Preços dos alimentos devem dar trégua a partir do segundo trimestre de 2021
Vilões da inflação em 2020, preços dos alimentos devem arrefecer com nova safra recorde; preços administrados e de serviços é que preocupam no ano que vem
Vilões da inflação em 2020 e muito pressionados pelo dólar, os preços dos alimentos devem dar uma trégua para o bolso do brasileiro em 2021, especialmente a partir do segundo trimestre. Nessa época o ano, é despejada no mercado a safra de grãos, que promete bater novo recorde. O alívio no gasto com a comida não deve ser pequeno. Os alimentos responderam por dois terços da inflação deste ano acumulada em 12 meses até novembro de 4,3%, pelo Índice de Preços ao Consumidor Amplo (IPCA).
A folga dos alimentos, no entanto, poderá comportar o novo foco de pressões esperado para a inflação em 2021. Ele deve vir de dois grupos que neste ano ficaram bem comportados por causa da pandemia: os serviços e os preços administrados, cujos reajustes precisam ser autorizados pelo governo.
Com o isolamento social, a demanda por serviços despencou e impediu os aumentos. Por sua vez, os preços administrados, que incluem tarifas de transporte, combustíveis, planos de saúde, medicamentos, por exemplo, ficaram estacionados boa parte do ano. Só a energia elétrica voltou com força este mês, com a bandeira tarifária vermelha que cobra uma taxa extra de R$ 6,243 a cada 100 kWh.
"Não há espaço para os alimentos continuarem subindo em 2021", prevê o economista Heron do Carmo, professor sênior da FEA/USP e um dos maiores especialistas em inflação. A disparada dos alimentos neste ano ocorreu por conta da maxidesvalorização do câmbio combinada com a maior demanda no mercado interno e externo. "Juntaram duas coisas que nem sempre ocorriam ao mesmo tempo." Na sua avaliação, a perspectiva é que essa escalada não continue porque os alimentos já estão num patamar muito alto. Além disso, o câmbio começa a arrefecer.
Como a folga na inflação dada pelos alimentos será muito grande, quase de três pontos porcentuais, observa Heron, ela poderá acomodar pressões vindas de outros grupos de preços. Por isso, levando em conta as informações disponíveis até o momento, ele espera que o IPCA feche 2021 em torno de 3%. O último Boletim Focus do Banco Central mostra que o mercado espera uma inflação em 3,37% para o ano que vem.
"O problema será a trajetória da inflação ao longo de 2021", pondera o economista. Como a disparada dos alimentos ocorreu a partir de setembro, a inflação acumulada em 12 meses deve atingir o pico e beirar ou até passar do teto da meta que é 5,25% para 2021 em maio, mas depois deve cair, prevê.
Leia Também
Outro especialista em inflação, o economista da LCA Consultores Fabio Romão, concorda com Heron. "A alimentação pode perder bastante força em 2021." No entanto, ele projeta um IPCA mais salgado para o próximo ano: 3,5% e com possibilidade de ser maior.
Romão alerta que os freios da inflação deste ano - os serviços e os preços administrados - devem jogar no sentido oposto em 2021. "Provavelmente os serviços vão acelerar com a recuperação da economia e os preços administrados também. Os papéis se invertem."
A alta acumulada nos bens industriais no atacado ao longo deste ano, em torno de 25%, é outro risco importante à inflação de 2021, na opinião de Romão. "É uma pressão grande de custo e, com o crescimento da economia, haverá espaço para repasse. Para 2021, ele espera um aumento de 3,4% dos bens industriais no varejo, ante uma alta de 2,9% este ano. No entanto, o economista ressalva que o fim do auxílio emergencial e o desemprego elevado poderão mitigar essa pressão.
Herança. Para o economista Fabio Silveira, sócio da MacroSector Consultores, o que mais vai pesar na inflação de 2021 é exatamente essa herança de custos elevados de 2020 dos bens comercializáveis. "Os preços ao consumidor estão hoje aquém dos preços de equilíbrio porque as empresas, para sobreviver, estão contendo ao máximo os reajustes."
O movimento de repasse de custos herdados de 2021 deve, na opinião de Silveira, impulsionar os índices ao consumidor no primeiro semestre de 2021. Com isso, o IPCA deve fechar o ano que vem girando em torno de 4,3%. É meio ponto acima do centro da meta de 2021, de 3,75%.
Silveira acrescenta também, como outro foco de pressão para o IPCA de 2021, a defasagem dos preços dos combustíveis, que hoje estão entre 10% a 12% abaixo das cotações no mercado internacional. "Não há como segurar preços de diesel e gasolina que estão rebaixados artificialmente pela Petrobras", afirma.
Para o economista da Tendências Consultoria Integrada, Marcio Milan, o preço dos combustíveis e outros preços administrados são foco de preocupação da inflação de 2021. Neste ano, os administrados aumentaram 2,2% e a sua expectativa é de um avanço de 4,8% para o ano que vem. Isto é, mais que dobra o ritmo de alta.
Milan, que projeta aumento de 3,4% para a inflação geral de 2021, observa que entre os grupos do IPCA, o de preços administrados é o que mais deve avançar em relação a 2020 e responder por quase a metade (1,23 ponto porcentual) da inflação do ano que vem.
Entre os administrados, o economista destaca a pressão que deve vir da gasolina. "Com o cenário de recuperação da economia mundial, a expectativa é que o preço do petróleo volte a acelerar e tenha um repasse significativo para os combustíveis no varejo ao longo de 2021."
Fiscal
O economista-chefe da MB Associados, Sergio Vale, reconhece que a preocupação com a inflação de 2021 passa pela recuperação dos preços dos serviços e dos administrados. Mas, na sua opinião, o maior fator de risco a médio prazo para a inflação é a questão fiscal do País, se nenhuma mudança relevante for aprovada. "Existe a expectativa de uma ampla reforma, mas se ela for frustrada, isso deve manter o câmbio pressionado e pode afetar os preços em reais e a inflação." A MB Associados projeta um IPCA de 3,8% para o ano que vem.
As informações são do jornal O Estado de S. Paulo.
Bolsa família de dezembro é pago hoje para NIS final 5
O programa segue o calendário escalonado e é feito conforme o final do NIS; depósito é realizado automaticamente em contas da Caixa
Essa cidade brasileira tem mais apartamentos do que casas, fica no litoral e está entre as mais desenvolvidas
Dados do Censo 2022 mostram que mais de 60% da população de Santos vive em apartamentos, em um município que também se destaca em indicadores de desenvolvimento
Segunda parcela do décimo terceiro (13°) está chegando; veja até quando o valor deve cair na conta
Pagamento será antecipado porque o dia 20 cai em um sábado; é nessa etapa que entram os descontos de INSS e Imposto de Renda
Payroll, ata do Copom, IBC-BR e decisão de juros no Reino Unido, Zona do Euro e Japão dominam a agenda econômica na reta final de 2025
Os investidores ainda acompanham a reunião do Conselho Monetário Nacional (CMN), a divulgação do IGP-10 e falas de dirigentes do Federal Reserve nos próximos dias
Bolsa Família libera pagamento para NIS final 4 nesta segunda-feira (15); veja calendário
NIS final 4 recebe hoje a parcela antecipada; programa movimenta R$ 12,74 bilhões em dezembro
Governo sobe o tom com a Enel e afirma que não vai tolerar falhas reiteradas e prolongadas
A pasta afirmou que, desde 2023, vem alertando formalmente a Agência Nacional de Energia Elétrica (ANEEL) sobre problemas recorrentes na atuação da empresa
Ele vendeu a empresa por US$ 1 bilhão para a Amazon e tem um conselho para quem quer empreender
Em abril deste ano, ele retornou à Amazon como vice-presidente de Produto da empresa que fundou
Carga tributária do Brasil atinge o maior patamar em mais de 20 anos em 2024, segundo a Receita Federal
De acordo com o levantamento, os tributos atingiram 32,2% do Produto Interno Bruto, com alta de 1,98 ponto percentual em relação a 2023
Mega-Sena acumula, e prêmio sobe para R$ 52 milhões, mas outra loteria rouba a cena
A Lotofácil foi a única loteria a ter ganhadores na categoria principal, porém não fez nenhum novo milionário
São Martinho (SMTO3) lidera os ganhos do Ibovespa, e Vamos (VAMO3) fica na lanterna; confira o sobe e desce das ações
O principal índice da B3 acumulou valorização de 2,16% nos últimos cinco pregões, se recuperando das perdas da semana anterior
Por que os shoppings brasileiros devem se preocupar com a disputa entre Netflix e Paramount pela Warner
Representantes das redes brasileiras de cinema chegaram a criticar a venda da Warner para gigantes do streaming
Enel tem até 12 horas para restabelecer energia em SP, e Ricardo Nunes pede ajuda ao presidente Lula
Em caso de não cumprimento da decisão, a empresa será penalizada com uma multa de R$ 200 mil por hora
Daniel Vorcaro na CPI do INSS: Toffoli impede colegiado de acessar dados bancários e fiscais do dono do Banco Master
A CPI do INSS havia aprovado a quebra de sigilos e a convocação de Vorcaro para esclarecer a atuação do Banco Master com produtos financeiros
Mega-Sena sorteia R$ 44 milhões hoje, e Lotofácil 3561 faz um novo milionário; confira as loterias deste fim de semana
Embora a Mega-Sena seja o carro-chefe das loterias da Caixa, um outro sorteio rouba a cena hoje
Cidade que fica a apenas 103km de São Paulo é uma das melhores do Brasil para morar
A 103 km da capital paulista, Indaiatuba se destaca no Índice de Progresso Social por segurança, infraestrutura, serviços públicos e qualidade de vida acima da média
Mega-Sena 2951 vai a R$ 44 milhões, mas Timemania assume a liderança com R$ 65 milhões; Lotofácil garante sete novos milionários
Mega-Sena e Timemania concentram as maiores boladas da semana, em meio a um cenário de acúmulos que atinge Quina, Lotomania, Dupla Sena, Dia de Sorte, Super Sete e +Milionária
Bolsa Família mantém calendário adiantado e paga parcela de dezembro para NIS final 3 nesta sexta (12)
Com liberação antes do Natal, beneficiários com NIS terminado em 3 recebem nesta sexta; valor médio segue em R$ 691,37 com reforço dos adicionais
Bruno Serra, da Itaú Asset, diz que Selic cai em janeiro e conta o que precisa acontecer para os juros chegarem a um dígito
O cenário traçado pelo time do Itaú Janeiro prevê um corte inicial de 25 pontos-base (pb), seguido por reduções mais agressivas — de 75 pb ou mais — a partir de março
Tarifas, conflitos geopolíticos, inflação: quais são as principais preocupações dos bilionários para 2026
O receio das tarifas — exacerbado pela política tarifária dos Estados Unidos sob o presidente Donald Trump — é o maior entre os respondentes da pesquisa
David Beker, do Bank of America, mantém projeção otimista para os juros: corte de 0,50 p.p. em janeiro e Selic a 11,25% em 2026
Economista-chefe do BofA acredita que o Copom não precisa sinalizar no comunicado antes de fazer qualquer ajuste e mantém olhar otimista para a política monetária