Assim como a ministra Rita Lee, me cansei de escutar opiniões de como ter um mundo melhor. Quero mais saúde!
Nesse sentido, a saída de Luiz Henrique Mandetta do Ministério da Saúde era inevitável, embora lamentável. Em meio aos atritos constantes entre o agora ex-ministro e o presidente, só quem ganhava era o coronavírus.
Talvez por isso mesmo, o novo ministro Nelson Teich falou em “alinhamento” no breve discurso que fez ao lado de Jair Bolsonaro. Resta saber que tipo de alinhamento teremos.
Vai prevalecer a visão do presidente de redução do isolamento social em nome da retomada da economia? Mesmo com todas as restrições, ultrapassamos hoje a marca de 30 mil casos de coronavírus, com 1924 mortes.
O novo ministro falou que não haverá nenhuma definição brusca do que vai acontecer e que tudo será feito de forma científica. Se for o caso, é provável que os rumos no ministério continuem como na gestão de Mandetta.
Seja como for, o mais provável é que as autoridades continuem batendo cabeça nas ações contra a covid-19. No discurso de hoje, Bolsonaro voltou a criticar as medidas de restrição à circulação tomadas por governadores e prefeitos.
Como se já não bastasse todo o impacto na economia com o necessário isolamento para conter a disseminação do vírus, a indefinição política pesou nos mercados.
A saída de Mandetta já era esperada, mas o Ibovespa se descolou das bolsas em Nova York e fechou em queda de 1,29%, aos 77.811 pontos e o dólar voltou a subir. Confira como ficou a saúde dos mercados hoje na cobertura do Victor Aguiar.
10 anos em 1 mês
Parte das atenções dos investidores se voltou hoje para Brasília, mas no front econômico o principal número veio dos Estados Unidos. O número de pedidos de seguro desemprego na maior economia do mundo atingiu 5,2 milhões na semana passada. Somando esse dado aos anteriores, já são mais de 20 milhões de pessoas desempregadas como reflexo da pandemia do novo coronavírus. Isso equivale ao total de vagas criadas no país em uma década.
Foi bom, mas não vai continuar
O presente foi satisfatório; o futuro nem tanto. A redução do preço-alvo das ações da XP Investimentos pelo Credit Suisse traz essa mensagem: o banco suíço vê que os bons resultados não serão sustentáveis ao longo do ano. O primeiro trimestre, de todo modo, agradou o mercado e isso se refletiu no desempenho da ação, que é negociada na Nasdaq. Veja o que os analistas esperam para a XP.
Socorro dos bancos
Vem mais ajuda aí: desta vez, os bancos é que devem lançar um pacote de emergência para auxiliar os setores mais afetados pela crise, como companhias aéreas, empresas de energia e automotivos. O socorro total chegará a R$ 50 bilhões, diz o Estadão. Outros segmentos da economia também poderão ganhar a ajuda emergencial. Saiba quais nesta matéria.
Devo, não nego...
Com boa parte dos aviões no chão, a Azul está se mexendo em meio à crise. Para isso, a aérea contratou a consultoria Galeazzi e Associados como assessor financeiro em negociações com credores e fornecedores. A empresa já anunciou a redução da malha, cortes salariais e um programa de licença não remunerada. A reestruturação envolve o trabalho de outras consultorias, como você lê nesta matéria.
Um dia de cada vez
É possível ter lucidez, sangue frio e matemática do seu lado e ainda assim o mundo lhe dar uma rasteira. O mercado não segue a descrição de equações, pois é infinitamente maior do que os seus investidores individualmente. Em um momento de insanidade social e econômica, nosso colunista Rodolfo Amstalden fala da importância de sobreviver e se manter são. Recomendo muito a leitura!
Uma ótima noite para você.
Aquele abraço!