CEO da BGC Liquidez projeta alta de até 12% para bolsa dos EUA e diz que dólar abaixo de R$ 4 é difícil neste ano
Mesmo com o câmbio um pouco mais alto, o especialista projeta que o PIB termine este ano com alta de 2,3%. Mas diz que um dos maiores perigos para a expansão é que a reforma tributária seja postergada novamente

Da lista de contatos que Erminio Lucci possui no celular não faltam números de investidores estrangeiros com quem mantém contato frequentemente. Após tanto tempo de conversas, o presidente no Brasil da BGC Liquidez, maior corretora independente do mundo, percebeu uma coisa: não há porque o gringo vir para cá se é possível investir em ações mais líquidas, como Google, Microsoft, Apple etc, e ainda por cima com uma boa rentabilidade.
Para este ano, a expectativa é de continuidade de alta das ações no mercado norte-americano. Mas o ritmo não deve ser o mesmo de 2019, quando o S&P 500, o principal índice de ações da bolsa de Nova York, subiu 29%. Para este ano, Lucci espera que o índice suba entre 10% e 12%.
A perspectiva de alta – ainda que em ritmo menor – tem como base dois fatores: a reprecificação da bolsa pelos investidores e a continuação de uma política expansionista por parte dos bancos centrais do mundo, o que dá suporte para ativos mais arriscados como a bolsa.
“No fim do ano passado, o mercado tirou o cenário de uma possível recessão americana do radar e reprecificou o S&P prevendo um crescimento da economia um pouco menor do que no ano anterior, mas entre 1,5% e 2%”, destacou Lucci.
De olho na manutenção dos juros baixos nos EUA, na balança comercial e nas contas externas brasileiras, além das reformas importantes que o governo precisa endereçar neste ano, o executivo da BGC Liquidez diz que o dólar deve continuar pressionado. E, segundo ele, a tendência é que o brasileiro não veja a moeda americana abaixo dos R$ 4 em 2020.
Mesmo com o câmbio um pouco mais alto, o especialista espera uma retomada da economia e projeta que o Produto Interno Bruto (PIB) termine este ano com alta de 2,3%, percentual um pouco menor do que projetado pelo Ministério da Economia e que prevê expansão de 2,4% em 2020.
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Mas, ao ser questionado sobre os riscos que podem atrapalhar tal alta para o indicador, o CEO da BGC Liquidez cita que um dos maiores perigos é que a reforma tributária seja postergada novamente.
Veja agora os principais trechos da entrevista exclusiva ao Seu Dinheiro:
Uma das coisas que mais chamaram a atenção do mercado no ano passado foi a alta do S&P. Após um período bastante bom para o índice, agora especialistas acreditam que a velocidade de crescimento deve ser menor e que algumas ações estão esticadas. Como vê o desempenho dele em 2020?
O S&P está negociando acima da sua média histórica. Se olharmos por essa métrica, ele estaria overvalued [acima do valor considerado justo para ele], mas há alguns fatores que apontam para outra direção. No fim do ano passado, por exemplo, o mercado reprecificou o índice, retirou o cenário de recessão do radar e projetou um crescimento da economia americana entre 1,5% e 2%. Boa parte do rali de fim de ano reflete isso.
E o que mais mudou a visão dos investidores?
Outro ponto está relacionado à contínua percepção de que o banco central americano (Fed) não fará mais cortes de juros neste ano, especialmente porque é um ano eleitoral. Ou seja, ele deve continuar a ver com mais parcimônia a questão da inflação e do emprego. Isso sem contar que a manutenção da política expansionista do banco central europeu (BCE) junto a do americano vão ajudar a dar suporte para que os ativos de risco sejam mais interessantes do que os treasuries. Isso tudo deve impulsionar uma alta do índice, ainda que em menor velocidade neste ano. Acredito que o S&P deve subir entre 10% e 12% em 2020.
Agora, do lado do câmbio, a expectativa no ano passado era que a moeda americana depreciaria e o real apreciaria. Mas, mesmo diante de um cenário externo mais complicado e um ambiente interno um pouco mais positivo com a entrada de um governo liberal, o real não se valorizou. Como estão as projeções para este ano?
O real começou o ano bastante pressionado. O mercado está preocupado e quer entender como vai se comportar a balança comercial e os indicadores das contas externas do país em um ano de crescimento maior. Além do que houve um esfriamento das principais agendas de reformas, especialmente administrativa e tributária. Agora há uma grande "área cinzenta" sobre qual será a velocidade, o ímpeto e o "timing" dessas duas reformas. Tudo isso deve ajudar a manter o câmbio mais alto. Diante desse cenário, o dólar deve ficar entre R$ 4 e R$ 4,10 em 2020, segundo as nossas projeções.
Há algum cenário em que isso poderia mudar?
Olha, está bastante complicado acertar o câmbio nos últimos anos porque há vários fatores internos e externos envolvidos na precificação do ativo. De qualquer forma, hoje há um consenso no mundo de que o dólar americano frente a uma cesta de moedas de mercados emergentes não deve continuar performando muito bem, o que tende a ser bom para o real. Porém, a dinâmica interna brasileira que envolve números externos e de conta corrente, crescimento do PIB, assim como o fato de que o nosso diferencial de juros em relação aos Estados Unidos continua baixo deve fazer com que seja difícil ver o dólar abaixo de R$ 4 neste ano.
Como vê o cenário externo mundial hoje, após a assinatura do acordo de fase 1 entre Estados Unidos e China e dados melhores de indústria e varejo chineses? O risco maior é interno com relação às reformas?
Eu acho que o cenário externo neste ano mostra-se mais benigno do que em 2019. O "fim" da guerra comercial, pelo menos até a discussão da fase 2 do acordo, reforça essa ideia e é um sinal positivo porque mostra que a dicotomia entre o crescimento das economias e os indicadores de gerente de compras (PMIs) da indústria vem caindo, ou seja, o mercado externo está diminuindo o gap que existia entre os dois. Apesar disso, não penso que o risco maior seja interno. Acho que o Brasil está indo na direção correta para voltar a crescer.
Ainda que os riscos sejam menores, tanto externos quanto internos, quais são os eventos que o investidor precisa manter no radar neste ano?
O risco geopolítico é muito maior do que dez anos atrás. Temos um mundo mais volátil hoje e precisamos ficar atentos. Apesar disso, não penso que conflitos como Estados Unidos e China/Irã escalem porque estamos em ano eleitoral americano. Esse é inclusive outro risco a que os investidores devem ficar atentos.
De que forma as eleições americanas poderiam impactar a bolsa?
Por exemplo, se for um candidato mais à esquerda, o mercado pode não gostar e pode ter um risco maior de que haja uma recessão. Mas, se o eleito for o atual presidente, Donald Trump, o mercado tende a continuar com o cenário que vemos hoje em que há uma projeção de crescimento menor, mas que ficaria entre 1,5% e 2% neste ano.
No ano passado, o dólar à vista terminou 2019 com uma alta de 3,63%, enquanto o Ibovespa acumulou uma expansão de mais de 31%. Quais são as expectativas para o desempenho da bolsa neste ano?
A gente não trabalha com esse tipo de projeção, mas acredito que o Ibovespa deva performar bem e ficar entre 130 mil e 140 mil pontos até o fim do ano. Para isso ocorrer quem irá puxar a alta será o fluxo de investidores locais. O estrangeiro está muito fora do mercado. Ele prefere olhar Google, Microsoft que são empresas que ele conhece mais e que têm liquidez grande, além do que performaram melhor do que o S&P e do que o mercado brasileiro em 2019. Hoje, o estrangeiro pensa: por que eu vou perder o meu tempo olhando um país da América Latina, se aqui eu opero Apple, Google e tenho transparência e assimetria de informação? O investidor de fora não vem por falta de interesse.
Depois de ver uma boa alta em 2019, algumas ações já andaram bastante e há papéis que já estão um pouco caros. Diante disso, ainda é possível encontrar pechinchas na bolsa ?
Não sei dizer se dá pra encontrar pechinchas porque o mercado já andou bastante. Mas os setores mais cíclicos, como bancos, empresas de aço, consumo de bens de capital, bens duráveis, discricionário (carro, geladeira) e o setor de construção civil devem performar muito bem neste ano. Além disso, teremos uma série de empresas, como BNDES e Caixa que farão follow-ons [ofertas subsequentes de ações], além de aberturas de capital de companhias [IPOs, na sigla em inglês] de construção civil.
Agora falando um pouco sobre o crescimento da economia. Na semana passada, o IBC-Br - que é chamado de prévia do PIB - veio melhor do que os analistas esperavam. Por outro lado, dados de produção industrial e vendas no varejo elevaram as preocupações quanto ao desempenho da economia. Isso muda algo para vocês?
Ainda é muito cedo para dizer. A gente está olhando o retrovisor da economia e no momento, há ainda muitos ruídos por conta do Natal, festas e feriados. Continuamos projetando uma alta de 2,3% para o PIB e de inflação de 3,5% para este ano.
Com relação à Selic, quais são as projeções para os juros em 2020?
A gente estima que o Copom faça mais um corte. A atividade ainda está fraca e o desemprego estrutural permanece alto. Além disso, no fim do ano passado, tivemos alguns choques nos preços da carne, mas foram coisas pontuais. Ultimamente, a inflação está bem controlada e dentro da meta do Banco Central. Por essa razão, penso que ainda há espaço para fazer com que a taxa de juros encerre o ano em 4,25% ao ano. Hoje, ela está em 4,50% ao ano.
Ainda que a projeção seja de alta do PIB, quais seriam os fatores que poderiam atrapalhar a maior expansão da economia neste ano?
Em termos de crescimento, a principal reforma que precisa ser feita é a tributária. Ela foca basicamente no microempreendedor e destrava investimentos. A Previdência foi importante para resolver o problema fiscal e estabilizar a relação entre a dívida e o PIB no Brasil. Mas é a tributária que vai ajudar a desburocratizar e gerar maior eficiência.
E se ela não for feita?
Bom, se ela for feita, ela mudaria o ambiente de negócios brasileiro. Porém, se isso não ocorrer, poderia impactar o humor do investidor e consequentemente, a bolsa. O ponto é que eu não sei quanto o mercado está precificando a reforma tributária. Eu penso que se ela estiver precificada agora ainda é pouco.
Por que ela estaria pouco precificada?
Porque ela é bastante complexa. É difícil mensurar como ela vai passar ou se vai passar. O principal problema está em alinhar todos os interesses estaduais, municipais e de governo federal. Mas penso que o Ministro da Economia, Paulo Guedes, vai fazer com que ela ande porque sabe quão importante ela é para destravar o PIB potencial brasileiro.
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