A inflação avançou 0,24% em agosto, segundo dados que compõem o Índice Nacional de Preços ao Consumidor Amplo (IPCA) divulgados pelo Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística nesta quarta-feira (9). No ano, o indicador acumula alta de 0,70% e, em 12 meses, de 2,44%.
O mercado esperava a inflação a 0,25% em agosto, segundo a mediana das estimativas do Projeções Broadcast, do Grupo Estado. O intervalo das projeções era de 0,16% a 0,33%. De acordo com o Focus, do BC, o IPCA deve fechar o ano a 1,78%.
O IPCA de agosto foi o mais alto para o mês desde 2016, embora o índice tenha desacelerado em relação a julho (0,36%). Pesaram mais no bolso do consumidor a gasolina, que subiu pelo terceiro mês seguido, e os alimentos. Para as famílias de menor renda, o impacto é maior.
Os alimentos para consumo no domicílio tiveram alta de 1,15% em agosto no IPCA. Os principais itens que influenciaram essa elevação entre os alimentos foram os seguintes:
- Tomate (12,98%);
- Óleo de soja (9,48%);
- Leite longa vida (4,84%);
- Frutas (3,37%);
- Carnes (3,33%).
Segundo o IBGE, o arroz (3,08% em agosto) acumula alta de 19,25% no ano e o feijão, dependendo do tipo e da região, tem inflação acima dos 30%. O feijão preto, muito consumido no Rio de Janeiro, acumula alta de 28,92% no ano e o feijão carioca, de 12,12%, diz o instituto.
Embora comportada, a inflação voltou a preocupar o governo - que diz que não fará intervenção, mas monitoramento. Representantes da Abras, entidade que reúne os supermercados, devem apresentar nesta quarta ao Executivo um panorama dos preços dos alimentos.
A alta estaria acontecendo em resposta ao represamento de produtos pelos agricultores, segundo o governo, queda das importações e desvalorização do real. Na semana passada, a Abras disse que vê a conjuntura com "muita preocupação, por se tratar de produtos da cesta básica da população brasileira".

O que segurou a inflação
Entre as áreas que tiveram deflação e ajudaram a segurar o índice, o IBGE destaca a alimentação fora do domicílio (-0,11%), embora tenha registrado queda menos intensa que a do mês anterior (-0,29%).
Outros destaques foram as Peças de Vestuário (-0,78%) e Educação (-3,47%). Segundo instituto, cinco das 16 regiões pesquisadas apresentaram deflação em agosto.
O menor índice ficou com o município de Aracaju (-0,30%), especialmente por conta da queda no custo dos cursos regulares (-7,27%). Os demais locais com IPCA no campo negativo foram Fortaleza (-0,23%), Rio de Janeiro (-0,13%), Belém (0,04%) e Vitória (0,03%).
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