Rodolfo Amstalden: habilidade emocional e investimentos
Os alunos de medicina da classe de 1992 não aguentavam mais estudar, desde o cursinho, desde que tiveram o azar de nascer em suas tradicionais famílias de doutores.
Passaram os primeiros 18 meses da faculdade babando em cima de livros de capa dura. Madrugadas inteiras em modo zumbi, decorando nomes de partes que pareciam não pertencer aos próprios corpos.
Felizmente, daquele semestre em diante, as aulas de neuroanatomia passariam a trazer pacientes de verdade, para que os alunos começassem a formar um pouco de conhecimento de campo em relação ao que esperar da prática médica, tal como ela é.
O primeiro paciente apresentado à turma era um ex-reitor da Escola de Medicina, que havia sofrido um pequeno acidente vascular cerebral.
À medida que ele mesmo tateava em busca do exato local de manifestação do AVC, lágrimas começaram a brotar de seus olhos. Primeiro, em um ritmo contido. Em seguida, porém, as lágrimas jorravam, acompanhadas de soluços.
Profundamente abalados por aquela cena, os alunos ficaram em absoluto silêncio, por pouco mais de um minuto, até que, de repente, não havia mais soluços nem lágrimas.
Leia Também
Os CDBs que pagam acima da média, dados dos EUA e o que mais movimenta a bolsa hoje
Como se nada de estranho houvesse acontecido, o ex-reitor retomou a palavra calmamente, explicando que aquela erupção de melancolia era recorrentemente causada pelo AVC que o acometera.
Uma delicada região do cérebro havia sido danificada, de forma que picos locais de adrenalina resultavam em lágrimas e soluços transbordando por puro reflexo químico.
Qualquer tentativa de controle consciente do fenômeno resultava em nada. O jeito era esperar passar.
Pela primeira vez, a turma de 92 ouviu falar sobre "labilidade emocional", uma das sequelas derivadas de acidentes vasculares cerebrais, que induz o riso ou o choro de modo involuntário.
Como se não bastasse o descontrole imperativo do episódio, o ex-reitor esclareceu que não sentia qualquer lapso de tristeza durante aquele tipo especial de choro. Tratava-se de um afloramento amoral.
O mundo neurofilosófico dos futuros médicos que ali se encontravam nunca mais foi o mesmo. As tradicionais conexões entre comportamento e emoção, tão logicamente descritas nas equações dos livros, foram dilaceradas numa exposição de 15 minutos à vida real.
Ao ouvir essa história da boca de um daqueles alunos, fiquei imaginando qual seria a performance do ex-reitor como investidor de Bolsa.
As cartilhas financeiras exigem de nós, seres humanos, um total descolamento entre atos e emoções.
Se o mercado cai 10%, você está proibido de chorar. Ao contrário, deve afastar qualquer inclinação à tristeza; deve até mesmo sorrir, agradecendo pela sorte de comprar tudo mais barato (se tiver dinheiro, é claro).
Já se o mercado sobe forte e rápido, você está proibido de comemorar. Passou do ponto, é tudo um grande exagero, uma festa dionisíaca precedendo a pior ressaca de todos os tempos.
Meu currículo escolar não previa aulas de neuroanatomia, não sei muito sobre labilidade emocional.
Resta-me tão somente a abordagem de investir com habilidade emocional — sofrendo e comemorando naturalmente, deixando que as emoções influenciem sobremaneira nossas decisões de compra e venda.
Algumas das melhores decisões de alocação que eu tomei na vida foram deglutidas pelo estômago, foram mijadas e cagadas, muito antes de subirem para qualquer sinapse cerebral.
Rodolfo Amstalden: Podemos resumir uma vida em uma imagem?
Poucos dias atrás me deparei com um gráfico absolutamente pavoroso, e quase imediatamente meu cérebro fez a estranha conexão: “ora, mas essa imagem que você julga horripilante à primeira vista nada mais é do que a história da vida da Empiricus”
Shutdown nos EUA e bolsa brasileira estão quebrando recordes diariamente, mas só um pode estar prestes a acabar; veja o que mais mexe com o seu bolso hoje
Temporada de balanços, movimentos internacionais e eleições do ano que vem podem impulsionar ainda mais a bolsa brasileira, que está em rali histórico de valorizações; Isa Energia (ISAE4) quer melhorar eficiência antes de aumentar dividendos
Ibovespa imparável: até onde vai o rali da bolsa brasileira?
No acumulado de 2025, o índice avança quase 30% em moeda local — e cerca de 50% em dólar. Esse desempenho é sustentado por três pilares centrais
Felipe Miranda: Como era verde meu vale do silício
Na semana passada, o mitológico investidor Howard Marks escreveu um de seus icônicos memorandos com o título “Baratas na mina de carvão” — uma referência ao alerta recente de Jamie Dimon, CEO do JP Morgan, sobre o mercado de crédito
Banco do Brasil (BBAS3) precisará provar que superou crise do agro, mercado está otimista com fim do shutdown nos EUA no horizonte, e o que mais você precisa saber sobre a bolsa hoje
Analistas acreditam que o BB não conseguirá retomar a rentabilidade do passado, e que ROE de 20% ficou para trás; ata do Copom e dados de inflação também mexem com os mercados
Promovido, e agora? Por que ser bom no que faz não te prepara para liderar pessoas
Por que seguimos promovendo técnicos brilhantes e esperando que, por mágica, eles virem líderes preparados? Liderar é um ofício — e como todo ofício, exige aprendizado, preparo e prática
Novo nome da Eletrobras em nada lembra mercado de energia; shutdown nos EUA e balanço da Petrobras também movem os mercados hoje
Depois de rebranding, Axia Energia anuncia R$ 4 bilhões em dividendos; veja o que mais mexe com a bolsa, que bate recorde depois de recorde
Eletrobras agora é Axia: nome questionável, dividendos indiscutíveis
Mesmo com os gastos de rebranding, a empresa entregou bons resultados no 3T25 — e há espaço tanto para valorização das ações como para mais uma bolada em proventos até o fim do ano
FII escondido no seu dia a dia é campeão entre os mais recomendados e pode pagar dividendos; mercado também reflete decisão do Copom e aprovação da isenção de IR
BTGLG11 é campeão no ranking de fundos imobiliários mais recomendados, Copom manteve Selic em 15% ao ano, e Senado aprovou isenção de Imposto de Renda para quem recebe até R$ 5 mil
É bicampeão! FII BTLG11 volta ao topo do ranking dos fundos mais recomendados em novembro — e tem dividendos extraordinários no radar
Pelo segundo mês consecutivo, o BTLG11 garantiu a vitória ao levar quatro recomendações das dez corretoras, casas de análise e bancos consultados pelo Seu Dinheiro
Economista revela o que espera para a Selic em 2025, e ações ligadas à inteligência artificial sofrem lá fora; veja o que mais mexe com o mercado hoje
Ibovespa renovou recorde antes de decisão do Copom, que deve manter a taxa básica de juros em 15% ao ano, e economista da Galapagos acredita que há espaço para cortes em dezembro; investidores acompanham ações de empresas de tecnologia e temporada de balanços
O segredo do Copom, o reinado do Itaú e o que mais movimenta o seu bolso hoje
O mercado acredita que o Banco Central irá manter a taxa Selic em 15% ao ano, mas estará atento à comunicação do banco sobre o início do ciclo de cortes; o Itaú irá divulgar seus resultados depois do fechamento e é uma das ações campeãs para o mês de novembro
Política monetária não cede, e fiscal não ajuda: o que resta ao Copom é a comunicação
Mesmo com a inflação em desaceleração, o mercado segue conservador em relação aos juros. Essa preferência traz um recado claro: o problema deriva da falta de credibilidade fiscal
Tony Volpon: Inteligência artificial — Party like it’s 1998
Estamos vivendo uma bolha tecnológica. Muitos investimentos serão mais direcionados, mas isso acontece em qualquer revolução tecnológica.
Manter o carro na pista: a lição do rebalanceamento de carteira, mesmo para os fundos imobiliários
Assim como um carro precisa de alinhamento, sua carteira também precisa de ajustes para seguir firme na estrada dos investimentos
Petrobras (PETR4) pode surpreender com até R$ 10 bilhões em dividendos, Vale divulgou resultados, e o que mais mexe com seu bolso hoje
A petroleira divulgou bons números de produção do 3° trimestre, e há espaço para dividendos bilionários; a Vale também divulgou lucro acima do projetado, e mercado ainda digere encontro de Trump e Xi
Dividendos na casa de R$ 10 bilhões? Mesmo depois de uma ótima prévia, a Petrobras (PETR4) pode surpreender o mercado
A visão positiva não vem apenas da prévia do terceiro trimestre — na verdade, o mercado pode estar subestimando o potencial de produção da companhia nos próximos anos, e olha que eu nem estou considerando a Margem Equatorial
Vale puxa ferro, Trump se reúne com Xi, e bolsa bateu recordes: veja o que esperar do mercado hoje
A mineradora divulga seus resultados hoje depois do fechamento do mercado; analistas também digerem encontro entre os presidentes dos EUA e da China, fala do presidente do Fed sobre juros e recordes na bolsa brasileira
Rodolfo Amstalden: O silêncio entre as notas
Vácuos acumulados funcionaram de maneira exemplar para apaziguar o ambiente doméstico, reforçando o contexto para um ciclo confiável de queda de juros a partir de 2026
A corrida para investir em ouro, o resultado surpreendente do Santander, e o que mais mexe com os mercados hoje
Especialistas avaliam os investimentos em ouro depois do apetite dos bancos centrais por aumentar suas reservas no metal, e resultado do Santander Brasil veio acima das expectativas; veja o que mais vai afetar a bolsa hoje