chinês também cresceu 4,9%.

Mais indicadores

A desaceleração do crescimento chinês veio acompanhada de um crescimento menor que o esperado da produção industrial em setembro. O indicador avançou 3,1% no mês passado, bem abaixo dos 4,5% previstos pela Reuters.

Entre outros indicadores importantes divulgados hoje, as vendas no varejo chinês superaram as expectativas, aumentando 4,4% em setembro em relação ao ano anterior. Sondagem da Reuters previa um crescimento de 3,3%. Já a taxa de desemprego urbano em setembro ficou em 4,9%.

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Dados pressionaram bolsas asiáticas

Com isso, os principais índices de ações da Ásia fecharam sem direção única hoje, divididos entre o crescimento abaixo do esperado da economia chinesa e o pregão positivo de sexta-feira em Nova York.

“Os desafios de manter a economia em bom funcionamento aumentaram”, disse Fu Linghui, porta-voz da agência chinesa de estatísticas durante entrevista coletiva. Segundo ele, a recuperação econômica "ainda é instável e desigual".

Apesar disso, a China segue "qualificada" para cumprir a meta de crescimento anual definida por Pequim para 2021, de mais de 6%, acrescentou Fu.

Crise energética e impacto da Evergrande

Muitas fábricas tiveram que interromper a produção ou reduzir turnos a partir do fim de setembro, pois o aumento no preço do carvão e a escassez de eletricidade levaram as autoridades locais a promoverem cortes pontuais no fornecimento de energia elétrica.

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A crise da dívida do conglomerado Evergrande também gerou preocupações sobre os riscos de contágio para o setor imobiliário e a economia em geral.

Ainda assim, as autoridades locais têm procurado amenizar os temores sobre os problemas que afetam a economia.

Segundo Fu, houve uma diminuição na contribuição do setor imobiliário para a economia no terceiro trimestre. O impacto, entretanto, teria sido limitado.

Efeitos "controláveis"

Na sexta-feira passada, o Banco Central da China assegurou que os riscos representados pela Evergrande para o sistema financeiro são "controláveis".

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Hoje, na mesma linha, Fu, o porta-voz, disse que a falta de energia teve um “certo impacto” na produção, mas o impacto econômico “é controlável”.

Segundo ele, a crise será "aliviada" à medida que o governo colocar em prática medidas para controlar o problema. No início do mês, por exemplo, a China encomendou minas de carvão para aumentar a produção.

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