Coronavírus adiou lançamentos, acelerou digitalização e vai mudar projetos imobiliários, diz presidente do Secovi-SP
Em entrevista ao Seu Dinheiro, Basilio Jafet conta que a pandemia adiou R$ 2,8 bilhões em lançamentos programados em São Paulo e derrubou em 50% ou mais as vendas de imóveis frente às expectativas; mas maio já apresenta melhora em comparação a abril

O segmento de imóveis residenciais - muito querido pelos brasileiros tanto pelo sonho da casa própria quanto como investimento - viu um crescimento da ordem de 50% nas vendas e nos lançamentos na cidade de São Paulo em 2019, em comparação a 2018.
O principal mercado imobiliário do país começou o ano de 2020 relativamente bem, e com expectativas de crescimento de 10% em Valor Geral de Vendas (VGV).
Mas no meio do caminho tinha uma pandemia. Depois da última crise econômica (2014-2016), o setor imobiliário vinha se recuperando quando, de repente, foi impactado pela pandemia de coronavírus que pôs o mundo de quarentena.
As medidas de isolamento social implementadas pelo poder público começaram a valer na segunda quinzena de março, refletindo-se numa queda de 36% nas vendas ante o mês anterior e 13,8% na comparação anual.

Os dados de abril ainda não foram divulgados, mas segundo o presidente do Secovi-SP, Basilio Jafet, a queda nas vendas no mês foi da ordem de 35%, sendo um recuo de 65% frente ao que era esperado.
Os lançamentos de maio e abril, no valor de R$ 2,8 bilhões, foram todos adiados, conta. Mas ao menos o mês de maio já tem visto uma leve reação nas vendas.
Leia Também
Segundo o presidente do sindicato patronal da habitação, as famílias que haviam adiado a compra do imóvel em razão da pandemia estão voltando às compras, já que o isolamento está levando mais tempo para passar do que o esperado inicialmente.

Jafet diz que o setor ainda não reviu as expectativas para o ano, mas que trabalha com a visão, por ora, de que os negócios foram simplesmente adiados. Ainda assim, ele admite que o setor vai passar por mudanças mais ou menos permanentes, passada a pandemia.
Em artigo publicado recentemente no site do Secovi-SP, ele diz que “a vida que conhecemos não voltará”, pois as relações humanas vão se acomodar a um maior distanciamento e a reativação da economia será gradual e cheia de idas e vindas.
“O desemprego aumentará sobremaneira, a mão de obra contratada será para um mundo muito mais digital e uma crise social vai mostrar suas garras”, prevê. Ao mesmo tempo, diz, o segmento residencial deverá ser o menos afetado do setor imobiliário, já que as pessoas vão valorizar mais as suas moradias, enquanto o segmento comercial terá que lidar com o home office e as vendas on-line.
Eu conversei com Basilio Jafet por telefone para saber mais detalhes sobre o impacto da pandemia no mercado imobiliário, notadamente no segmento residencial, e entender o que esperar daqui para frente. Confira os principais trechos da entrevista a seguir:
Quais eram as perspectivas para o setor imobiliário em 2020, antes da pandemia?
Nós esperávamos uma continuidade do que ocorreu em 2019, que foi um ano muito bom, depois de alguns anos mais difíceis, em função da crise. Em 2019, o ambiente econômico se desanuviou, as famílias sentiram mais confiança para comprar e havia uma perspectiva melhor de manutenção de empregos. Houve um alívio para aquela demanda reprimida.
O ano de 2020 começou excepcional. O primeiro bimestre foi melhor que o mesmo período de 2019, com mais confiança. E aí veio a pandemia.
Quais impactos foram sentidos na venda e na locação de imóveis comerciais e residenciais? E nos condomínios?
Primeiro, as pessoas resolveram adiar as compras. Não se pode mais visitar os estandes de vendas e os apartamentos, e inicialmente se esperava que essa paralisação seria coisa de algumas semanas, apenas. Mas passado algum tempo, surgiu também a questão da insegurança em relação à manutenção dos empregos.
Por outro lado, passou a ficar patente que a casa própria é o grande refúgio do patrimônio, pois representa segurança. Estamos com os juros mais baixos da história, e hoje se paga 30% menos num financiamento habitacional do que antes do início do recente ciclo de queda da Selic, o que acabou motivando as pessoas a adquirir imóvel.
Então nós percebemos nos clientes esse sentimento de que a poupança não rende praticamente nada, a bolsa está muito volátil, enquanto o imóvel permanece lá. É a casa, o refúgio, a referência da pessoa.
Com a pandemia demorando mais tempo para passar do que se imaginava inicialmente, uma parte dos clientes que haviam adiado a compra do imóvel está retornando. Maio já teve um ritmo de vendas maior do que abril, apesar do nível ainda baixo.
Em abril, as vendas foram reduzidas em 35% em relação ao patamar anterior à pandemia e 65% em relação à expectativa para o mês. De cada três clientes, dois adiaram a compra. Ainda não fechamos os números de maio, mas o mês já mostrou uma recuperação.
O segmento de baixa renda, que abarca o Minha Casa Minha Vida, teve uma queda menor nas vendas, da ordem de 50% em relação ao esperado para o mês de abril. Já nos segmentos de média e alta renda, essa queda ficou entre 75% e 80%.
As pessoas que adquirem esses imóveis mais econômicos são mais jovens, mais antenadas com o digital e têm menos receio de comprar depois de fazer apenas uma visita virtual e conversar com o corretor on-line.
Mas esses também são apartamentos com menos detalhes e características únicas, então é mais fácil decidir. Fora que a demanda é bem grande nesse segmento. Mas uma queda de 50% nas vendas em relação ao esperado ainda é bastante.
Em relação às locações residenciais, chegou a haver renegociações de inquilinos que perderam sua renda, mas ainda nada muito significativo em quantidade. Essas demandas têm sido resolvidas sem problemas.
Já no segmento de locação comercial tem havido muitas renegociações de aluguel, principalmente a pedido daqueles inquilinos que tiveram de suspender totalmente as atividades. Mas mais de 90% dessas demandas têm resultado em acordos. Tem sido bem comum a concessão de descontos, mas também ocorrem adiamentos, cada caso é um caso.
No caso dos condomínios, estamos sentindo muito respeito pelas novas normas de distanciamento. Temos visto até mesmo muita solidariedade entre vizinhos, muito cuidado. É claro que sempre tem um ou outro conflito, mas o sentimento preponderante é de solidariedade.

Quais têm sido as orientações do Secovi-SP para as locações residenciais e comerciais durante essa pandemia (síndicos, proprietários e locatários)?
Negociação. Deixar a via judicial para último caso. A judicialização não serve a ninguém. Consome tempo, energia e recursos. E nem sempre as soluções são aquelas que as partes esperam. Se o inquilino tem dificuldade de pagar, que comprove e se chegue a um acordo de quanto ele pode pagar. Avaliar também se o proprietário depende do aluguel para viver. E que ninguém tente se aproveitar.
Quais foram as iniciativas tomadas pelo setor imobiliário até agora para lidar com a crise?
Os lançamentos previstos para abril e maio foram todos adiados. Só na cidade de São Paulo, eles totalizavam R$ 2,8 bilhões. A expectativa é que sejam retomados quando possível, mas não sabemos se isso ocorrerá com todos eles.
Também estamos vendo uma digitalização muito maior para tudo. Conseguimos até algo que parecia impossível: escrituras assinadas digitalmente. Essas questões cartoriais estão passando por uma modernização que é ótima para todos.
Nas residências, estamos sentindo que os projetos vão ter que mudar. As pessoas estão passando a querer um cômodo a mais para montar o home office. Também serão necessários apartamentos mais automatizados, por exemplo, na iluminação, ar condicionado, na cozinha… Com a tendência de as pessoas passarem mais tempo em casa, será preciso mais conforto.
É possível que, essa tendência permanecendo após a pandemia, isso seja um problema para aquele segmento de imóveis supercompactos de alto padrão?
Acho até que quem tiver condições pode querer um imóvel maior, mas via de regra esses empreendimentos têm boas áreas comuns, até mesmo com espaço de trabalho e convivência, o que de certa maneira pode compensar a questão do tamanho reduzido.
Como tem sido a atuação do poder público junto ao setor?
Nós estamos trabalhando em conjunto com o governo. Sugerimos protocolos rígidos para poder voltar a atender nos estandes de vendas, mas ainda não fomos atendidos.
Quais as perspectivas para o setor daqui para frente, passada a pandemia?
Ainda não revisamos números, mas estamos considerando que os negócios tenham sido simplesmente adiados. É claro que vai depender da intensidade dos efeitos. Desemprego pode vir a ser uma preocupação.
Pode haver quedas nos preços dos imóveis?
Acho pouco provável. O mercado está bastante ativo e os custos do setor estão muito altos, com restrições urbanísticas maiores à construção. Então dificilmente há margem para queda, na média.
Lotofácil tem 10 ganhadores, mas só 4 levam prêmio integral; apostador mostra como não jogar na Lotomania e deixa de ficar milionário
Enquanto a Lotofácil justifica a fama de loteria ‘menos difícil’ da Caixa, a Quina de São João promete prêmio de R$ 230 milhões no sábado
Até onde vai o otimismo do HSBC com o Brasil e a bolsa brasileira, segundo o chefe de pesquisa econômica, Daniel Lavarda
Head de research do banco gringo fala da visão “construtiva” em relação ao país, da atratividade do Brasil com os juros reais elevados e os valuations descontados, e também da falta de consistência nas decisões do governo Trump
EUA vão virar o Brasil ou a Argentina? Nobel de economia teme que sim. Para Paul Krugman, mundo não estava preparado para Trump
Paul Krugman falou sobre o potencial destino da economia norte-americana com as medidas de Donald Trump no evento desta quarta-feira (25); confira o que pensa o prêmio Nobel
Alerta do gestor sobre os mercados: não é porque tudo está calmo, que tudo está bem
Sócio da Panamby Capital diz que o tarifaço de Trump é positivo para o Brasil, mas lembra que crise de 2008 não aconteceu no dia para a noite
“O Brasil gasta o dinheiro que ainda nem arrecadou e só o próximo governo pode mudar isso”, diz Eduardo Giannetti
Especialistas de mercado discutiram nesta quarta-feira (25) a situação fiscal do país em um painel no Anbima Summit 2025
Pedro Lupion: “Vamos derrubar aumento do IOF hoje”, afirma o deputado — que também critica proposta de taxação de LCAs e CRAs
Em participação no Anbima Summit 2025, o deputado também falou dos impactos dos conflitos internacionais para o agro brasileiro
Mega-Sena acumula e prêmio salta mais de 1.000%; Lotofácil tem 2 ganhadores — mas as atenções estão voltadas para uma loteria especial
Os dois ganhadores do concurso 3425 da Lotofácil são do interior de Minas Gerais; Quina de São João promete prêmio de R$ 230 milhões no sábado
Quatro países retomam importação de frango brasileiro, mas maioria ainda mantém embargo, mesmo após encerramento da gripe aviária
Os embarques de produtos avícolas do Brasil continuam suspensos para 34 países, mas governo comemora movimento de reabertura
Esqueça um corte de juros ainda em 2025! Selic mais baixa só no ano que vem, sinaliza o Copom em ata
O Comitê de Política Monetária (Copom) do Banco Central (BC) divulgou hoje a ata de sua última reunião, realizada na semana passada, quando os juros foram elevados a 15% ao ano
Mercados operam no azul e petróleo cai, enquanto investidores avaliam se cessar-fogo entre Israel e Irã está valendo
Países do Oriente Médio acusam um ao outro de quebrar a trégua, mas Donald Trump reforça que ataques estão suspensos
Dólar em queda livre: entenda por que a moeda está caindo e como isso afeta o seu bolso
No Touros e Ursos desta semana, Claudio Pires, sócio-diretor da MAG Investimentos, fala sobre o impacto da queda do dólar na economia e nos investimentos
Lotofácil começa semana da Quina de São João com bola dividida e 3 ganhadores
Ganhadores do concurso 3424 da Lotofácil são todos da região Sudeste; Quina de São João promete prêmio de R$ 230 milhões no sábado
“Pix do Leão” no radar: Receita Federal libera consulta ao segundo lote de restituição do Imposto de Renda; veja se você vai ver o dinheiro pingar na conta
Os brasileiros que terão direito a receber a restituição vão ver o dinheiro cair na conta já na próxima segunda-feira
Agenda econômica: ata do Copom, Powell no Congresso e BCs em foco; saiba o que esperar nos próximos dias
Com inflação, emprego e PIB no radar, indicadores locais e globais mantêm os mercados em alerta na semana
A receita para ser um milionário, um alerta sobre o Banco do Brasil (BBSA3) e a retomada da Azul (AZUL4); confira as principais notícias da semana
Eventos capazes de mexer com o bolso dos investidores não faltaram nos últimos dias e o Seu Dinheiro preparou para você um resumo do que foi mais lido por aqui
Novo milionário no pedaço: aposta de Minas Gerais leva sozinha prêmio de R$ 127 milhões da Mega-Sena
Segundo a Caixa, o próximo sorteio acontece na terça-feira, dia 24 de junho, e quem vencer pode levar R$ 3,5 milhões para casa
Quem quer ser um milionário? Mega-Sena sorteia neste sábado prêmio acumulado em R$ 130 milhões
Apostas na Mega-Sena podem ser feitas até as 19h, horário de Brasília
De passaporte novo: a estratégia para as criptomoedas que levou a Coinbase a trocar a Irlanda por Luxemburgo
Empresa deixou a Irlanda para trás e se tornou a primeira corretora cripto dos EUA a operar sob as regras do MiCA; rivais também estão se movimentando
Vazamento histórico de dados expôs 16 bilhões de senhas de Facebook, Google e Apple, diz site — veja o que fazer para se proteger
Segundo o Cybernews, trata-se de um vazamento sem precedentes que envolve dados críticos de logins que servem de acesso para múltiplos portais e aplicativos
Campos Neto alfineta governo Lula após Selic subir a 15% ao ano, mas defende a alta dos juros como “preço pela credibilidade”
Ex-diretor do Banco Central acredita que nova diretoria está fazendo um bom trabalho e defende os juros altos por mais tempo