“Era para termos entrado no Primeiro Mundo há 30 anos”, escreve Gustavo Franco em seu novo livro “Lições Amargas”; leia a resenha completa
O ex-presidente do Banco Central tece críticas ao Brasil e sua estagnação prolongada e apresenta uma “história provisória da atualidade”
A pandemia impôs desafios para todo o mundo. Mas no Brasil, o ano de 2020 foi o equivalente a uma década perdida. Esta é a visão do economista Gustavo Franco, autor de “Lições Amargas: Uma história provisória da atualidade”, lançado em maio de 2021.
“Esse livro é um desabafo com relação a uma impaciência minha com a lentidão dos progressos no Brasil”, diz o economista em participação no podcast Resenha Empiricus. No episódio, ele fala mais sobre sua mais nova obra e sobre questões latentes do país, como a terceira via política e a revolução do dinheiro.
Ouça o papo completo dando play abaixo ou procurando por Resenha Empiricus em sua plataforma de podcasts de preferência:
Por que o Brasil está como está?
“Lições Amargas” não é um livro sobre os problemas do Brasil ‒ que, como sabemos, são muitos e já foram amplamente explorados em outras publicações ‒ mas sobre por que o país continua incapaz de enfrentá-los.
Gustavo Franco tece críticas contundentes às constantes reformas propostas que assumem um papel quase “mítico”: os brasileiros acreditam que as reformas vão resolver os problemas, mas a verdade é que elas acabam não resultando em verdadeiro desenvolvimento. “O Brasil adora um remédio milagroso”, escreve no livro.
“Nosso destino está sempre onde esteve, em nossas mãos, mas há uma síndrome nacional antiga, a de achar que vamos ficar ricos sem trabalhar, por conta de algum evento mágico, a descoberta de uma jazida ou de um choque econômico heterodoxo” ‒ Trecho de “Lições Amargas”
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Ex-presidente do Banco Central e integrante da equipe que formulou o Plano Real, Gustavo Franco fala de economia em uma linguagem amigável, como se conversasse com leitores de jornal e não com o público acadêmico. “Acaba sendo um testemunho muito mais honesto, bacana e útil do que qualquer coisa academicamente mais elaborada, mas meio estéril”, comenta ele.
O autor passa por temas como taxas de juros, responsabilidade fiscal e comércio exterior e nos ajuda a entender por que o Brasil ainda não deslanchou, de fato.
Como escrever sobre a atualidade enquanto ela está sendo vivida
No podcast, Gustavo Franco fala que a sensação de “estacionamento no tempo” trazida pela pandemia é semelhante à estagnação de nossa economia. Enquanto países como China e Coréia do Sul, que eram tidos como nossos “semelhantes”, progrediram imensamente, o Brasil “parece que não sai do lugar”.
O economista brinca com o fato de que “se você ficar uma semana fora do Brasil, tudo muda. Se você ficar 7 anos fora, nada muda”.
“Lições Amargas” tem uma proposta um tanto quanto desafiadora: falar sobre a atualidade, em um momento de tanta efervescência e mudanças. Desde maio de 2021, quando o livro foi publicado, já houveram muitas transformações no cenário brasileiro e internacional. Mas Franco tem o cuidado de escrever uma obra que, por mais que tenha sido lançada “no calor do momento”, consegue abordar os assuntos de forma mais consistente e duradoura.
Ele comenta que, por conta das redes sociais e da instabilidade no Brasil, nos acostumamos a falar sobre todos os temas de maneira quase que instantânea. Mas a obra foi escrita para continuar relevante por anos e anos.
O livro faz uma reflexão sobre o Brasil do passado, do presente e do futuro e mostra que estes intermináveis anos de estagnação continuam trazendo “lições amargas” que nos impedem de ser o país que desejamos ser.
“Era para termos entrado para o Primeiro Mundo nesses últimos 30 ou 40 anos, mas fracassamos. Não apenas continuamos emergentes, como agora a maldição que assolou a Argentina no século XX ‒ terminar o século mais pobre do que começou ‒ parece muito próximo do Brasil do século XXI.” ‒ Trecho de “Lições Amargas”
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- “Princípios”, livro do gestor Ray Dalio;
- “Um homem para qualquer mercado”, de Edward O. Thorp;
- “O Chamado da Tribo”, de Mario Vargas Llosa;
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