‘PEC da emergência fiscal tem de ser prioridade’, diz Salto, do IFI
Para diretor executivo do órgão do Senado, governo erra ao diminuir o papel do BNDES para ajudar a retomada do PIB

Após a confirmação de mais um ano de crescimento do Brasil em torno de 1%, o diretor executivo da Instituição Fiscal Independente (IFI) do Senado Federal, Felipe Salto, faz um alerta de que o governo erra ao diminuir o papel do BNDES para ajudar na retomada do Produto Interno Bruto (PIB).
"Da mesma forma que se errou lá em 2014, ao colocar R$ 500 bilhões na mão do banco, sem contabilizar no Orçamento e fazendo dívida pública, agora está errando muito rapidamente. Isso também explica o PIB", diz.
Para ele, o banco pode e deve ajudar mais na retomada. Em sua opinião, no momento a prioridade na agenda é aprovar a Proposta de Emenda à Constituição (PEC) da emergência fiscal, que aciona no curto prazo gatilhos de ajuste nas contas. "Mas, no lugar do presidente Bolsonaro falar sobre a PEC fiscal, ele fala dos pontos da carteira do motorista", diz.
Confira abaixo a entrevista concedida ao jornal O Estado de S. Paulo.
O PIB baixo de 2019 foi surpresa?
O que tínhamos de projeção era muito similar ao resultado. O mercado de trabalho está tendo uma retomada muito gradual e focada em empregos precários e intermitentes. O processo de crescimento tem uma explicação complexa e não é só culpa do governo atual. Isso vem de longe. Tivemos erros sucessivos de política econômica, mas não vemos do governo de plantão uma estratégia clara em prol do crescimento.
Leia Também
O Brasil vai ter de esperar mais para crescer num patamar mais alto?
Infelizmente todos os estudos sobre produtividade, que é aquilo que faz crescer de maneira sustentada, mostram que os seus vetores não estão sendo impulsionados, como educação de qualidade, investimento em infraestrutura. Nessa área, o ministro Tarcísio (de Freitas, da Infraestrutura) parece estar avançando. Mas precisamos de mais. Precisa ter aceleração. O que me preocupa é que o BNDES está perdendo o papel que tinha nessa área de investimento. Estamos fazendo errado, jogando o bebê junto com a água suja do banho. Não é pecado nem palavrão dar subsídio. O problema é que isso foi feito ao largo do Orçamento. O BNDES pode e deve ter uma atuação transparente e intensa para estimular o desenvolvimento.
O BNDES pode ajudar mais na retomada?
O BNDES pode e deve. A minha preocupação é que se diminua o BNDES a algo irrelevante. É um erro. Da mesma forma que se errou lá em 2014 de colocar R$ 500 bilhões na mão do banco sem contabilizar no Orçamento e fazendo dívida pública, agora está errando muito rapidamente. Isso também explica o PIB. Não estou dizendo que se deva voltar ao padrão anterior. É preciso encontrar um meio do caminho.
Corremos o risco de uma escalada de ruptura econômica?
Na economia não há um quadro de ruptura. É um quadro de anomia.
A pressão do câmbio não está além dos fundamentos econômicos do País?
Sob esse aspecto, não é só colocar na conta do governo. O quadro econômico internacional é muito grave. Tem um movimento de "flight to quality" de capitais na direção dos Estados Unidos. É muito difícil brigar com isso. Os dólares que estão sendo movimentados no mundo, quando tem um quadro de crise maior, vão para a qualidade, o que faz com que as moedas fiquem desvalorizadas em relação ao dólar. O que o BC pode fazer em relação a isso? O que está fazendo: gerenciar os riscos, atuar no mercado futuro e eventualmente no mercado à vista. Ajudaria muito se o ministro (da Economia, Paulo) Guedes não desse palpite sobre câmbio todo dia.
Como aumentar investimentos públicos para ajudar no crescimento? O sr. defende mudança no teto de gastos?
O teto de gastos, por si só, já é inviável. Ele será descumprido no ano que vem. Mas o teto de gastos não pode ser descumprido. A emenda 95, que o cria, foi redigida de uma forma que impede que a lei orçamentária seja enviada com descumprimento do teto. Isso nos leva à PEC da emergência fiscal. Ela precisa de correções, burilada pelo Congresso, mas sem ela, sem uma medida correlata, o teto fica inviabilizado. Isso me preocupa porque o governo, que deveria ser o principal preocupado com essa situação, mandou para o Congresso essa PEC e ela não avançou.
Qual o risco maior para a economia? O cenário piorou?
A sensação é que o governo não tem projeto. Não tem um plano estratégico. Para quem não sabe aonde quer ir, todos os ventos são desfavoráveis. Preocupa porque, para gerar crescimento, é preciso de medidas complexas que se complementam. Não tem só uma bala de prata. Agora, no curtíssimo prazo, o prédio ainda está pegando fogo. Como você vai apagar o incêndio? Tem nome e sobrenome: PEC da emergência fiscal. Mas o próprio autor da PEC, o governo federal, não mostra empenho em avançar com isso.
*Com informações do jornal O Estado de S. Paulo e Estadão Conteúdo
Bolsa Família hoje: Caixa libera pagamento para NIS final 2; veja detalhes
Beneficiários com NIS final 2 recebem a parcela de agosto nesta terça-feira; valor mínimo é de R$ 600, mas adicionais podem elevar a renda familiar
“O Brasil está desandando, mas a culpa não é só do Lula”. Gestores veem sede de gastos no Congresso e defendem Haddad
Gestores não responsabilizam apenas o governo petista pelo atual nível da pública e pelo cenário fiscal do país — mas querem Lula fora em 2026 mesmo assim
Caixa começa a pagar Bolsa Família de agosto; confira o calendário
Cerca de 19,2 milhões de famílias receberão o benefício em agosto; valor mínimo é de R$ 600, com adicionais que podem elevar a renda mensal
Um colchão mais duro para os bancos e o que esperar para os mercados hoje
No cenário global, investidores aguardam negociações sobre um possível fim da guerra na Ucrânia; no local, Boletim Focus, IGP-10 e IBC-Br
Agenda econômica: reta final da temporada de balanços, Jackson Hole e Fed nos holofotes; confira os principais eventos da semana
XP fecha a temporada de balanços enquanto dados-chave no Brasil, Fed, China e Europa mantém agenda da semana movimentada
Lotofácil 3472 pode pagar quase R$ 2 milhões hoje; Quina, Lotomania e Dupla Sena oferecem prêmios maiores
Lotofácil e Quina têm sorteios diários; Lotomania, Dupla Sena e Super Sete correm às segundas, quartas e sextas-feiras
O colchão da discórdia: por que o CEO do Bradesco (BBDC4) e até a Febraban questionam os planos do Banco Central de mudar o ACCP
Uma mudança na taxa neutra do ACCP exigiria mais capital dos bancos e, por consequência, afetaria a rentabilidade das instituições. Entenda o que está na mesa do BC hoje
Reformas, mudanças estruturais e demográficas podem explicar resiliência do emprego
Mercado de trabalho brasileiro mantém força mesmo com juros altos e impacto de programas sociais, apontam economistas e autoridades
Carteira dos super-ricos, derrocada do Banco do Brasil (BBAS3) e o sonho sem valor dos Jetsons: confira as notícias mais lidas da semana
A nostalgia bombou na última semana, mas o balanço financeiro do Banco do Brasil não passou despercebido
Quanto vale um arranha-céu? Empresas estão de olho em autorizações para prédios mais altos na Faria Lima
Incorporadoras e investidores têm muito apetite pelo aval Cepac, com o intuito de concretizar empreendimentos em terrenos que já foram adquiridos na região
Luan Santana, Ana Castela, Belo e mais: confira o line-up, os horários e tudo o que você precisa saber sobre o Farraial 2025
A 8° edição do Farraial ocorre neste sábado (16) na Arena Anhembi com Luan Santana, Ana Castela, Belo e mais
Brics acelera criação do ‘Pix Global’ e preocupa Trump; entenda o Brics Pay e o impacto no dólar
Sistema de liquidação financeira entre países do bloco não cria moeda única, mas pode reduzir a dependência do dólar — e isso já incomoda os EUA
Mega-Sena 2901 acumula em R$ 55 milhões; Quina 6800 premia bolão; e Lotofácil 3469 faz novo milionário — veja os resultados
Bolão da Quina rende mais de R$ 733 mil para cada participante; Mega-Sena acumula e Lotofácil premia aposta de Curitiba.
Governo busca saída para dar mais flexibilidade ao seguro e crédito à exportação, diz Fazenda
As medidas fazem parte das estratégias para garantir o cumprimento das metas fiscais frente às tarifas de 50% de Donald Trump
“Brasil voa se tiver um juro nominal na casa de 7%”, diz Mansueto Almeida — mas o caminho para chegar lá depende do próximo governo
Inflação em queda, dólar mais fraco e reformas estruturais dão fôlego, mas juros ainda travam o crescimento — e a queda consistente só virá com ajuste fiscal firme
As armas de Lula contra Trump: governo revela os detalhes do plano de contingência para conter o tarifaço
O presidente Luiz Inácio Lula da Silva assinou nesta quarta-feira (13) a medida provisória que institui o chamado Programa Brasil Soberano; a MP precisa passar pela Câmara e pelo Senado
Lotofácil 3467 tem 17 ganhadores, mas só dois ficam milionários; Mega-Sena 2900 acumula
A sorte bateu forte na Lotofácil 3467: três apostas cravaram as 15 dezenas, mas só duas delas darão acesso ao prêmio integral
Plano de contingência está definido: Lula anuncia hoje pacote de R$ 30 bilhões para empresas atingidas pelo tarifaço; confira o que se sabe até agora
De acordo com Lula, o plano de contingência ao tarifaço de Trump dará prioridade às menores companhias e a alimentos perecíveis
Preço do café cai pela primeira vez depois de 18 meses — mas continua nas alturas
Nos 18 meses anteriores, a alta chegou a 99,46%, ou seja, o produto praticamente dobrou de preço
O Ibovespa depois do tarifaço de Trump: a bolsa vai voltar a brilhar?
No podcast desta semana, Gustavo Cruz, estrategista-chefe da RB Investimentos, analisa o cenário da bolsa brasileira e aponta os principais gatilhos que podem levar o Ibovespa a testar novas máximas ainda em 2025