🔴 SELECIONAMOS AS MELHORES RECOMENDAÇÕES DO BTG PACTUAL PARA VOCÊ – ACESSE GRATUITAMENTE

Covid-19: como tudo começou (ou você está preparado para o próximo coronavírus?)

Como acredito que depois teremos novas versões do coronavírus, é bom que o caro assinante saiba como tudo começou, para que não seja surpreendido da próxima vez

29 de março de 2020
10:56 - atualizado às 11:09
Mercado de animais vivos em Guangzhou, na China, em março de 2016
Mercado de animais vivos em Guangzhou, na China, em março de 2016 - Imagem: Shutterstock

Suponho que, no mais tardar, em 2021, o surto pandêmico do covid-19 terá terminado. Como acredito que depois teremos novas versões do coronavírus, é bom que o caro assinante saiba como tudo começou, para que não seja surpreendido da próxima vez.

Para isso, estou me valendo da transcrição de uma matéria que está sendo veiculada pela Qi News, uma revista digital portuguesa, e que me foi enviada por uma amiga que trabalha numa multinacional farmacêutica europeia.

Eis o texto:

“Por que o Covid-19 apareceu na China?

Foi na passagem do ano de 2019 que as autoridades de saúde na China admitiram que havia um problema. Um número crescente de pessoas apresentava sintomas semelhantes, sobretudo tosse seca e febre, antes de contrair pneumonia.

Várias dessas pessoas começaram a morrer.

Leia Também

Os médicos chamaram essa doença de Covid-19 (CORONAVÍRUS DISEASE 2019), indicando que era um vírus que causava a enfermidade.

Quando tentaram procurar a sua origem, encontraram uma fonte provável: um mercado de comida em Wuhan.

Dos primeiros 41 doentes infetados com o vírus, 27 tinham estado nesse mercado.

Não eram provas conclusivas, mas as autoridades chinesas fecharam o mercado imediatamente. Já tinham visto isto acontecer num lugar semelhante.

Em 2002, um coronavírus apareceu em outro mercado do mesmo tipo no Sul da China. Este vírus acabou por chegar a 29 países e por causar a morte de aproximadamente 800 pessoas.

Agora, 18 anos depois, este novo coronavírus já está em pelo menos 184 países e já causou a morte de mais de 10 mil pessoas (dados defasados).

Então o que é que esses mercados têm a ver com os surtos de coronavírus e por que que isso acontece na China?

Muitos dos vírus que nos causam doenças têm origem em animais. Alguns dos vírus da gripe vêm de aves ou porcos. O HIV, dos chipanzés. O Ébola, provavelmente de morcegos.

No caso do Covid-19, parece ter sido originado no contato de um morcego com um pangolim, antes de ter infectado um ser humano.

Os vírus são especialistas em passar de umas espécies para as outras, mas é relativamente raro uma cadeia de transmissão que atravesse três espécies ao mesmo tempo e que uma dessas espécies seja um ser humano.

É raro porque todos esses hospedeiros teriam de estar no mesmo local, num intervalo de tempo relativamente curto, e é aí que entra o mercado de Wuhan. É um mercado vivo.

Nesses mercados, os animais estão vivos e são mortos e vendidos aos clientes na hora. As gaiolas ficam empilhadas umas em cima das outras e os animais que estão em baixo são ensopados com os fluidos que escorrem dos animais que estão em cima: fezes, urina, sangue, pus, etc. E é exatamente assim que um vírus salta de um animal para outro.

Se esse outro animal entra em contato ou é consumido por um ser humano, o vírus pode então, potencialmente, infectar esse ser humano. E se esse vírus passa então para outro ser humano, está iniciado um surto viral.

Em todo o mundo há mercados vivos, mas os localizados na China são particularmente famosos. Isso se deve à grande quantidade de animais oferecidos, incluindo muitas espécies selvagens. Há animais de todo o mundo e cada um pode transportar vírus característicos de sua espécie para os consumidores.

A razão pela qual esses animais estão todos no mesmo mercado é devido a uma decisão tomada pelo governo chinês há várias décadas.

Nos anos 1970, a China estava prestes a entrar em colapso. A fome tinha matado mais de 36 milhões de pessoas e o regime comunista, que controlava a produção de comida, perdera a capacidade de alimentar a população de mais de 900 milhões de chineses.

Em 1978, à beira do caos, o regime abdicou desse controle e legalizou a privatização da agricultura.

Enquanto as grandes empresas começaram a dominar a produção de espécies de consumo popular como o porco e o frango, alguns pequenos produtores passaram a capturar e fazer criação de espécies de animais selvagens como forma de sustento.

No início eram pequenas iniciativas, como produção de carne de tartaruga, por exemplo, ou de cobra.

Foi assim que a criação de animais selvagens começou na China. E como se tornou uma forma de sustento para a população, o governo chinês apoiou e encorajou essa atividade.

Mais tarde, em 1988, Pequim tomou uma decisão que alterou completamente a realidade do comércio de animais selvagens no país. Promulgou a lei da Proteção de Animais Selvagens, que os definiu como sendo Recursos Naturais de Propriedade do Estado e regulamentou as atividades que utilizavam esses recursos.

A mesma lei encorajou a domesticação e criação de espécies de animais selvagens. E assim nasceu uma indústria.

As pequenas produções locais se tornaram grandes empreendimentos industriais. Quanto maior o número de animais concentrados no mesmo local, maior a probabilidade do surgimento e disseminação de doenças como vírus e infecções bacterianas. Também aumentou a diversidade de espécies criadas pelos produtores, o que, por sua vez, significou o aumento das espécies de vírus.

Todos esses animais começaram a ir vivos para os mercados, para venda e consumo da população.

Essa indústria, agora legal, de comércio de animais selvagens começou a ter expressão na China e serviu de encobrimento para uma indústria, esta ilegal, de comércio de espécies ameaçadas de extinção, como o pangolim.

No início dos anos 2000, esses mercados estavam cheios de animais selvagens. Então aconteceu o inevitável. Em 2003, a origem do surto de SARS, o coronavírus relacionado com a Síndrome Respiratória Aguda Grave foi localizado num mercado vivo no Sul da China.

Nessa ocasião, cientistas encontraram vestígios do vírus em civetas, que eram comercializadas nos mercados.

As autoridades chinesas fecharam os estabelecimentos e proibiram imediatamente a criação de animais selvagens. Mas, apenas alguns meses depois do surto, essas mesmas autoridades declararam que era legal a criação de 54 espécies de animais selvagens, incluindo as próprias civetas.

Em 2004, a indústria de animais selvagens na China estava estimada em 14,5 bilhões de dólares e detinha um lobby influente na administração central em Pequim.

É por causa dessa influência que o governo chinês tem deixado que o comércio de animais selvagens cresça ao longo dos anos.

Em 2018, a indústria de criação de animais silvestres e selvagens começou a ocupar os nichos de comércio de alimentos com propriedades ligadas ao aprimoramento da forma física, performance sexual, estética e, é claro, saúde.

Nenhum desses conceitos tem validade científica.

Independentemente disso, esses produtos se tornaram populares numa nova classe rica e populosa emergente na China. E foi justamente essa nova minoria influente que o governo chinês pretendeu favorecer com as leis do comércio de animais selvagens, pondo em risco a grande maioria da população do país.

Pouco depois do surto do COVID-19, a administração central, em Pequim, mandou fechar milhares de mercados de animais vivos e baniu temporariamente o comércio de espécies selvagens.

Várias organizações espalhadas pelo mundo estão apelando para que essa proibição se torne permanente.

Em resposta, há relatos de que a China esteja disposta a rever a Lei de Proteção de Animais Selvagens, que em 1988 encorajava os pequenos produtores a fazer criação dessas espécies. Mas a menos que essas ações levem a uma proibição permanente da criação e comércio de espécies animais selvagens, surtos e epidemias como esta vão certamente continuar a acontecer.”

COMPARTILHAR

Whatsapp Linkedin Telegram
O MELHOR DO SEU DINHEIRO

Construtoras avançam com nova faixa do Minha Casa, e guerra comercial entre China e EUA esfria

11 de junho de 2025 - 8:20

Seu Dinheiro entrevistou o CEO da Direcional (DIRR3), que falou sobre os planos da empresa; e mercados globais aguardam detalhes do acordo entre as duas maiores potências

O MELHOR DO SEU DINHEIRO

Pesou o clima: medidas que substituem alta do IOF serão apresentadas a Lula nesta terça (10); mercados repercutem IPCA e negociação EUA-China

10 de junho de 2025 - 8:40

Entre as propostas do governo figuram o fim da isenção de IR dos investimentos incentivados, a unificação das alíquotas de tributação de aplicações financeiras e a elevação do imposto sobre JCP

EXILE ON WALL STREET

Felipe Miranda: Para quem não sabe para onde ir, qualquer caminho serve

9 de junho de 2025 - 20:00

O anúncio do pacote alternativo ao IOF é mais um reforço à máxima de que somos o país que não perde uma oportunidade de perder uma oportunidade. Insistimos num ajuste fiscal centrado na receita, sem anúncios de corte de gastos.

O MELHOR DO SEU DINHEIRO

Celebrando a colheita do milho nas festas juninas e na SLC Agrícola, e o que esperar dos mercados hoje

9 de junho de 2025 - 8:19

No cenário global, investidores aguardam as negociações entre EUA e China; por aqui, estão de olho no pacote alternativo ao aumento do IOF

VISÃO 360

Azul (AZUL4) no vermelho: por que o negócio da aérea não deu samba?

8 de junho de 2025 - 8:00

A Azul executou seu plano com excelência. Alcançou 150 destinos no Brasil e opera sozinha em 80% das rotas. Conseguiu entrar em Congonhas. Chegou até a cair nas graças da Faria Lima por um tempo. Mesmo assim, não escapou da crise financeira.

O MELHOR DO SEU DINHEIRO

A seleção com Ancelotti, e uma empresa em baixa para ficar de olho na bolsa; veja também o que esperar para os mercados hoje

6 de junho de 2025 - 8:20

Assim como a seleção brasileira, a Gerdau não passa pela sua melhor fase, mas sua ação pode trazer um bom retorno, destaca o colunista Ruy Hungria

SEXTOU COM O RUY

A ação que disparou e deixa claro que mesmo empresas em mau momento podem ser ótimos investimentos

6 de junho de 2025 - 6:05

Às vezes o valuation fica tão barato que vale a pena comprar a ação mesmo que a empresa não esteja em seus melhores dias — mas é preciso critério

O MELHOR DO SEU DINHEIRO

Apesar da Selic, Tenda celebra MCMV, e FII do mês é de tijolo. E mais: mercado aguarda juros na Europa e comentários do Fed nos EUA

5 de junho de 2025 - 8:26

Nas reportagens desta quinta, mostramos que, apesar dos juros nas alturas, construtoras disparam na bolsa, e tem fundo imobiliário de galpões como sugestão para junho

EXILE ON WALL STREET

Rodolfo Amstalden: Aprofundando os casos de anomalia polimórfica

4 de junho de 2025 - 20:00

Na janela de cinco anos podemos dizer que existe uma proporcionalidade razoável entre o IFIX e o Ibovespa. Para todas as outras, o retorno ajustado ao risco oferecido pelo IFIX se mostra vantajoso

O MELHOR DO SEU DINHEIRO

Vanessa Rangel e Frank Sinatra embalam a ação do mês; veja também o que embala os mercados hoje

4 de junho de 2025 - 8:13

Guerra comercial de Trump, dados dos EUA e expectativa em relação ao IOF no Brasil estão na mira dos investidores nesta quarta-feira

O MELHOR DO SEU DINHEIRO

O Brasil precisa seguir as ‘recomendações médicas’: o diagnóstico da Moody’s e o que esperar dos mercados hoje

3 de junho de 2025 - 8:15

Tarifas de Trump seguem no radar internacional; no cenário local, mercado aguarda negociações de Haddad com líderes do Congresso sobre alternativas ao IOF

Insights Assimétricos

Crônica de uma ruína anunciada: a Moody’s apenas confirmou o que já era evidente

3 de junho de 2025 - 6:05

Três reformas estruturais se impõem como inevitáveis — e cada dia de atraso só agrava o diagnóstico

EXILE ON WALL STREET

Tony Volpon: O “Taco Trade” salva o mercado

2 de junho de 2025 - 20:00

A percepção, de que a reação de Trump a qualquer mexida no mercado o leva a recuar, é uma das principais razões pelas quais estamos basicamente no zero a zero no S&P 500 neste ano, com uma pequena alta no Nasdaq

O MELHOR DO SEU DINHEIRO

O copo meio… cheio: a visão da Bradesco Asset para a bolsa brasileira e o que esperar dos mercados hoje

2 de junho de 2025 - 8:23

Com feriado na China e fala de Powell nos EUA, mercados reagem a tarifas de Trump (de novo!) e ofensiva russa contra Ucrânia

TRILHAS DE CARREIRA

Você já ouviu falar em boreout? Quando o trabalho é pouco demais: o outro lado do burnout

1 de junho de 2025 - 8:07

O boreout pode ser traiçoeiro justamente por não parecer um problema “grave”, mas há uma armadilha emocional em estar confortável demais

O MELHOR DO SEU DINHEIRO

De hoje não passa: Ibovespa tenta recuperação em dia de PIB no Brasil e índice favorito do Fed nos EUA

30 de maio de 2025 - 8:07

Resultado do PIB brasileiro no primeiro trimestre será conhecido hoje; Wall Street reage ao PCE (inflação de gastos com consumo)

SEXTOU COM O RUY

A Petrobras (PETR4) está bem mais próxima de perfurar a Margem Equatorial. Mas o que isso significa?

30 de maio de 2025 - 6:01

Estimativas apontam para uma reserva de 30 bilhões de barris, o que é comparável ao campo de Búzios, o maior do mundo em águas ultraprofundas — não à toa a região é chamada de o “novo pré-sal”

O MELHOR DO SEU DINHEIRO

Prevenir é melhor que remediar: Ibovespa repercute decisão judicial contra tarifaço, PIB dos EUA e desemprego no Brasil

29 de maio de 2025 - 8:17

Um tribunal norte-americano suspendeu o tarifaço de Donald Trump contra o resto do mundo; decisão anima as bolsas

EXILE ON WALL STREET

Rodolfo Amstalden: A parábola dos talentos financeiros é uma anomalia de volatilidade

28 de maio de 2025 - 20:00

As anomalias de volatilidade não são necessariamente comuns e nem eternas, pois o mercado é (quase) eficiente; mas existem em janelas temporais relevantes, e podem fazer você ganhar uma boa grana

O MELHOR DO SEU DINHEIRO

Época de provas na bolsa: Ibovespa tenta renovar máximas em dia de Caged, ata do Fed e recuperação judicial da Azul

28 de maio de 2025 - 8:09

No noticiário corporativo, o BTG Pactual anunciou a compra de R$ 1,5 bilhão em ativos de Daniel Vorcaro; dinheiro será usado para capitalizar o Banco Master

Menu

Usamos cookies para guardar estatísticas de visitas, personalizar anúncios e melhorar sua experiência de navegação. Ao continuar, você concorda com nossas políticas de cookies

Fechar