Iguatemi, Nubank e as consolidações setoriais em meio à crise
Já tratamos nesta newsletter algumas vezes sobre como as crises consolidam mercados, na medida em que as empresas mais fortes e mais aptas acabam por adquirir ou derrotar suas concorrentes, num ambiente em que há cada vez menos espaço para todas elas.
Tal qual na filosofia do Humanitismo, proposta pelo personagem machadiano Quincas Borba, as batatas, nessas horas, ficam escassas para alimentar todas as tribos, e a vencedora leva todas - “winner takes all”, como se diz no jargão de mercado.
Hoje tivemos duas notícias bem interessantes envolvendo a consolidação de dois segmentos que vivem, cada um à sua maneira, seus momentos de crise e consolidação.
No campo das batatas financeiras, os outrora intocáveis bancões se veem agora obrigados a batalhar contra fintechs disruptivas em várias das suas áreas de atuação.
O que é uma crise, do ponto de vista dos grandes bancos, na verdade é um bem-vindo aumento da concorrência, do ponto de vista dos clientes. Mas é claro que, dentre as inúmeras startups financeiras que pipocaram nos últimos tempos, algumas já se destacam como consolidadoras de mercado e parecem cada dia mais ameaçadoras aos bancossauros rex.
O caso mais notável é o Nubank, que hoje anunciou dois aportes de peso em mais uma rodada de captação junto a investidores. O maior deles foi feito por ninguém menos que o megainvestidor Warren Buffett, por meio da sua holding Berkshire Hathaway. É isso mesmo, o “Oráculo de Omaha” vestiu roxo.
Leia Também
As vantagens da holding familiar para organizar a herança, a inflação nos EUA e o que mais afeta os mercados hoje
Rodolfo Amstalden: De Flávio Day a Flávio Daily…
E por falar em lendas do mercado, o segundo aporte, liderado pela Sands Capital, contou com a participação do fundo Verde, de Luis Stuhlberger. Depois de todas as suas rodadas de investimento, o Nubank já é avaliado em US$ 30 bilhões, mais do que a XP e o Banco do Brasil, e quase o mesmo valor do Santander.
Já no campo das batatas dos shopping centers, a crise é um reflexo direto da pandemia de coronavírus. O segmento foi um dos que mais sofreu com as medidas de distanciamento social desde março do ano passado, junto com as varejistas e empresas aéreas, cujos movimentos de consolidação já foram abordados recentemente nesta newsletter.
Ontem à noite tivemos a notícia de que a Iguatemi e sua holding controladora Jereissati passarão por uma reestruturação societária que unirá sua base acionária. O objetivo é preparar a companhia resultante, a Iguatemi S.A., para aquisições. Como consequência, os papéis da Jereissati dispararam mais de 10% no pregão desta terça.
Em teleconferência com investidores e analistas realizada hoje, os executivos da Iguatemi esclareceram diversos pontos da reestruturação, inclusive as dúvidas acerca de uma possível perda de governança corporativa.
E segundo a vice-presidente financeira, Cristina Betts, a operação capacita a companhia para dobrar de tamanho - a intenção é crescer de maneira inorgânica de forma realmente relevante. Eu e a Jasmine Olga contamos todos os detalhes dessa história e sua repercussão nos mercados nesta matéria.
Em meio a discussões sobre vacinação, juros, inflação, conflitos geopolíticos e eleições 2022, o sócio e CIO da Empiricus, Felipe Miranda, destaca, na sua coluna de hoje, a importância de se olhar para os movimentos corporativos pontuais para se ganhar dinheiro no mercado, uma vez que para as grandes questões macro da humanidade, nem nós e nem mesmo os líderes mundiais têm todas as respostas.
Ele deixa a sua opinião sobre a reestruturação de Iguatemi e Jereissati e fala de outras possíveis reorganizações societárias à vista. Recomendo a leitura!
MERCADOS
• O mercado brasileiro, que vinha numa maratona frenética de recordes nos últimos dias, parou para tomar fôlego hoje. Com a Vale e o setor bancário puxando as perdas, o Ibovespa recuou de volta para os 129 mil pontos. Já o dólar até ameaçou uma subida, mas também esfriou e fechou a sessão próximo à estabilidade. Confira nossa cobertura de mercados.
• A CVC enfrentou, nos últimos anos, uma série de dificuldades financeiras que poderiam tê-la levado à falência. Mas a companhia renegociou dívidas e vem se reerguendo. Hoje, com a notícia de que estuda uma oferta de ações, seus papéis chegaram a disparar 9%.
EMPRESAS
• Após uma breve pausa nas compras, o Magazine Luiza voltou ao mercado e anunciou a aquisição de uma plataforma de processamento de cartões de crédito e débito na nuvem.
• Os “jabutis” da MP da Eletrobras, como ficaram conhecidos os custos embutidos por parlamentares no texto, irritaram o setor elétrico. Mas nem todos se incomodaram com as adições: hoje, o presidente da estatal e o secretário de Desestatização partiram em defesa da proposta.
• Conhecida pela venda de terrenos de luxo em condomínios fechados, a Alphaville apresentou uma série de resultados negativos nos últimos anos. Agora, a empresa repaginou os negócios e aposta no oferecimento de casas prontas à classe média alta para uma virada financeira.
ECONOMIA
• Diferente do que acontece nos filmes, descobrir o paradeiro de US$ 4,7 milhões em bitcoins pagos após um ataque hacker a um oleoduto nos EUA envolveu menos espionagem do que tecnologia. O Renan Sousa te conta como o FBI rastreou as moedas digitais nesta matéria.
• Mesmo após o presidente da Câmara, Arthur Lira (PP-AL), se mostrar contrário à medida, o governo deverá prorrogar o auxílio emergencial por mais dois meses. Com isso, o lançamento de um programa social permanente, substituto do Bolsa Família, vai atrasar novamente.
Este artigo foi publicado primeiramente no "Seu Dinheiro na sua manhã". Para receber esse conteúdo no seu e-mail, cadastre-se gratuitamente neste link.
Felipe Miranda: Uma visão de Brasil, por Daniel Goldberg
O fundador da Lumina Capital participou de um dos episódios de ‘Hello, Brasil!’ e faz um diagnóstico da realidade brasileira
Dividendos em 2026, empresas encrencadas e agenda da semana: veja tudo que mexe com seu bolso hoje
O Seu Dinheiro traz um levantamento do enorme volume de dividendos pagos pelas empresas neste ano e diz o que esperar para os proventos em 2026
Como enterrar um projeto: você já fez a lista do que vai abandonar em 2025?
Talvez você ou sua empresa já tenham sua lista de metas para 2026. Mas você já fez a lista do que vai abandonar em 2025?
Flávio Day: veja dicas para proteger seu patrimônio com contratos de opções e escolhas de boas ações
Veja como proteger seu patrimônio com contratos de opções e com escolhas de boas empresas
Flávio Day nos lembra a importância de ter proteção e investir em boas empresas
O evento mostra que ainda não chegou a hora de colocar qualquer ação na carteira. Por enquanto, vamos apenas com aquelas empresas boas, segundo a definição de André Esteves: que vão bem em qualquer cenário
A busca pelo rendimento alto sem risco, os juros no Brasil, e o que mais move os mercados hoje
A janela para buscar retornos de 1% ao mês na renda fixa está acabando; mercado vai reagir à manutenção da Selic e à falta de indicações do Copom sobre cortes futuros de juros
Rodolfo Amstalden: E olha que ele nem estava lá, imagina se estivesse…
Entre choques externos e incertezas eleitorais, o pregão de 5 de dezembro revelou que os preços já carregavam mais política do que os investidores admitiam — e que a Bolsa pode reagir tanto a fatores invisíveis quanto a surpresas ainda por vir
A mensagem do Copom para a Selic, juros nos EUA, eleições no Brasil e o que mexe com seu bolso hoje
Investidores e analistas vão avaliar cada vírgula do comunicado do Banco Central para buscar pistas sobre o caminho da taxa básica de juros no ano que vem
Os testes da família Bolsonaro, o sonho de consumo do Magalu (MGLU3), e o que move a bolsa hoje
Veja por que a pré-candidatura de Flávio Bolsonaro à presidência derrubou os mercados; Magazine Luiza inaugura megaloja para turbinar suas receitas
O suposto balão de ensaio do clã Bolsonaro que furou o mercado: como fica o cenário eleitoral agora?
Ainda que o processo eleitoral esteja longe de qualquer definição, a reação ao anúncio da candidatura de Flávio Bolsonaro deixou claro que o caminho até 2026 tende a ser marcado por tensão e volatilidade
Felipe Miranda: Os últimos passos de um homem — ou, compre na fraqueza
A reação do mercado à possível candidatura de Flávio Bolsonaro reacende memórias do Joesley Day, mas há oportunidade
Bolha nas ações de IA, app da B3, e definições de juros: veja o que você precisa saber para investir hoje
Veja o que especialista de gestora com mais de US$ 1,5 trilhão em ativos diz sobre a alta das ações de tecnologia e qual é o impacto para o mercado brasileiro. Acompanhe também a agenda da semana
É o fim da pirâmide corporativa? Como a IA muda a base do trabalho, ameaça os cargos de entrada e reescreve a carreira
As ofertas de emprego para posições de entrada tiveram fortes quedas desde 2024 em razão da adoção da IA. Como os novos trabalhadores vão aprender?
As dicas para quem quer receber dividendos de Natal, e por que Gerdau (GGBR4) e Direcional (DIRR3) são boas apostas
O que o investidor deve olhar antes de investir em uma empresa de olho dos proventos, segundo o colunista do Seu Dinheiro
Tsunami de dividendos extraordinários: como a taxação abre uma janela rara para os amantes de proventos
Ainda que a antecipação seja muito vantajosa em algumas circunstâncias, é preciso analisar caso a caso e não se animar com qualquer anúncio de dividendo extraordinário
Quais são os FIIs campeões de dezembro, divulgação do PIB e da balança comercial e o que mais o mercado espera para hoje
Sete FIIs disputam a liderança no mês de dezembro; veja o que mais você precisa saber hoje antes de investir
Copel (CPLE3) é a ação do mês, Ibovespa bate novo recorde, e o que mais movimenta os mercados hoje
Empresa de geração, transmissão e distribuição de energia elétrica, a Copel é a favorita para investir em dezembro. Veja o que mais você precisa saber sobre os mercados hoje
Mais empresas no nó do Master e Vorcaro, a escolha do Fed e o que move as bolsas hoje
Titan Capital surge como peça-chave no emaranhado de negócios de Daniel Vorcaro, envolvendo mais de 30 empresas; qual o risco da perda da independência do Fed, e o que mais o investidor precisa saber hoje
A sucessão no Fed: o risco silencioso por trás da queda dos juros
A simples possibilidade de mudança no comando do BC dos EUA já começou a mexer na curva de juros, refletindo a percepção de que o “jogo” da política monetária em 2026 será bem diferente do atual
Tony Volpon: Bolhas não acabam assim
Wall Street vivencia hoje uma bolha especulativa no mercado de ações? Entenda o que está acontecendo nas bolsas norte-americanas, e o que a inteligência artificial tem a ver com isso
