A última depressão já acabou?
Muitos dos problemas financeiros de hoje decorrem de problemas da última depressão econômica que nunca foram resolvidos.
Dando um passo atrás e olhando para os últimos 75 anos, você pode argumentar que a última depressão nunca acabou.
Muitos dos problemas financeiros de hoje decorrem de problemas da última depressão econômica que nunca foram resolvidos. Os problemas foram simplesmente empurrados para frente, para a nossa geração, e vão continuar a ser repassados para as próximas gerações.
Hoje estamos entrando em uma nova era. Uma crise paira sobre nós em todo o mundo.
É incrivelmente desencorajador saber que as pessoas se sentem seguras se apegando ao dinheiro que têm na poupança, no fundo de previdência privada, ao pagamento da Previdência Social, buscando reduzir suas despesas e ter uma vida mais simples.
Essa forma de pensar não vai mais funcionar na economia pós-coronavírus.
Minha geração — a chamada "geração dos baby boomers", das pessoas nascidas entre 1946 e 1964 — e seus filhos vivenciaram o período de maior crescimento econômico da história. Os "baby boomers" não sabem o que é uma depressão. A maioria conhece apenas períodos de bonança.
Leia Também
Os CDBs que pagam acima da média, dados dos EUA e o que mais movimenta a bolsa hoje
Essa geração foi abençoada por ter nascido em um período de grande expansão econômica, que começou em 1971, quando todo o dinheiro do mundo se tornou dinheiro do "Jogo Imobiliário". Muitas pessoas da minha geração ganharam caminhões de dinheiro. Depois da crise de 2007, muitos da minha geração perderam caminhões de dinheiro. Mas pior do que estarem sem dinheiro é o fato de não terem mais tempo para recuperar o que perderam.
Temo que a minha geração e os seus filhos não estejam preparados para o declínio econômico, a depressão que acredito que está por vir. Se uma pessoa só conhece períodos de depressão econômica, ela pode não estar preparada para a vida em tempos de deflação ou hiperinflação.
Nosso sistema educacional falhou com milhões de pessoas — mesmo com as instruídas. Agora você controla o seu futuro e é a hora de você se instruir — de ensinar a você mesmo as novas regras do dinheiro. E, ao fazer isso, você assume o controle do seu destino e joga o jogo do dinheiro conforme as novas regras dele.
Antifrágil
Em 1978, eu me tornei o vendedor número um do "President Club" da Xerox. Eu tinha atingido o meu objetivo. Tinha aprendido a superar a minha timidez e o meu medo de rejeição e tinha aprendido a vender, apesar de ainda ser tímido e temer ser rejeitado. Mas tinha aprendido a habilidade principal de um empreendedor: a habilidade de vender.
Em 1978, anunciei à Xerox Corporation que estava me demitindo para criar a minha própria empresa e agradeci a eles pelos quatro ótimos anos de grande aprendizado.
No nosso tempo livre, eu e um amigo que também trabalhava na Xerox começamos a criar a nossa startup — a primeira empresa de carteiras de velcro para surfistas — do outro lado da rua onde fica a sede da Xerox no centro de Honolulu, no Havaí.
Nosso primeiro carregamento de 100.000 carteiras de nylon tinha acabado de chegar em Nova York, vindo da Coreia do Sul. Era a hora de começar a vender as carteiras. Eu e meu amigo estávamos empolgados e ao mesmo tempo aterrorizados. Era tudo ou nada.
Quando eu estava indo embora da Xerox, Elaine, a recepcionista, sorriu e disse: "Você vai fracassar… e você vai voltar".
Ao longo dos anos, ela tinha visto muitos vendedores jovens e bem-sucedidos como eu pedirem demissão para criar o seu próprio negócio, fracassarem e retornarem para a Xerox. Um dos meus gerentes de vendas era um deles.
Eu e meu amigo, que até hoje ainda é um dos meus melhores amigos, fomos bem-sucedidos. Nos saímos melhor do que jamais podíamos ter imaginado. As carteiras de nylon se tornaram uma moda mundial. Estavam em revistas de artigos esportivos, revistas de corrida, revistas de surf, até mesmo na Playboy. Chovia dinheiro. Tínhamos conquistado o "Sonho Americano". Nos tornamos milionários. Aí quebramos. Perdemos tudo. Eu demorei quase oito anos para conseguir pagar de volta aos investidores, um deles era meu próprio pai, meu pai pobre.
Essa experiência foi uma verdadeira aula.
Minha resposta para a Elaine, no dia em que pedi demissão da Xerox, foi: "Eu vou fracassar… mas eu nunca vou voltar". E nunca voltei. Eu continuei acumulando conquistas e fracassos. Eu vou sempre continuar acumulando conquistas e fracassos, não importa o quão rico ou bem-sucedido eu tenha me tornado.
Isso é o que o escritor e matemático Nassim Taleb, autor do livro "A Lógica do Cisne Negro", chama de "antifrágil". Assim como o nosso corpo precisa de desafios, estresse e adversidades para se manter forte, o espírito humano também precisa. E nosso espírito vive em nossos corações.
Os livros "A Superproteção da Mente Americana", de Greg Lukianoff e Jonathan Haidt, e "Anti frágil", lançado em 2012 por Taleb, assumem a posição de que nossos sistemas educacionais estão inadvertidamente prejudicando o futuro dos estudantes, os tornando frágeis em vez de prepará-los para um futuro esperado do cisne negro.
Taleb nos pede para distinguir esses três tipos de pessoas:
- Algumas pessoas são frágeis, como uma fina louça de porcelana chinesa. Elas "quebram" facilmente e não são capazes de se restabelecer por conta própria, então você precisa tratá-las com cuidado.
- Algumas pessoas são resilientes como copos de plástico. Elas podem resistir aos grandes choques da vida. Os pais geralmente dão aos seus filhos copos de plástico. O problema é que os copos de plástico não se beneficiam com as quedas para aprender, crescer ou se fortalecer.
- Algumas pessoas são antifrágeis. As pessoas antifrágeis precisam passar por estresse, desafios e dificuldades para aprender, se adaptar e crescer.
Sistemas antifrágeis crescem mais fracos, mais rígidos e menos eficientes quando não desafiados. Por exemplo, nossos músculos se tornam mais fracos e os ossos mais frágeis, assim como ocorre com as crianças, porque as crianças e os seres humanos têm sistemas antifrágeis.
Se uma pessoa passa um mês na cama, seus músculos atrofiam porque sistemas complexos se enfraquecem quando privados de estresse.
Quando pais e professores superprotetores protegem os estudantes da vida real, eles estão prejudicando esses estudantes e o futuro do nosso mundo. Além disso, pessoas frágeis se tornam violentas, defendem o direito de serem protegidas do mundo real. Muitas pessoas são resilientes e fortes. Novamente, o problema das pessoas fortes e resistentes é que elas não crescem ou aprendem e ficam para trás à medida que o mundo se direciona rumo ao futuro.
A seguir, uma citação, velhas palavras de sabedoria que os autores de "A Superproteção da Mente Americana" usam no começo do primeiro capítulo do livro, "A inverdade da fragilidade".
Quando o céu está prestes a conferir uma grande responsabilidade a qualquer homem, ele vai exercitar a sua mente com sofrimento, sujeitar seus tendões e ossos ao trabalho duro e expor seu corpo à fome, deixando-o na pobreza, colocando obstáculos no caminho de suas ações, para assim estimular sua mente, fortalecer sua natureza e melhorar onde quer que ele seja incompetente — Mêncio, filósofo chinês do século IV A.C.
Se você está preocupado com a sua família nesses tempos de incerteza, agora é sua oportunidade de se tornar antifrágil.
- Vídeo: Veja aqui a série especial de Robert Kiyosaki sobre como gerar renda passiva toda semana.
Riqueza Geracional
Meu pai rico com frequência dizia: "A maioria das fortunas familiares desaparecem em três gerações. A primeira geração a conquista, a segunda a desfruta e a terceira a perde."
É por isso que ele estava ensinando o seu filho e a mim sobre o mundo de verdade dos negócios e do mercado imobiliário. Ele não queria que sua fortuna acabasse na terceira geração. Meu pai rico a chamava de "riqueza de dinastia", riqueza que é transferida de geração para geração. Meu pai rico também dizia: "A maioria dos pais pobres e de classe média só querem que seus filhos consigam um bom emprego."
James Rickards, no livro "O Caminho para a Ruína", conta a história de quando encontrou uma linda mulher na Itália, cujo patrimônio da família vinha sendo passado de geração para geração ao longo dos últimos 900 anos. Se você conhece a história da Itália, sabe que ter uma riqueza de dinastia ao longo de 900 anos é algo praticamente impossível.
Quando ele perguntou a ela como o patrimônio de sua família seguiu adiante por 900 anos, ela respondeu: "Isso é fácil. Investimos em coisas que duram".
Quando ele perguntou a ela quais eram esses investimentos, ela disse: "Imóveis, ouro e obras de arte com qualidade de museu". Ela não citou dinheiro, ações, títulos, fundos mútuos ou ETFs.
Essa é outra razão pela qual eu e Kim criamos o jogo Cashflow, escrevemos nossos livros e ensinamos. Queremos que as pessoas ensinem outras pessoas, que pais ensinem seus filhos e que então mais riquezas de dinastia sejam criadas, em famílias que as façam crescer e passar adiante por gerações.
Abraço
Rodolfo Amstalden: Podemos resumir uma vida em uma imagem?
Poucos dias atrás me deparei com um gráfico absolutamente pavoroso, e quase imediatamente meu cérebro fez a estranha conexão: “ora, mas essa imagem que você julga horripilante à primeira vista nada mais é do que a história da vida da Empiricus”
Shutdown nos EUA e bolsa brasileira estão quebrando recordes diariamente, mas só um pode estar prestes a acabar; veja o que mais mexe com o seu bolso hoje
Temporada de balanços, movimentos internacionais e eleições do ano que vem podem impulsionar ainda mais a bolsa brasileira, que está em rali histórico de valorizações; Isa Energia (ISAE4) quer melhorar eficiência antes de aumentar dividendos
Ibovespa imparável: até onde vai o rali da bolsa brasileira?
No acumulado de 2025, o índice avança quase 30% em moeda local — e cerca de 50% em dólar. Esse desempenho é sustentado por três pilares centrais
Felipe Miranda: Como era verde meu vale do silício
Na semana passada, o mitológico investidor Howard Marks escreveu um de seus icônicos memorandos com o título “Baratas na mina de carvão” — uma referência ao alerta recente de Jamie Dimon, CEO do JP Morgan, sobre o mercado de crédito
Banco do Brasil (BBAS3) precisará provar que superou crise do agro, mercado está otimista com fim do shutdown nos EUA no horizonte, e o que mais você precisa saber sobre a bolsa hoje
Analistas acreditam que o BB não conseguirá retomar a rentabilidade do passado, e que ROE de 20% ficou para trás; ata do Copom e dados de inflação também mexem com os mercados
Promovido, e agora? Por que ser bom no que faz não te prepara para liderar pessoas
Por que seguimos promovendo técnicos brilhantes e esperando que, por mágica, eles virem líderes preparados? Liderar é um ofício — e como todo ofício, exige aprendizado, preparo e prática
Novo nome da Eletrobras em nada lembra mercado de energia; shutdown nos EUA e balanço da Petrobras também movem os mercados hoje
Depois de rebranding, Axia Energia anuncia R$ 4 bilhões em dividendos; veja o que mais mexe com a bolsa, que bate recorde depois de recorde
Eletrobras agora é Axia: nome questionável, dividendos indiscutíveis
Mesmo com os gastos de rebranding, a empresa entregou bons resultados no 3T25 — e há espaço tanto para valorização das ações como para mais uma bolada em proventos até o fim do ano
FII escondido no seu dia a dia é campeão entre os mais recomendados e pode pagar dividendos; mercado também reflete decisão do Copom e aprovação da isenção de IR
BTGLG11 é campeão no ranking de fundos imobiliários mais recomendados, Copom manteve Selic em 15% ao ano, e Senado aprovou isenção de Imposto de Renda para quem recebe até R$ 5 mil
É bicampeão! FII BTLG11 volta ao topo do ranking dos fundos mais recomendados em novembro — e tem dividendos extraordinários no radar
Pelo segundo mês consecutivo, o BTLG11 garantiu a vitória ao levar quatro recomendações das dez corretoras, casas de análise e bancos consultados pelo Seu Dinheiro
Economista revela o que espera para a Selic em 2025, e ações ligadas à inteligência artificial sofrem lá fora; veja o que mais mexe com o mercado hoje
Ibovespa renovou recorde antes de decisão do Copom, que deve manter a taxa básica de juros em 15% ao ano, e economista da Galapagos acredita que há espaço para cortes em dezembro; investidores acompanham ações de empresas de tecnologia e temporada de balanços
O segredo do Copom, o reinado do Itaú e o que mais movimenta o seu bolso hoje
O mercado acredita que o Banco Central irá manter a taxa Selic em 15% ao ano, mas estará atento à comunicação do banco sobre o início do ciclo de cortes; o Itaú irá divulgar seus resultados depois do fechamento e é uma das ações campeãs para o mês de novembro
Política monetária não cede, e fiscal não ajuda: o que resta ao Copom é a comunicação
Mesmo com a inflação em desaceleração, o mercado segue conservador em relação aos juros. Essa preferência traz um recado claro: o problema deriva da falta de credibilidade fiscal
Tony Volpon: Inteligência artificial — Party like it’s 1998
Estamos vivendo uma bolha tecnológica. Muitos investimentos serão mais direcionados, mas isso acontece em qualquer revolução tecnológica.
Manter o carro na pista: a lição do rebalanceamento de carteira, mesmo para os fundos imobiliários
Assim como um carro precisa de alinhamento, sua carteira também precisa de ajustes para seguir firme na estrada dos investimentos
Petrobras (PETR4) pode surpreender com até R$ 10 bilhões em dividendos, Vale divulgou resultados, e o que mais mexe com seu bolso hoje
A petroleira divulgou bons números de produção do 3° trimestre, e há espaço para dividendos bilionários; a Vale também divulgou lucro acima do projetado, e mercado ainda digere encontro de Trump e Xi
Dividendos na casa de R$ 10 bilhões? Mesmo depois de uma ótima prévia, a Petrobras (PETR4) pode surpreender o mercado
A visão positiva não vem apenas da prévia do terceiro trimestre — na verdade, o mercado pode estar subestimando o potencial de produção da companhia nos próximos anos, e olha que eu nem estou considerando a Margem Equatorial
Vale puxa ferro, Trump se reúne com Xi, e bolsa bateu recordes: veja o que esperar do mercado hoje
A mineradora divulga seus resultados hoje depois do fechamento do mercado; analistas também digerem encontro entre os presidentes dos EUA e da China, fala do presidente do Fed sobre juros e recordes na bolsa brasileira
Rodolfo Amstalden: O silêncio entre as notas
Vácuos acumulados funcionaram de maneira exemplar para apaziguar o ambiente doméstico, reforçando o contexto para um ciclo confiável de queda de juros a partir de 2026
A corrida para investir em ouro, o resultado surpreendente do Santander, e o que mais mexe com os mercados hoje
Especialistas avaliam os investimentos em ouro depois do apetite dos bancos centrais por aumentar suas reservas no metal, e resultado do Santander Brasil veio acima das expectativas; veja o que mais vai afetar a bolsa hoje