Rodolfo Amstalden: Investir é um jogo de paciência, não de penitência (ou por que prefiro George Soros a Warren Buffett)

Warren Buffett é um dos maiores investidores do mundo, sem sombra de dúvidas.
Mas ele não é um deus. Tampouco é um exemplo a ser seguido (acho que não haveria como segui-lo).
Gosto é gosto, e eu prefiro o Soros.
Sei que o Felipe prefere o Soros também.
Ambos reconhecemos que a briga entre os dois é disputada, travada na digníssima casa de retornos médios da ordem de 20% ao ano, ao longo de décadas.
Por que, então, gostamos mais do Soros?
Além de sua profundidade filosófica, ele não parece ser uma pessoa mesquinha, como no caso do Buffett.
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Às vezes desconfio que a performance excepcional do Warren Buffett investidor depende sobremaneira de sua postura mesquinha em relação à vida.
Não vejo problema algum em se comer hambúrguer e tomar Cherry Coke todo dia, desde que seu paladar realmente aprecie essas iguarias da culinária norte-americana.
Só espero que a escolha do cardápio não seja fruto de uma decisão econômica.
Mas, como eu disse, tenho minhas razões para desconfiar que tudo em Buffett tem a ver com economia.
Lembro-me de uma história contada por Roger Lowenstein, em "Buffett: The Making of an American Capitalist".
Foi assim que aconteceu: Warren Buffett chamou um amigo próximo para conversar. Estava transtornado. Queria desabafar, e acabou reclamando sobre um "pecado capital" cometido por sua então esposa.
O amigo ficou imaginando uma cena de traição, ou algo do tipo, mas não era bem o caso.
Buffett ficou sabendo que sua esposa havia assinado um cheque de US$ 15 mil, sem consultá-lo, visando renovar a mobília da casa em que moravam.
O cheque já havia sido compensado, de modo que não seria mais possível voltar atrás sem multas.
Ele comentou com o amigo: "Sabe em quanto esses US$ 15 mil poderiam se transformar sob a boa influência de taxas de retorno compostas, ao longo de mais de 20 anos?".
Pense bem
À época, o sujeito acumulara centenas de milhões de dólares de patrimônio, mas não conseguia conviver pacificamente com um gasto de US$ 15 mil para substituir móveis velhos.
Cada centavo à sua frente virava um prospecto de valor futuro infinitamente maior, coibindo o necessário desfrute presente de pequenos prazeres.
O sucesso financeiro, assim como o sucesso espiritual, não consiste em abdicar da vida mundana.
Ao contrário, o sucesso deve respeitar a vida mundana e ser capaz de atendê-la também.
Você pode medir a adequação de suas metas financeiras pelo grau de sacrifício necessário para alcançá-las.
Se o sacrifício parece grande demais, as metas estão erradas.
Investir é um jogo de paciência, de controle emocional, mas não é um jogo de penitência.
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