‘Mais importante para nós é a localização das lojas’, diz presidente do Carrefour
Em entrevista, comando da empresa comenta aquisição das 30 lojas do Makro, da holding holandesa SHV
Treze anos depois de estrear no segmento de atacarejo, formato de lojas que mistura o atacado com o varejo, com a compra do Atacadão, o Carrefour volta à cena e vai desembolsar R$ 1,95 bilhão para adquirir 30 lojas do Makro, da holding holandesa SHV. O atacarejo respondeu por mais de 50% das vendas do grupo no Brasil, de R$ 62 bilhões no ano passado, e do lucro também.
Depois de aprovado o negócio pelo Conselho Administrativo de Defesa Econômica (Cade), o grupo pretende fazer uma nova captação no mercado para quitar a compra.
Os recursos usados para a aquisição estão fora dos R$ 2 bilhões reservados para investimentos no Brasil este ano. Após fechar o negócio, no domingo, 16, pela manhã, Noël Prioux, presidente do Grupo Carrefour Brasil, e Sébastien Durchon, diretor financeiro, conversaram com o jornal "O Estado de S. Paulo" por telefone e deram detalhes da transação.
Questionado se as lojas compradas do Makro são deficitárias, Prioux disse que não se importa com o resultado da empresa e sim com a localização. "Esse negócio vai aportar mais vendas e valorização e essa é a razão pela qual estamos dispostos a pagar esse preço", disse Prioux.
A seguir, os principais trechos da entrevista.
Qual é o risco de o Cade não aprovar a transação por causa da concentração de mercado?
Noël Prioux: Dependendo da loja do Atacadão, entre 50% e 60% dos clientes são consumidores finais e frequentam outros formatos de varejo. O cliente usa oito tipos de lojas. A nossa visão é que o mercado é global e o cliente escolhe onde quer comprar. O Atacadão tem muitos concorrentes. Se o Cade analisar dessa maneira, não teremos problemas.
Leia Também
Há informações de que as lojas do Makro são deficitárias. O Carrefour está comprando prejuízo?
Prioux: Não importa o resultado das empresas que compramos. Nós temos o nosso modelo. Mais importante para nós é a localização. A partir disso vamos aplicar o nosso modelo. Esse negócio vai aportar mais vendas e valorização. É a razão pela qual estamos dispostos a pagar esse preço.
Qual será a sinergia dessa compra?
Sébastien Durchon: Vamos converter as lojas e implantar o nosso modelo. Isso quer dizer que a venda por metro quadrado vai aumentar bastante, 60% mais ou menos. Do ponto de vista da estrutura de custos, o aumento será muito marginal. Já vínhamos abrindo 20 lojas por ano. Serão mais vendas com pouco custo a mais.
Qual é a escala que o Atacadão ganha com esse negócio?
Durchon: O Atacadão já é a maior empresa de atacarejo do País, ele tem as melhores condições de compra. As lojas adquiridas vão se beneficiar disso e não podemos esquecer os resultados financeiros. Dentro do grupo Carrefour Brasil, o banco Carrefour representa 30% do resultado operacional. Vamos disponibilizar nas lojas compradas o nosso cartão Atacadão. Esse negócio vai ajudar o banco também. Serão 30 lojas a mais, um resultado adicional para o banco.
Qual é a representatividade do Atacadão no Carrefour Brasil?
Durchon: Hoje o Atacadão representa a maior fatia do faturamento e é o formato que proporciona mais lucro. Em 2019, o Ebtida (lucro antes de impostos, juros e amortização) foi de R$ 4,186 bilhões e mais da metade veio do Atacadão. É o modelo que mais cresce em número de lojas, mas todos os formatos do Carrefour estão crescendo muito, incluindo o e-commerce. Vamos manter o ritmo de abertura de lojas também, investindo em todos os formatos.
Os recursos para compra das 30 lojas do Makro sairão do total dos R$ 2 bilhões reservados pelo Grupo Carrefour para investir este ano no País?
Durchon: O recurso para compra do Atacadão é algo a mais do que os R$ 2 bilhões previstos para investir este ano. A compra de 30 lojas do Makro não impacta o plano de investimento normal do grupo no Brasil. Boa parte do plano de expansão de 2020 (que prevê a abertura de 20 lojas da bandeira Atacadão, entre outros) está sendo executada. Se o Cade aprovar, vamos pagar um pouco menos de R$ 2 bilhões e financiar essa cifra com uma dívida adicional a ser contratada no mercado.
Os funcionários das lojas compradas serão mantidos?
Prioux: É um pouco cedo para dizer. Vai depender muito do que será aprovado no Cade. Mas com a reabertura da loja com a bandeira Atacadão, vamos precisar de funcionários, e o plano é aumentar a venda. Não sei se serão os mesmos funcionários. Mas, com certeza, vamos manter um número muito alto de empregos. Para vender mais, precisamos de mais funcionários. Vamos contratar mais.
Por que o Carrefour não fez uma oferta para todas as lojas do Makro?
Prioux: O Makro não colocou tudo à venda. Eles vão focar em São Paulo. É uma boa estratégia para o Makro também. Para nós, é bom porque vamos poder consolidar outras lojas e expandir a operação pelo País, especialmente no Rio de Janeiro e no Nordeste, onde serão sete e oito lojas novas, respectivamente. Para os dois, acho que foi um bom acordo, realmente.
Há sobreposição de lojas compradas sobre as que o Atacadão já opera?
Prioux: Muito pouco. Não há sobreposição.
Qual é o desdobramento dessa compra no comércio online?
Proiux: O comércio online para nós é outra coisa. Não temos online para Atacadão. No futuro poderemos usar as lojas do Atacadão como centros de distribuição para as entregas do comércio online.
Quem procurou quem para fazer negócio?
Durchon: Sempre conversamos com o Makro. Foi uma transação natural para os dois lados.
As informações são do jornal "O Estado de S. Paulo".
Entre dividendos e JCP: Suzano (SUZB3), Isa (ISAE4), Porto Seguro (PSSA3) e Marcopolo (POMO4) anunciam pacote bilionário aos acionistas
Dividendos, JCP e bonificações movimentam quase R$ 4 bilhões em operações aprovadas na última sexta-feira antes do Natal
‘Socorro’ de R$ 10 bilhões à Raízen (RAIZ4) está na mesa da Cosan (CSAN3) e da Shell, segundo agência
Estresse no mercado de crédito pressiona a Raízen, que avalia aporte bilionário, desinvestimentos e uma reestruturação financeira com apoio dos controladores
WEG (WEGE3) abre o cofre e paga R$ 5,2 bilhões em dividendos
Os proventos autorizados nesta sexta-feira (19) serão divididos em três parcelas anuais de R$ 1,732 bilhão cada; confira os detalhes
Embraer (EMBJ3) testa protótipo de “carro voador” elétrico e inicia fase de certificação; ações chegam a subir 3%
Aeronave eVTOL da Eve Air Mobility inicia campanha de certificação com quase 3 mil encomendas; ações da Embraer avançam após voo inaugural
Raízen (RAIZ4) acelera desinvestimentos e vende carteira de comercialização de energia para Tria Energia, da Patria Investimentos
O negócio envolve o portfólio de contratos de trading de energia mantido pela Raízen no mercado livre; entenda
Mais um presente aos acionistas: Axia Energia (AXIA6) vai distribuir R$ 30 bilhões em bonificação com nova classe de ações
A distribuição ocorrerá com a criação de uma nova classe de ações preferenciais, a classe C (PNC). Os papéis serão entregues a todos os acionistas da Axia, na proporção de sua participação no capital social
Do campo de batalha ao chão da sala: a empresa de robôs militares que virou aspirador de pó — e acabou pedindo falência
Criadora dos robôs Roomba entra em recuperação judicial e será comprada por sua principal fabricante após anos de prejuízos
É para esvaziar o carrinho: o que levou o JP Morgan rebaixar o Grupo Mateus (GMAT3); ações caem mais de 2%
Embora haja potencial para melhorias operacionais, o banco alerta que o ruído de governança deve manter a ação da varejista fora do radar de muitos investidores
Sabesp (SBSP3), C&A (CEAB3), Hypera (HYPE3), Sanepar (SAPR11), Alupar (ALUP11), Ourofino (OFSA3) e outras 3 empresas anunciam R$ 2,5 bilhões em dividendos e JCP
Quem lidera a distribuição polpuda é a Sabesp, com R$ 1,79 bilhão em JCP; veja todos os prazos e condições para receber os proventos
Com dívidas bilionárias, Tesouro entra como ‘fiador’ e libera empréstimo de até R$ 12 bilhões aos Correios
Operação terá juros de 115% do CDI, carência de três anos e prazo de 15 anos; uso dos recursos será limitado em 2025 e depende de plano de reequilíbrio aprovado pelo governo
Banco Inter (INBR32) vai a mercado e reforça capital com letras financeiras de R$ 500 milhões
A emissão das “debêntures dos bancos” foi feita por meio de letras financeiras Tier I e Tier II e deve elevar o índice de Basileia do Inter; entenda como funciona a operação
Sob ameaça de banimento, TikTok é vendido nos EUA em um acordo cheio de pontos de interrogação
Após anos de pressão política, TikTok redefine controle nos EUA, com a Oracle entre os principais investidores e incertezas sobre a separação da ByteDance
O “presente de Natal” do Itaú (ITUB4): banco distribui ações aos investidores e garante dividendos turbinados
Enquanto os dividendos extraordinários não chegam, o Itaú reforçou a remuneração recorrente dos investidores com a operação; entenda
Petrobras (PETR4) e Braskem (BRKM5) fecham contratos de longo prazo de quase US$ 18 bilhões
Os contratos são de fornecimento de diferentes matérias primas para várias plantas da Braskem pelo país, como nafta, etano, propano e hidrogênio
Bradesco (BBDC4), Cemig (CMIG4), PetroRecôncavo (RECV3), Cogna (COGN3) e Tenda (TEND3) pagam R$ 5 bilhões em proventos; Itaú (ITUB4) anuncia bônus em ações
A maior fatia dessa distribuição farta ficou com o Bradesco, com R$ 3,9 bilhões, enquanto o Itaú bonifica acionistas em 3%; confira todos os prazos e condições para receber
CVM reabre caso da Alliança e mira fundo de Nelson Tanure e gestora ligada ao Banco Master 2 anos depois de OPA
O processo sancionador foi aberto mais de dois anos após a OPA que consolidou o controle da antiga Alliar, na esteira de uma longa investigação pela autarquia; entenda
Dona do Google recebe uma forcinha de Zuckerberg na ofensiva para destronar a Nvidia no mercado de IA
Com o TorchTPU, a Alphabet tenta remover barreiras técnicas e ampliar a adoção de suas TPUs em um setor dominado pela gigante dos chips
Casas Bahia (BHIA3) aprova plano que estica dívidas até 2050 e flexibiliza aumento de capital; ações sobem mais de 2%
Plano aprovado por acionistas e credores empurra vencimentos, reduz pressão de caixa e amplia a autonomia do conselho
Brava Energia (BRAV3) salta mais de 10% após rumores de venda de poços e com previsão de aumento nos investimentos em 2026
Apesar de a empresa ter negado a venda de ativos para a Eneva (ENEV3), o BTG Pactual avalia que ainda há espaço para movimentações no portfólio
Agora é lei: cardápios de papel serão obrigatórios em bares e restaurantes de São Paulo, dando adeus à hegemonia dos ‘QR Codes’
Cardápios digitais, popularizados durante a pandemia, permaneceram quase que de forma exclusiva em muitos estabelecimentos – mas realidade pode mudar com projeto de lei aprovado pela Alesp