Custo para abrir ‘caixa-preta’ deixa ex-BNDES surpreso
Economista Paulo Rabello de Castro contou que enviou uma carta ao atual presidente do banco, Gustavo Montezano, pedindo a divulgação e o esclarecimento de informações sobre o contrato

O economista Paulo Rabello de Castro, que presidiu o BNDES entre junho de 2017 e abril de 2018, disse ao jornal O Estado de São Paulo/Broadcast que ficou "surpreso" com o valor de R$ 48 milhões pago pela instituição a um escritório estrangeiro por uma auditoria nas operações do banco, chamada de "caixa preta", com as empresas JBS, Bertin e Eldorado Celulose. Segundo ele, a cifra desembolsada é "quatro a cinco vezes maior" do que o aprovado em sua gestão.
- Aposente-se aos 40 (ou o quanto antes): Não depender de um salário no fim do mês é o seu grito de liberdade. Aqui está o seu plano para dar Adeus ao seu chefe.
Rabello contou que enviou uma carta ao atual presidente do banco, Gustavo Montezano, pedindo a divulgação e o esclarecimento de informações sobre o contrato, inclusive o valor inicial e a realização de eventuais aditivos (com a respectiva justificativa). "Sugiro na carta que ele esteja preparado para informar. Ele não é o BNDES aberto? Ele já deve estar com tudo isso pronto hoje (na quarta-feira, 22) à tarde. Se fosse na minha gestão, eu estaria. Não há o que esconder aí", afirma o ex-presidente.
O jornal O Estado de São Paulo revelou na segunda-feira, 20, que o BNDES pagou R$ 48 milhões a um escritório estrangeiro, o Cleary Gottlieb Steen & Hamilton LLP, mas a auditoria não apontou nenhuma irregularidade, incluindo evidência de corrupção dos funcionários do banco, nas operações com as empresas JBS, Bertin e Eldorado Celulose (todas do grupo J&F), entre 2005 e 2018.
Montezano, que está em Davos (Suíça) participando do Fórum Econômico Mundial, disse na quarta-feira que 90% da auditoria contratada estava concluída quando assumiu a instituição, em julho do ano passado. "Não foi esta diretoria que contratou a auditoria. Chegamos em julho no banco e 90% do relatório estava pronto", afirmou.
Operações
Rabello confirmou que foi a sua administração que contratou a auditoria, por pressão de órgãos de controle, que avaliaram à época que as apurações internas do banco e as investigações no Congresso não eram suficientes para atestar a idoneidade das operações. O Parlamento instaurou duas Comissões Parlamentares de Inquérito (CPIs), uma no Senado e outra mista, para avaliar o caso.
O ex-presidente disse também que havia um clamor da sociedade por mais informações sobre as operações do banco com a JBS. "Intramuros" o BNDES estava satisfeito com os resultados das apurações internas, afirmou ele, reiterando que o valor acertado pela sua administração era bem menor que o divulgado.
Leia Também
O contrato com o escritório Cleary Gottlieb Steen & Hamilton foi formalizado em julho de 2015, ainda na primeira gestão do governo Dilma Rousseff, mas o objetivo era genérico: contatar consultoria internacional na área do direito. Em fevereiro de 2018, na gestão Michel Temer, o contrato venceria, mas foi prorrogado por mais 30 meses para abrir a "caixa-preta" das operações com a JBS.
"Eu não tinha como não investigar. Eu tinha é que cuidar se eu não ia ser explorado por um custo completamente fora do padrão, se o custo que nós aprovamos na minha gestão estava absolutamente compatível com o padrão de mercado que eu conheço. Caro, mas compatível. Isso é sempre caro, mas compatível. Tanto que na reunião eu me lembro de dizer ‘Poxa, eu pessoalmente não pagaria isso. Eu pago porque há uma exigência dos órgãos de controle, isso pode ajudar a esclarecer, mas pago chorando’. Mas era um quarto ou um quinto do valor final", disse.
Rabello afirmou ainda que o fato de a auditoria não ter encontrado indícios de irregularidades é uma "boa notícia" que acabou sendo "chamuscada" pelo valor do contrato. "O valor foi multiplicado, e eu não sei explicar. Não foi na minha administração", frisou. "Na nossa gestão, os valores então apresentados pelo contratado eram altamente justificáveis, dentro do padrão normal."
O atual presidente do banco, disse na quarta-feira que "auditorias são caras mesmo". "Dentro desse tipo de escopo não (não chamou atenção), mas é uma grande quantia de dinheiro." Para Montezano, um dos principais problemas é sobre como a população recebeu a informação. "Esta é uma informação relevante que chegou a público. Cabe ao Ministério Público fazer o julgamento, a análise", disse.
O ex-presidente disse ainda que sua gestão fez uma "investigação detalhada, incluída no chamado Livro Verde", publicado em 2017, e que fez um balanço da atuação do banco entre 2001 e 2016 (período de operações polêmicas, como as da JBS). "Coloquei essas informações todas e passamos a organizar a sinalização da abertura total do valor e demais informações sobre todas as operações feitas no Brasil e também para mutuários estrangeiros, que hoje a atual administração do banco atribui a eles. A iniciativa disso foi da Maria Silvia (Bastos Marques, antecessora de Rabello na presidência do BNDES). Nós, a partir do momento que não encontramos nenhum indício de irregularidade, e isso está no Livro Verde, divulgamos para a imprensa", afirmou Rabello.
As informações são do jornal O Estado de S. Paulo.
Aneel propõe devolver R$ 50,1 bi a consumidores em até cinco anos
Após processos judiciais que se arrastaram por mais de dez anos, a Justiça entendeu que a cobrança dos encargos era feita de forma irregular
Debate sobre autonomia do BC e auxílio emergencial são destaques do dia para o mercado
Auxílio emergencial, interferência na Petrobras e pacote de ajuda trilionário: o que você precisa saber hoje para estar preparado para o mercado
Petrobras conclui venda de participação na BSBios e recebe R$ 253 milhões
Além deste montante, serão mantidos mais R$ 67 milhões em conta vinculada para indenização de eventuais contingências e liberados conforme o previsto em contrato
Twitter registra alta de 87% em lucro do 4º trimestre; ação sobe
Número de usuários ativos diários monetizáveis do Twitter entre outubro e dezembro de 2020 subiu 27% e chegou a 192 milhões
Neoenergia tem lucro aos controladores de R$ 996 milhões, alta de 61%
No acumulado de 2020, o lucro atingiu R$ 2,809 bilhões, 26% superior em relação ao R$ 2,229 bilhões anotados no exercício anterior
O ‘robô’ vai vender R$ 1,5 bilhão aos tubarões
Com o Vinícius de férias, cá estou eu de volta nesta newsletter da manhã. Acho que nem deu tempo de você sentir saudade, afinal, passamos o sábado juntos. Espero não estar enferrujada. Eu sei que em dia de semana você está mais ocupado e é mais “responsa” trazer sugestões de leitura. Vamos lá… Há um […]
Reforma administrativa vai hoje à CCJ, afirma Lira
A Proposta de Emenda à Constituição (PEC) prevê a reestruturação do chamado RH do Estado
Auxílio sem compromisso fiscal e interferência na Petrobras devem desanimar Bolsa hoje
Pegue seu guarda-chuvas (ou sua regata) e confira os principais destaques do dia: inflação, ajuda fiscal nos EUA e auxílio emergencial
Nascida com foco na pessoa física, Warren agora também mira grandes fortunas e institucionais
Corretora e distribuidora tem previsão de R$ 1,5 bilhão em ofertas a serem estruturadas ou coordenadas por seu segmento B2B, e pretende chegar ao fim deste ano com R$ 15 bilhões sob custódia
Projeto de autonomia do BC é fundamental para estabilidade monetária, diz Guedes
Ministro da Economia lembrou, inclusive, que a autonomia do Banco Central era algo previsto desde a criação da autarquia
IPO, imóveis ou bancos: qual a melhor forma de ganhar dinheiro em 2021?
Nesta segunda-feira (08), às 19h, você pode acompanhar ao vivo o debate mais quente sobre os temas do mercado financeiro no Seleção Empiricus.
Bolsonaro deve se reunir com presidente da Câmara para discutir novo auxílio emergencial
O auxílio começou com R$ 600, foi para R$ 300 e as discussões querem a volta dele, mas com parcelas de R$ 200
“Devo Investir no fundo Verde?”
A pergunta-título deste Day One tem chegado com certa frequência pra mim, virtual ou presencialmente. As razões são conhecidas. Depois de bastante tempo fechado para novas captações, o mitológico fundo Verde, de Luis Stuhlberger, volta a reabrir no varejo. Se você procura uma resposta objetiva, eu a antecipo: sim, entendo que seja uma boa alternativa […]
Mercado questiona transparência na política de preços da Petrobras
A estatal alterou de trimestral para anual a sua comparação de preços ao mercado internacional, mas a medida só foi comunicada seis meses depois
Modalmais anuncia aquisição da Eleven Research
Do ponto de vista operacional, ambas permanecem autônomas, com escritórios e times separados
Brasil supera 231 mil mortes e 9,5 milhões de infectados por covid-19
Em geral, os registros de casos e mortes são menores aos domingos e segundas-feiras em razão da dificuldade de alimentação dos dados pelas secretarias de Saúde nos finais de semana
Suzano, Renner, Usiminas e BB divulgam resultados; saiba o que esperar
Números a serem divulgados são do quarto trimestre, período marcado pela alta das expectativas de inflação e pelo ambiente político conturbado nos EUA, mas também pela retomada de alguns setores da economia
União Europeia quer Brasil engajado em pauta ambiental
A Europa aposta na chegada de Portugal à presidência do conselho rotativo da União Europeia para acelerar a negociação e sensibilizar o governo brasileiro
Quer investir no Verde? Então corra… mais de 1.500 pessoas levaram quase metade da capacidade da Vitreo no 1º dia e fundo pode fechar
Fundo Verde, que acumula valorização de 18.703% desde a sua criação, está fechado há anos e só faz aberturas pontuais (da última vez, durou dois dias); veja como investir
Visite a cozinha
Será que alguém já exerceu essa possibilidade? Pediu para ir ver como os alimentos são preparados, se o estabelecimento segue as normas de higiene?