Capital externo deve retornar em 2021
Instituto Internacional de Finanças (IIF), formado pelos 500 maiores bancos do mundo, com sede em Washington, projeta fluxos líquidos totais de não residentes ao Brasil de US$ 53 bilhões em 2021

Os mercados emergentes, incluindo o Brasil, voltaram com força ao radar dos investidores internacionais desde novembro. A opinião é de estrategistas de investimentos de bancos como JPMorgan, Bank of America e Morgan Stanley, e gestoras, como a BlackRock. O Brasil já tem se beneficiado do ambiente de apetite por ativos de risco, com fluxos recorde para a Bolsa e também para renda fixa. Especialistas ouvidos pelo Estadão/Broadcast destacam, porém, que, em um segundo momento, vai aumentar a diferenciação de cada mercado e dois pontos vão ditar a intensidade dos aportes no País: o ajuste fiscal e o andamento das reformas estruturais, como a tributária e as privatizações.
O Instituto Internacional de Finanças (IIF), formado pelos 500 maiores bancos do mundo, com sede em Washington, projeta fluxos líquidos totais de não residentes ao Brasil de US$ 53 bilhões em 2021, uma recuperação em relação aos US$ 11,3 bilhões esperados para 2020 - considerados os investimentos externos diretos e em portfólio (bolsa e renda fixa). Os aportes para o mercado financeiro ainda devem seguir negativos, em US$ 1,5 bilhão no próximo ano, mas ainda assim é um avanço considerado o resultado estimado para este ano, quando houve saída de US$ 23,8 bilhões.
O economista do IIF Jonathan Fortun prevê que os "fluxos robustos" vão seguir fortes em direção aos emergentes, principalmente à Ásia, região que se recupera mais rápido dos efeitos da pandemia do Covid-19.
Em meio a uma queda na percepção de risco global, os aportes nos mercados de renda fixa e ações atingiram no quarto trimestre o maior nível desde 2013. Só em novembro, somaram US$ 76 bilhões, nível mensal recorde.
Para o presidente (CEO) da corretora BGC Liquidez, Erminio Lucci, em um primeiro momento, todos os emergentes se beneficiam da onda de busca por risco. Como a América Latina estava muito descontada em relação a outras regiões - ou seja, com preços atrativos -, acabou recebendo grandes aportes. No entanto, com os emergentes se recuperando da pandemia em 2021, a expectativa é que o interesse dos investidores continue alto, mas em um segundo momento, passada a euforia inicial, eles devem começar a diferenciar mais os mercados, ressalta Lucci.
A forma como o Brasil vai encarar o desafio fiscal e o andamento de reformas, como a tributária, e as privatizações vai determinar a intensidade dos fluxos, destaca ele, que ainda vê preços atrativos na região para os estrangeiros.
Leia Também
Mesmo com o rali observado na reta final de 2020, os ativos da América Latina ainda oferecem prêmios interessantes comparados ao mercado internacional, avalia o chefe de soberanos e mercados emergentes da BlackRock, Amer Bisat. Desde novembro, os investidores vêm fazendo uma certa vista grossa para problemas específicos de cada país, animados pela euforia em torno dos resultados positivos das vacinas, da definição da eleição americana e da liquidez alta no mundo. No entanto, a tendência é que passem a cobrar em seguida pelos desafios de curto prazo de cada mercado. "No curto prazo, as coisas estão bem, as rentabilidades são atrativas, mas há desafios que vão voltar", disse.
"O fluxo está muito dependente da solução fiscal que vai ser costurada para o Brasil", afirma o economista-chefe no País do Citi, Leonardo Porto. O ponto de inflexão, disse ele, é a questão fiscal, se o teto de gasto será ou não respeitado em 2021, em qual magnitude, e se isso vai se estender para os próximos anos, além de como a despesa maior será financiada.
Na avaliação de Porto, o afrouxamento do teto só ocorre em 2021. Ele espera recuperação do investimento externo direto, que pode somar US$ 56 bilhões no ano que vem, ante US$ 39 bilhões previstos para este ano.
Vulnerável
O Brasil aparece entre os três emergentes mais vulneráveis em 2021, junto com Turquia e África do Sul, segundo ranking elaborado pelo Bank of America, que avalia indicadores macroeconômicos e financeiros. A posição ruim do Brasil é culpa do elevado endividamento, segundo relatório do banco americano. Chamando atenção para a vulnerabilidade brasileira, o canadense TD Bank afirma estar otimista com os emergentes no geral, mas vê oportunidade para diferenciação em 2021 e destaca que o Brasil é especialmente problemático, por conta da situação fiscal muito deteriorada.
"Para vir um fluxo específico para o Brasil é preciso resolver a questão fiscal", destaca o estrategista em moedas e crédito globais da Ohmresearch Independent Insights, Daniel Miraglia, ressaltando que desde novembro o País está recebendo dinheiro de curto prazo que está indo para todos os emergentes, sem diferenciar mercados. "A gente vem de um processo de pandemia em que o mercado entendeu a necessidade de aumento de gastos, mas agora chegou o momento que o mercado quer ver se governo tem mesmo a responsabilidade fiscal desejada", afirma o especialista. As informações são do jornal O Estado de S. Paulo.
Tem offshore? Veja como declarar recursos e investimentos no exterior como pessoa jurídica no IR 2025
Regras de tributação de empresas constituídas para investir no exterior mudaram no fim de 2023 e novidades entram totalmente em vigor no IR 2025
A coruja do Duolingo na B3: aplicativo de idiomas terá BDRs na bolsa brasileira
O programa permitirá que investidores brasileiros possam investir em ações do grupo sem precisar de conta no exterior
Como declarar recursos e investimentos no exterior como pessoa física no imposto de renda 2025
Tem imóvel na Flórida? Investe por meio de uma corretora gringa? Bens e rendimentos no exterior também precisam ser informados na declaração de imposto de renda; veja como
Dólar fraco, desaceleração global e até recessão: cautela leva gestores de fundos brasileiros a rever estratégias — e Brasil entra nas carteiras
Para Absolute, Genoa e Kapitalo, expectativa é de que a tensão comercial entre China e EUA implique em menos comércio internacional, reforçando a ideia de um novo equilíbrio global ainda incerto
É hora de aproveitar a sangria dos mercados para investir na China? Guerra tarifária contra os EUA é um risco, mas torneira de estímulos de Xi pode ir longe
Parceria entre a B3 e bolsas da China pode estreitar o laço entre os investidores do dois países e permitir uma exposição direta às empresas chinesas que nem os EUA conseguem oferecer; veja quais são as opções para os investidores brasileiros investirem hoje no Gigante Asiático
Tarifaço de Trump pode não resultar em mais inflação, diz CIO da Empiricus Gestão; queda de preços e desaceleração global são mais prováveis
No episódio do podcast Touros e Ursos desta semana, João Piccioni, CIO da Empiricus Gestão, fala sobre política do caos de Trump e de como os mercados globais devem reagir à sua guerra tarifária
Dividendos da Petrobras (PETR4) podem cair junto com o preço do petróleo; é hora de trocar as ações pelos títulos de dívida da estatal?
Dívida da empresa emitida no exterior oferece juros na faixa dos 6%, em dólar, com opções que podem ser adquiridas em contas internacionais locais
Não foi só o Banco Master: entre os CDBs mais rentáveis de março, prefixado do Santander paga 15,72%, e banco chinês oferece 9,4% + IPCA
Levantamento da Quantum Finance traz as emissões com taxas acima da média do mercado; no mês passado, estoque de CDBs no país chegou a R$ 2,57 trilhões, alta de 14,3% na base anual
Renda fixa para abril chega a pagar acima de 9% + IPCA, sem IR; recomendações já incluem prefixados, de olho em juros mais comportados
O Seu Dinheiro compilou as carteiras do BB, Itaú BBA, BTG e XP, que recomendaram os melhores papéis para investir no mês
110% do CDI e liquidez imediata — Nubank lança nova Caixinha Turbo para todos os clientes, mas com algumas condições; veja quais
Nubank lança novo investimento acessível a todos os usuários e notificará clientes gradualmente sobre a novidade
Felipe Miranda: Dedo no gatilho
Não dá pra saber exatamente quando vai se dar o movimento. O que temos de informação neste momento é que há uma enorme demanda reprimida por Brasil. E essa talvez seja uma informação suficiente.
Felipe Miranda: Vale a pena investir em ações no Brasil?
Dado que a renda variável carrega, ao menos a princípio, mais risco do que a renda fixa, para se justificar o investimento em ações, elas precisariam pagar mais nessa comparação
XP rebate acusações de esquema de pirâmide, venda massiva de COEs e rentabilidade dos fundos
Após a repercussão no mercado, a própria XP decidiu tirar a limpo a história e esclarecer todas as dúvidas e temores dos investidores; veja o que disse a corretora
PGBL ou VGBL? Veja quanto dinheiro você ‘deixa na mesa’ ao escolher o tipo de plano de previdência errado
Investir em PGBL não é para todo mundo, mas para quem tem essa oportunidade, o aporte errado em VGBL pode custar caro; confira a simulação
De Minas para Buenos Aires: argentinos são a primeira frente da expansão do Inter (INBR32) na América Latina
O banco digital brasileiro anunciou um novo plano de expansão e, graças a uma parceria com uma instituição financeira argentina, a entrada no mercado do país deve acontecer em breve
XP Malls (XPML11) é desbancado por outro FII do setor de shopping como o favorito entre analistas para investir em março
O FII mais indicado para este mês está sendo negociado com desconto em relação ao preço justo estimado para as cotas e tem potencial de valorização de 15%
Mata-mata ou pontos corridos? Ibovespa busca nova alta em dia de PIB, medidas de Lula, payroll e Powell
Em meio às idas e vindas da guerra comercial de Donald Trump, PIB fechado de 2024 é o destaque entre os indicadores de hoje
Debêntures da Equatorial se destacam entre as recomendações de renda fixa para investir em março; veja a lista completa
BB e XP recomendaram ainda debêntures isentas de IR, CRAs, títulos públicos e CDBs para investir no mês
Vencimento de Tesouro Selic paga R$ 180 bilhões nesta semana; quanto rende essa bolada se for reinvestida?
Simulamos o retorno do reinvestimento em novos títulos Tesouro Selic e em outros papéis de renda fixa
Estrangeiro “afia o lápis”, mas ainda aguarda momento ideal para entrar na bolsa brasileira
Segundo o Santander, hoje, os investidores gringos mantêm posições pequenas na bolsa, mas mais inclinados a aumentar sua exposição, desde que surja um gatilho apropriado