‘Só vejo vantagens econômicas em ser sustentável’, diz fundador da Natura
Gulherme Leal, fundador e copresidente da Natura, acredita que é possível unir preservação e desenvolvimento.
Se a crise de credibilidade da política ambiental brasileira trouxe algo de positivo foi a mobilização do setor privado em torno da questão da sustentabilidade. Para Guilherme Leal, um dos fundadores e copresidente da Natura, essa posição do setor produtivo finalmente está ficando mais clara - ainda que tenha se materializado com atraso. "Existe necessidade de investimento público e privado em ciência e tecnologia. E o setor privado não esteve suficientemente envolvido até hoje, vamos ser francos", diz o empresário, que participou ontem da série de entrevistas ao vivo Retomada Verde, do Estadão.
Leal acredita que é possível unir preservação e desenvolvimento. "Toda vez que me perguntam ‘qual o custo de ser sustentável?’, não sei responder. Só sei dizer os benefícios de ser consistentemente sustentável. Isso permite que a sustentabilidade econômica também se consolide de maneira bastante forte."
Leia, a seguir, os principais trechos da entrevista.
Empresários e banqueiros se uniram para cobrar do governo ações ambientais concretas. Por que chegamos a esse ponto?
É a força da ideia cujo tempo chegou. No mundo, mais e mais se discute a necessidade de se evoluir nesse caminho. O nacionalismo exacerbado não funciona mais, tudo está conectado. Existem preocupações com a reputação que o Brasil vem perdendo lá fora, mas acho que é um acúmulo maior, exacerbado pela pandemia.
O governo Bolsonaro tem sido criticado pela agenda ambiental. A crise atual ajudou o setor privado a intervir mais?
Leia Também
Conseguimos reduzir uma taxa de desmatamento muito mais elevada lá atrás, em 2004 ou 2005. Chegamos a 28 mil km² de desmatamento e reduzimos para 4 mil ou 5 mil km² por ano. Isso não significa que tenhamos sido competentes na construção de uma visão para a Amazônia, mas que sabemos reduzir o desmatamento. Quando um governo se articula, consegue. Precisamos ser capazes de um grande entendimento nacional para lidar com o desafio que tem a dimensão da Amazônia.
Como o setor privado pode colaborar com essa agenda?
Só políticas governamentais não darão conta do recado. Existe uma necessidade de investimento público e privado em ciência e tecnologia, na revelação do que está contido na riqueza da biodiversidade. O Estado arrecada e tenta redistribuir e propiciar uma condição de vida minimamente decente. O setor privado não esteve suficientemente envolvido até hoje, vamos ser francos.
Mas se o Estado não se impõe, a sensação de impunidade não domina?
Não acredito que nenhum setor isoladamente seja capaz de promover a mudança. Ninguém vai acabar com o desmatamento amanhã, mas precisa mostrar que há uma inversão de tendências, senão a pressão continua muito forte.
Como os estrangeiros podem ter boa vontade com o Brasil novamente?
Ao mesmo tempo que enfrentamos a pior pandemia, nunca tivemos tanta chance de criar uma prosperidade compartilhada. Isso depende do envolvimento de todos os setores. Não é à toa que começou a se falar de ESG (critérios ambientais, sociais e de governança), porque há uma percepção dos investidores de que, para a segurança dos seus investimentos de longo prazo, esses fatores precisam ser levados em conta.
As marcas da Natura são bem ligadas à questão ambiental. Ter o discurso unificado de ESG ajuda a empresa no mercado internacional?
Não tenho dúvida de que esse comportamento de 50 anos tem nos ajudado muito. Temos tido reputação no Brasil e no exterior que nos deixa satisfeitos e nos abre portas. Hoje em dia, talento continua fazendo mais diferença do que nunca. Os talentos não querem trabalhar em companhias cujo objetivo é ser a maior ou a primeira do mundo. Toda vez que me perguntam ‘qual o custo de ser sustentável?’, não sei responder. Só sei dizer os benefícios de ser consistentemente sustentável. Isso permite que a sustentabilidade econômica também se consolide de maneira bastante forte.
O sr. saiu como candidato a vice-presidente de Marina Silva em 2010. Qual sua disposição hoje de se envolver na política?
A disposição é zero. Meu gesto foi mais simbólico do que de fato achar que iríamos vencer a eleição. Mas o objetivo era o mesmo de hoje: colocar na agenda uma pauta que une produção e conservação, que é algo único do Brasil. Cabe a nós transformar esse potencial em um diferencial competitivo. Falávamos lá atrás que patrimônio natural e educação poderiam gerar uma riqueza sustentável. Eu continuo na mesma pegada que me levou a participar naquele momento. Precisamos de empresas atuantes, mas também de um Estado eficiente para produzir políticas públicas de qualidade.
As informações são do jornal O Estado de S. Paulo.
De bailarina a bilionária mais jovem do mundo: a trajetória da brasileira que construiu uma fortuna aos 29 anos sem ser herdeira
A ascensão de Luana Lopes Lara à frente da Kalshi mostra como a ex-bailarina transformou formação técnica e visão de mercado em uma fortuna bilionária
Daniel Vorcaro — da ostentação imobiliária à prisão: o caso da mansão de R$ 460 milhões em Miami
A mansão de R$ 460 milhões comprada por Daniel Vorcaro em Miami virou símbolo da ascensão e queda do dono do Banco Master, hoje investigado por fraudes
Lotofácil 3552 faz os primeiros milionários de dezembro nas loterias da Caixa; Mega-Sena e Timemania encalham
A Lotofácil não foi a única loteria a ter ganhadores na faixa principal na noite de terça-feira (2). A Dia de Sorte saiu para um bolão na região Sul do Brasil.
Banco Master: Ministério Público quer Daniel Vorcaro de volta à prisão e TRF-1 marca julgamento do empresário
Uma decisão de sábado soltou Vorcaro e outros quatro presos na investigação do Banco Master
Qual signo manda na B3? Câncer investe mais, Libra investe melhor — e a astrologia invade o pregão
Levantamento da B3 revela que cancerianos são os que mais investem em ações, mas quem domina o valor investido são os librianos
BC Protege+: Como funciona a nova ferramenta do Banco Central que impede a abertura de contas não autorizadas
Nova ferramenta do Banco Central permite bloquear a abertura de contas em nome do usuário e promete reduzir fraudes com identidades falsas no sistema financeiro
CNH sem autoescola: com proposta aprovada, quanto vai custar para tirar a habilitação
Com a proposta da CNH sem autoescola aprovada, o custo para tirar a habilitação pode cair até 80% em todo o país
A palavra do ano no dicionário Oxford que diz muito sobre os dias de hoje
Eleita Palavra do Ano pela Oxford, a expressão “rage bait” revela como a internet passou a usar a raiva como estratégia de engajamento e manipulação emocional
Não tem para ninguém: Lotofácil, Quina e demais loterias da Caixa entram em dezembro sem ganhadores
Depois de acumular no primeiro sorteio do mês, a Lotofácil pode pagar nesta terça-feira (2) o segundo maior prêmio da rodada das loterias da Caixa — ou o maior, se ela sair sem que ninguém acerte a Timemania
Tema de 2026 será corte de juros — e Galapagos vê a Selic a 10,5% no fim do próximo ano
No Boletim Focus desta semana, a mediana de projeções dos economistas aponta para uma Selic de 10,5% apenas no final de 2027
Metrô de São Paulo começa a aceitar pagamento com cartão de crédito e débito direto na catraca; veja como vai funcionar
Passageiros já podem usar cartões de crédito ou débito por aproximação na catraca, mas integração com ônibus continua exclusiva do Bilhete Único
CNH sem autoescola: quais são os requisitos para o instrutor autônomo?
Nova resolução do Contran cria o instrutor autônomo e detalha os requisitos para atuar na formação de condutores no modelo da CNH sem autoescola
Contran toma decisão irrevogável sobre o projeto da CNH sem autoescola
Nova resolução do Contran libera a CNH sem autoescola, cria instrutor autônomo, reduz carga horária prática e promete queda de até 80% no custo da habilitação
Flamengo torce contra rival para fechar o ano como clube brasileiro com maior arrecadação em 2025
Mesmo com o tetracampeonato da Libertadores 2025 e mais de R$ 177 milhões em premiações, o Flamengo ainda corre atrás de rival na disputa pela maior arrecadação do futebol brasileiro neste ano
Black Friday 2025 e décimo terceiro levam o Pix a novo recorde de movimentação diária
Transações superam a marca anterior e consolidaram o Pix como principal meio de pagamento digital do país
Mercado corta projeção para inflação de 2025 — de novo —, mas juros continuam estacionados neste ano e no próximo
Economistas consultados pelo BC esperam que tendência de arrefecimento dos preços perdure neste ano, mas siga quase estável no próximo
Essa cidade foi derrubada por uma empresa privada para dar lugar a um reservatório — e o que existe lá hoje é surpreendente
Cidade fluminense destruída para ampliar um reservatório ganha novo significado décadas depois, com parque ecológico
Relatório Jolts, discurso de Powell e balança comercial do Brasil são destaques da agenda econômica
Os investidores ainda acompanham divulgação do IPC-Fipe de novembro, além do PIB do 3º trimestre do Brasil e da Zona do Euro
Imposto de Renda: Lula fará pronunciamento neste domingo (30) sobre medida que altera a tributação
A fala será transmitida às 20h30 e trará como principal anúncio a nova faixa de isenção para R$ 5 mil além de mecionar os descontos extras para rendas intermediárias
Plano da Petrobras (PETR4), despencada da Hapvida (HAPV3) e emergentes no radar: as matérias mais lidas do Seu Dinheiro na semana
O anúncio estratégico da estatal, a forte queda da operadora de saúde e a análise do Morgan Stanley com Brasil em destaque; veja o que mais movimentou o SD