🔴 NO AR: ONDE INVESTIR EM DEZEMBRO – CONFIRA MAIS DE 30 RECOMENDAÇÕES – VEJA AQUI

Estadão Conteúdo

Deterioração

Dívida bruta do Brasil só deve ser menor do que a de Angola entre emergentes

Projeções do FMI mostram que a dívida bruta do Brasil deve chegar a quase 100% do PIB ao fim deste ano, o segundo maior índice entre os países emergentes

Uma moeda de um real parada em cima de uma mesa
Imagem: Shutterstock

Os gastos do governo para sustentar a economia farão o Brasil sair da pandemia do novo coronavírus com a segunda maior dívida bruta entre os países emergentes. Projeções do Fundo Monetário Internacional (FMI), compiladas pelo ‘Estadão/Broadcast’, mostram que a dívida bruta, hoje em 89, 51% do Produto Interno Bruto (PIB), deve chegar a 98,24% no fim deste ano e se manter no mesmo patamar em 2021.

CONTINUA DEPOIS DA PUBLICIDADE
CONTINUA DEPOIS DA PUBLICIDADE

Em um conjunto de 36 países emergentes e de renda média, o porcentual será inferior apenas ao de Angola, de 132,24% do PIB no fim deste ano. O aumento da dívida bruta é uma das principais referências para avaliação, por parte das agências de classificação de risco, da capacidade de solvência de um país. Quanto maior a dívida, maior o risco de calote.

As projeções do FMI não incluem três países emergentes - Líbia, Argentina e Venezuela, por não entregarem informações ou não terem dados confiáveis -, sendo que os dois vizinhos sul-americanos possuem situação fiscal também preocupante. Ainda assim, as estimativas mostram que o Brasil terá, após a pandemia, uma dívida bruta bem superior à média de seus pares emergentes (62% do PIB no fim de 2020 e 64,5% em 2021).

Os dados, divulgados no Monitor Fiscal do FMI de abril, já consideravam os efeitos da pandemia do novo coronavírus sobre as finanças dos países. Desde então, no entanto, muitas instituições financeiras têm alterado - para pior - suas projeções.

“O Brasil vai sair desta crise sanitária com quatro fragilidades: mais empobrecido, mais desigual, com menor potencial de crescimento e mais endividado”, avaliou o economista Maílson da Nóbrega, ministro da Fazenda durante o governo de José Sarney e sócio da Tendências Consultoria Integrada.

CONTINUA DEPOIS DA PUBLICIDADE
CONTINUA DEPOIS DA PUBLICIDADE

Dívida/PIB

Em função da pandemia, todos os governos ao redor do mundo elevaram seus gastos para minimizar os efeitos do isolamento social sobre a economia. Mesmo com esses esforços, as estimativas indicam que a atividade econômica vai despencar, o que também afeta a relação entre dívida e PIB.

Leia Também

As projeções do FMI mostram, por exemplo, que o déficit primário brasileiro deve chegar a 5,17% do PIB em 2020. O porcentual reflete o descompasso entre receitas e despesas do governo. O déficit significa que os gastos superam as receitas com impostos e contribuições. Esse valor não contabiliza as despesas com juros da dívida pública.

O rombo da China será muito maior, de 10,28% do PIB, conforme o FMI. A diferença é que o Brasil estava em situação mais complicada que o país asiático antes de a pandemia começar.

Com um rombo fiscal crescente, resta ao Brasil elevar sua dívida para fechar as contas. “Quanto maior a queda do PIB, quanto maior o déficit primário, maior será a alta da dívida bruta”, diz Maílson. “O Brasil vai ter uma piora considerável, assim como todos os emergentes. Mas nós já tínhamos uma crise fiscal, vinda do governo de Dilma Rousseff, que não foi absorvida ainda.”

CONTINUA DEPOIS DA PUBLICIDADE
CONTINUA DEPOIS DA PUBLICIDADE

Metodologia

A metodologia do FMI para projeção de dados fiscais traz algumas diferenças em relação aos cálculos feitos pelo Banco Central e pelo próprio governo brasileiro. Isso permite a comparação com outros países. Ainda assim, a tendência mais geral dos números indica piora da situação fiscal do Brasil após a pandemia. No Relatório de Mercado Focus, que compila as estimativas do mercado financeiro brasileiro, a projeção de déficit primário para 2020 já está em 8% do PIB. No início de abril, o rombo projetado era de 1,5%.

“Nós mesmos estamos revisando nossas projeções, para algo próximo de 95% no caso da dívida bruta”, afirma o economista Mauro Schneider, da MCM Consultores Associados. “O número é preocupante, porque é uma dívida muito elevada para o País carregar.”

Schneider afirma que há incertezas sobre a reação do PIB nos próximos meses e sobre o desempenho fiscal do País. “Você não consegue enxergar como as contas fiscais vão se comportar e quando o governo poderá, de fato, fechar a torneira dos gastos. Tanto é que se discute hoje eventual extensão de algumas medidas”, afirma o economista, em referência às ações, tomadas pelo governo, para minimizar os efeitos econômicos da pandemia.

O governo deve estender o pagamento do auxílio emergencial a trabalhadores informais por mais dois meses, com um valor de R$ 300 mensais. A despesa mensal do auxílio está em R$ 51,5 bilhões, e todos os gastos do governo para combater a pandemia e seus efeitos estão sendo bancados com o aumento do endividamento do País. O programa já concedeu o auxílio a 58,6 milhões de brasileiros.

CONTINUA DEPOIS DA PUBLICIDADE
CONTINUA DEPOIS DA PUBLICIDADE

‘Não há saída sem um aumento temporário da carga tributária’

Ex-ministro da Fazenda durante o governo de José Sarney, o economista Maílson da Nóbrega afirma que a expansão da dívida bruta brasileira, em função do desequilíbrio fiscal, é um problema que precisa ser tratado de forma séria após a pandemia.

Para ele, o governo precisa de um programa específico para reduzir a dívida bruta, que, conforme projeções do Fundo Monetário Internacional (FMI), vai se aproximar de 100% do Produto Interno Bruto (PIB) ao final de 2020. Segundo Maílson, o ajuste pode passar pelo aumento temporário de impostos sobre a renda.

Uma dívida bruta próxima de 100% do PIB é preocupante? Quando a dívida se torna um risco para o País sob o ponto de vista de avaliação de solvência?

Há um livro de dois professores de Harvard, Carmen Reinhart e Kenneth Rogoff, chamado Desta vez é Diferente, que examina 800 anos de endividamento no mundo inteiro. A conclusão é que os colapsos fiscais ocorreram quando esta relação chegou a 80%. Isso não se aplica a todos os países, depende de cada situação.

Os Estados Unidos têm dívida de mais de 100%, a Itália tem porcentual acima disso. Mas o Brasil está batendo naquele limiar em que a dívida passa a ser percebida como não sustentável. Claro que os emergentes vão passar pelo momento de aumento da dívida, mas nada parecido com o Brasil.

CONTINUA DEPOIS DA PUBLICIDADE
CONTINUA DEPOIS DA PUBLICIDADE

O que fazer?

O Brasil tem hoje a vantagem de ter uma taxa de juros muito baixa, que pode influenciar o custo da dívida. Assim, o governo pode sinalizar que é possível administrar essa dívida nas circunstâncias atuais. Há economistas dizendo que isso é possível, mas eu acho a posição arriscada. Isso porque as agências de classificação de risco querem ver para crer. A hora agora é de gastar para salvar vidas, preservar renda, botar dinheiro no bolso das pessoas menos favorecidas e evitar a quebradeira geral.

Mas e depois? As agências de risco já estão mandando recados para o Brasil neste sentido. A Fitch revisou para “negativa” a nota de crédito do País. Já a S&P alterou a perspectiva de “positiva” para “neutra”. Assim, acredito que o governo deveria ter um grupo para avaliar a questão da dívida desde já. Ele (o governo) tem de ter um programa explicitamente formulado para diminuir o endividamento em um período determinado de tempo, como dez anos. E o programa precisa ser crível.

A solução para o ajuste é cortar despesas?

O programa não pode ser implementado só com corte de gastos, porque o governo federal tem margem de manobra de apenas 3,5% do Orçamento. Estamos falando de algo em torno de 1% do PIB. Se o governo cortar todas as despesas discricionárias, ainda assim não será suficiente. Então, é preciso começar a pensar e a incutir a ideia de que não há saída sem aumento de carga tributária. Não há muita escolha. A realidade vai se impor.

Mas o aumento da carga tributária não seria pior para a atividade econômica, já pressionada na pandemia?

Claro. Mas se você não fizer nada, e a dívida começar a crescer a galope, nós vamos caminhar para uma situação de dominância fiscal. Em um estado deste, o Banco Central perderia a capacidade de cumprir a meta de inflação, o Brasil seria desclassificado várias vezes pelas agências de rating e haveria impactos na atividade econômica, com queda de confiança, aumento de risco e elevação de juros nos mercados. Provavelmente, o impacto na economia seria muito maior. Que fique claro: alta de carga tributária não é para este momento, é para o pós-pandemia. Além disso, seria um aumento temporário.

CONTINUA DEPOIS DA PUBLICIDADE
CONTINUA DEPOIS DA PUBLICIDADE

De que forma?

Seria temporário e com algumas características. Em primeiro lugar, não haveria tributação sobre o consumo. Os pobres já estão pagando a conta pela pandemia. É a vez dos ricos. Seria um programa de aumento da tributação da renda, do patrimônio e da riqueza, exclusivamente para assegurar a estabilidade da dívida. Além disso, não se pode partilhar esta arrecadação com Estados e municípios. Não faria sentido um esforço de arrecadação para mandar recursos para Estados, municípios ou fundos regionais. É para salvar o País de um colapso. O problema é sério e tem de ser tratado seriamente.

As informações são do jornal O Estado de S. Paulo.

CONTINUA DEPOIS DA PUBLICIDADE
CONTINUA DEPOIS DA PUBLICIDADE

COMPARTILHAR

Whatsapp Linkedin Telegram
VAI VIRAR BAGUNÇA?

Banco Central desiste de criar regras para o Pix Parcelado; entenda como isso afeta quem usa a ferramenta

5 de dezembro de 2025 - 9:16

O Pix parcelado permite que o consumidor parcele um pagamento instantâneo, recebendo o valor integral no ato, enquanto o cliente arca com juros

ONDE INVESTIR

FII com dividendos de 9%, gigante de shoppings e uma big tech: onde investir em dezembro para fechar o ano com o portfólio turbinado 

5 de dezembro de 2025 - 7:02

Para te ajudar a reforçar a carteira, os analistas da Empiricus Research destrincham os melhores investimentos para este mês; confira

TEM PRA TODO GOSTO

Quina faz um novo milionário; Lotofácil e Dia de Sorte também têm ganhadores

5 de dezembro de 2025 - 6:51

Enquanto a Quina, a Lotofácil e a Dia de Sorte fizeram a festa dos apostadores, a Mega-Sena e a Timemania acumularam nos sorteios da noite de quinta-feira (4).

NAS ENTRELINHAS

Mercado aposta em corte da Selic em janeiro, mas sinais do Copom indicam outra direção, diz Marilia Fontes, da Nord

4 de dezembro de 2025 - 19:42

Para a sócia da Nord, o BC deve manter a postura cautelosa e dar sinais mais claros antes de fazer qualquer ajuste

EFEITOS MASTER

Fundos de pensão que investiram em títulos do Banco Master entram na mira da Justiça em meio a irregularidades nos investimentos

4 de dezembro de 2025 - 16:04

Investigações apontam para aplicações financeiras fora dos protocolos adequados nos casos dos fundos Amazonprev, Rioprevidência e Maceió Previdência

CIDADE DE 65 MIL HABITANTES

Time sensação do Campeonato Brasileiro, Mirassol arrecada o equivalente a um terço do orçamento municipal

4 de dezembro de 2025 - 15:15

Sensação do Brasileirão, o Mirassol arrecadou cerca de um terço do orçamento municipal e levou a pequena cidade paulista ao cenário internacional com a vaga na Libertadores

INFLUÊNCIA

Joesley Batista viajou para a Venezuela para pedir renúncia de Maduro: qual o interesse da JBS e da J&F no país?

4 de dezembro de 2025 - 10:39

Joesley Batista tem relações com o presidente Donald Trump e pediu pelo fim das tarifas sobre a carne. A JBS também tem negócios nos Estados Unidos

SEM RECLAMAÇÕES

Lotomania e Super Sete aproveitam bola dividida na Lotofácil e pagam os maiores prêmios da noite nas loterias da Caixa

4 de dezembro de 2025 - 7:53

Lotofácil manteve a fama de loteria “menos difícil” da Caixa, mas cedeu os holofotes a outras modalidades sorteadas na noite de quarta-feira (3).

VAI PISAR NO FREIO?

Alerta Selic: o que pode impedir o BC de cortar os juros, segundo Mansueto Almeida, economista-chefe do BTG Pactual

3 de dezembro de 2025 - 19:35

A projeção do banco é que a Selic encerre 2025 em 15% e que os cortes comecem de forma gradual em janeiro, alcançando 12% ao final de 2026

INVESTIMENTOS EM 2026

Ibovespa a 300 mil pontos? ASA vê a bolsa brasileira nas alturas, mas há uma âncora à vista

3 de dezembro de 2025 - 17:31

Em um cenário dúbio para 2026, os executivos da instituição financeira avaliam o melhor investimento para surfar um possível rali e ainda conseguir se proteger em um ambiente negativo

MAIS VENDIDOS

Segundo carro elétrico mais vendido do Brasil atinge marca histórica de vendas no mundo 

3 de dezembro de 2025 - 15:09

Hatch elétrico chinês atinge marca histórica em apenas quatro anos e reforça a estratégia global da BYD no mercado de veículos eletrificados

JÁ VIU A SUA?

Retrospectiva Spotify 2025: Bad Bunny lidera o mundo e dupla sertaneja domina o Brasil (de novo); veja como acessar o seu Wrapped

3 de dezembro de 2025 - 14:04

Plataforma divulga artistas, álbuns e músicas mais ouvidos do ano e libera função Wrapped para todos os usuários

BILIONÁRIA SELF-MADE

De bailarina a bilionária mais jovem do mundo: a trajetória da brasileira que construiu uma fortuna aos 29 anos sem ser herdeira

3 de dezembro de 2025 - 12:04

A ascensão de Luana Lopes Lara à frente da Kalshi mostra como a ex-bailarina transformou formação técnica e visão de mercado em uma fortuna bilionária

LUXO

Daniel Vorcaro — da ostentação imobiliária à prisão: o caso da mansão de R$ 460 milhões em Miami

3 de dezembro de 2025 - 9:29

A mansão de R$ 460 milhões comprada por Daniel Vorcaro em Miami virou símbolo da ascensão e queda do dono do Banco Master, hoje investigado por fraudes

MÁQUINA DE MILIONÁRIOS

Lotofácil 3552 faz os primeiros milionários de dezembro nas loterias da Caixa; Mega-Sena e Timemania encalham

3 de dezembro de 2025 - 7:06

A Lotofácil não foi a única loteria a ter ganhadores na faixa principal na noite de terça-feira (2). A Dia de Sorte saiu para um bolão na região Sul do Brasil.

CRIMES FINANCEIROS

Banco Master: Ministério Público quer Daniel Vorcaro de volta à prisão e TRF-1 marca julgamento do empresário

2 de dezembro de 2025 - 18:45

Uma decisão de sábado soltou Vorcaro e outros quatro presos na investigação do Banco Master

ASTROS NO PREGÃO

Qual signo manda na B3? Câncer investe mais, Libra investe melhor — e a astrologia invade o pregão

2 de dezembro de 2025 - 15:28

Levantamento da B3 revela que cancerianos são os que mais investem em ações, mas quem domina o valor investido são os librianos

MECANISMO CONTRA GOLPISTAS

BC Protege+: Como funciona a nova ferramenta do Banco Central que impede a abertura de contas não autorizadas

2 de dezembro de 2025 - 14:49

Nova ferramenta do Banco Central permite bloquear a abertura de contas em nome do usuário e promete reduzir fraudes com identidades falsas no sistema financeiro

ECONOMIA DE ATÉ 80%

CNH sem autoescola: com proposta aprovada, quanto vai custar para tirar a habilitação

2 de dezembro de 2025 - 11:19

Com a proposta da CNH sem autoescola aprovada, o custo para tirar a habilitação pode cair até 80% em todo o país

EXAUSTÃO MENTAL

A palavra do ano no dicionário Oxford que diz muito sobre os dias de hoje

2 de dezembro de 2025 - 10:38

Eleita Palavra do Ano pela Oxford, a expressão “rage bait” revela como a internet passou a usar a raiva como estratégia de engajamento e manipulação emocional

Menu

Usamos cookies para guardar estatísticas de visitas, personalizar anúncios e melhorar sua experiência de navegação. Ao continuar, você concorda com nossas políticas de cookies

Fechar