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Estadão Conteúdo
MERCADO DE TRABALHO

Taxa de desemprego das mulheres é 39,4% superior à dos homens, diz IBGE

Estadão Conteúdo
15 de maio de 2020
15:23 - atualizado às 16:35
Carteira de trabalho e bandeira do Brasil
A taxa de desemprego deve desagradar o investidor local, enquanto o exterior navega nas máximas históricas - Imagem: Shutterstock

A taxa de desemprego entre as mulheres brasileiras foi de 14,5% no primeiro trimestre do ano, 39,4% superior à taxa de desocupação de 10,4% dos homens. Na média global, a taxa de desemprego foi de 12,2% no primeiro trimestre.

Os dados são da Pesquisa Nacional por Amostra de Domicílios Contínua (Pnad Contínua), divulgada pelo Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE) nesta sexta-feira, 15.

"Essa diferença (entre homens e mulheres) já foi muito maior, de 64,5% no início da série, veio caindo, chegou a 27,6% em 2017, e veio aumentando até agora", disse Adriana Beringuy, analista da Coordenação de Trabalho e Renda do IBGE.

O nível da ocupação dos homens foi estimado em 63,5% no primeiro trimestre, enquanto o das mulheres ficou em 44,5%.

Retração em todas regiões

A taxa de informalidade recuou em todas as grande regiões do País no primeiro trimestre do ano, em relação ao quarto trimestre de 2019. No entanto, o resultado não foi consequência de uma melhora na qualidade do emprego, mas sim da perda de ocupação dos trabalhadores que atuavam na informalidade, afirmou Adriana Beringuy, analista da Coordenação de Trabalho e Rendimento do IBGE.

A taxa de informalidade para o Brasil ficou em 39,9%, abrangendo 36,8 milhões de trabalhadores ocupados. Entre as unidades da federação, as maiores taxas de informalidade foram as do Pará (61,4%) e do Maranhão (61,2%). O estado com a menor taxa de informalidade foi Santa Catarina (26,6%), seguido pelo Distrito Federal (29,8%).

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No Estado de São Paulo, a taxa de informalidade média foi de 30,5% no primeiro trimestre do ano. Os dados são da Pesquisa Nacional por Amostra de Domicílios Contínua (Pnad Contínua).

"A redução de conta própria e sem carteira (no setor privado) contribuíram para a redução da informalidade. Todas as regiões mostram retração na taxa de informalidade. Não significa que está havendo mais formalização no mercado de trabalho", ressaltou Adriana. "A informalidade diminui nesse caso não é porque existem hoje muito mais trabalhadores com carteira, é porque esses trabalhadores perderam a ocupação que tinham, não mudaram de trabalho informal para formal", completou.

Adriana evitou relacionar a redução na informalidade com o impacto da pandemia do novo coronavírus no mercado de trabalho, uma vez que as medidas de isolamento social se concentraram nos últimos 15 dias de março, enquanto a pesquisa se refere ao primeiro trimestre inteiro. No entanto, alguns itens da pesquisa já sinalizam as consequências da covid-19 sobre a perda de emprego no período pesquisado.

"O que chamou atenção é que grupamentos de atividades que não costumam cair no primeiro trimestre, que é alojamento e alimentação e outros serviços, que são aqueles prestados as famílias, tiveram retração na ocupação. Foram atividades que tiveram redução atípica da ocupação no primeiro trimestre", contou Adriana. "A Pnad mostra o começo do impacto extraordinário por conta do início do isolamento social. O impacto maior a gente vai ver quando tiver os dados de abril", explicou a pesquisadora.

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