🔴 AÇÕES PARA INVESTIR EM JULHO: CONFIRA CARTEIRA COM 10 RECOMENDAÇÕES – ACESSE GRATUITAMENTE

Estadão Conteúdo

Inflação

Preços dos alimentos devem dar trégua a partir do segundo trimestre de 2021

Vilões da inflação em 2020, preços dos alimentos devem arrefecer com nova safra recorde; preços administrados e de serviços é que preocupam no ano que vem

inflação carrinho mercado alimentos
Imagem: Shutterstock

Vilões da inflação em 2020 e muito pressionados pelo dólar, os preços dos alimentos devem dar uma trégua para o bolso do brasileiro em 2021, especialmente a partir do segundo trimestre. Nessa época o ano, é despejada no mercado a safra de grãos, que promete bater novo recorde. O alívio no gasto com a comida não deve ser pequeno. Os alimentos responderam por dois terços da inflação deste ano acumulada em 12 meses até novembro de 4,3%, pelo Índice de Preços ao Consumidor Amplo (IPCA).

A folga dos alimentos, no entanto, poderá comportar o novo foco de pressões esperado para a inflação em 2021. Ele deve vir de dois grupos que neste ano ficaram bem comportados por causa da pandemia: os serviços e os preços administrados, cujos reajustes precisam ser autorizados pelo governo.

Com o isolamento social, a demanda por serviços despencou e impediu os aumentos. Por sua vez, os preços administrados, que incluem tarifas de transporte, combustíveis, planos de saúde, medicamentos, por exemplo, ficaram estacionados boa parte do ano. Só a energia elétrica voltou com força este mês, com a bandeira tarifária vermelha que cobra uma taxa extra de R$ 6,243 a cada 100 kWh.

"Não há espaço para os alimentos continuarem subindo em 2021", prevê o economista Heron do Carmo, professor sênior da FEA/USP e um dos maiores especialistas em inflação. A disparada dos alimentos neste ano ocorreu por conta da maxidesvalorização do câmbio combinada com a maior demanda no mercado interno e externo. "Juntaram duas coisas que nem sempre ocorriam ao mesmo tempo." Na sua avaliação, a perspectiva é que essa escalada não continue porque os alimentos já estão num patamar muito alto. Além disso, o câmbio começa a arrefecer.

Como a folga na inflação dada pelos alimentos será muito grande, quase de três pontos porcentuais, observa Heron, ela poderá acomodar pressões vindas de outros grupos de preços. Por isso, levando em conta as informações disponíveis até o momento, ele espera que o IPCA feche 2021 em torno de 3%. O último Boletim Focus do Banco Central mostra que o mercado espera uma inflação em 3,37% para o ano que vem.

"O problema será a trajetória da inflação ao longo de 2021", pondera o economista. Como a disparada dos alimentos ocorreu a partir de setembro, a inflação acumulada em 12 meses deve atingir o pico e beirar ou até passar do teto da meta que é 5,25% para 2021 em maio, mas depois deve cair, prevê.

Leia Também

Outro especialista em inflação, o economista da LCA Consultores Fabio Romão, concorda com Heron. "A alimentação pode perder bastante força em 2021." No entanto, ele projeta um IPCA mais salgado para o próximo ano: 3,5% e com possibilidade de ser maior.

Romão alerta que os freios da inflação deste ano - os serviços e os preços administrados - devem jogar no sentido oposto em 2021. "Provavelmente os serviços vão acelerar com a recuperação da economia e os preços administrados também. Os papéis se invertem."

A alta acumulada nos bens industriais no atacado ao longo deste ano, em torno de 25%, é outro risco importante à inflação de 2021, na opinião de Romão. "É uma pressão grande de custo e, com o crescimento da economia, haverá espaço para repasse. Para 2021, ele espera um aumento de 3,4% dos bens industriais no varejo, ante uma alta de 2,9% este ano. No entanto, o economista ressalva que o fim do auxílio emergencial e o desemprego elevado poderão mitigar essa pressão.

Herança. Para o economista Fabio Silveira, sócio da MacroSector Consultores, o que mais vai pesar na inflação de 2021 é exatamente essa herança de custos elevados de 2020 dos bens comercializáveis. "Os preços ao consumidor estão hoje aquém dos preços de equilíbrio porque as empresas, para sobreviver, estão contendo ao máximo os reajustes."

O movimento de repasse de custos herdados de 2021 deve, na opinião de Silveira, impulsionar os índices ao consumidor no primeiro semestre de 2021. Com isso, o IPCA deve fechar o ano que vem girando em torno de 4,3%. É meio ponto acima do centro da meta de 2021, de 3,75%.

Silveira acrescenta também, como outro foco de pressão para o IPCA de 2021, a defasagem dos preços dos combustíveis, que hoje estão entre 10% a 12% abaixo das cotações no mercado internacional. "Não há como segurar preços de diesel e gasolina que estão rebaixados artificialmente pela Petrobras", afirma.

Para o economista da Tendências Consultoria Integrada, Marcio Milan, o preço dos combustíveis e outros preços administrados são foco de preocupação da inflação de 2021. Neste ano, os administrados aumentaram 2,2% e a sua expectativa é de um avanço de 4,8% para o ano que vem. Isto é, mais que dobra o ritmo de alta.

Milan, que projeta aumento de 3,4% para a inflação geral de 2021, observa que entre os grupos do IPCA, o de preços administrados é o que mais deve avançar em relação a 2020 e responder por quase a metade (1,23 ponto porcentual) da inflação do ano que vem.

Entre os administrados, o economista destaca a pressão que deve vir da gasolina. "Com o cenário de recuperação da economia mundial, a expectativa é que o preço do petróleo volte a acelerar e tenha um repasse significativo para os combustíveis no varejo ao longo de 2021."

Fiscal

O economista-chefe da MB Associados, Sergio Vale, reconhece que a preocupação com a inflação de 2021 passa pela recuperação dos preços dos serviços e dos administrados. Mas, na sua opinião, o maior fator de risco a médio prazo para a inflação é a questão fiscal do País, se nenhuma mudança relevante for aprovada. "Existe a expectativa de uma ampla reforma, mas se ela for frustrada, isso deve manter o câmbio pressionado e pode afetar os preços em reais e a inflação." A MB Associados projeta um IPCA de 3,8% para o ano que vem.

As informações são do jornal O Estado de S. Paulo.

COMPARTILHAR

Whatsapp Linkedin Telegram
BC PRESSIONADO

Meta de inflação de 3% é plausível para o Brasil? Veja o que dizem economistas sobre os preços que não cedem no país

10 de julho de 2025 - 9:39

Com juros nas alturas e IPCA a 5,35%, o Banco Central se prepara para mais uma explicação oficial, sem a meta de 3% no horizonte próximo

LOTERIAS

Lotofácil, Quina e Dupla Sena dividem os holofotes com 8 novos milionários (e um quase)

10 de julho de 2025 - 7:01

Enquanto isso, começa a valer hoje o reajuste dos preços para as apostas na Lotofácil, na Quina, na Mega-Sena e em outras loterias da Caixa

PEGOU MAL PRA QUEM?

De Lula aos representantes das indústrias: as reações à tarifa de 50% de Trump sobre o Brasil

9 de julho de 2025 - 20:15

O presidente brasileiro promete acionar a lei de reciprocidade brasileira para responder à taxa extra dos EUA, que deve entrar em vigor em 1 de agosto

NÃO ESCAPAMOS

Tarifa de 50% de Trump contra o Brasil vem aí, derruba a bolsa, faz juros dispararem e provoca reação do governo Lula

9 de julho de 2025 - 17:18

O Ibovespa futuro passou a cair mais de 2,5%, enquanto o dólar para agosto renovou máxima a R$ 5,603, subindo mais de 2%

FÁCIL FALAR, DIFÍCIL CONTROLAR A INFLAÇÃO

Não adianta criticar os juros e pedir para BC ignorar a meta, diz Galípolo: “inflação ainda incomoda bastante”

9 de julho de 2025 - 15:14

O presidente do Banco Central participou de uma audiência pública na Câmara dos Deputados e ressaltou que a inflação na meta é objetivo indiscutível

LOTERIAS

Lotofácil deixa duas pessoas mais próximas do primeiro milhão; Mega-Sena e Quina acumulam

9 de julho de 2025 - 6:36

Como hoje só é feriado no Estado de São Paulo, a Lotofácil, a Quina e outras loterias da Caixa terão novos sorteios hoje

NO LIMITE DA POTÊNCIA

Horário de verão pode voltar para evitar apagão; ONS explica o que deve acontecer agora

8 de julho de 2025 - 19:01

Déficit estrutural se aprofunda e governo pode decidir em agosto sobre retorno da medida extinta em 2019

“A META É TRÊS”

Galípolo diz que dorme tranquilo com Selic em 15% e que o importante é perseguir a meta da inflação

8 de julho de 2025 - 16:59

Com os maiores juros desde 2026, Galípolo dispensa faixa e flores: “dificilmente vamos ganhar o torneio de Miss Simpatia no ano de 2025”

BALANÇO DA INDÚSTRIA

Investidores sacam R$ 38 bilhões de fundos no ano, e perdem a oportunidade de uma rentabilidade de até 35,8% em uma classe

8 de julho de 2025 - 12:57

Dados da Anbima mostram que a sangria dos multimercados continua, mas pelo menos a rentabilidade foi recuperada, superando o CDI com folga

HORA DE COMPRAR?

Cury (CURY3): ações sobem na bolsa depois da prévia operacional do segundo trimestre; bancos dizem o que fazer com os papéis

8 de julho de 2025 - 12:33

Na visão do Itaú BBA, os resultados vieram neutros com algumas linhas do balanço vindo abaixo das expectativas. O BTG Pactual também não viu nada de muito extraordinário

TOUROS E URSOS #229

Bolsa, dólar ou juros?  A estratégia para vencer o CDI com os juros a 15% ao ano

8 de julho de 2025 - 11:00

No Touros e Ursos desta semana, Paula Moreno, sócia e co-CIO da Armor Capital, fala sobre a estratégia da casa para ter um retorno maior do que o do benchmark

LOTERIAS

Lotofácil inicia a semana com um novo milionário; Quina acumula e Mega-Sena corre hoje valendo uma fortuna

8 de julho de 2025 - 6:03

O ganhador ou a ganhadora do concurso 3436 da Lotofácil efetuou sua aposta em uma casa lotérica nos arredores de São Luís do Maranhão

EIXO ESTRATÉGICO

Cruzar do Atlântico ao Pacífico de trem? Brasil e China dão primeiro passo para criar a ferrovia bioceânica; entenda o projeto

7 de julho de 2025 - 17:22

O projeto pretende unir as ferrovias de Integração Oeste-Leste (Fiol) e Centro-Oeste (Fico) e a Ferrovia Norte-Sul (FNS) ao recém-inaugurado porto de Chancay, no Peru.

MODO ECONOMIA

Primeira classe só para Haddad: Fazenda suspende gastos em 2025; confira a lista de cortes da pasta

7 de julho de 2025 - 17:02

A medida acontece em meio à dificuldade do governo de fechar as contas públicas dentro da meta fiscal estabelecida para o ano

PARA SE ORGANIZAR

Bolsa, bancos, Correios e INSS: o que abre e fecha no feriado de 9 de julho em São Paulo

7 de julho de 2025 - 16:03

A pausa pela Revolução Constitucionalista de 1932 não é geral; saiba como funciona a Faria Lima, os bancos e mais

ANOTE NO CALENDÁRIO

Agenda econômica: IPCA, ata do Fed e as tarifas de Trump; confira o que deve mexer com os mercados nos próximos dias

7 de julho de 2025 - 6:45

Semana marcada pelo fim do prazo para as tarifas dos EUA em 9 de julho, divulgação das atas do Fed e do BoE, feriado em São Paulo e uma série de indicadores-chave para orientar os mercados no Brasil e no mundo

TEMA POLÊMICO

ChatGPT vai ter que pagar direitos autorais? Brics acende discussão sobre ‘injustiça’ da inteligência artificial  

6 de julho de 2025 - 14:39

Mais uma vez, países emergentes e países desenvolvidos devem entrar em uma disputa sobre os termos para tratamento de informações

BOMBOU NO SD

O roubo do século, o voto de confiança para o Banco do Brasil (BBAS3), o super iate da Ferrari e os novos milionários do Brasil chamam a atenção nesta semana 

6 de julho de 2025 - 13:11

Veja as notícias mais lidas no Seu Dinheiro de domingo passado (29) para cá

LOTERIAS

Mega-Sena acumula para R$ 28 milhões e Lotofácil tem ganhador ‘fominha’ de Roraima que leva o prêmio inteiro sozinho

6 de julho de 2025 - 10:24

Sorteios do concurso 2884 da Mega e do 3435 da Lotofácil aconteceram na noite deste sábado (5)

LOTERIAS

Além da Mega-Sena, você tem mais 2 chances para ficar milionário hoje; veja os prêmios das loterias

5 de julho de 2025 - 15:31

Loterias da Caixa revelam os números ganhadores nesta noite

Menu

Usamos cookies para guardar estatísticas de visitas, personalizar anúncios e melhorar sua experiência de navegação. Ao continuar, você concorda com nossas políticas de cookies

Fechar