A equação do e-commerce: onde estamos investindo quando o assunto é varejo
O varejo é grande demais para exista um tipo de “vencedor leva tudo”. Na geração de demanda é a mesma coisa. Todos estão crescendo como derivada de uma tendência maior, que é o desenvolvimento do e-commerce

Olá, seja muito bem vindo ao nosso papo de domingo que às vezes é sobre tecnologia, às vezes sobre investimentos, mas raramente sobre algo interessante.
Ao final da minha coluna, sempre deixo o meu e-mail para contato.
Toda semana vocês me mandam alguma surpresa, e nos últimos dias recebi uma pergunta fascinante do Rodrigo Pereira, ouvinte do Tela Azul.

E aí, na intersecção entre varejo e tecnologia, onde está o dinheiro a ser feito nos próximos anos?
A caixa de ferramentas
Como o Rodrigo bem destaca no e-mail dele, existe muita gente empenhada em gerar valor no varejo.
Meliuz e Mosaico são apenas dois players que chegaram recentemente à Bolsa, onde já estavam Linx, Stone, PagSeguro, Magazine Luiza, MercadoLivre, B2W...
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Meu ponto de partida é nunca me esquecer de que, para quem tem um martelo na mão, tudo se parece com um prego.
Pergunte ao Meliuz qual a ferramenta mais importante de geração de demanda no varejo digital e você descobrirá que o cashback é a solução para todos os problemas do mundo.
Pergunte a Mosaico, e você descobrirá que o brasileiro possui essa espécie de "cultura" de procurar o menor preço e nunca confiar em anúncios, por isso somente uma plataforma como a deles será capaz de preencher o gap de confiança entre compradores e vendedores.
Pergunte a Linx, e você descobrirá que não existe problema de geração de demanda no varejo online; pelo contrário, existem infinitos problemas no gestão de oferta, e uma solução omnichannel que integra lojas físicas e digitais é a única solução que realmente cria demanda, pois provoca uma compra impulsiva no cliente que vai retirar o pedido no estabelecimento e pega mais uma blusinha.
Pergunte a Stone, a PagSeguro… a quem você quiser.
Todos terão sua versão pessoal do martelo e do prego.
A resposta precisa ser mais simples do que isso, precisa ser o que todas elas têm em comum, e não o que as distingue.
A equação do e-commerce
O varejo é grande demais para que exista um tipo de "vencedor leva tudo".
Nem nos EUA, em que todos sabemos da predominância da Amazon, existe o winner takes all.
Para cada 1 ponto percentual que a Amazon cresceu ano passado, a operação digital de players tradicionais como Best Buy, Walmart e outros, cresceu vários outros pontos percentuais também.
Na geração de demanda é a mesma coisa. Todos estão crescendo como derivada de uma tendência maior, que é o desenvolvimento do e-commerce.
Alguns clientes realmente amam o cashback. Outros não vivem sem o seu buscador de preços favorito. E existem aqueles que se apaixonaram pela experiência de pedir um produto online e passar para retirar no caminho de casa.
O ponto central da geração de valor não está nos serviços, está na aquisição do cliente. No tráfego.
Com tráfego, você precisa de um produto apenas "bom", que atenda as necessidades mínimas do usuário para escalar.
Sem tráfego, você precisa de um produto incrível, um orçamento imenso, e queima de caixa por anos e anos, e mesmo assim, é difícil vislumbrar a rentabilidade à frente (basta ver o Uber).
E quem detém o tráfego?
A resposta está no seu celular. Abra seu Android ou iPhone e veja quais aplicativos de compras você possui.
Pense em quantas outras pessoas como você possuem os mesmo aplicativos. Pense no mais, além dos que eles te vendem hoje, você estaria disposto a comprar se eles te oferecessem com comodidade, preço justo e bom prazo de entrega.
São esses caras que poderão adicionar quantos serviços quiserem aos seus aplicativos e utilizar o tráfego que já possuem para escalá-los.
Desenvolvemos toda uma tese de investimento sobre isso no Programa de Riqueza Permanente, a série que eu, o Rodolfo Amstalden e a Maria Clara Sandrini conduzimos no Empiricus.
A digitalização criou um ambiente estranho. Sempre soubemos que era mais fácil transformar um negócio de R$ 1 milhão em R$ 2 milhões, que um negócio de R$ 1 bilhão em R$ 2 bilhões.
Mas quando os negócios bilionários dobram a cada três anos, você precisa considerar se as regras de sempre continuam valendo. Se o martelo na sua mão tem alguma utilidade para um prego torto.
Pensando num horizonte longo como o proposto pelo Rodrigo, eu quero estar nesses caras, nos agregadores.
Contato
Se você gostou dessa coluna, pode entrar em contato comigo através do e-mail telaazul@empiricus.com.br, com ideias, críticas e sugestões.
Também pode conhecer o fundo de investimentos que implementa as ideias que eu, o Rodolfo Amstalden e Maria Clara Sandrini nos dedicamos semanalmente a produzir.
E claro, siga acompanhando meu trabalho através do Podcast Tela Azul, em que, todas as segundas-feiras, eu e meus amigos André Franco e Vinicius Bazan falamos sobre tecnologia e investimentos.
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Um abraço!
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