Ibovespa tem dia instável e dólar sobe; novos atritos entre EUA e China pressionam os mercados
Uma possível escalada nas tensões geopolíticas entre americanos e chineses inspira cautela aos investidores no mundo. Como resultado, o Ibovespa e as bolsas globais caem, enquanto o dólar volta a subir
O Ibovespa e as demais bolsas globais exibem um tom mais prudente nesta manhã de terça-feira (30). Apesar dos sinais animadores vindos da economia da China, a nova escalada nas tensões geopolíticas entre americanos e chineses mexe com os ânimos dos investidores no mundo — o que se reflete em instabilidade nas negociações.
O Ibovespa chegou a cair 0,97% logo depois da abertura, tocando os 94.806,47 pontos, e virou ao campo positivo ainda durante a manhã. Mas, no início de tarde, o índice voltou ao vermelho: por volta de 16h00, recuava 0,49%, aos 95.264,60 pontos. Na Europa, as principais praças ficaram perto do zero a zero; nos EUA, o Dow Jones (+0,03%), mas o S&P 500 (+0,82%) e o Nasdaq (+1,28%) sobem.
Com o desempenho do momento, o índice brasileiro ainda caminha para fechar o mês de junho com um desempenho bastante positivo, acumulando ganhos de quase 10% — no semestre, contudo, o Ibovespa ainda amarga perdas de mais de 17%.
- Eu gravei um vídeo para falar um pouco mais sobre os acontecimentos que movimentaram a bolsa brasileira e o mercado de câmbio no primeiro semestre. Veja abaixo:
O clima é mais pesado no mercado de câmbio nesta terça: o dólar à vista chegou a R$5,5078 na máxima do dia (+1,50%), mas reduziu os ganhos após um leilão do Banco Central (BC) no mercado à vista — no mesmo horário, avançava 0,16%, a R$ 5,4350.
A cautela global se deve à aprovação, pelo governo chinês, da lei de segurança nacional para Hong Kong — o que, na prática, aumenta o controle de Pequim sobre a ilha. A medida é polêmica porque a ex-colônia britânica gozava de um status relativamente independente em relação à China continental, tendo, inclusive, um status especial nas relações com os EUA.
Com a aprovação da lei, contudo, o governo americano já sinalizou que essa relação diferenciada com Hong Kong será revogada — o que aumenta as tensões geopolíticas entre Washington e Pequim e pode, em última instância, descambar numa nova rodada de taxações comerciais por ambas as partes.
Leia Também
Esse cenário conturbado se sobrepõe aos dados econômicos mais fortes divulgados mais cedo pela China: os índices de atividade (PMIs) industrial e de serviços aumentaram de maio para junho, contrariando as expectativas dos analistas — um resultado que, no entanto, fica em segundo plano perto das turbulências envolvendo Hong Kong.
Desemprego em alta
Por aqui, os investidores repercutem os mais recentes dados de desemprego: a taxa de desocupação subiu para 12,9% no trimestre encerrado em maio, de acordo com os dados da Pnad contínua — ao todo, são 12,7 milhões de pessoas desempregadas no país.
Esse é mais um indicador que evidencia a difícil situação econômica no Brasil em meio à pandemia do coronavírus — um panorama que apenas fortalece a percepção de que as taxas de juros devem permanecer baixas por um tempo prolongado, de modo a dar algum estímulo à atividade doméstica.
Assim, os DIs de médio e longo prazo operam em baixa nesta manhã — os mais curtos seguem relativamente estáveis, com os investidores ainda indecisos quanto a um eventual corte adicional na Selic na próxima reunião do Copom:
- Janeiro/2021: estável em 2,07%;
- Janeiro/2022: de 2,93% para 2,92%;
- Janeiro/2023: de 4,05% para 4,01%;
- Janeiro/2025: de 5,74% para 5,67%.
Top 5
Veja abaixo os cinco papéis de melhor desempenho do Ibovespa nesta terça:
CÓDIGO | NOME | PREÇO (R$) | VARIAÇÃO |
USIM5 | Usiminas PNA | 7,39 | +3,36% |
TOTS3 | Totvs ON | 23,13 | +3,17% |
BRFS3 | BRF ON | 21,51 | +3,07% |
MRVE3 | MRV ON | 18,31 | +2,75% |
GOAU4 | Metalúrgica Gerdau PN | 7,29 | +2,53% |
Confira também as cinco maiores quedas do índice:
CÓDIGO | NOME | PREÇO (R$) | VARIAÇÃO |
IRBR3 | IRB ON | 11,83 | -5,06% |
EMBR3 | Embraer ON | 8,13 | -3,44% |
BBAS3 | Banco do Brasil ON | 32,44 | -2,99% |
SUZB3 | Suzano ON | 36,67 | -2,81% |
SANB11 | Santander Brasil units | 28,27 | -2,69% |
Mais uma vitória para os irmãos Batista: Justiça derruba decisão que favorecia o “rei do gás” e valida compra de usinas pela Âmbar
O presidente do Tribunal Regional Federal da 1.ª Região validou os contratos de usinas termelétricas da Eletrobras compradas pela Âmbar em meados de 2024 por R$ 4,7 bilhões
Ações da Petz (PETZ3) saltam quase 9% com expectativa renovada de aval do Cade para fusão com a Cobasi
No fim de semana, o noticiário foi dominado por rumores de que a aprovação do Cade para a combinação de negócios das gigantes do mercado pet está próxima de sair do papel
BTG Pactual (BPAC11) pode saltar 40% em 2025 e ainda pagar bons dividendos, diz JP Morgan — mas há outros bancos na mira dos analistas
BTG e outro gigante do setor bancário são escolhas populares entre os investidores, que hoje preferem ações com rendimentos elevados com proventos ou com menor risco de queda de lucros
Tem certeza que nada presta? Ibovespa tenta recuperação em meio a dados fortes na China, prévia do PIB e inflação nos EUA
Além da agenda de indicadores, mercado já se prepara para o início da temporada de balanços nos Estados Unidos
Agenda econômica: prévia do PIB no Brasil e Livro Bege nos EUA são destaques da semana
Os investidores ainda acompanham a divulgação do PIB da China e dados de inflação no Reino Unido e EUA
Weg (WEGE3): fábrica de bilionários da B3 segue cobiçada pelos tubarões da Faria Lima e é uma das apostas da AZ Quest em ações para 2025
Em entrevista ao Seu Dinheiro, o gestor de renda variável Welliam Wang alertou para ano turbulento na bolsa brasileira — e revela quais ações estão na carteira da gestora
Nem Selic a 15% vai conseguir conter a inflação se a política fiscal não melhorar, diz economista-sênior da gestora de fortunas Julius Baer
No episódio da semana do Touros e Ursos, Gabriel Fongaro fala sobre as perspectivas para 2025
Até 52% em dividendos: estas 4 ações ‘desconhecidas’ pagaram mais que a Petrobras (PETR4) em 2024; saiba se elas podem repetir a dose neste ano
Ranking da Quantum Finance destaca empresas que não aparecem tanto no noticiário financeiro; descubra como elas renderam dividendos tão expressivos aos acionistas
O tombo das bolsas ao redor do mundo: por que o dado de emprego dos EUA fez as ações caírem, o dólar disparar e o mercado de dívida renovar máxima
Enquanto os investidores se reposicionam sobre o número de corte de juros pelo Fed este ano, já tem bancão dizendo que a autoridade monetária vai olhar para outro lugar
Nos holofotes dos investidores: Brava Energia (BRAV3) avança na estratégia de desinvestimento e anuncia novos interessados nos ativos onshore
Segundo o fato relevante enviado à CVM, a companhia deve analisar as propostas “dentro do seu fluxo de governança corporativa”
Prometeu e cumpriu: Aura (AURA33) atinge guidance anual e mostra números de produção do 4T24; BDRs sobem 5% na B3
A mineradora canadense superou o guidance anual em duas das quatro minas operacionais; produção do 4T24 manteve-se estável
Investidores na dieta “low-carb”: Ações da Camil (CAML3) desabam 11% na B3 com balanço magro e derrocada de 69% do lucro líquido
O mau humor acompanha a divulgação de um resultado amargo no terceiro trimestre fiscal de 2024, com queda significativa nos indicadores de lucratividade
Uma cartinha para Haddad e Tebet: a herança de Campos Neto para Galípolo com o IPCA de 2024 fora da meta
IPCA acumulado em 2024 fechou em 4,83%, abaixo do que se esperava, mas acima do teto da meta de inflação estipulada pelo CMN
Não é hora de desistir das ações: Bancão revela cinco empresas que podem tirar vantagem dos tempos incertos na bolsa brasileira
Para o Bradesco BBI, essas companhias têm “alavancas de autoajuda” frequentemente subestimadas que podem ajudá-las a tirar proveito das preocupações macroeconômicas
Anatomia de uma fraude: Ibovespa aguarda IPCA e payroll nos EUA enquanto escândalo da Americanas completa 2 anos
Ibovespa acumula alta de pouco mais de 1% na primeira semana cheia de janeiro, mas resultado final dependerá dos indicadores previstos para hoje
Feliz 2025? Só para quem tiver paciência para aproveitar excelentes oportunidades na bolsa
O investidor que tem foco no longo prazo entende que estamos em uma janela rara, com ações de muita qualidade negociando por múltiplos baixíssimos
Dois anos da fraude na Americanas (AMER3): queda de 99,5% das ações, retomada do lucro e punições a executivos. O que aconteceu com a varejista e como ficam os acionistas agora?
Foi em 11 de janeiro de 2023 que o mercado se deparou pela primeira vez com as notícias de inconsistências contábeis na varejista. Veja o que mudou desde então
Mineradoras x siderúrgicas: escolha do Bradesco BBI derruba Gerdau (GGBR4) e Usiminas (USIM5) na bolsa — saiba qual é a única ação que o banco recomenda comprar agora
No dia anterior, o ministro Gilmar Mendes, do Supremo Tribunal Federal (STF), homologou um acordo entre a Gerdau e o Cade
A ‘dor de cabeça’ do governo Lula em 2025: Alckmin diz que o país cumprirá arcabouço fiscal com rigor, mas cita preocupação com juros
Apesar dos desafios monetários, o vice-presidente prevê o ano como promissor, com o crescimento do PIB puxado pelo agronegócio
‘Ter moeda e ativos fortes não é especulação, é legítima defesa’, diz TAG Investimentos; veja as recomendações da gestora para 2025
Em carta mensal, gestora prevê Selic terminal a 17% e forte desaceleração do crescimento econômico brasileiro e diz que as taxas de juros dos Estados Unidos seguirão definindo o destino dos ativos globais