As expectativas do mercado para a inflação no País subiram pela décima semana consecutiva, com os economistas passando a prever que o Índice Nacional de Preços ao Consumidor Amplo (IPCA) fechará o ano em 2,65%.
A previsão está na edição mais recente do Relatório Focus, levantamento de projeções feito pelo Banco Central (BC), divulgado nesta segunda-feira (19). Na semana passada, a expectativa é de que a inflação atingisse 2,47%. Há quatro semanas, o mercado projetava alta de 1,99%.
O Focus mostra que, para o ano que vem, os economistas projetam uma inflação de 3,02%, estabilidade ante o projetado anteriormente.
A escalada dos preços no País representa um desafio para as contas públicas, ao criar uma espécie de armadilha para a equipe econômica cumprir o teto de gastos em 2021.
Mas ela também pode ser boa para investidores, dependendo de como estão alocados, e abriu margem para boas oportunidades de investimentos em fundos imobiliários (FIIs).
Ainda que a mediana de estimativas para inflação esteja sendo constantemente revisada para cima, ela ainda está abaixo da meta estabelecida pelo Comitê de Política Monetária do BC, o Copom, de 4%, e também do piso do sistema de metas, de 2,5%, em 2020.
PIB
Os economistas ouvidos pelo BC voltaram a melhorar as projeções para o Produto Interno Bruto (PIB) brasileiro. A mediana das projeções aponta para uma contração de 5% da economia este ano.
Na semana passada, a expectativa era de queda de 5,03%, enquanto há quatro semanas a projeção era de retração de 5,05%. Mas para 2021, a mediana sofreu redução, de crescimento de 3,50% para alta de 3,47%.
Os números mostram que o País está se recuperando dos efeitos da pandemia de covid-19, ainda que em uma velocidade menor que gostaríamos.
Divulgado na quinta-feira (15), o Índice de Atividade Econômica do Banco Central (IBC-Br), utilizado para avaliar ao ritmo da economia ao longo dos meses, apontou que a economia cresceu 1,06% em agosto, na comparação com julho. Este foi o quarto avanço mensal consecutivo.
Câmbio
Pela segunda semana consecutiva, o Relatório Focus mostrou que os economistas do mercado financeiro pioraram as projeções para a taxa de câmbio ao final do ano, em meio a notícias de piora da situação fiscal.
A mediana das expectativas mostra agora que o dólar deve fechar 2020 em R$ 5,35, acima dos R$ 5,30 estimados anteriormente. Há quatro semanas, era esperado R$ 5,25.
O dólar é muito sensível a qualquer informação sobre deterioração das condições políticas e econômicas do Brasil. Toda vez que há preocupação sobre estes temas, os investidores buscam ativos considerados mais seguros, como é o caso da moeda americana e o ouro.