🔴 AÇÕES, FIIs, BDRs E CRIPTO – ONDE INVESTIR EM SETEMBRO? CONFIRA AQUI

Estadão Conteúdo

Deterioração

Dívida bruta do Brasil só deve ser menor do que a de Angola entre emergentes

Projeções do FMI mostram que a dívida bruta do Brasil deve chegar a quase 100% do PIB ao fim deste ano, o segundo maior índice entre os países emergentes

Uma moeda de um real parada em cima de uma mesa
Imagem: Shutterstock

Os gastos do governo para sustentar a economia farão o Brasil sair da pandemia do novo coronavírus com a segunda maior dívida bruta entre os países emergentes. Projeções do Fundo Monetário Internacional (FMI), compiladas pelo ‘Estadão/Broadcast’, mostram que a dívida bruta, hoje em 89, 51% do Produto Interno Bruto (PIB), deve chegar a 98,24% no fim deste ano e se manter no mesmo patamar em 2021.

CONTINUA DEPOIS DA PUBLICIDADE
CONTINUA DEPOIS DA PUBLICIDADE

Em um conjunto de 36 países emergentes e de renda média, o porcentual será inferior apenas ao de Angola, de 132,24% do PIB no fim deste ano. O aumento da dívida bruta é uma das principais referências para avaliação, por parte das agências de classificação de risco, da capacidade de solvência de um país. Quanto maior a dívida, maior o risco de calote.

As projeções do FMI não incluem três países emergentes - Líbia, Argentina e Venezuela, por não entregarem informações ou não terem dados confiáveis -, sendo que os dois vizinhos sul-americanos possuem situação fiscal também preocupante. Ainda assim, as estimativas mostram que o Brasil terá, após a pandemia, uma dívida bruta bem superior à média de seus pares emergentes (62% do PIB no fim de 2020 e 64,5% em 2021).

Os dados, divulgados no Monitor Fiscal do FMI de abril, já consideravam os efeitos da pandemia do novo coronavírus sobre as finanças dos países. Desde então, no entanto, muitas instituições financeiras têm alterado - para pior - suas projeções.

“O Brasil vai sair desta crise sanitária com quatro fragilidades: mais empobrecido, mais desigual, com menor potencial de crescimento e mais endividado”, avaliou o economista Maílson da Nóbrega, ministro da Fazenda durante o governo de José Sarney e sócio da Tendências Consultoria Integrada.

CONTINUA DEPOIS DA PUBLICIDADE
CONTINUA DEPOIS DA PUBLICIDADE

Dívida/PIB

Em função da pandemia, todos os governos ao redor do mundo elevaram seus gastos para minimizar os efeitos do isolamento social sobre a economia. Mesmo com esses esforços, as estimativas indicam que a atividade econômica vai despencar, o que também afeta a relação entre dívida e PIB.

Leia Também

As projeções do FMI mostram, por exemplo, que o déficit primário brasileiro deve chegar a 5,17% do PIB em 2020. O porcentual reflete o descompasso entre receitas e despesas do governo. O déficit significa que os gastos superam as receitas com impostos e contribuições. Esse valor não contabiliza as despesas com juros da dívida pública.

O rombo da China será muito maior, de 10,28% do PIB, conforme o FMI. A diferença é que o Brasil estava em situação mais complicada que o país asiático antes de a pandemia começar.

Com um rombo fiscal crescente, resta ao Brasil elevar sua dívida para fechar as contas. “Quanto maior a queda do PIB, quanto maior o déficit primário, maior será a alta da dívida bruta”, diz Maílson. “O Brasil vai ter uma piora considerável, assim como todos os emergentes. Mas nós já tínhamos uma crise fiscal, vinda do governo de Dilma Rousseff, que não foi absorvida ainda.”

CONTINUA DEPOIS DA PUBLICIDADE
CONTINUA DEPOIS DA PUBLICIDADE

Metodologia

A metodologia do FMI para projeção de dados fiscais traz algumas diferenças em relação aos cálculos feitos pelo Banco Central e pelo próprio governo brasileiro. Isso permite a comparação com outros países. Ainda assim, a tendência mais geral dos números indica piora da situação fiscal do Brasil após a pandemia. No Relatório de Mercado Focus, que compila as estimativas do mercado financeiro brasileiro, a projeção de déficit primário para 2020 já está em 8% do PIB. No início de abril, o rombo projetado era de 1,5%.

“Nós mesmos estamos revisando nossas projeções, para algo próximo de 95% no caso da dívida bruta”, afirma o economista Mauro Schneider, da MCM Consultores Associados. “O número é preocupante, porque é uma dívida muito elevada para o País carregar.”

Schneider afirma que há incertezas sobre a reação do PIB nos próximos meses e sobre o desempenho fiscal do País. “Você não consegue enxergar como as contas fiscais vão se comportar e quando o governo poderá, de fato, fechar a torneira dos gastos. Tanto é que se discute hoje eventual extensão de algumas medidas”, afirma o economista, em referência às ações, tomadas pelo governo, para minimizar os efeitos econômicos da pandemia.

O governo deve estender o pagamento do auxílio emergencial a trabalhadores informais por mais dois meses, com um valor de R$ 300 mensais. A despesa mensal do auxílio está em R$ 51,5 bilhões, e todos os gastos do governo para combater a pandemia e seus efeitos estão sendo bancados com o aumento do endividamento do País. O programa já concedeu o auxílio a 58,6 milhões de brasileiros.

CONTINUA DEPOIS DA PUBLICIDADE
CONTINUA DEPOIS DA PUBLICIDADE

‘Não há saída sem um aumento temporário da carga tributária’

Ex-ministro da Fazenda durante o governo de José Sarney, o economista Maílson da Nóbrega afirma que a expansão da dívida bruta brasileira, em função do desequilíbrio fiscal, é um problema que precisa ser tratado de forma séria após a pandemia.

Para ele, o governo precisa de um programa específico para reduzir a dívida bruta, que, conforme projeções do Fundo Monetário Internacional (FMI), vai se aproximar de 100% do Produto Interno Bruto (PIB) ao final de 2020. Segundo Maílson, o ajuste pode passar pelo aumento temporário de impostos sobre a renda.

Uma dívida bruta próxima de 100% do PIB é preocupante? Quando a dívida se torna um risco para o País sob o ponto de vista de avaliação de solvência?

Há um livro de dois professores de Harvard, Carmen Reinhart e Kenneth Rogoff, chamado Desta vez é Diferente, que examina 800 anos de endividamento no mundo inteiro. A conclusão é que os colapsos fiscais ocorreram quando esta relação chegou a 80%. Isso não se aplica a todos os países, depende de cada situação.

Os Estados Unidos têm dívida de mais de 100%, a Itália tem porcentual acima disso. Mas o Brasil está batendo naquele limiar em que a dívida passa a ser percebida como não sustentável. Claro que os emergentes vão passar pelo momento de aumento da dívida, mas nada parecido com o Brasil.

CONTINUA DEPOIS DA PUBLICIDADE
CONTINUA DEPOIS DA PUBLICIDADE

O que fazer?

O Brasil tem hoje a vantagem de ter uma taxa de juros muito baixa, que pode influenciar o custo da dívida. Assim, o governo pode sinalizar que é possível administrar essa dívida nas circunstâncias atuais. Há economistas dizendo que isso é possível, mas eu acho a posição arriscada. Isso porque as agências de classificação de risco querem ver para crer. A hora agora é de gastar para salvar vidas, preservar renda, botar dinheiro no bolso das pessoas menos favorecidas e evitar a quebradeira geral.

Mas e depois? As agências de risco já estão mandando recados para o Brasil neste sentido. A Fitch revisou para “negativa” a nota de crédito do País. Já a S&P alterou a perspectiva de “positiva” para “neutra”. Assim, acredito que o governo deveria ter um grupo para avaliar a questão da dívida desde já. Ele (o governo) tem de ter um programa explicitamente formulado para diminuir o endividamento em um período determinado de tempo, como dez anos. E o programa precisa ser crível.

A solução para o ajuste é cortar despesas?

O programa não pode ser implementado só com corte de gastos, porque o governo federal tem margem de manobra de apenas 3,5% do Orçamento. Estamos falando de algo em torno de 1% do PIB. Se o governo cortar todas as despesas discricionárias, ainda assim não será suficiente. Então, é preciso começar a pensar e a incutir a ideia de que não há saída sem aumento de carga tributária. Não há muita escolha. A realidade vai se impor.

Mas o aumento da carga tributária não seria pior para a atividade econômica, já pressionada na pandemia?

Claro. Mas se você não fizer nada, e a dívida começar a crescer a galope, nós vamos caminhar para uma situação de dominância fiscal. Em um estado deste, o Banco Central perderia a capacidade de cumprir a meta de inflação, o Brasil seria desclassificado várias vezes pelas agências de rating e haveria impactos na atividade econômica, com queda de confiança, aumento de risco e elevação de juros nos mercados. Provavelmente, o impacto na economia seria muito maior. Que fique claro: alta de carga tributária não é para este momento, é para o pós-pandemia. Além disso, seria um aumento temporário.

CONTINUA DEPOIS DA PUBLICIDADE
CONTINUA DEPOIS DA PUBLICIDADE

De que forma?

Seria temporário e com algumas características. Em primeiro lugar, não haveria tributação sobre o consumo. Os pobres já estão pagando a conta pela pandemia. É a vez dos ricos. Seria um programa de aumento da tributação da renda, do patrimônio e da riqueza, exclusivamente para assegurar a estabilidade da dívida. Além disso, não se pode partilhar esta arrecadação com Estados e municípios. Não faria sentido um esforço de arrecadação para mandar recursos para Estados, municípios ou fundos regionais. É para salvar o País de um colapso. O problema é sério e tem de ser tratado seriamente.

As informações são do jornal O Estado de S. Paulo.

CONTINUA DEPOIS DA PUBLICIDADE
CONTINUA DEPOIS DA PUBLICIDADE

COMPARTILHAR

Whatsapp Linkedin Telegram
NOSTALGIA

Tamagotchi: clássico dos anos 1990 ganha nova versão e volta a fazer sucesso

14 de setembro de 2025 - 8:27

Impulsionado por revival de adultos que cresceram nos anos 1990, Tamagotchi ultrapassa a marca de 100 milhões de unidades vendidas

RISCO COM CONDENAÇÃO

Moody’s teme reversão de lista de isenção dos EUA ao Brasil após condenação de Bolsonaro

13 de setembro de 2025 - 16:04

Em agosto, o presidente dos EUA, Donald Trump, promoveu um “tarifaço” contra produtos brasileiros, porém, 694 produtos que ficaram de fora da lista

BOLADA QUE NÃO DÓI

Copa do Brasil 2025: por que Vasco e Fluminense faturaram até agora mais dinheiro que Corinthians e Cruzeiro mesmo com todos classificados para as semifinais

12 de setembro de 2025 - 12:42

Apesar de estarem na mesma fase da Copa do Brasil, a dupla carioca percorreu um caminho diferente dos outros dois semifinalistas

DE VOLTA AO TRONO

A felicidade durou pouco: Elon Musk desbanca Larry Ellison e retoma o trono de homem mais rico do mundo

12 de setembro de 2025 - 10:11

A disputa pelo topo da lista dos mais ricos continua acirrada: Elon Musk retomou a liderança como o homem mais rico do mundo, com uma fortuna de US$ 399 bilhões

LOTERIAS

Lotofácil e Dia de Sorte têm bolas divididas e deixam 4 apostadores no meio do caminho rumo ao primeiro milhão

12 de setembro de 2025 - 7:51

Enquanto a Lotofácil e a Dia de Sorte tiveram dois ganhadores cada, a Quina e a Timemania acumularam na noite de quinta-feira

LOTERIAS

Mega-Sena sai pela primeira vez em setembro e paga quase R$ 54 milhões a dono ou dona de aposta simples

12 de setembro de 2025 - 7:04

Depois de sair três vez em agosto, a faixa principal da Mega-Sena tem seu primeiro ganhador em setembro; ele ou ela tem agora 90 dias para reivindicar o prêmio

DE OLHO NA SEGURANÇA

Banco Central amplia regras de segurança e proíbe bancos de efetuar pagamentos para contas suspeitas de fraude

11 de setembro de 2025 - 11:07

A nova norma vem na esteira de uma série de medidas da autarquia para aumentar a segurança das transações financeiras

O BRINDE E A BRISA

Bebidas com cannabis: como a criatividade brasileira desafia as barreiras de um mercado bilionário?

11 de setembro de 2025 - 8:46

Enquanto o mercado global de bebidas com THC e CBD movimenta bilhões, a indústria brasileira inova com criatividade, testando os limites da lei e preparando o terreno para uma futura legalização

LOTERIAS

Entre a simplicidade e a teimosia, Lotofácil 3483 tem 4 ganhadores, mas ninguém fica muito perto do primeiro milhão

11 de setembro de 2025 - 7:39

Assim como aconteceu na segunda e na terça-feira, a Lotofácil foi a única loteria a ter vencedores na faixa principal ontem

DANÇA DOS TRONOS

O trono de homem mais rico do mundo tem um novo dono: Larry Ellison, cofundador da Oracle, ultrapassa Elon Musk

10 de setembro de 2025 - 16:00

Salto nas ações da Oracle e projeções otimistas para a nuvem transformam Larry Ellison no novo homem mais rico do planeta, desbancando Elon Musk

JULGAMENTO BOLSONARO

Fux rejeita condenação de Bolsonaro por organização criminosa e dá início ao julgamento de outros crimes

10 de setembro de 2025 - 12:04

O voto do Ministro ainda está em andamento,

DINHEIRO ESQUECIDO

Mais de 48 milhões de brasileiros ainda têm dinheiro esquecido nos bancos; veja se você é um deles

10 de setembro de 2025 - 11:14

Sistema de Valores a Receber do Banco Central já devolveu R$ 11,3 bilhões, mas ainda há R$ 10,7 bilhões disponíveis para saque

NEGÓCIO DUVIDOSO

O que é a “cláusula da desgraça” que faz influencers lucrarem com as perdas de seus seguidores nas bets

10 de setembro de 2025 - 10:25

A cada real perdido por seguidores, influencers recebem comissão das casas de apostas

PRODUTIVIDADE EM XEQUE

Trabalho presencial, home-office total ou regime híbrido? Demissões no Itaú colocam lenha no debate

10 de setembro de 2025 - 8:52

As demissões no Itaú tiveram como justificativa a alegação de inatividade dos colaboradores durante o home office

LOTERIAS

Mega-Sena 2912 acumula, mas Lotofácil 3482 deixa mais duas pessoas mais próximas do primeiro milhão

10 de setembro de 2025 - 7:04

Assim como aconteceu na segunda-feira, a Lotofácil foi a única loteria a ter vencedores na faixa principal ontem; além da Mega-Sena, a Quina, a Dia de Sorte e a Timemania também acumularam

O FUTURO DO CRÉDITO

Fitch projeta novo cenário de crédito no Brasil com o Pix parcelado; saiba quem ganha e quem perde com isso

9 de setembro de 2025 - 14:37

Agência de classificação de risco prevê que o modelo vai remodelar pagamentos e aumentar a concorrência com os cartões de crédito no Brasil; Banco Central deve liberar nova modalidade ainda em setembro

VEM AÍ O ‘NOVO PRÉ-SAL’?

‘Vamos explorar petróleo na Foz do Amazonas’, diz Lula — presidente tenta esfriar tensões em torno da Margem Equatorial

9 de setembro de 2025 - 11:07

Durante entrevista à Rede Amazônica, o petista falou sobre as atividades na região e também saiu em defesa da ministra do Meio Ambiente

NAUFRAGOU

Criptomoedas, FBI e um cruzeiro ao Polo Norte: como a prisão de um intermediário russo nos EUA gerou dor de cabeça para uma das famílias mais ricas da França

9 de setembro de 2025 - 9:15

A prisão de um intermediário russo de criptomoedas pelo FBI transformou um cruzeiro de luxo ao Polo Norte em uma disputa judicial que respinga na bilionária família Pinault, dona da Gucci e da Saint Laurent

LOTERIAS

Lotofácil 3481 deixa duas pessoas mais próximas do primeiro milhão; Quina acumula e Mega-Sena pode pagar R$ 47 milhões hoje

9 de setembro de 2025 - 7:21

A Lotofácil foi a única loteria a ter vencedores na faixa principal na segunda-feira; Quina, Dupla Sena, Lotomania e Super Sete acumularam

RESISTÊNCIA À TECNOLOGIA

Mesmo com recorde de transações via Pix, por que os brasileiros ainda movimentam mais de R$ 200 bilhões por semestre em cheque

8 de setembro de 2025 - 13:29

Mesmo com queda no uso, cheques seguem relevantes nas transações de maior valor e ainda movimentam valores expressivos

Menu

Usamos cookies para guardar estatísticas de visitas, personalizar anúncios e melhorar sua experiência de navegação. Ao continuar, você concorda com nossas políticas de cookies

Fechar