ESG no Brasil é conversa pra boi dormir?
Na última quinta-feira, véspera do Dia da Consciência Negra, o País ficou horrorizado com a morte de João Alberto de Freitas, homem negro que foi espancado por seguranças de uma loja da rede Carrefour em Porto Alegre.
Não foi o primeiro incidente em uma loja da companhia a ganhar o noticiário policial. Desta vez, o episódio ainda foi agravado por suspeita de racismo. Mas no dia seguinte ao ocorrido, as ações do Carrefour Brasil tiveram alta na B3. Os papéis só sofreram um baque mesmo ontem, após uma série de protestos que envolveram inclusive depredações de lojas da rede.
Muito se fala que o mercado é amoral. Isto é, ele não está do lado do “bem” ou do “mal”, mas simplesmente daquilo que pode se reverter em maiores lucros para as companhias.
Acontece que, já há algum tempo, o mercado percebeu que boas práticas sociais, ambientais e de governança corporativa tendem a gerar melhores resultados para as empresas. O conceito foi inclusive embalado em uma sigla cada vez mais utilizada por investidores e instituições financeiras: ESG - Environmental, Social and Governance.
Lá fora a coisa já tem um elevado grau de seriedade. Afinal, grandes investidores estrangeiros dão prioridade ou mesmo exclusividade a empresas que sigam esses princípios. Não por acaso a política ambiental brasileira é fator de preocupação para o mercado financeiro local. Fica difícil atrair dinheiro gringo para um país que também não está seguindo as melhores práticas ESG.
Mas e aqui dentro, o investidor local já leva a sério a pauta? E os reguladores? O caso do Carrefour, afinal, é só mais um de uma longa lista de episódios no mínimo questionáveis.
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Quando ocorreu a tragédia de Brumadinho, no ano passado, a B3 levou 13 dias para retirar a Vale do Índice de Sustentabilidade Empresarial (ISE), indicador que reúne as empresas teoricamente mais sustentáveis da bolsa.
Casos nebulosos de governança então não faltam, como a da recente venda da Linx para a Stone, com um pagamento diferenciado para os sócios-fundadores, ou um polêmico pagamento milionário feito pela Qualicorp ao seu fundador em 2018. O caso do IRB acho que não preciso nem comentar, né? Tanto Linx, quanto Qualicorp e IRB são listadas no Novo Mercado, nível mais alto de governança corporativa da B3.
Afinal, ESG no Brasil é conversa pra boi dormir? O Kaype Abreu conversou sobre o caso Carrefour com Fabio Alperowitch, gestor da Fama Investimentos, especializada em investimentos ESG “desde antes de ser modinha”. E o que ele de fato enxerga é que o ESG em terras tupiniquins ainda caminha devagar. Recomendo muito a leitura!
INVESTIMENTOS
• Os avanços no desenvolvimento de vacinas contra o coronavírus levaram a um movimento de “rotação” nas bolsas mundiais, com migração de recursos das empresas beneficiadas pela pandemia para aquelas que ficaram para trás. Mas o que será que os grandes gestores profissionais do Brasil acham desse movimento? Confira na matéria do Vinícius Pinheiro.
MERCADOS
• O Ibovespa registrou a 12ª alta de um total de 16 sessões em novembro, puxado por disparadas de blue chips e uma possível vacina a caminho. Com isso, o principal índice da B3 se aproximou dos 110 mil pontos. O Felipe Saturnino conta todos os detalhes do pregão de hoje.
• O pregão do dia 20 de novembro foi o primeiro deste mês em que o fluxo de investimentos estrangeiros foi negativo. Naquele dia, os gringos retiraram R$ 163,047 milhões da B3. O saldo em novembro, porém, continua positivo.
• O Bank of America (BofA) elevou a recomendação para as ações da Petrobras de neutro para compra e revisou para cima o preço-alvo dos papéis da estatal. Em relatório, a instituição destaca uma série de fatores positivos que podem impulsionar o preço da ação em até 51%.
EMPRESAS
• Uma empresa que oferece produtos e serviços completos "atrelados ao luto", como funerais e cremações, quer abrir capital na bolsa no início do ano que vem. O Grupo Cortel pretende ser a primeira desse setor a estrear na B3. Saiba mais nesta matéria.
• O CEO da Tesla, Elon Musk, agora é a segunda pessoa mais rica do mundo, segundo o ranking da Bloomberg. O executivo ultrapassou Bill Gates, mas ainda segue atrás de Jeff Bezos. Veja o tamanho da fortuna de cada um.
ECONOMIA
• A inflação dá sinais de desaceleração, mas permanece em patamares historicamente elevados. Prévia do índice oficial de preços, o IPCA-15 ficou em 0,81% em novembro, segundo o IBGE. É a maior leitura para o mês desde 2015.
• A equipe econômica do governo estuda uma maneira de estender o pagamento do auxílio emergencial caso se confirme uma piora dos efeitos econômicos da pandemia no início do ano que vem. Mas hoje o secretário do Tesouro, Bruno Funchal, disse que o espaço para a prorrogação do auxílio é “muito reduzido”, “se não zero”.
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