Dólar sobe a R$ 5,17 e Ibovespa opera em alta; exterior e tensão no cenário político trazem cautela
O clima mais tenso em Brasília, somado ao mau humor visto lá fora, cria um ambiente desfavorável aos mercados brasileiros. Como resultado, o Ibovespa tem uma sessão mais fraca e o dólar sobe

A semana começa com um carga mais pesada sobre os mercados brasileiros. Por aqui, o Ibovespa ganhou um leve impulso após passar a manhã no campo negativo e o dólar à vista sobe mais de 1%, dadas as preocupações dos investidores em relação ao cenário político doméstico e ao avanço do coronavírus no exterior.
Por volta de 16h05, o Ibovespa tinha alta de 0,09%, aos 77.754,55 pontos, após tocar os 76.405,36 pontos mais cedo (-1,64%). As bolsas da Europa ainda estão fechadas por causa da Páscoa, mas, nos Estados Unidos, a segunda-feira (13) é normal — e vermelha. Por lá, o Dow Jones cai 2,04%, o S&P 500 tem baixa de 1,81% e o Nasdaq opera em queda de 0,47%.
No câmbio, o dólar à vista avançava 1,68% no mesmo horário, a R$ 5,1798. O mercado local de moedas, assim, destoa do exterior, já que a divisa americana assume um tom de estabilidade em relação a maior parte dos ativos de países emergentes.
- Eu gravei um vídeo para explicar a dinâmica por trás dos mercados nesta segunda-feira. Veja abaixo:
Pode-se dividir a sessão de hoje em dois fronts, o externo e o doméstico — e ambos trazem elementos preocupantes à mesa. Por aqui, os olho e ouvidos estão atentos a Brasília, buscando qualquer informação de bastidores por parte do governo e do Congresso.
Em primeiro plano, há a possível votação de um projeto de auxílio financeiro a Estados e municípios na Câmara. A pauta, que pode destinar bilhões aos governadores e prefeitos sem a exigência de contrapartida, representa uma verdadeira 'bomba fiscal' ao orçamento da União.
No entanto, o governo tenta reverter a situação: já encaminhou às lideranças partidárias na Câmara e no Senado uma contraproposta que destinaria até R$ 40 bilhões em recursos diretos aos Estados e municípios, de modo a tirar força da 'bomba fiscal'.
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E esse não é o único foco de apreensão em Brasília nesta segunda-feira. Há também uma nova escalada nos atritos entre o ministro da Saúde, Luiz Henrique Mandetta, e o presidente Jair Bolsonaro — ontem, Mandetta deu entrevista à TV Globo e voltou a criticar a falta de alinhamento nos discursos oficiais do governo, o que, segundo ele, apenas confunde mais a população.
Assim, qualquer informação de bastidor a respeito do destino da 'bomba fiscal' ou da queda de braço entre Mandetta e Bolsonaro pode mexer com o humor dos mercados ao longo do dia. E, sem saber qual será o desfecho das duas novelas, os investidores preferem assumir uma postura mais cauteloa.
Exterior defensivo
Lá fora, o tom também é de maior prudência: no front do coronavírus, quase 1,9 milhão de pessoas já foram infectadas no mundo, com 115 mil mortes, de acordo com dados da universidade americana Johns Hopkins.
Além disso, o rápido avanço da doença nos EUA colocou o país no topo da lista de contaminações, com mais de 550 mil pessoas diagnosticadas com a Covid-19, e de óbitos, com cerca de 22 mil falecimentos em decorrência da doença — informações que, embora esperadas, diminuem o ânimo dos investidores.
A cautela no front da pandemia se sobrepõe ao otimismo em relação ao acordo fechado pelos membros da Organização dos Países Exportadores de Petróleo (Opep), que decidiu cortar a produção da commodity em 9,7 milhões de barris ao dia, por dois meses, a partir de 1º de maio.
A notícia faz as cotações do petróleo subirem nesta segunda-feira, embora não sejam ganhos expressivos: o WTI opera em alta de 0,66% e o Brent avança 1,78%, dada a percepção de que muitos países aumentaram os estoques ao longo de março e, assim, a demanda internacional deve continuar fraca.
Uma manifestação do presidente dos EUA, Donald Trump, a respeito do mercado de petróleo até contribuiu para dar um pouco mais de força à commodity. Pelo Twitter, Trump disse que os cortes na produção pela Opep podem chegar a 20 milhões de barris ao dia.
Juros perto da estabilidade
No mercado de juros futuros, o dia é de pouca movimentação. Os investidores seguem apostando em novos cortes na Selic para estimular a economia — e a projeção de recuo mais intenso do PIB em 2020 pelo boletim Focus dá sustentação a essa tese.
Mas, considerando os níveis já bastante baixos dos DIs, o espaço para novas correções negativas nas curvas é limitado. Veja abaixo como estão os contratos mais líquidos no momento:
- Janeiro/2021: de 3,14% para 3,10%;
- Janeiro/2023: de 5,02% para 4,90%;
- Janeiro/2025: de 6,63% para 6,53%.
Top 5
Confira as cinco ações de melhor desempenho do Ibovespa:
CÓDIGO | NOME | PREÇO (R$) | VARIAÇÃO |
CSAN3 | Cosan ON | 54,20 | +5,10% |
SULA11 | SulAmérica units | 41,05 | +4,45% |
MRFG3 | Marfrig ON | 9,24 | +4,29% |
VVAR3 | Via Varejo ON | 5,37 | +4,27% |
SUZB3 | Suzano ON | 36,88 | +4,18% |
Saiba também quais são as maiores baixas do índice:
CÓDIGO | NOME | PREÇO (R$) | VARIAÇÃO |
NTCO3 | Natura ON | 27,34 | -5,66% |
YDUQ3 | Yduqs ON | 25,61 | -5,32% |
SMLS3 | Smiles ON | 13,70 | -4,20% |
HGTX3 | Cia Hering ON | 13,94 | -3,53% |
BRDT3 | BR Distribuidora ON | 18,78 | -3,30% |
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