Governo Bolsonaro se aproxima de proposta dos EUA contra 5G chinês
Governo brasileiro declarou apoio à iniciativa “Clean Network”, lançada pelo governo Trump para convencer países a banir “fornecedores não confiáveis” de suas redes; principal alvo é a chinesa Huawei

Nesta terça-feira, 10, o governo Jair Bolsonaro deu um passo importante no apoio à iniciativa dos Estados Unidos que defende barrar a tecnologia chinesa do 5G. Após uma cerimônia no Itamaraty com o secretário de Crescimento Econômico, Energia e Meio Ambiente do Departamento de Estado dos Estados Unidos, Keith Krach, e o secretário de Negociações Bilaterais e Regionais nas Américas, embaixador Pedro Miguel da Costa e Silva, o governo brasileiro declarou apoio à iniciativa "Clean Network" ("Rede Limpa"), lançada pelo governo Donald Trump.
O programa é uma iniciativa diplomática dos EUA para convencer países a banir de suas redes de telecomunicações "fornecedores não confiáveis". O programa de Trump é definido ainda como uma abordagem para proteger a privacidade de cidadãos e informações sensíveis de empresas de invasões agressivas de "atores malignos como o Partido Comunista Chinês (PCC)".
"O Brasil apoia os princípios contidos na proposta do 'Clean Network' feita pelos Estados Unidos, inclusive na Organização Para Cooperação e Desenvolvimento Econômico (OCDE), destinados a promover no contexto do 5G e outras novas tecnologias um ambiente seguro, transparente e compatível com os valores democráticos e liberdades fundamentais", disse o embaixador Costa e Silva.
Do ponto de vista prático, o anúncio pode não ter oficializado a negociação com sistemas americanos - falta ainda um decreto presidencial - , mas torna mais distante a possibilidade de o Brasil firmar uma parceria com a Huawei em relação ao 5G. A decisão foi comemorada pelos americanos. "O Brasil é o primeiro país da América Latina a respaldar os princípios da Rede Limpa", celebrou Krach. Segundo ele, 31 dos 37 países da OCDE já fazem parte do programa.
O Brasil é um dos palcos mundiais da disputa entre China e EUA pela liderança na tecnologia de última geração, com um leilão do 5G agendado para 2021. A chinesa Huawei é líder em fornecimento de aparelhos para rede 5G e outros de telecomunicações no Brasil e no mundo. A empresa sofre ofensiva dos EUA, que acusam a companhia de permitir brechas nas redes para espionagem e controle por parte do governo do Partido Comunista Chinês. A empresa e o governo rebatem as denúncias.
Representantes da diplomacia americana e brasileira também reforçaram o lançamento do diálogo trilateral Japão-Estados Unidos-Brasil (JUSBE), em mais uma afronta geopolítica à China. Segundo Krach, os países firmaram três princípios: fortalecer a colaboração política em questões regionais, partilha de segurança econômica e governança democrática. "Japão, Estados Unidos e Brasil expressam compromisso para assegurar redes de 5G resilientes e seguras", disse Krach.
Leia Também
Mais cedo, o secretário de Estado americano, Mike Pompeo, já tinha afirmado que havia recebido notícias de que o Brasil apoiaria os princípios do plano do governo dos Estados Unidos sobre redes 5G. "Tive notícias dele (Krach) nas últimas horas de que o governo brasileiro apoia os princípios do 'Clean Network' e estou confiante de que vamos assinar um memorando de entendimento no futuro próximo. Quero agradecer o Brasil e seus líderes por fazerem isso."
'Alertas'
Também antes do anúncio, feito no final da tarde, o ministro da Economia, Paulo Guedes disse que o Brasil ainda não tinha uma decisão tomada sobre o veto ou a liberação de tecnologia chinesa nas redes de 5G. Ele admitiu, porém, que o governo leva em consideração os "alertas" de países como os Estados Unidos e o Reino Unido.
"O Reino Unido impediu os chineses no centro do sistema de 5G, mas permitiu que as empresas chinesas atuassem na periferia das redes. Estávamos indo nessa direção antes da pandemia. Não queremos perder a revolução digital, mas há esses alertas geopolíticos."
O governo do presidente Donald Trump chegou a fazer pressão direta sobre as autoridades brasileiras pela proibição total à participação dos chineses, alegando falhas na segurança de dados que poderia abrir portas à espionagem pelo país asiático.
No âmbito das relações bilaterais, os governos também lançaram um "Diálogo Ambiental", tema rebaixado nas agendas de Trump e Bolsonaro, mas prioritário para o presidente eleito Joe Biden. O objetivo declarado é identificar possibilidades de cooperação para bem-estar de comunidades indígenas, promoção de bioeconomia, saneamento básico e combate à extrativismo ilegal de madeira.
Apoiar iniciativa não significa descartar Huawei
A declaração brasileira de apoio aos princípios da iniciativa "Clean Network" aproxima o Brasil da proposta tecnológica dos Estados Unidos, mas não significa, ao menos por enquanto, o impedimento da participação da chinesa Huawei na tecnologia 5G. Apesar da pressão americana, o banimento da tecnologia chinesa dependeria de um decreto presidencial.
Na Agência Nacional de Telecomunicações (Anatel), que definirá as regras do leilão da tecnologia em 2021, o assunto foi recebido com surpresa. Um sinal de que o governo brasileiro ainda não se decidiu sobre o tema é a ausência do Ministério das Comunicações no evento, realizado nesta terça, 10, no Itamaraty. A pasta é a responsável pelas discussões sobre o 5G no País. O ministro Fábio Faria não participou do evento. Procurada, a pasta não se pronunciou.
Mesmo com a vitória de Joe Biden nas eleições americanas, os Estados Unidos continuam a pressionar o Brasil pelo banimento da Huawei no 5G. Há resistência de vários lados, inclusive do setor. As operadoras que atuam no País, por exemplo, negaram convite do embaixador Todd Chapman para encontrar o subsecretário de Crescimento Econômico, Energia e Meio Ambiente do Departamento de Estado Norte-Americano, Keith Krach.
Teles
"Apesar de reconhecer a grande relevância da pauta do encontro, primeiramente, o setor esclarece que o tema proposto para a discussão está sendo tratado pelo setor junto ao governo brasileiro e em fóruns públicos de debate", afirmou em carta, na semana passada, Marcos Ferrari, presidente do sindicato que representa as maiores teles do País, a Conexis.
Várias empresas associadas à Conexis são companhias de capital aberto, com compromissos de transparência junto aos acionistas e sociedade em geral, declarou Ferrari. "Adicionalmente, esclarecemos que os representantes das empresas têm evitado reuniões presenciais em razão do momento de pandemia no País, que ainda vem demandando cuidados."
O leilão do 5G deve ocorrer em 2021. Na disputa, serão licitadas as frequências por meio das quais o sinal do 5G será oferecido. Somente operadoras de telecomunicações e pequenos provedores poderão participar do leilão. Não há operadoras chinesas em atuação no País - a Huawei não é operadora, mas fornecedora de equipamentos. Ela está no Brasil há mais de 20 anos, e a estimativa é que seus equipamentos estejam presentes em 35% a 40% das redes de 3G e 4G no País.
Procurada para comentar a adesão do Brasil à iniciativa americana, a Conexis não fez declarações a respeito. A Huawei também não se pronunciou até o fechamento desta edição.
As informações são do jornal "O Estado de S. Paulo".
“Israel só vai parar quando destruir toda a capacidade nuclear do Irã”: quais os impactos do ataque para a economia global?
O Seu Dinheiro ouviu especialistas, que contam os riscos de o conflito escalar para uma guerra entre israelenses e iranianos e como isso mexe com o bolso de quem investe
‘Declaração de guerra de Israel’: Petróleo dispara 8% com ataque histórico ao Irã; bolsas caem no mundo todo e dólar ganha força
A ofensiva de Israel matou líderes militares do Irã e cientistas nucleares de alto escalão. À ONU, Teerã classificou os ataques como “declaração de guerra”
Sorte no amor, azar no jogo? Não é o que aconteceu na Lotofácil: aposta solitária fatura prêmio. Mega-Sena promete R$ 100 milhões
Enquanto a Lotofácil fez um novo milionário, Mega-Sena e a Quina continuaram acumulando — e os prêmios ficaram ainda mais tentadores
R$ 90 milhões em jogo: Mega-Sena sorteia bolada nesta quinta-feira; Lotofácil premia 2 sortudos com R$ 800 mil
As engrenagens da Mega-Sena giram novamente na noite desta quinta-feira (12), às 20h. Em jogo, uma bolada de R$ 90 milhões no concurso 2.875. No concurso da última terça (10), ninguém levou o prêmio máximo. A aposta mínima para a Mega-Sena custa R$ 5 e pode ser realizada também pela internet, até as 19h.A Mega-Sena […]
Governo publica pacote com mudanças no IOF e novas regras para taxação de investimentos; confira os detalhes
Medida Provisória inclui taxação de 5% sobre títulos que eram isentos de IR, como LCA, LCI, CRI, CRA e debêntures incentivadas
“Não é aumento de imposto, é correção”: Haddad defende fim da isenção a títulos privados e avalia os impactos no agro e no setor imobiliário
O ministro também voltou a falar que as novas medidas ligadas à alta do IOF vão atingir apenas os mais ricos
Motta diz ter comunicado ao governo reação negativa do Congresso a mudanças tributárias e defende isenção para financiar agro e imóveis
No Brasília Summit, presidente da Câmara defendeu a revisão das isenções fiscais e de benefícios tributários
Sortudo embolsa quase R$ 15 milhões com a Quina, e Mega-Sena acumula em R$ 90 milhões; veja os resultados dos sorteios de terça (10)
Não é só a Mega-Sena que pode fazer um novo milionário em breve: outras cinco loterias estão acumuladas — e com prêmios de mais de R$ 1 milhão
Adeus, poupança: Banco Central corre atrás de alternativas para o financiamento imobiliário diante do desinteresse pela caderneta
Com saques em massa e a poupança em declínio, o presidente do BC afirmou que se prepara para criar soluções que garantam o financiamento da casa própria
O Brasil vai ser cortado? Moody’s diz o que pode levar ao rebaixamento do rating do país
Em evento nesta terça-feira, a analista responsável pela nota de crédito brasileira listou os pontos fortes e fracos do país
Haddad confirma IR de 17,5% para investimentos e 20% para JCP, e diz que medidas só atingem “os moradores da cobertura”
Ministro da Fazenda se reuniu hoje com o presidente Lula para apresentar pacote discutido no domingo com líderes do Congresso
O caminho do bem: IPCA de maio desacelera, fica abaixo das estimativas e abre espaço para fim do ciclo de alta da Selic
Inflação oficial caiu de 0,43% para 0,26%, abaixo do 0,33% esperado; composição também se mostrou mais saudável, embora ainda haja pontos de atenção
Haddad quer reduzir incentivos fiscais, mas ainda não teve apoio de parlamentares; entenda os planos do ministro, que incluem BPC e Fundeb
A equipe econômica também apresentou um quadro das despesas para uma maior compreensão do atual quadro fiscal do país
É recorde de Pix: brasileiros fazem quase 280 milhões de transações em um dia e valor passa de R$ 135 bilhões
O recorde diário anterior tinha sido registrado em 20 de dezembro de 2024, dia do pagamento da segunda parcela do décimo terceiro salário, com 252,1 milhões de movimentações
IOF em debate: Congresso não tem compromisso de aprovar as medidas propostas pelo governo, diz presidente da Câmara
Declaração de Hugo Motta aconteceu após reunião de quase seis horas entre o ministro da Fazenda, Fernando Haddad, e lideranças do Congresso no domingo (8)
Alternativa ao IOF: investimento em ações também pode estar na mira do governo; veja o que se sabe até agora
Por ora, todas as medidas aventadas vão na direção de aumentar as receitas do governo – nada de cortar gastos foi adiante nas negociações entre a equipe econômica e os líderes do Congresso, que se reuniram durante horas na noite neste domingo (08)
Quina e outras loterias sorteiam mais de R$ 21 milhões hoje — mas os prêmios de encher os olhos vêm depois
Tem Quina com R$ 13,5 milhões em jogo nesta segunda (10), mas loterias como Mega-Sena e Quina de São João roubam a cena
Pacote com alternativas ao IOF deve incluir taxação sobre bets, mas também imposto sobre LCI e LCA
A expectativa é que o pacote seja apresentado novamente ao presidente Luiz Inácio Lula da Silva na terça-feira (10) pela manhã
Agenda econômica: PIB no Reino Unido e inflação no Brasil e nos EUA; veja o que movimenta os mercados nesta semana
A agenda dos próximos dias é enxuta, mas os números esperados devem impactar as projeções futuras do mercado
A esperança pela “volta” do Banco do Brasil (BBAS3) e as 5 ações para o segundo semestre são os temas mais lidos da semana
Entre a recuperação do Banco do Brasil (BBAS3) e as apostas da Bradesco Asset para o 2º semestre, veja os destaques mais lidos da semana no Seu Dinheiro