Depois de encerrar 2020 com fechamento de vagas, os Estados Unidos voltaram a registrar abertura de postos de trabalho em janeiro, mas o país ainda enfrenta as duras consequências que a pandemia de covid-19 teve na economia.
A situação abre caminho para o Federal Reserve (Fed, o banco central americano) manter os estímulos monetários por mais tempo e pode estimular a votação do pacote fiscal proposto pelo presidente Joe Biden.
Os números
Dados divulgados pelo Departamento do Trabalho americano nesta sexta-feira (5) mostram que a taxa de desemprego recuou 0,4 ponto percentual (p.p.) no mês passado, para 6,3%, enquanto o número de vagas criadas somou 49 mil.
A quantidade de postos de trabalho abertos ficou um pouco abaixo da mediana das estimativas de analistas consultados pelo Projeções Broadcast, de geração de 50 mil vagas.
Ainda que a taxa de desemprego tenha recuado, e o número de pessoas sem trabalho tenha caído para 10,1 milhões, abaixo do pico registrado em abril do ano passado, eles permanecem muito acima dos níveis pré-pandemia
Segundo o Departamento, o mercado de trabalho dos Estados Unidos continuou refletindo os efeitos da pandemia de covid-19.
“O dado reforça a tese de que a recuperação da economia americana não será linear. Por outro lado, mantém também pressão elevada pelo avanço do pacote de estímulo fiscal e manutenção dos parâmetros de política monetária inalterada por longo período de tempo”, diz, em nota, o estrategista-chefe do banco digital modalmais, Felipe Sichel.
Piora dos números de dezembro
Os dados também trouxeram uma notícia negativa, a piora dos números de vagas fechadas em dezembro.
Os dados revisados apontam para o fechamento de 227 mil postos de trabalho, e não mais 140 mil como divulgado inicialmente.
A situação ocorreu num período em que os Estados Unidos viram um aumento no número de pessoas contaminadas pelo novo coronavírus, forçando muitos estados a impor medidas de lockdown, gerando demissões em áreas como restaurantes e hotéis.
Foi justamente o segmento de lazer e hospitalidade que registrou o maior número de postos de trabalho fechados, junto com varejo, saúde e transportes. Os segmentos que puxaram a alta de janeiro foram serviços e educação.