Um mercado, qualquer que seja, vive de ciclos, de momentos de alta e de baixa, que se ligam continuamente como se não houvesse divisão — e não há mesmo.
Howard Marks ilustrou esse movimento como um pêndulo que vai e volta, mas se move em torno de um ponto comum.
Quando mais ele vai para a direita, mais forte ele volta para a esquerda, a exemplo de um processo de ação e reação. Isso serve tanto para mercado quanto para pautas políticas.
Se o pêndulo se move muito em uma direção, em algum momento ele vai voltar com uma reação proporcional a essa ação, tão simples quanto a ilustração de Marks.
O grande problema é que, mesmo que você entenda esse movimento, é muito difícil saber até onde o pêndulo vai para voltar novamente.
Em que ponto estamos do ciclo mundial de crescimento? Já estamos no final, no meio ou apenas no começo?
Paralelamente a essa discussão, ainda temos questões pertinentes sobre mudanças de conceito do que é normal ou anormal no mercado.
O maior ciclo de alta (em anos) do mercado mundial deveria significar que, logo, logo, o pêndulo vai mudar de direção ou que estamos vivendo uma nova realidade econômica?
Será que um ciclo eterno de alta com quedas suavizadas é o nosso admirável mundo novo?
Ninguém sabe ao certo, mas é preciso tomar uma posição quando se trata do seu dinheiro. Mas não estou falando de uma aposta unidirecional com todo o seu capital.
O que quero dizer é que, mesmo que você tenha mais perguntas que respostas, alguma ação tem que ser tomada, pois ficar em cima do muro será ainda pior que tomar uma decisão ruim.
Isso porque a decisão ruim ainda vai te ensinar algo que fará você acertar uma próxima, mas a indecisão só tornará você covarde.
Em março de 2016, tomei a decisão de escolher um lado e comprar bitcoin a aproximadamente US$ 400.

Sempre acumulei bitcoin desde então e nunca zerei minha posição, apesar de ter feito vendas parciais posteriores à data da imagem.
Lembro que, em um mercado de marasmo total e fora da grande mídia, fui um dos primeiros no círculo de amigos a falar do ativo.
Como você pode adivinhar, ninguém me deu bola até 2017.
Foi então que muita gente com quem eu não falava há anos veio me perguntar sobre o assunto.
Também em 2017 eu podia falar no que trabalhava que com certeza as pessoas me viam diferente.
Verdade seja dita, ninguém entendia bitcoin nem com o que eu trabalhava, mas a aura de ter se dado bem e ser um gênio existia no imaginário de várias pessoas.
Novamente a oportunidade de viver um ciclo de alta dos criptoativos está sendo dada aos investidores.
O preço do bitcoin gira em torno dos US$ 10 mil e o tamanho do mercado cripto é de aproximadamente US$ 300 bilhões.
Números muito parecidos com os de novembro de 2017, quando a mídia no mundo todo não parava de falar do ativo e de cripto em geral.
No entanto, hoje não temos alguns minutos no Jornal Nacional para o Samy Dana falar sobre a variação do preço do bitcoin, nem você está ouvindo falar do termo na rua como ocorria três anos atrás.
Outro fato que deve ser pontuado é que, dentro do top 10 dos criptoativos em 2020, o bitcoin foi o que rendeu menos.
Esse contexto parece muito com o que vivemos no começo de 2017 e nenhuma euforia ainda tomou conta do mercado.
O que se desenha é um bull market de cripto com maior rentabilidade em ativos diferentes do bitcoin, as altcoins.
É o bull market com tempero de altseason.