Setor público tem superávit primário de R$ 56,276 bilhões, diz BC
O resultado primário consolidado do mês passado ficou dentro do intervalo das estimativas de analistas do mercado financeiro ouvidos pelo Projeções Broadcast, que iam de superávit de R$ 47,000 bilhões a superávit de R$ 59,700 bilhões

O setor público consolidado (Governo Central, Estados, municípios e estatais, com exceção de Petrobras e Eletrobras) apresentou superávit primário de R$ 56,276 bilhões em janeiro, informou nesta sexta-feira, 28, o Banco Central. Em dezembro, havia sido registrado déficit de R$ 13,513 bilhões.
O resultado primário consolidado do mês passado ficou dentro do intervalo das estimativas de analistas do mercado financeiro ouvidos pelo Projeções Broadcast, que iam de superávit de R$ 47,000 bilhões a superávit de R$ 59,700 bilhões. A mediana estava positiva em R$ 55,100 bilhões.
O valor de janeiro representa o maior superávit para o mês na série histórica do BC, iniciada em dezembro de 2001.
O resultado fiscal de janeiro foi composto por um superávit de R$ 45,469 bilhões do Governo Central (Tesouro, Banco Central e INSS).
Já os governos regionais (Estados e municípios) influenciaram o resultado positivamente com R$ 10,143 bilhões no mês. Enquanto os Estados registraram superávit de R$ 8,883 bilhões, os municípios tiveram resultado positivo de R$ 1,260 bilhão. As empresas estatais registraram superávit primário de R$ 664 milhões.
A meta de déficit primário do setor público consolidado considerada pelo governo é de R$ 118,9 bilhões para 2020. No caso do Governo Central, a meta é um déficit de R$ 124,8 bilhões.
Leia Também
Banqueiros centrais se reúnem para mais uma Super Quarta enquanto o mundo tenta escapar de guerra comercial permanente
Felipe Miranda: Ela é uma vaca, eu sou um touro
12 meses
As contas do setor público acumulam um déficit primário de R$ 52,493 bilhões em 12 meses até janeiro, o equivalente a 0,72% do Produto Interno Bruto (PIB), informou o Banco Central.
O déficit fiscal nos 12 meses encerrados em janeiro pode ser atribuído ao rombo de R$ 79,037 bilhões do Governo Central (1,08% do PIB). Os governos regionais (Estados e municípios) apresentaram um superávit de R$ 14,556 bilhões (0,20% do PIB) em 12 meses até janeiro.
Enquanto os Estados registraram um superávit de R$ 15,557 bilhões, os municípios tiveram um saldo negativo de R$ 1,002 bilhão. As empresas estatais registraram um resultado positivo de R$ 11,988 bilhões no período.
Superávit nominal
Segundo o BC, o setor público consolidado registrou superávit nominal de R$ 19,120 bilhões em janeiro. Em dezembro, o resultado nominal havia sido deficitário em R$ 38,433 bilhões e, em janeiro de 2019, superavitário em R$ 26,044 bilhões.
No mês passado, o Governo Central registrou superávit nominal de R$ 12,866 bilhões. Os governos regionais tiveram saldo positivo de R$ 6,120 bilhões, enquanto as empresas estatais registraram superávit nominal de R$ 134 milhões.
Em 12 meses até janeiro, há déficit nominal de R$ 436,077 bilhões, ou 5,98% do PIB.
Gasto com juros
O setor público consolidado teve gasto de R$ 37,155 bilhões com juros em janeiro, após esta despesa ter atingido R$ 24,920 bilhões em dezembro, informou o Banco Central.
O Governo Central teve no mês passado despesas na conta de juros de R$ 32,603 bilhões. Os governos regionais registraram gasto de R$ 4,022 bilhões e as empresas estatais, de R$ 530 milhões.
Em 12 meses até janeiro, as despesas com juros atingiram R$ 383,584 bilhões (5,26% do PIB).
Questão de sazonalidade
O chefe do Departamento de Estatísticas do Banco Central, Fernando Rocha, avaliou que o superávit primário em janeiro decorre de efeitos sazonais, mas destacou a melhora do resultado em relação ao mesmo mês do ano passado.
"Houve uma melhora de quase R$ 10 bilhões no resultado do Governo Central, não obstante o aumento do déficit da Previdência na mesma comparação. O INSS continua em trajetória de aumento do déficit", acrescentou.
Rocha repetiu que o aumento da conta de juros em janeiro, para R$ 37,155 bilhões, decorre das operações de swaps.
Em dezembro, a conta de juros foi de R$ 24,920 bilhões, e em janeiro do ano passado, de R$ 20,853 bilhões.
Ele explicou que o BC teve um ganho de R$ 6,9 bilhões com swaps em dezembro e um lucro de 11,6 bilhões em janeiro do ano passado. Já em janeiro de 2020, o BC teve uma perda de R$ 7,6 bilhões. "Sem essas operações, a conta de juros teria caído em janeiro, nas duas comparações", completou.
Dívida
O chefe do Departamento de Estatísticas do Banco Central explicou também que a redução da Dívida Líquida se deve à desvalorização do câmbio e ao superávit nominal no mês.
"Tivemos redução significativa da dívida líquida em janeiro", avaliou Rocha. "A desvalorização cambial de 5,93% em janeiro reduziu a dívida líquida em 0,9 ponto porcentual do PIB em janeiro. Já o superávit nominal (de R$ 19,120 bilhões) no mês contribuiu para reduzir a dívida líquida em 0,3 p.p. do PIB em janeiro", completou.
*Com Estadão Conteúdo.
Agenda econômica: temporada de balanços esquenta em semana de Super Quarta; veja os principais eventos
Calendário dos próximos dias traz as primeiras decisões de política monetária no Brasil, nos Estados Unidos e no Reino Unido após as tarifas recíprocas de Donald Trump
Trump descarta demissão de Powell, mas pressiona por corte de juros — e manda recado aos consumidores dos EUA
Em entrevista, Trump afirmou que os EUA ficariam “bem” no caso de uma recessão de curto prazo e que Powell não reduziu juros ainda porque “não é fã” do republicano
Banco Master negocia com ‘vários grupos’ fatia rejeitada pelo BRB, segundo jornal
Entre eles estariam a família Batista, do grupo J&F, os bancos Safra e BTG, além da Prisma Capital e da Jive Mauá
Joesley de olho no Banco Master? Empresário se encontra com Galípolo um dia após MP pedir suspensão da compra pelo BRB
Com operação do BRB sob investigação do Ministério Público do DF, a J&F avalia aquisição de ativos estratégicos do Banco Master, o que mitigaria riscos não cobertos pelo FGC.
Um mês da ‘libertação’: guerra comercial de Trump abalou mercados em abril; o que esperar desta sexta
As bolsas ao redor do mundo operam em alta nesta manhã, após a China sinalizar disposição de iniciar negociações tarifárias com os EUA
Alguém está errado: Ibovespa chega embalado ao último pregão de abril, mas hoje briga com agenda cheia em véspera de feriado
Investidores repercutem Petrobras, Santander, Weg, IBGE, Caged, PIB preliminar dos EUA e inflação de gastos com consumo dos norte-americanos
Para Gabriel Galípolo, inflação, defasagens e incerteza garantem alta da Selic na próxima semana
Durante a coletiva sobre o Relatório de Estabilidade Financeira (REF) do segundo semestre de 2024, o presidente do Banco Central reafirmou o ciclo de aperto monetário e explicou o raciocínio por trás da estratégia
Quando o plano é não ter plano: Ibovespa parte dos 135 mil pontos pela primeira vez em 2025 em dia de novos dados sobre mercado de trabalho dos EUA
Investidores também se preparam para o relatório de produção e vendas da Petrobras e monitoram entrevista coletiva de Galípolo
Copom busca entender em que nível e por quanto tempo os juros vão continuar restritivos, diz Galípolo, a uma semana do próximo ajuste
Em evento, o presidente do BC afirmou que a política monetária precisa de mais tempo para fazer efeito e que o cenário internacional é a maior preocupação do momento
Normas e tamanho do FGC entram na mira do Banco Central após compra do Banco Master levantar debate sobre fundo ser muleta para CDBs de alto risco
Atualmente, a maior contribuição ao fundo é feita pelos grandes bancos, enquanto as instituições menores pagam menos e têm chances maiores de precisar acionar o resgate
Vai dar zebra no Copom? Por que a aposta de uma alta menor da Selic entrou no radar do mercado
Uma virada no placar da Selic começou a se desenhar a pouco mais de duas semanas da próxima reunião do Copom, que acontece nos dias 6 e 7 de maio
Deixa a bolsa me levar: Ibovespa volta a flertar com máxima histórica em dia de IPCA-15 e repercussão de balanço da Vale
Apesar das incertezas da guerra comercial de Donald Trump, Ibovespa está a cerca de 2% de seu recorde nominal
Bradesco dispara em ranking do Banco Central de reclamações contra bancos; Inter e PagSeguro fecham o pódio. Veja as principais queixas
O Bradesco saiu da sétima posição ao fim de 2024 para o primeiro colocado no começo deste ano, ao somar 7.647 reclamações procedentes. Já Inter e PagSeguro figuram no pódio há muitos trimestres
Tudo tem um preço: Ibovespa tenta manter o bom momento, mas resposta da China aos EUA pode atrapalhar
China nega que esteja negociando tarifas com os Estados Unidos e mercados internacionais patinam
Rodolfo Amstalden: Seu frouxo, eu mando te demitir, mas nunca falei nada disso
Ameaçar Jerome Powell de demissão e chamá-lo de frouxo (“a major loser”), pressionando pela queda da taxa básica, só tende a corromper o dólar e alimentar os juros de longo prazo
Agora 2025 começou: Ibovespa se prepara para seguir nos embalos da festa do estica e puxa de Trump — enquanto ele não muda de ideia
Bolsas internacionais amanheceram em alta nesta quarta-feira diante dos recuos de Trump em relação à guerra comercial e ao destino de Powell
Banco Central acionou juros para defender o real — Galípolo detalha estratégia monetária brasileira em meio à guerra comercial global
Em audiência na Comissão de Assuntos Econômicos (CAE) do Senado, Gabriel Galípolo detalhou a estratégia monetária do Banco Central e sua visão sobre os rumos da guerra comercial
Orgulho e preconceito na bolsa: Ibovespa volta do feriado após sangria em Wall Street com pressão de Trump sobre Powell
Investidores temem que ações de Trump resultem e interferência no trabalho do Fed, o banco central norte-americano
O preço de um crime: fraudes no Pix disparam e prejuízo ultrapassa R$ 4,9 bilhões em um ano
Segundo o Banco Central, dados referem-se a solicitações de devoluções feitas por usuários e instituições após fraudes confirmadas, mas que não foram concluídas
Powell na mira de Trump: ameaça de demissão preocupa analistas, mas saída do presidente do Fed pode ser mais difícil do que o republicano imagina
As ameaças de Donald Trump contra Jerome Powell adicionam pressão ao mercado, mas a demissão do presidente do Fed pode levar a uma longa batalha judicial