🔴 E-BOOK GRATUITO: CONFIRA OS PRINCIPAIS MOMENTOS DOS 100 PRIMEIROS DIAS DO GOVERNO TRUMP – BAIXE AGORA

Dani Alvarenga

Repórter de fundos imobiliários e finanças pessoais no Seu Dinheiro. Estudante de Jornalismo pela Universidade de São Paulo (ECA-USP).

INDEPENDÊNCIA EM RISCO

Powell na mira de Trump: ameaça de demissão preocupa analistas, mas saída do presidente do Fed pode ser mais difícil do que o republicano imagina

As ameaças de Donald Trump contra Jerome Powell adicionam pressão ao mercado, mas a demissão do presidente do Fed pode levar a uma longa batalha judicial

Imagem criada por inteligência artificial mostra Donald Trump encarando o presidente do BC dos EUA, Jerome Powell. Ao fundo, a bandeira dos EUA desfocada.
Imagem criada por inteligência artificial de Donald Trump e Jerome Powell - Imagem: Aurora / Grok

Não é apenas a China que está na mira da artilharia de Donald Trump. O republicano também vive uma relação espinhosa com o presidente do Federal Reserve, Jerome Powell, e, nesta semana, voltou a aumentar o tom contra o dirigente do Banco Central (BC) dos EUA.

Em declarações feitas na Casa Branca na quinta-feira (17), Trump sugeriu que tem o poder de tirar Powell e o criticou por não cortar as taxas de juros no país. Atualmente, as taxas por lá estão na faixa entre 4,25% e 4,50% ao ano.

"Se eu quiser tirá-lo, ele sairá bem rápido, acredite em mim", disse o republicano. "Não estou satisfeito com ele", completou. O Seu Dinheiro contou em detalhes o show de ofensas do republicano, confira aqui.

Já na sexta-feira (18), o conselheiro econômico da Casa Branca, Kevin Hassett, afirmou que o presidente dos EUA "e sua equipe continuarão a estudar o assunto", referindo-se a uma forma de tirar Powell do cargo.

A interferência de Trump no Federal Reserve adiciona pressão a um mercado que já vive incertezas devido ao tarifaço implementado pelo republicano aos parceiros comerciais dos EUA.

Isso porque um Banco Central independente é capaz de controlar melhor a inflação sem influência política, tomando medidas impopulares com mais facilidade para combater a alta dos preços.

Leia Também

Além disso, as decisões da instituição passam a ser mais previsíveis. Assim, se o Fed fosse mais influenciado pela política, os mercados teriam mais dificuldade em antecipar e entender as medidas da autarquia monetária.

A maioria dos economistas e investidores de Wall Street teme que um ataque à longa independência do Fed possa desestabilizar ainda mais os ativos e aumentar a incerteza nos mercados.

Adicionando (ainda mais) pressão: as consequências da interferência de Trump

Em geral, as bolsas norte-americanas não operam no fim de semana. Porém, caso houvesse negociações neste sábado, certamente a tentativa de demitir Powell faria os preços das ações caírem e os rendimentos dos títulos do Tesouro dispararem.

Além disso, qualquer tentativa do governo de Trump de demitir Powell levaria a um aumento nas apostas de estagflação, segundo relatório do Evercore ISI, divisão de Research da Evercore.

Os analistas afirmam que os investidores vêm demonstrando uma perda de confiança na política econômica de Trump, por meio de movimentos nos mercados de títulos e câmbio.

Desde meados de janeiro, o dólar caiu 9% em relação a uma cesta de moedas, uma queda rara e acentuada, atingindo seu menor nível em três anos. Investidores avaliam que o dólar pode passar a enfrentar uma lenta queda na posição de moeda de reserva mundial.

Já em relação ao Fed, não houve sinais de perda de confiança, uma vez que as medidas de inflação esperada permanecem contidas, segundo o ISI.

Assim, uma ação contra a independência do banco central norte-americano resultaria em "uma disparada dos rendimentos de longo prazo devido ao risco de inflação em uma curva de juros com ganho de inclinação (quando a diferença entre as taxas de juros de curto e longo prazo aumenta), uma queda acentuada do dólar e um aumento generalizado nos prêmios de risco, incluindo o prêmio de risco das ações, provavelmente garantindo uma recessão", afirmam os analistas.

Uma demissão complexa

Apesar das ameaças de Trump contra Powell adicionar pressão aos mercados, a demissão do presidente do Fed vai ser mais difícil do que o republicano faz parecer.

Uma lei de 1913 instituiu que o presidente do Fed somente poderia ser demitido por "justa causa". Além disso, uma decisão da Suprema Corte de 1935 limitou a capacidade do presidente de remover líderes de agências governamentais independentes sem motivo.

Desde então, a sentença protegeu os presidentes do Fed contra demissões políticas.

Assim, caso Trump tente demitir Powell antes do tempo, poderá enfrentar uma longa batalha judicial. Para dispensar o chefe do Fed, o republicano teria que provar que Powell cometeu falhas graves durante o mandato.

“Uma discordância sobre as taxas de juros não se encaixaria na interpretação de conduta grave ou abuso de poder”, explica a Oxford Economics.

Além disso, segundo a consultoria, a eventual demissão de Powell do cargo de presidente do Fed não necessariamente o tira da presidência do Comitê Federal de Mercado Aberto (Fomc), instância do BC americano que decide sobre os juros. 

Assim, caso o presidente dos EUA consiga justificar uma demissão por má conduta e afastar Powell do cargo, ele permanecerá no conselho de governadores da instituição até 2028. Em 2014, Powell foi eleito para o conselho para um mandato de 14 anos.

Já o cargo máximo no Fomc é definido anualmente por seus membros, todo mês de janeiro. Usualmente, o presidente da instituição é o presidente do Fed, mas esta não é uma regra.

"A menos que Trump consiga removê-lo tanto do cargo de presidente do Fed quanto de governador, Powell concluirá seu mandato como presidente do Fed", afirma a consultoria.

A Oxford Economics também indicou que não trabalha com a hipótese de Powell ser removido do cargo antes do término de seu mandato, no ano que vem.

E não são os únicos a não enxergar sucesso na empreitada de Trump. Em relatório, os analistas do Evercore ISI afirmam que consideram a tentativa "improvável".

Uma brecha para Trump

Ainda assim, há caminhos para que Trump demita Jerome Powell do cargo de presidente do Fed. Isso porque foi por meio da indicação do republicano que ele alcançou a posição.

Powell foi indicado para o Conselho do Fed em 2012 pelo então presidente Barack Obama. Já em 2017, durante o primeiro mandato de Donald Trump, foi indicado para a presidência do Fed, tendo assumido em 2018. 

Em 2022, foi reconduzido por Joe Biden para um novo período de quatro anos à frente da instituição. Assim, o mandato de Powell à frente do Fed deve seguir até 2026.

Porém, apesar da decisão de 1935 impedir demissões sem justa causa de agências governamentais independentes, Trump vem mexendo seus pauzinhos para mudar a tradição.

Em março deste ano, Trump demitiu dois democratas da Comissão Federal de Comércio dos Estados Unidos (FTC, na sigla em inglês), que também possui um histórico de independência.

Os dois comissários estão processando o presidente norte-americano e tentam permanecer na comissão. 

Na última quarta-feira (16), o próprio Powell comentou o caso. "Não acho que essa decisão vá se aplicar ao Fed, mas não sei. É uma situação que estamos monitorando", disse, ao responder perguntas no Clube Econômico de Chicago.

O presidente do Fed ainda reforçou que a independência da instituição “é uma questão legal" e que o estatuto estabelece que "não há demissão, exceto por justa causa".

*Com informações do Estadão Conteúdo

COMPARTILHAR

Whatsapp Linkedin Telegram
ROTA DO DINHEIRO

Fala, governador: as políticas de transição energética para atrair o capital gringo para o Brasil

14 de maio de 2025 - 17:58

Chefes de Executivo estaduais apresentaram projetos ligados à energia limpa, descarbonização e inovação, de olho em investidores internacionais

SD ENTREVISTA

Moura Dubeux (MDNE3) alcança lucro líquido recorde no 1T25 e CEO projeta ano de novos marcos, mesmo com a Selic alta

14 de maio de 2025 - 17:29

Em entrevista ao Seu Dinheiro, Diego Villar comentou os resultados do primeiro trimestre da companhia e projetou R$ 100 milhões em proventos até o fim do ano

GATILHOS NO CAMINHO

O tempo cura tudo: ação da Raízen (RAIZ4) surge entre as maiores quedas do Ibovespa, mas bancos estão otimistas com o papel

14 de maio de 2025 - 16:50

O prejuízo da companhia do setor de açúcar e álcool disparou nos três primeiros meses do ano, mas BTG e Citi enxergam motivos para seguir com os ativos em carteira

TEMPO É DINHEIRO

Fundo de tempo: ‘Ex-sócio de Trump’ lança seu próprio Shark Tank e quer aconselhar startups em troca de participação nos negócios

14 de maio de 2025 - 16:17

Ricardo Bellino se uniu à rede de conselheiros Koinz Capital para criar um programa de mentoria para empresas, que deverão fazer seu pitch em três minutos (tempo que o empresário teve com Trump)

A ÚLTIMA FRONTEIRA

Pelo quarto mês consecutivo, EUA tem queda de movimento na fronteira… do Canadá

14 de maio de 2025 - 16:11

Número de turistas regressando dos EUA para o Canadá em abril foi até 35% menor do que o mesmo período em 2024; de acordo com pesquisa, política externa de Trump seria motivo para queda

TROCA DE JATINHOS

Após receber jatinho de presente, Trump fecha acordo de US$ 1,2 trilhão com o Catar; Boeing sai ganhando com venda de 210 aeronaves, estimadas em US$ 96 bilhões

14 de maio de 2025 - 16:03

Estados Unidos fecham nova série de acordos no Oriente Médio, mas parceria trilionária ganha contornos controversos após presidente receber jatinho de luxo como presente

“SOMOS PARTE DA SOLUÇÃO”

3 mudanças que podem levar a América Latina a liderar a transição energética global, segundo o presidente do BID, Ilan Goldfajn

14 de maio de 2025 - 15:48

Presidente do Banco Interamericano de Desenvolvimento e ex-presidente do Banco Central brasileiro defende integração regional, investimentos verdes e soluções concretas para a transição energética até a Conferência do Clima em Belém

TERRA SEM LEI

Regulação das stablecoins trava no Senado dos EUA e Federal Reserve emite novo alerta sobre riscos

14 de maio de 2025 - 14:32

Projeto batizado de GENIUS Act travou no Senado em meio a embate entre democratas e republicanos após controvérsias envolvendo Donald Trump, sua família e o mercado cripto

SEU MENTOR DE INVESTIMENTOS

Quantas divisões tem o papa? A escolha de Leão XIV e um contraponto à influência de Trump

14 de maio de 2025 - 14:04

Ao se anunciar como Leão XIV, Robert Francis Prevost está ditando não só uma continuidade da obra de Francisco, como também deixando claro que seu objetivo principal será a missão social da Igreja

COMPRAR OU VENDER?

Subiu demais? Ação da JBS (JBSS3) cai na B3 após entregar resultado sólido no 1T25

14 de maio de 2025 - 13:37

Os papéis figuram entre as maiores quedas do Ibovespa nesta quarta-feira (14); saiba o que fazer com eles agora

OTIMISMO EM DIA

Primeiro Brasil, depois México e uma ponta de Chile: gestores se dizem otimistas com a América Latina e aumentam o risco na região, segundo o BofA

14 de maio de 2025 - 13:01

Quase metade dos gestores aumentaram suas previsões para o Ibovespa e esperam um dólar mais fraco ao fim do ano

DINHEIRO NO BOLSO

Petrobras (PETR4) atualiza primeira parcela de dividendos bilionários; confira quem tem direito a receber a bolada

14 de maio de 2025 - 12:26

O montante a ser pago pela estatal se refere ao último balanço de 2024 e será feito em duas parcelas iguais

ROTA DE FUGA

Roma? Londres? Nada disso: destino mais lotado da Europa é ilha (supostamente) paradisíaca na Grécia

14 de maio de 2025 - 11:51

Dados divulgados pela Comissão Europeia apontam os destinos com maior pressão turística – e os lugares mais lotados não são metrópoles globais; confira

JUSTO AGORA?

Petrobras (PETR4) paga menos dividendos e até o governo ficou com o bolso mais leve — valor menor pode dificultar a vida de Lula

14 de maio de 2025 - 11:35

Como maior acionista da Petrobras, até mesmo o governo federal viu a distribuição de lucros cair, o que pode pressionar ainda mais as contas públicas

VAI PINGAR NA CONTA

PagBank tem lucro de R$ 554 milhões, anuncia primeiro dividendo da história e indica que há mais proventos no radar

14 de maio de 2025 - 10:52

O banco digital destacou que, apesar de um “cenário econômico mais difícil”, conseguiu expandir a rentabilidade

EM XEQUE

Por que as ações da Azul (AZUL4) caem mais de 10% na abertura mesmo após lucro líquido de R$ 783 milhões no 1T25?

14 de maio de 2025 - 10:36

Se considerados ajustes, a companhia aérea teve um prejuízo líquido ajustado 460% maior que no ano passado, de R$ 1,8 bilhão

DO ROXO AO VERMELHO

Balanço do Nubank desagradou? O que fazer com as ações após resultado do 1T25

14 de maio de 2025 - 10:11

O lucro líquido de US$ 557,2 milhões no 1T25, um salto de 74% na comparação anual, foi ofuscado por uma reação negativa do mercado. Veja o que dizem os analistas

O MELHOR DO SEU DINHEIRO

Show de talentos na bolsa: Ibovespa busca novos recordes em dia de agenda fraca

14 de maio de 2025 - 8:20

Ibovespa acaba de renovar sua máxima histórica em termos nominais e hoje depende do noticiário corporativo para continuar subindo

IR 2025

Como a Receita calcula o imposto de renda devido e o valor das restituições

14 de maio de 2025 - 8:00

Jeito de calcular o imposto de renda devido e a eventual restituição varia de acordo com o modelo escolhido de declaração, se completo ou simplificado

RANKING

Planejando uma viagem? Ranking elege as 10 melhores cidades da Europa em 2025; saiba quais são

14 de maio de 2025 - 7:15

Ranking considera critérios de habitabilidade, prosperidade e carisma

Menu

Usamos cookies para guardar estatísticas de visitas, personalizar anúncios e melhorar sua experiência de navegação. Ao continuar, você concorda com nossas políticas de cookies

Fechar