Afetada pelo coronavírus, Hertz entra com pedido de recuperação judicial nos EUA
A queda drástica nas reservas e a menor geração de receita fizeram a Hertz dar entrada num pedido de recuperação judicial nos Estados Unidos — as operações das lojas seguem funcionando

Os impactos do surto de coronavírus à economia global atingiram em cheio a Hertz, uma das mais antigas locadoras de veículos do mundo. Afetada diretamente pela queda drástica na demanda, a empresa protocolou um pedido de recuperação judicial nos EUA — a diminuição na receita e a baixa súbita no volume de reservas foram citados como efeitos principais da pandemia.
A Hertz deu entrada no "Chapter 11" da corte de falências americana na última sexta-feira (22) — um mecanismo que viabiliza a continuidade das operações da empresa em paralelo à reorganização financeira.
Em comunicado, a companhia diz que apenas a holding e as subsidiárias nos EUA e no Canadá estão inclusas na recuperação judicial — as divisões da Europa, Austrália e Nova Zelândia, além das unidades franqueadas espalhadas pelo mundo, estão de fora do processo.
"O impacto da Covid-19 na demanda por viagens foi súbito e dramático, causando uma queda abrupta na receita da companhia e nas reservas futuras", diz a Hertz. "A incerteza permanece em relação a quando a receita voltará ao normal e ao momento em que o mercado de carros seminovos será reaberto, o que tornou necessária a recuperação judicial".
A locadora ressalta diversas vezes que suas operações continuarão funcionando e atendendo os consumidores — a empresa diz ter mais de US$ 1 bilhão em caixa para dar suporte às atividades, mas também admite que poderá ter de buscar fontes adicionais de liquidez, a depender da duração da pandemia.
Situação delicada
A Hertz já vinha atravessando um momento mais sensível, com sucessivos prejuízos e perdas de eficiência operacional. A empresa fechou 2019 com uma perda de US$ 58 milhões — o quarto ano consecutivo no vermelho.
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O primeiro trimestre de 2020 não foi muito diferente: entre janeiro e março, a locadora teve um prejuízo de US$ 356 milhões e reportou um Ebitda consolidado negativo de US$ 243 milhões — a receita caiu 8,3% na base anual.
Do lado do endividamento, a Hertz terminou o mês de março com uma dívida total de US$ 18,7 bilhões. Assim, a posição de caixa de mais de US$ 1 bilhão citada pela empresa pode trazer alguma viabilidade operacional, mas nem de longe representa um alívio no lado dos compromissos financeiros.
Ações em baixa
O mercado já especulava que a Hertz poderia dar entrada num pedido de recuperação judicial a qualquer momento e, como consequência, as ações da companhia negociadas me Nova York (HTZ) sofreram perdas intensas nos últimos dias.
Na sessão da última sexta-feira, os papéis fecharam em forte baixa de 7,49%, a US$ 2,84, acumulando baixa de quase 30% somente em maio. Desde o começo de 2020, as ações da locadora amargam uma desvalorização de 81,9%.
E a Localiza?
No Brasil, as operações da Hertz foram compradas pela Localiza em agosto de 2017, pelo valor de R$ 360,1 milhões. Assim, o pedido de recuperação judicial protocolado nos EUA não afeta a marca no Brasil, uma vez que ela já não faz mais parte da holding.
E, em resposta aos questionamentos do Seu Dinheiro, a Localiza ressalta que não há qualquer vínculo financeiro com a empresa americana desde que a transação foi concluída. "A situação da Hertz, portanto, não gera qualquer impacto nos negócios da Localiza", diz a companhia brasileira, via assessoria de imprensa.
No entanto, o calvário da Hertz no exterior pode ter um desdobramento secundário para a Localiza, já que o acordo firmado entre as partes também previa uma "cooperação de de marketing": no Brasil, passou a ser usada a marca 'Localiza Hertz'; no exterior, a marca 'Localiza' seria inserida nas lojas das Hertz em alguns aeroportos nos EUA e na Europa.
E, além dessa questão, também há a percepção de risco dos investidores em relação ao setor de locação de veículos como um todo, considerando as dificuldades enfrentadas pela Hertz. Aqui no Brasil, as ações ON da Localiza (RENT3) acumulam baixa de 23,4% em 2020, mas, em maio, têm ganho de 19,83%.
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