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Itaú, Banco do Brasil, Gol e Ambev divulgam balanços; saiba o que esperar

Prancheta com relatório de desempenho

A temporada de balanços continua a embalar a bolsa, mesmo em meio à pandemia do novo coronavírus e à crise política. Nesta segunda semana da divulgação de resultados trimestrais, o foco está em Itaú Unibanco, Banco do Brasil, Ambev e Gol.

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Os números referentes aos três primeiros meses do ano devem mostrar um impacto parcial da Covid-19 sobre as operações das empresas. Assim, a atual safra de balanços servirá para que os investidores possam ter uma noção mais clara do atual estado dos negócios.

Isto porque medidas de isolamento social começaram a ser implantadas em diferentes Estados a partir da metade do mês passado, estendendo-se por abril e maio — e ainda sem previsão concreta para uma retomada total das atividades.

Assim, é de se esperar que, em maior ou menor grau, os resultados das empresas continuarão sendo afetados no segundo trimestre — e os números referentes ao período entre janeiro e março servirão para dar uma dimensão inicial dos estragos que ainda serão sentidos.

Duas caras

Itaú e BB encerram a bateria de divulgação dos balanços dos grandes bancos, e devem mostrar resultados bem distintos. Santander e Bradesco já apresentaram seus resultados na semana passada — e eles também contaram histórias diferentes ao mercado.

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Para os analistas, o Itaú deve ter sofrido os impactos mais firmes do covid-19 neste primeiro trimestre. Segundo a média das projeções compiladas pela Bloomberg, o lucro do banco deve somar R$ 5,965 bilhões entre janeiro e março de 2020, uma queda de 11,6% em relação ao mesmo período do ano passado.

A receita líquida, por sua vez, deve ter leve alta, enquanto o retorno sobre patrimônio não alcançará os 20% neste trimestre — o que, se confirmado, deixará o Itaú abaixo do Santander nesse indicador.

Por outro lado, o Banco do Brasil deverá dar ao mercado um enredo mais entusiasmante. A expectativa dos analistas é de uma alta de 15,3% no lucro líquido, para R$ 4,498 bilhões. A receita líquida também deve ter um avanço de dois dígitos.

Recentemente, o BB informou que desembolsou R$ 83,8 bilhões em crédito novo e prorrogações em meio à pandemia. Em 2019, o banco conseguiu reduzir a distância em rentabilidade em relação aos seus pares, e a Moody's já fez sua aposta de que isso deve continuar a ocorrer. Ou seja: olho nessa métrica.

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Vale a pena observar ainda que, para além de lucro e receita, outro dado importante no balanço dos bancos no contexto atual é o gasto com provisão. Este fator indica o quanto as instituições terão de direcionar para arcar com a inadimplência gerada por atrasos em empréstimos nesses tempos de crise.

Projeções para o primeiro trimestre do Itaú

Projeções primeiro trimestre do Banco do Brasil

Apertem os cintos

A Gol divulga seus resultados nesta segunda-feira (4), antes da abertura da bolsa, e tem tudo para mostrar impactos severos por causa da pandemia. A companhia foi uma das mais afetadas pelo coronavírus, que penalizou o setor aéreo globalmente com a limitação da circulação de pessoas.

A média das projeções de analistas aponta para um prejuízo de R$ 296 milhões no primeiro trimestre de 2020 — no mesmo período do ano passado, as perdas da Gol foram de 'apenas' R$ 37,5 milhões.

Segundo dados da Agência Nacional de Aviação Civil, a Gol foi a empresa mais afetada pelo covid-19 do ponto de vista doméstico. A companhia teve retração de 27,1% da demanda desses voos no mês de março em comparação ao mesmo período do ano passado.

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A Gol também foi a segunda que mais sofreu com a demanda de voos internacionais, em queda de 44,1%, atrás apenas da Latam.

Um dado positivo do trimestre inicial do ano foi o acordo firmado com a Boeing quanto às encomendas do 737 MAX, avião-problema da gigante americana.

O entendimento incluiu compensação em dinheiro, alterações em pedidos futuros e pagamentos associados, em que se reduziram os pedidos do modelo e se elevou a flexibilidade para atender necessidades futuras da frota.

Projeções para o primeiro trimestre do Gol

Não desce bem

Depois de fechar 2019 com um resultado "sem brilho", a Ambev provavelmente demonstrará uma queda no lucro líquido ajustado no primeiro trimestre do ano. A projeção da Bloomberg é de uma retração da ordem de 8,3%. O Ebitda deve ter caído mais de 13%.

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A pandemia pesou nas expectativas para a empresa. O Credit Suisse, por exemplo, cortou a recomendação e o preço-alvo do papel para R$ 14,50 — à época, previa potencial de alta de 15,54%.

Uma analista do banco suíço pontuou que o coronavírus terá impactos na venda de cerveja na China, que atingirão o pico no primeiro trimestre deste ano. A queda seria de até 80%, escreveu Marcella Recchia, na ocasião.

É sempre bom lembrar que este foi o primeiro trimestre da Ambev com o novo CEO, Jean Jereissati Neto. Uma das prioridades do presidente recém-empossado era fazer com que a empresa se transformasse na melhor fornecedora aos seus clientes.

Como? Aperfeiçoando os níveis de serviço e ferramenta digitais, com foco em otimizar os estoques e a conversão, segundo relataram analistas do Goldman Sachs em relatório. A atenção aos números que essa estratégia rendeu à Ambev em tempos de isolamento social também é importante.

Projeções para o primeiro trimestre da Ambev

Destaques no calendário de balanços:

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